ABSTRACT
BACKGROUND: Any deviation from the standard posture is considered a postural alteration; although this is not necessarily considered a disease, it may substantially affect the quality of life of surgeons. The aim of this study was to evaluate backbone alignment and posture in surgeons and physicians in order to identify and quantify the positioning of body segments and investigate possible postural alterations.
METHODS: Thirty subjects participated in the study group (CI) and corresponded to the following inclusion criteria: physician, aged 30-60 years, with at least 2 years of surgical practice and performing 4 weekly surgeries lasting 2 h each. The comparative group (CL) included 32 clinical physicians, in the same age range as the CI group. The control group (CO) included 33 non-physicians in the same age range as the CL and CI groups, who satisfied the following exclusion criteria: chronic muscle-skeletal pain or acute intense pain, diagnosis of or sequelae from orthopedic, rheumatologic, or respiratory disease, or prosthetic use.
RESULTS: We observed a high incidence of postural changes in the CI group, including varus thrust, hyperextension, lumbar hyperlordosis, and more foot support in the heel, and other misalignments. The results indicate that the activities of surgeons may be considered as a risk for the musculoskeletal system. Because the specialty of plastic surgery is particularly surgical, the risk is even higher in these surgeons.
CONCLUSIONS: Surgical activity provokes progressive postural changes in surgeons and may reduce useful time in the profession and hinder the quality of life.
Keywords:
Posture. Physicians. Workload.
RESUMO
INTRODUÇÃO: Qualquer desvio da postura padrão é considerado alteração postural, o que não é necessariamente classificado como doença, embora afete consideravelmente a qualidade de vida dos profissionais cirurgiões. O objetivo deste estudo foi avaliar o alinhamento e o controle posturais de médicos cirurgiões e não-cirurgiões, a fim de identificar e quantificar o posicionamento dos segmentos corporais e averiguar comparativamente possíveis alterações posturais.
MÉTODO: Participaram do estudo 30 sujeitos no grupo teste (CI), que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ser médico, idade entre 30 anos e 60 anos, com, no mínimo, 2 anos de prática cirúrgica e 4 cirurgias semanais com duração de 2 horas cada uma. O grupo comparativo (CL) constituiu-se de 32 sujeitos, médicos clínicos, com idade similar ao do grupo CI. O grupo controle (CO) constituiu-se de 33 sujeitos não-médicos, com a mesma faixa etária dos grupos CL e CI, que atendiam aos seguintes critérios de exclusão: presença de dor musculoesquelética crônica ou dor aguda intensa; diagnóstico ou sequela de doença ortopédica, reumatológica ou respiratória; ou utilização de prótese.
RESULTADOS: Observou-se alta incidência de alterações posturais no grupo CI, como joelho varo, hiperextensão, hiperlordose lombar e pé com maior apoio em calcâneo, além de outros desalinhamentos. Os resultados indicam que as atividades dos cirurgiões podem ser consideradas de risco para o sistema musculoesquelético. Por ser eminentemente cirúrgica, a especialidade de cirurgia plástica é de risco ainda maior.
CONCLUSÕES: A atividade cirúrgica provoca alterações posturais progressivas nos cirurgiões, podendo reduzir a vida útil na profissão e prejudicar a qualidade de vida.
Palavras-chave:
Postura. Médicos. Carga de trabalho.