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Original Article - Year 2009 - Volume 24 - Issue 3
Abdominoplastia e lifting do púbis
Abdominoplasty and pubic lifting
RESUMO
Introdução: O presente trabalho relata a conduta, planejamento, resultados e conclusões das abdominoplastias associadas ao lifting do púbis. Método: Foram analisados 120 pacientes, submetidos a cirurgia no período de maio de 2005 a junho de 2009. Resultados: Não foram observadas complicações significativas, que pudessem comprometer os resultados finais. Conclusão: Concluiu-se que os bons resultados foram decorrentes do adequado planejamento para cada caso em particular.
Palavras-chave: Parede abdominal/cirurgia. Abdome/cirurgia. Pubis/cirurgia.
ABSTRACT
Introduction: The present paper relates the conduct, planning, results and conclusions about abdominoplasty associated to pubic lifting method. Methods: A hundred and twenty patients were submitted surgery between May 2005 to June 2009. No significant complications were observed, that they could pledge the final results. Conclusion: Good results were obtained due to adequate planning for each case in private.
Keywords: Abdominal wall/surgery. Abdomen/surgery. Pubic bone/surgery.
Os pacientes submetidos a gastroplastia ou a severos regimes dietéticos apresentam, após a redução ponderal, importante deformidade abdominal, ptose do púbis, entre outras alterações. Essas deformidades causam aos pacientes inúmeros transtornos no cotidiano: dificuldades na vida social, no trabalho, e principalmente, na vida íntima do casal1-9.
O objetivo deste estudo é demonstrar o planejamento, conduta e resultados das cirurgias realizadas nos pacientes submetidos a cirurgia abdominal e do púbis, após grande perda ponderal.
MÉTODO
Foram analisados 120 pacientes, sendo 10 do sexo masculino e 110 do feminino. Pós-Cirurgia Bariátrica 105 e Pós- Dieta 15. Dermolipectomias em Âncora: 112 pacientes. Dermolipectomias Clássicas: 8 pacientes. Lifting do Púbis em todos os casos. Anestesia Peridural em 108 casos. Anestesia Raquidiana em 5 casos. Anestesia Geral em 7 casos. ATB: Cefazolina 2 g intra-operatória e por mais 2 dias, na internação. Cefalexina 2 g por 5 dias. Sondagem vesical de demora por 24 horas. Deambulação no 1º PO. Não foram utilizados anticoagulantes. Curativos diários na internação e a cada 3 dias após a alta hospitalar. Mantido por 60 dias, somente com fita microporosa. Uso de faixa abdominal por 60 dias, a partir do 1º PO. Repouso por 30 dias. Liberação das atividades físicas mais intensas após 60 dias. Pontos de Baroudi modificados (sutura contínua bilateral). Adotamos 2 marcações para o Abdome: Âncora ou Clássica. Para o Púbis a marcação é feita intra-operatoriamente (Figuras 1 e 2).
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Figura 1 - Marcação em âncora.
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Figura 2 - Marcação clássica.
RESULTADOS
Nossos resultados foram satisfatórios, apesar das pequenas complicações, conforme demonstrado nas Figuras 3 a 13. Seromas: 12 casos. Hipertrofia cicatricial ou quelóides: 2 casos. Necrose parcial da extremidade do retalho: 3 casos. Infecção: Nenhum Caso. Deiscências parciais de sutura: 3 casos.
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Figura 3 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 4 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 5 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 6 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 7 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 8 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 9 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 10 - A: pré-operatório; B: pós-operatório.
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Figura 11 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 12 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
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Figura 13 - A e C: pré-operatório; B e D: pós-operatório.
DISCUSSÃO
A brutal perda ponderal, pós gastroplastia e pós regimes severos, acarreta sequelas: importante flacidez vertical e horizontal no abdome, flacidez em mamas, coxas, braços e púbis. Vários autores propuseram suas condutas1-9. Adotamos uma própria: a marcação da ressecção do excesso abdominal pode ser feita em âncora ou na forma clássica, caso a caso. A correção da ptose do púbis foi planejada no intra-operatório, calculando-se a quantidade de ressecção necessária para um bom resultado (formato triangular), após a ressecção do retalho abdominal, utilizando-se o método de "pinçamento" da pele pubiana. As cicatrizes são colocadas o mais baixo possível no abdome. Não ultrapassando a linha inguinal. Compensações de pele do retalho abdominal são sempre feitas para a região central do abdome, nunca para a lateral. A pele do púbis é compensada para as laterais, exatamente ao contrário do excesso da pele abdominal, obtendo-se uma forma em V do púbis, mais natural. em alguns casos, o excesso cutâneo é tão importante que é necessária uma nova compensação, feita na linha da virilha.
CONCLUSÃO
Os resultados são frutos do planejamento adequado, para cada caso em particular. Nossos casos demonstram que a conduta adotada está correta, é segura e nos dá bons resultados, estéticos e funcionais.
REFERÊNCIAS
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1. Membro Titular da SBCP, Cirurgião Plástico do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.
Correspondência para:
Fernando Sanfelice André
Rua Osvaldo Cruz, 128, Bairro Boa Vista
Joinville, SC - CEP 82205-240
E-mail: sanfi@brturbo.com.br
Trabalho realizado no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, Joinville, SC.
Artigo recebido: 5/6/2009
Artigo aceito: 8/8/2009