RESUMO
Introdução: O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência inicial dos autores com o uso da microcirurgia na reconstrução de defeitos complexos, numa tentativa de implantar um grupo de microcirurgia reconstrutiva num hospital geral. Método: Avaliaram-se 20 procedimentos microcirúrgicos, no período de novembro/2003 a fevereiro/2007, em reconstruções de cabeça e pescoço, membro inferior e membro superior. Dividiram-se as complicações em imediatas (intra-operatórias), recentes (até 21 dias) e tardias (após 21 dias). As complicações relacionadas às reconstruções foram divididas em menores (perda parcial do retalho e/ou satisfação parcial do plano pré-operatório) e maiores (perda total do retalho e/ou não satisfação do plano pré-operatório). Em relação às áreas doadoras, foram também divididas em menores (necessidade de reintervenção cirúrgica) e maiores (deformidade não satisfatória ao cirurgião e/ou não aceitável ao paciente). Resultados: Onze retalhos sobreviveram (73,3% de sucesso) e em quatro houve perda total. Das reconstruções nervosas, três (60%) obtiveram recuperação total e duas (40%), parcial. Com relação à reconstrução, foram observados 13,3% de complicações imediatas e 20% de complicações recentes, com resultados bons em 75% e ruins em 25%. Para área doadora observaram-se apenas complicações recentes em 15%, com resultados bons em 95% e satisfatórios em 5%. Conclusões: Os resultados bons e satisfatórios de 75% para reconstrução e 100% para área doadora demonstram que o procedimento microcirúrgico é confiável e com pouca sequela na área doadora, sendo a implantação do grupo de Microcirurgia fortalecido com estes resultados. Com a melhor seleção dos pacientes e progressão da curva de aprendizagem, acredita-se que a taxa de sobrevida dos retalhos aumente gradativamente.
Palavras-chave: Microcirurgia. Retalhos cirúrgicos. Avaliação de resultados (cuidados de saúde).