INTRODUÇÃO
O câncer de mama é a principal causa de óbito em mulheres e
também o mais incidente no mundo, tendo apresentado uma taxa de 2,1
milhões de casos novos em 2018 e um percentual de 6,6% do total de mortes por
todos os tipos de doenças1.
Considerando a incidência brasileira, depois dos tumores de pele não
melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente entre as
mulheres e a primeira causa de morte por neoplasias na população,
representando 16,5% do total de óbitos no período de
2014-20182. Além
disso, foram estimados 66.280 casos novos para o ano de 2020, indicando uma
incidência de 43,74 casos para cada 100.000 mulheres3.
A mastectomia, que é a retirada de uma ou duas mamas através de
procedimento cirúrgico, é realizada quando demais tratamentos como
quimioterapia e radioterapia não possuem eficácia, seja pelo
estágio avançado do tumor ou sua localização. Ela
é um marco para as mulheres que necessitam passar por ela, devido aos
desdobramentos na vida dessas mulheres4, afetando sua feminilidade, bem como a sua autoimagem, visto que
a mama é um símbolo da esfera feminina. Esses impactos afetam toda a
vida social da paciente, desde de relacionamentos amorosos, como profissionais,
já que muitas mulheres passam a se envergonhar do próprio corpo. A
cirurgia traz impactos não apenas estéticos e físicos, como
também emocional, na autoestima e na sua vida sexual4.
Devido à grande recorrência de diagnóstico de câncer de
mama tardio e a demora no acesso às consultas, exames, biópsia e
tratamento, cerca de 70% das pacientes diagnosticadas irão necessitar de
recorrer à retirada de suas mamas5. Segundo a Lei 11.664/2008, o Sistema Único de
Saúde (SUS) deveria assegurar que todas as mulheres, a partir dos 40 anos de
idade, realizassem o exame mamográfico como forma de prevenção
e detecção da neoplasia em sua forma inicial, uma vez que a
incidência e a mortalidade dessa patologia tende a crescer progressivamente
nessa faixa etária6.
Entretanto, observa-se a realização de tal exame, no SUS, apenas nas
idades entre 50 e 69, por orientação do Ministério da
Saúde7. É
importante ressaltar que abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 10 óbitos a cada
100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco
é 10 vezes maior, mostrando, portanto, a importância do
diagnóstico precoce3.
Com a progressão do câncer ou até mesmo do tratamento da
neoplasia, algumas mulheres podem sofrer algumas mutilações na mama.
Como forma de restabelecimento do padrão estético, é assegurada
a elas a realização da cirurgia plástica reconstrutiva
imediata8. A cirurgia
plástica reparadora tem como função reestabelecer a anatomia
regular da região e devolver a autoestima perdida por algumas mulheres
durante o tratamento cirúrgico9. Entretanto, alguns problemas podem ser observados nesse
processo, como casos de seroma mamário, hematomas, necrose,
deiscências, assimetria e trombose venosa tardia, sendo que em alguns casos
pode levar a paciente ao óbito10. Outros problemas estão intrinsicamente relacionados ao
suporte do SUS às pacientes, como falta de médicos capacitados e
estrutura para realizar os procedimentos necessários11.
O SUS negligenciava o direito à cirurgia reparadora até 1999, quando
essa se tornou um direito das mesmas. Apesar dessa conquista, apenas em 2013 a
cirurgia teve um prazo estabelecido para ser realizado, devendo ocorrer logo
após a mastectomia ou assim que a mulher apresente condições
para o mesmo8. Ademais, em 2018 foi
aprovado o direito à cirurgia nas duas mamas, para garantir a
simetria10. Assim,
busca-se com o presente artigo responder quais os principais impactos causados pela
mastectomia em mulheres no Brasil. Portanto, o objetivo do trabalho foi evidenciar
a
importância da realização da cirurgia plástica para as
mulheres mastectomizadas, bem como elucidar os direitos dessas pacientes, garantidos
pelo SUS no Brasil, durante o processo.
MÉTODOS
Esse estudo possui abordagem qualitativa, com finalidade descritiva e
exploratória, tendo utilizado como técnica de coleta de dados a
revisão bibliográfica, do tipo integrativa.
Para a coleta de dados foram utilizadas as plataformas Scientific Electronic
Library Online (SciELO), PubMed e Literatura Latino-americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). A plataforma Google
Acadêmico foi usada para pesquisa complementar. A busca foi realizada
através dos descritores e operadores booleanos: “cirurgia
plástica” OR “cirurgia reconstrutiva” AND
“neoplasia” OR “carcinoma de mama in situ” OR
“neoplasia unilateral de mama” OR “mastectomia” AND
“sistema único de saúde” OR
“legislação”. Além disso, foram consultadas as
resoluções do Portal da Legislação que abordavam sobre
os direitos das mulheres com relação à cirurgia de
reconstrução de mama no SUS.
Como critérios de exclusão, foram desconsiderados artigos anteriores a
2010, que abordavam neoplasias não mamárias, dissertavam sobre as
técnicas cirúrgicas e o diagnóstico dos tumores, bem como
estudos realizados em pacientes em outros países, diferentes do Brasil. Foram
incluídos estudos que descreviam os benefícios relatados por
pacientes, ou pela própria literatura, da realização da
reconstrução mamária pós-mastectomia, além de
artigos que abordavam a atuação do SUS nas cirurgias reconstrutivas em
aspectos de gestão e epidemiologia. Não houve restrição
de idioma.
Os resultados dos artigos foram avaliados através da análise de
conteúdo temática, na qual foi contabilizada os temas mais abordados
pelas pacientes ao relatarem a percepção durante o processo de
mastectomia e após a cirurgia reconstrutiva. Esse tipo de análise
permite a quantificação em frequência dos temas mais abordados,
cujos resultados foram processados através do software Excel
2010.
RESULTADOS
Foram encontrados 5.556 artigos, que após a aplicação dos
filtros (artigos com texto completo na plataforma, publicados nos últimos 10
anos) e uma leitura inicial dos títulos e resumos, resultaram em 21 estudos
para discussão dos resultados. Além disso, foram incluídas 3
resoluções, encontradas no Portal da Legislação,
conforme Figura 1.
Dos artigos selecionados, 16 abordavam majoritariamente sobre a relação
entre a realização da cirurgia reparadora de mama e a melhora da
qualidade de vida da mulher, 2 sobre o sentimento da mulher pós-mastectomia,
1 abordava a comparação das emoções das mulheres que
foram submetidas ou não à reconstrução mamária, e
2 discorriam o papel do SUS e da saúde coletiva com relação
à realização da cirurgia estética. Além disso, os
anos de publicação com mais estudos selecionados foram 2013, 2017 e
2019, apresentando uma quantidade de 4, 3 e 4 trabalhos, respectivamente.
Porém, ainda foram selecionados dois artigos de 2010, 2012, 2016 e 2020; e um
de 2015 e 2018, como apresentado no Quadro 1.
Das resoluções encontradas sobre os direitos das mulheres com
relação à realização da
reconstrução mamária, após a mastectomia realizada pelo
SUS, foram selecionadas as Leis n° 9.797, n° 12.802 e n°
13.770, publicadas respectivamente em 6 de maio de 1999, 24 de abril de 2013 e 19
de
dezembro de 2018.
Perfil das mulheres mastectomizadas
A análise dos 19 artigos sobre as mulheres mastectomizadas mostrou que, em
geral, elas possuem um perfil entre 41 a 60 anos de idade. Além disso, a
maior parte dos artigos traz uma predominância de participantes brancas,
com ensino fundamental completo e católicas (Quadro 2).
Relação entre a realização da cirurgia
reconstrutiva e a percepção da mulher sobre seu corpo
Dentre os 16 estudos analisados, que abordavam majoritariamente sobre a
relação entre a realização da cirurgia reparadora de
mama e a melhora da qualidade de vida da mulher, 42,1% falavam que as mulheres
sentiam ansiedade, seguindo de sentimentos como medo, depressão e
tristeza (Tabela 1). Além disso,
algumas das pacientes apresentaram diminuição do desejo sexual,
evitando manter qualquer contato íntimo.
Entre os estudos incluídos, foi apresentado uma análise da
satisfação com a mama, bem-estar psicológico e sexual,
através da comparação entre 79 pacientes submetidas
à mamoplastia de aumento e 64 não. Dessas, foi observado que as
pacientes submetidas à reconstrução apresentaram uma
melhora da autoimagem e do sentimento de superação do
câncer29.
Além disso, em uma comparação do antes e depois a
realização da cirurgia de reconstrução, observou-se
um aumento no bem-estar físico e mental das pacientes30. Portanto, de forma geral,
é possível perceber que a qualidade de vida das pacientes no
período posterior à reconstrução mamária com
implantes mamários é superior em relação ao
período anterior ao procedimento.
No estudo de Carneiro et al. (2020)14, a avaliação dos sentimentos dessas mulheres
também se mostrou bastante significativa, sendo relatadas
sensações de medo, vergonha, sofrimento, depressão, perda,
insatisfação antes do procedimento estético, os quais
aparentam diminuir, ou até mesmo, desaparecer, posteriormente à
cirurgia28, como
é possível perceber nas falas das pacientes:
“[...] Fiquei muito satisfeita com a cirurgia plástica de
reconstrução da mama, foi como se tivesse renascido, é
outra condição de vida! Voltei a viver!” (p.
47746)
“[...] Sabendo Ora de alegria né! Porque eu imaginava que
ia ficar com aquele defeito ali, que a gente olhava, e via aquele
negócio sem... né! Pequeno né, mais fica defeito sempre
né. Fica aquele vazio, coisa feia aí que precisava fazer
então me conformei, mas sempre nervosa, é muito sofrimento.
Depois da cirurgia que refez a mama foi que tive coragem de
sair.” (p. 47746)
O quadro 3 apresenta os principais
sentimentos, trazidos pelos artigos, das pacientes após a cirurgia
reconstrutiva. Em geral, a cirurgia é uma opção para a
redução dos sentimentos negativos que são originados pela
doença e pelo tratamento, com a finalidade da melhora da autoestima pela
substituição do “espaço vazio” por uma mama,
facilitando o vestuário e a visão sobre o próprio corpo,
modificando a sensação de mutilação para um
sentimento de feminilidade e sensualidade renovados10. Quando comparado fatores, como idade das
pacientes, é possível destacar que em aspectos físicos, as
mulheres mais jovens apresentaram melhores resultados, o qual indica estar
associada a menor presença de comorbidades nessa faixa etária,
assim como, em quesitos mentais, as mulheres jovens demonstram um maior impacto
na autoestima, a qual é expressa pelo maior apego ao corpo e seguimento
aos padrões de beleza impostos pela sociedade4.
O papel do SUS na qualidade de vida das mulheres mastectomizadas
De acordo com a Lei n° 9.797, foi decretado como obrigatória a
realização da cirurgia plástica reparadora da mama pela
rede de unidades integrantes do SUS em casos de mutilação
após tratamento de câncer31. Algumas mudanças surgiram no artigo 2°
quando uma nova lei foi decretada, a Lei n° 12.802, acrescentando dois
parágrafos, sendo o 1° para garantir que a
reconstrução será efetuada no mesmo tempo cirúrgico
quando existirem condições técnicas e o 2° aborda no
caso de impossibilidade de reconstrução imediata, a paciente tem o
direito de ser encaminhada para acompanhamento e terá garantida a
realização da cirurgia imediatamente após alcançar
as condições clínicas necessárias8.
Figura 1 - Fluxograma da coleta de artigos nas plataformas Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS), PubMed e Scientific Electronic Library Online
(SciELO),. Usando Google Acadêmico como fonte complementar. As
setas indicam seleção dos artigos de acordo com os
critérios de inclusão e exclusão expostos na
metodologia.
Figura 1 - Fluxograma da coleta de artigos nas plataformas Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS), PubMed e Scientific Electronic Library Online
(SciELO),. Usando Google Acadêmico como fonte complementar. As
setas indicam seleção dos artigos de acordo com os
critérios de inclusão e exclusão expostos na
metodologia.
Quadro 1 - Dados dos artigos selecionados para o estudo.
Autor |
Data |
Título |
Revista |
Tipo |
Assunto |
Leal
et al.12 |
2010 |
O corpo, a
cirurgia estética e a saúde coletiva: um estudo de
caso.
|
Revista de
Ciência e Saúde Coletiva
|
Estudo de
caso
|
Relação da cirurgia estética com a
saúde coletiva e a promoção da
saúde.
|
Moura et al.13 |
2010 |
Os sentimentos das mulheres
pós-mastectomizadas.
|
Revista da Escola de Enfermagem Anna Nery |
Estudo qualitativo descritivo |
Como mulheres se sentem após a
mastectomia.
|
Cesnik e Santos14 |
2012 |
Mastectomia e
sexualidade: uma revisão integrativa.
|
Revista
Psicologia: Reflexão e Crítica
|
Revisão
integrativa
|
Impacto do
câncer e da mastectomia na sexualidade da mulher.
|
Majewski et al.15 |
2012 |
Qualidade de vida em mulheres submetidas à
mastectomia comparada com aquelas que se submeteram à
cirurgia conservadora: uma revisão de literatura.
|
Revista de Ciência e Saúde
Coletiva
|
Revisão bibliográfica |
Comparação entre mulheres
submetidas à mastectomia e as que foram submetidas ao
tratamento conservador.
|
Cosac
et al.16 |
2013 |
Reconstruções mamárias: estudo
retrospectivo de 10 anos.
|
Revista
Brasileira de Cirurgia Plástica
|
Estudo de
caso
|
Análise
dos casos de reconstrução mamária
pós-mastectomia por câncer de mama.
|
Colombo17 |
2013 |
Avaliação do grau de
satisfação de pacientes submetidas a
reconstrução mamária.
|
Revista Brasileira de Cirurgia
Plástica
|
Estudo retrospectivo |
Satisfação das pacientes
após realização de
reconstrução mamária.
|
Furlan et al.4 |
2013 |
Qualidade de
vida e autoestima de pacientes mastectomizadas submetidas ou
não a reconstrução de mama.
|
Revista
Brasileira de Cirurgia Plástica
|
Estudo
qualitativo exploratório
|
Qualidade de
vida das pacientes mastectomizadas submetidas ou não
à reconstrução de mama.
|
Gomes e Silva18 |
2013 |
Avaliação da autoestima de mulheres
submetidas à cirurgia oncológica
mamária.
|
Texto e Contexto Enfermagem |
Estudo observacional transversal |
Autoestima das mulheres após cirurgia
oncológica.
|
Guimarães et al.19 |
2015 |
Sexualidade
após mamoplastia de aumento.
|
Revista
Brasileira de Cirurgia Plástica
|
Estudo de
caso
|
Avaliar a
sexualidade após mamoplastia de aumento.
|
Braga et al.9 |
2016 |
Processo de reconstrução
mamária em mulheres mastectomizadas.
|
Revista Interdisciplinar |
Revisão bibliográfica |
Processo envolvido desde a mastectomia à
reconstrução mamária.
|
Thais
Rodrigues Guedes20 |
2016 |
Imagem corporal
de mulheres submetidas ao tratamento do câncer de
mama.
|
|
Dissertação de mestrado |
Autoestima das
pacientes oncológicas
|
Alves, et al.21 |
2017 |
Avaliação precoce da qualidade de
vida e autoestima de pacientes mastectomizadas submetidas ou
não à reconstrução
mamária.
|
Revista Brasileira de Cirurgia
Plástica
|
Estudo observacional transversal, comparativo e
analítico
|
Realizar um comparativo acerca da autoestima de
pacientes mastectomizadas submetidas à
reconstrução e as que não realizaram
cirurgia plástica.
|
Martins, et al.22 |
2017 |
Reconstrução mamária imediata versus
não reconstrução pós-mastectomia:
estudo sobre qualidade de vida, dor e funcionalidade.
|
Revista
Fisioterapia e Pesquisa
|
Estudo
transversal comparativo descritivo
|
Comparação entre reconstrução
mamária imediata versus não
reconstrução pós-mastectomia.
|
Villar et al.23 |
2017 |
Qualidade de vida e ansiedade em mulheres com
câncer de mama antes e depois do tratamento.
|
Revista Latino-Americana de Enfermagem |
Estudo observacional prospectivo |
Antes x depois de mulheres em tratamento para o
câncer de mama.
|
Casassola et al.24 |
2018 |
Satisfação com cirurgia oncológica da
mama: Comparação entre pacientes mastectomizadas
com e sem reconstrução mamária.
|
Salão
Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão
|
Estudo
qualitativo
|
Comparação entre mulheres mastectomizadas que
foram submetidas à cirurgia plástica e as que
não foram.
|
Archangelo et al.25 |
2019 |
Sexuality, depression and body image after breast
reconstruction.
|
Clinics |
Estudo de caso |
Qualidade de vida após
reconstrução de mama.
|
Cammarota et al.10 |
2019 |
Qualidade de
vida e resultado estético após mastectomia e
reconstrução mamária.
|
Revista
Brasileira de Cirurgia Plástica
|
Estudo de
caso
|
Qualidade de
vida das mulheres submetidas à reconstrução
mamária pós tratamento oncológico.
|
Cosac et al.26 |
2019 |
Reconstruções mamárias:
estudo retrospectivo de 16 anos.
|
Revista Brasileira de Cirurgia
Plástica
|
Estudo de caso |
Análise dos casos de
reconstrução mamária pós-
mastectomia por câncer de mama.
|
Volkmer et al.27 |
2019 |
Reconstrução mamária sob a ótica de
mulheres submetidas à mastectomia: uma
metaetnografia.
|
Texto e Contexto
Enfermagem
|
Revisão
bibliográfica
|
O que as
mulheres submetidas à mastectomia pensam acerca da
reconstrução mamária.
|
Carneiro et al.28 |
2020 |
Repercussões psicológicas da
cirurgia plástica em mulheres mastectomizadas.
|
Brazilian Journal of Development |
Revisão bibliográfica |
Qualidade de vida das mulheres mastectomizadas
pós cirurgia plástica.
|
Mollinar et al.11 |
2020 |
Cirurgia
Oncoplástica e reconstitutiva da mama: análise
acerca dos direitos do paciente no âmbito do SUS.
|
Brazilian
Journal of Development
|
Revisão
bibliográfica
|
Direitos das
pacientes no SUS para mastectomia e reconstrução
de mama.
|
Quadro 1 - Dados dos artigos selecionados para o estudo.
Em 19 de dezembro de 2018 surgiu a Lei n° 13.770, na qual foram acrescidos
3 parágrafos ao artigo 1°, sendo o parágrafo 1° para
garantir que a reconstrução da mama será efetuada no tempo
cirúrgico da mutilação, quando existirem
condições técnicas, o parágrafo 2° no caso de
impossibilidade de reconstrução imediata a paciente será
encaminhada para acompanhamento e terá direito de realizar a cirurgia
imediatamente após possuir as condições clínicas
necessárias, e o parágrafo 3° garante que os procedimentos
de simetrizarão da mama contralateral e reconstrução do
complexo areolomamilar integram a cirurgia plástica
reconstrutiva32.
DISCUSSÃO
A faixa etária na literatura para pacientes mastectomizadas, foi um pouco
inferior à recomendada pelo Ministério da Saúde para iniciar a
realização do rastreamento de câncer de mama (50 a 69 anos).
Possivelmente, deve-se às solicitações de exame em excesso que
acabam resultando em tratamentos desnecessários, assim como,
exposição à radiação ionizante nas mulheres de
forma mais precoce, implicando em mais riscos do que benefícios ao
avanço da idade33.
A idade mais prevalente pode ser explicada pela epidemiologia da doença, sendo
mais comum em mulheres no final da vida fértil. A menopausa é o
principal fator de risco da doença, ainda mais determinante do que
hábitos de vida e genética11. Quanto à renda familiar, é comum que o
rastreamento, bem como a procura pelo sistema de saúde, aconteça
precocemente em mulheres que fazem parte de uma população
socioeconômica com maior renda, visto que essa população possui
acesso mais fácil ao sistema de saúde particular, convênios,
bem como maior acesso à informação sobre a patologia e seu
curso clínico34.
Além da menor procura por rastreamento de doenças, as mulheres de
renda mais baixa, menor escolaridade e donas de casa tem mais propensão ao
acometimento da saúde mental, desenvolvendo patologias como ansiedade,
distúrbios alimentares, entre outros, as tornando ainda mais propensas a uma
pior progressão psíquica após a mastectomia35.
Quadro 2 - Perfil epidemiológico das mulheres mastectomizadas de acordo com
os artigos escolhidos.
Variáveis |
Perfil
observado
|
Faixa
etária
|
Mais de 60% das
mulheres com 41-60 anos de idade.
|
Cor |
Depende da região em que o estudo se baseia,
mas tem uma maior predominância em mulheres brancas.
|
Escolaridade |
Mais de 60% das
mulheres apresentam escolaridade (em anos) de 1 a 9 anos, o que
corresponde ao ensino fundamental completo.
|
Renda familiar |
A renda familiar gira em torno de 1 a 3
salários mínimos.
|
Religião |
Segue o
padrão regional, com tendência a seguir a média
nacional, com mais da metade sendo católica.
|
Quadro 2 - Perfil epidemiológico das mulheres mastectomizadas de acordo com
os artigos escolhidos.
Tabela 1 - Sentimento em relação à mastectomia. A porcentagem
corresponde o número de artigos que citaram cada sentimento em
relação ao total de 16.
Sentimentos |
% dos artigos |
Ansiedade |
42,1 |
Medo |
31,5 |
Depressão |
21,0 |
Tristeza |
15,7 |
Culpa |
10,5 |
Angústia |
10,5 |
Insegurança |
10,5 |
Conformismo |
5,2 |
Postura
defensiva
|
5,2 |
Vergonha |
5,2 |
Preocupação |
5,2 |
Inferioridade |
5,2 |
Sentimento de menos valia |
5,2 |
Tabela 1 - Sentimento em relação à mastectomia. A porcentagem
corresponde o número de artigos que citaram cada sentimento em
relação ao total de 16.
O câncer de mama possui uma alta prevalência e causa grande impacto na
vida da mulher, afetando tanto o seu físico quanto o
psicológico14.
Desde a confirmação diagnóstica, a identidade feminina
já começa a ser questionada pela paciente, afinal, as mamas são
consideradas um símbolo de feminilidade e beleza corporal18. Portanto, a cirurgia de
reconstrução mamária tem causado grande
satisfação nas pacientes pós-mastectomizadas, por ser uma boa
alternativa para melhorar a autoestima destas.
Assim, a mastectomia pode causar um sofrimento emocional e psíquico, havendo
melhoras significativas após uma reconstrução
mamária17. Ainda,
é importante ressaltar que mulheres apresentam um índice maior de
depressão do que homens, podendo destacar alguns fatores biopsicossociais,
como questões educacionais e históricas, e também o
enfrentamento de perdas como possíveis explicações para esse
indicador36.
As mudanças sofridas no corpo geram uma dificuldade de convívio social
para as mulheres em tratamento do câncer de mama, principalmente devido ao
preconceito e estigma associado a essa enfermidade18. Isso está relacionado aos efeitos
secundários do tratamento, sendo os principais destes a menopausa e
alteração na produção de hormônios
sexuais9. Essas
alterações hormonais podem causar também problemas como secura
vaginal, dispareunia, até atrofia vaginal, o que traz mais um choque
psicológico para a mulher, tornando as relações sexuais
saudáveis um desafio37.
Quadro 3 - Principais fatores observados na mudança da qualidade de vida
pós-reconstrução mamária após a
análise dos artigos de Monteiro et al. (2015), Furlan et al. (2013),
NG et al. (2016)e Zhong et al. (2013).
Principais
mudanças após a mamoplastia de aumento
|
Sexualidade |
A
sexualidade aumentou significativamente, além da melhora na
satisfação sexual, não apresentando
diferença expressiva entre as pacientes que estavam ou
não em um relacionamento estável.
|
Autoestima |
A melhora da autoestima aparenta estar
diretamente relacionada com a idade da paciente, sendo que quanto
mais nova essa for, maior será o resultado em sua
função emocional.
|
Bem-estar
psicossocial
|
As
pacientes se mostram mais autoconfiantes, maior
aceitação sobre seu próprio corpo, fortalecidas
nos ambientes sociais e saudáveis emocionalmente.
|
Bem-estar físico |
Foram observadas poucas ou quase nenhuma
queixa de dor insuportável na área das mamas
após a cirurgia, se destacando apenas o aumento da
sensibilidade na área.
|
Quadro 3 - Principais fatores observados na mudança da qualidade de vida
pós-reconstrução mamária após a
análise dos artigos de Monteiro et al. (2015), Furlan et al. (2013),
NG et al. (2016)e Zhong et al. (2013).
Um estudo realizado com 47 pacientes obteve como resultado uma grande melhora da
sexualidade das mulheres submetidas à cirurgia de mamoplastia, apresentando
uma melhora na satisfação sexual e excitação19. Além deste, outros estudos
realizados apontaram que há um grande benefício na
realização da reconstrução mamária para pacientes
pós-mastectomizadas, relatando que as pacientes que ainda não passaram
por tal procedimento possuem maior fragilidade emocional4.
Diante de tantos impactos negativos causados à vida das mulheres em tratamento
para o câncer de mama, ainda há uma certa negligência por parte
dos profissionais em relação ao emocional feminino, o que é
inaceitável, já que corpo e mente se comungam13. Logo, é fundamental que os
profissionais da saúde apoiem estas pacientes, esclarecendo possíveis
dúvidas, dando suporte emocional e conduzindo da melhor forma o caso, para
que haja o menor impacto possível na vida da mulher38.
Com base na revisão dos artigos, é possível observar a
importância dos procedimentos estéticos na recuperação
física e psicológica das mulheres que passaram por um procedimento
tão agressivo quanto à mastectomia10. A intervenção cirúrgica
através da mastectomia pode ser realizada com métodos conservadores
como a quadrantectomia e nodulectomia ou métodos mais radicais que consistem
em total ablação da mama e músculos. Sabe-se que o emocional
dessas mulheres submetidas a esses procedimentos é afetado durante toda a
etapa do tratamento, porém, é principalmente no final deste que surgem
dificuldades de adaptação, restrições e até mesmo
repercussões negativas na vida sexual14.
As complicações das cirúrgicas estéticas de
reparação e reconstrução mamária são um
ponto de difícil resolução, visto que são inerentes de
qualquer procedimento médico, sendo esse de baixa ou alta complexidade.
Porém, o cirurgião deve atentar-se a fatores de risco como obesidade e
tabagismo, visto que estes são muito contribuintes para
complicações, além de ser fundamental a
realização de um bom pré-operatório, bem como um
rigoroso acompanhamento após a cirurgia38. O risco de realizar essa cirurgia estética, por ser
mínimo, é compensado por tantos benefícios proporcionados
à mulher, sendo os principais deles uma melhora da autoestima e sentimento de
maior feminilidade27.
No que diz respeito aos problemas de custeamento da cirurgia e outros mencionados
anteriormente, tais como possíveis complicações, torna-se
difícil propor soluções que consigam estabelecer um
cenário mais benéfico tanto para o sistema quanto para o
indivíduo. Uma solução possível seria melhorar o
rastreio ativo da população alvo, visto que no diagnóstico
precoce a quantidade de procedimentos, mortalidade, bem como o custo dos
procedimentos decai significativamente se comparado com a procura espontânea
pelos pacientes11.
Dessa forma o direito que as mulheres conquistaram, em 1999, de poder realizar o
procedimento através do SUS, associado ao fato desse procedimento ser
realizado logo após a mastectomia, foram marcos importantes na luta por uma
melhor qualidade de vida das mulheres vítimas do câncer de
mama31. Apesar dessa
conquista, somente em 2018, foi possível conquistar o direito de realizar a
reparação bilateral para manter a simetria dos seios através de
uma atualização na lei de 1999, garantindo um melhor resultado
estético e com bons impactos na qualidade de vida das mesmas11,26.
CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou que a realização de cirurgia plástica
em mulheres mastectomizadas tem um grande impacto em diversos pilares da sua vida,
sendo estes, psicológico, sexual, afetivo e social. Apesar de terem
conquistado vários direitos que abordam a mastectomia e suas
consequências, ainda existem adversidades que poderiam ser contornadas com
maior investimento nas áreas de prevenção secundária,
com o rastreamento ativo mais efetivo.
Essa medida seria importante para reduzir os custos do tratamento, visto que nos
estágios iniciais o câncer necessita de menos
intervenções e procedimentos menos onerosos e menos invasivos.
Quanto aos impactos psicológicos relacionados aos desdobramentos da cirurgia e
do tratamento, a preparação dos profissionais é essencial para
responder às dúvidas dessa paciente, bem como acolher seus anseios e
preocupações. Portanto, a naturalização do sofrimento
dessas pacientes não pode ocorrer, já que muitas vezes leva à
negligência no cuidado. E, parte importante desse cuidado,
humanização e dignificação da mulher ocorre já na
cirurgia de reconstrução, que visa devolver um símbolo
físico da sensualidade e orgulho feminino.
REFERÊNCIAS
1. World Health Organization (WHO). Global Cancer Observatory (GCO).
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1. Faculdade Dinâmica do Vale Do Piranga,
Ponte Nova, MG, Brasil.
Autor correspondente: Lúcia Meirelles
Lobão, Rua G, nº 205, Paraíso, Ponte Nova, MG,
Brasil, CEP 35430-302, E-mail: lucia.fadip@gmail.com
Artigo submetido: 09/04/2021.
Artigo aceito: 14/07/2021.
Conflitos de interesse: não há.
Instituição: Faculdade Dinâmica do Vale Do Piranga,
Ponte Nova, MG, Brasil.