INTRODUÇÃO
A popularidade da reconstrução mamária com prótese de silicone é explicada por sua
simplicidade técnica e fácil reprodutibilidade, menor morbidade local e menor tempo
cirúrgico quando comparada à reconstrução mamária com tecidos autólogos.
A cobertura completa da prótese por uma bolsa submuscular, a fim de prevenir a exposição
do implante quando de uma eventual deiscência da pele/ferida, tem sido há décadas
uma escolha mais segura para a reconstrução mamária imediata com prótese (RMIP).
Com a introdução de materiais de substituição de tecidos moles, biológicos ou sintéticos,
combinadas à bolsa submuscular criada, surgiu uma opção alternativa para realizar
uma RMIP em tempo único e com prótese de silicone de maiores volumes (>300cc).
Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica do uso de telas sintéticas e matrizes
biológicas na RMIP, comparando diferenças nos resultados estéticos, custos e nas complicações
mais relatadas, além da descrição da técnica cirúrgica empregada pelos autores e respectivos
resultados.
OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi identificar, através de uma revisão bibliográfica, se
há alguma diferença na eficiência cirúrgica na RMIP após a mastectomia utilizando
tela sintética em substituição à matriz biológica.
MÉTODOS
Uma pesquisa de literatura foi realizada (considerando o período dos cinco últimos
anos, preferencialmente), nos bancos de dados PubMed e BVS e que totalizaram 20 artigos
utilizando-se as palavras-chaves “mamoplastia” e “mastectomia” e “telas cirúrgicas”
e “matriz dérmica acelular” e “implantes de mama” e “complicações pós-operatórias”.
O número do parecer no comitê de ética médica foi: 4.193.275.
Técnica cirúrgica empregada pelos autores
Esta técnica cirúrgica foi utilizada desde fevereiro de 2019, em uma clínica privada
e instituição pública de saúde, com uso de tela Ultrapro®. Uma bolsa submuscular peitoral maior foi dissecada em pacientes submetidos à mastectomia
e que apresentavam um retalho cutâneo adequado, com um mínimo de 1cm de espessura
e de boa qualidade. A borda inferomedial do músculo peitoral (até 2° espaço intercostal)
foi elevada para colocação de um molde de silicone. A tela (malha) sintética foi suturada
a este bordo do músculo peitoral, ao longo de todo o seu curso inferior até o sulco
inframamário. Após escolha do implante, ele foi introduzido sob a tela sintética,
sendo este material fixado (com fio de sutura Vicryl® 2-0) lateralmente a nível de linha axilar anterior à fáscia dissecada do músculo
serrátil anterior e até o sulco inframamário na posição desejada. Dois drenos de sucção
foram colocados, um na bolsa submuscular e o outro no subcutâneo, através de acessos
cutâneos separados, seguidos de fechamento da ferida cirúrgica, por planos (Figuras 1 e 2).
Figura 1 - Localização anatômica da tela/matriz complementando a bolsa submuscular peitoral maior.
Figura 1 - Localização anatômica da tela/matriz complementando a bolsa submuscular peitoral maior.
Figura 2 - Intraoperatório, mama esquerda com tela UltraPro® 15x15cm fixado superiormente ao peitoral maior (já dissecado) e fixado inferior/lateralmente
à fáscia muscular do reto abdominal e serrátil anterior, respectivamente.
Figura 2 - Intraoperatório, mama esquerda com tela UltraPro® 15x15cm fixado superiormente ao peitoral maior (já dissecado) e fixado inferior/lateralmente
à fáscia muscular do reto abdominal e serrátil anterior, respectivamente.
Materiais utilizados universalmente na composição da bolsa submuscular:
Matriz dérmica acelular (ADM)
Uma malha biológica, também referida como matriz dérmica acelular (ADM) é um andaime
(esqueleto) de derme, produzido a partir de cadáver humano (Alloderm®, Allomax®, FlexHD® e DermaCell®), suíno (Strattice® e Permacol™), bovino (SurgiMend®) ou pericárdio bovino (Veritas®) constituído por uma lâmina flexível de tecido que é despojado de suas células antigênicas
através de um processamento químico específico. Este esqueleto biológico permite a
revascularização rápida do paciente (hospedeiro) e a respectiva repopulação celular,
otimizando o resultado cirúrgico.
Tela (malha) sintética
Os materiais não biológicos foram introduzidos como alternativas de baixo custo às
ADMs e estão disponíveis em materiais absorvíveis: Vicryl® (Ethicon Inc., EUA), SeraGyn® BR (Serag Wiessner, Alemanha) e TIGR® Matrix (Novus Scientific, Uppsala, Suécia); ou parcialmente absorvíveis: ULTRAPRO® (Ethicon Inc., EUA) e TiLOOP® Bra (Pfm Medicalis, Alemanha).
Atualização bibliográfica
Foram analisados 20 artigos retirados na base de dados PubMed e BVS nos últimos cinco
anos (preferencialmente) e que possibilitaram uma visão atualizada do emprego da tela
(malha) sintética e matriz dérmica acelular nas reconstruções mamárias imediatas e
nas evidências da necessidade de uma criteriosa seleção dos pacientes candidatos ao
emprego delas. A incidência de infecção, hematoma, necrose do retalho da pele, seroma,
extrusão ou perda de implante, contratura capsular foram influenciados por fatores
no pré e/ou intraoperatórios que incluíram: idade (mais de 65 anos), mamas grandes
(mais de 600g), ressecções cutâneas extensas e incisões em T invertido, obesidade
(IMC maior que 30kg/m2), tabagismo, diabetes, hipertensão, tempo de remoção longo do dreno no pós-operatório
(PO), radioterapia no pré/pós-operatório.
DISCUSSÃO
O uso de tela ou matriz na reconstrução mamária está associado a algumas complicações
como infecção, seroma, hematoma, contratura capsular, necrose do retalho da pele,
extrusão ou perda de implante. É claro que características inerentes aos pacientes
estão associadas ao aumento das taxas de complicações, com ou sem o uso de uma tela/matriz.
A seleção de pacientes é essencial para evitar complicações. Fatores de risco bem
identificados para complicações são bem conhecidos como: antecedentes de radioterapia
prévia ou indicação de radioterapia no pós-operatório, tabagismo ativo, faixa etária
acima de 65 anos, índice de massa corpórea (IMC) >30kg/m2, ressecção de grandes volumes mamários (>600g)1-3.
A presença de ptose mamária significativa (grau III e IV), a necessidade de grandes
ressecções cutâneas e/ou a escolha de uma incisão cutânea em T invertido promovem
um risco maior de necrose cutânea. O volume do implante deve ser adaptado para evitar
qualquer tensão no fechamento da ferida cirúrgica e a vascularização adequada dos
retalhos cutâneos da mastectomia deve ser rigorosamente observado, assim como a técnica
de dissecção durante a mastectomia deve ser cuidadosa na separação cutâneo-glandular,
preservando um retalho, sem irregularidades, com um mínimo de 1cm de espessura4-6.
Spear et al. (2008)7 encontraram um maior índice de complicações: 42,1% (p=0,002) entre pacientes irradiados e não irradiados mostrando que, em pacientes a
quem a radioterapia foi aplicada houve maiores taxas de contratura e perda de implante
(quando da substituição do expansor).
Nyame et al. (2011)8 realizaram um ensaio de vitalidade da Resazurin® que pode ser usado de forma confiável para quantificar a adesão bacteriana ao material
da matriz dérmica acelular ou material sintético. As cepas S. aureus SC-1 e UAMS-1 aderiram melhor aos materiais de matriz dérmica acelular (AlloDerm® versus FlexHD®) do que ao material sintético: Prolene®. A cepa de S. aureus também aderiu melhor ao Vicryl® do que ao Prolene®.
Jacobs et al. (2015)9 apresentaram uma revisão do emprego das ADM e telas sintéticas na reconstrução mamária
com prótese de silicone que permitiram diminuição do número de procedimentos cirúrgicos
(em relação ao expansor provisório) secundários à mastectomia. Salientaram o baixo
custo das telas sintéticas (absorvíveis ou não) como alternativa segura às ADMs apesar
do potencial regenerativo e de integração aos tecidos adjacentes das ADMs. Discutiram
algumas das principais complicações no pós-operatório tardio, como contratura capsular,
mal posição do implante, rippling, simastia e deformidades de animação (migração do implante superior ou lateralmente
quando ocorre contração do músculo peitoral maior).
Gschwantler-Kaulich et al. (2016)10 realizaram estudo prospectivo com 48 pacientes, divididas em 2 grupos; 25 pacientes
submetidas à reconstrução mamária com tela sintética inabsorvível (Tiloop®) e 23 pacientes utilizaram ADM de origem porcina (Protexa®). A idade média foi de 48 anos e o índice de massa corpórea (IMC): 24kg/m2. Diferentes incisões cirúrgicas foram utilizadas: inframamária: 14 pacientes, em
T invertido: 16 pacientes, periareolar ou raquete de tênis: 18 pacientes. Houve 9
complicações no grupo de ADM (3 seromas, 3 infecções, 2 deiscências em cicatrizes
cirúrgicas: T invertido e 1 paciente com síndrome da mama vermelha) (Figura 3).
Figura 3 - Necrose cutânea em extremidade distal de cicatriz (30° PO). Ressutura após desbridamento.
Apresentou "síndrome red breast" no quadrante inferior externo.
Figura 3 - Necrose cutânea em extremidade distal de cicatriz (30° PO). Ressutura após desbridamento.
Apresentou "síndrome red breast" no quadrante inferior externo.
No grupo que utilizou a tela sintética houve 6 complicações, sendo 1 seroma, 1 infecção,
2 hematomas e 2 deiscências em cicatrizes cirúrgicas (T invertido). Estas complicações
provocaram a perda do implante em 7 pacientes do grupo de ADM (30.4%) e 2 pacientes
no grupo da tela sintética (7,7%). Na avaliação após 6 meses de pós-operatório, houve
melhor resultado estético no grupo da tela sintética.
Bertozzi et al. (2017)4 enfatizaram a exigência (após mastectomia) de um retalho cutâneo com espessura mínima
de 1cm, bem vascularizado e, assim, diminuindo incidência de necrose cutânea. Recomendaram
a reconstrução imediata com prótese para mamas de até 600g e/ou ptoses leves. Afirmaram
contraindicação absoluta para mamas que serão irradiadas posteriormente.
Pukancsik et al. (2017)11 realizaram um estudo retrospectivo, de 2013 a 2016, com 102 pacientes submetidos
à reconstrução mamária imediata com uso de prótese de silicone e tela sintética parcialmente
absorvível Ultrapro®. A idade média das pacientes era de 43 anos, IMC de 23kg/m2. O volume médio dos implantes cirúrgicos foi de 480cc. A taxa média de complicações
foi de 18,3%, com taxa de reintervenção cirúrgica de 11,4%. Seroma foi a complicação
mais comum (5,1%) e infecção cutânea foi anotada em 8 pacientes (4,5%), porém, sem
a necessidade de remoção do implante de silicone ou tela sintética. Houve complicações
em 50% dos pacientes que tinham sido submetidas à radioterapia pré-operatória. Houve
retirada do implante de silicone em 7 pacientes (4%) devido à necrose cutânea e/ou
complexo areolopapilar. Os autores revelaram a grande diferença de custos da tela
sintética (30 euros) em relação à ADM ($1,825-$4,856 - dependendo do tamanho, espessura
e fabricante).
Machleidt et al. (2018)12 relataram a crescente utilização de materiais biológicos ou sintéticos na reconstrução
mamária com prótese de silicone. Fizeram um estudo prospectivo com 148 mamas utilizando
uma tela sintética parcialmente absorvível (Seragyn®) com seguimento médio de sete meses, pacientes com idade média de 49 anos, IMC de
24kg/m2. Em 38 pacientes (25,7%) houve seroma no pós-operatório, atribuído ao maior número
de pacientes submetidas às ressecções alargadas de pele e/ou abordagem cirúrgica da
axila. Em 21 pacientes (14,2%) houve complicações hemorrágicas, em 21 pacientes houve
infecções cutâneas, em 20 pacientes (13,5%) houve alterações na vascularização do
retalho cutâneo (Figura 4).
Figura 4 - Reconstrução mamária com prótese de silicone texturizada, redonda (450cc) + tela UltraPro® 15x15cm. Evoluiu com necrose marginal de bordos do retalho cutâneo da mastectomia.
Ressutura após 21 dias de pós-operatório.
Figura 4 - Reconstrução mamária com prótese de silicone texturizada, redonda (450cc) + tela UltraPro® 15x15cm. Evoluiu com necrose marginal de bordos do retalho cutâneo da mastectomia.
Ressutura após 21 dias de pós-operatório.
A tela sintética teve que ser removida em 11 pacientes (7,4%) devido à infecção cutânea
e em 5 pacientes (3,4%) devido às alterações na cicatrização cirúrgica. Estes pacientes
com complicações tiveram um peso médio da mama ressecada de 440g e um período médio
de permanência do dreno de 10 dias.
Gschwantler‐Kaulich et al (2018)13 realizaram um estudo retrospectivo, de 2008 a 2013, com 180 pacientes submetidos
à reconstrução mamária imediata - RMI (n=148, 82.2%) ou tardia (n=32, 17.8%), com
IMC=23,4 kg/m2. A reconstrução com prótese de silicone (sem retalhos autólogos à distância) correspondeu
a 62 pacientes (34,4%), dos quais em 33 pacientes (18,4%) foi utilizado: tela sintética
(Tiloop®) em 5 pacientes e em 28 pacientes foi utilizado ADM de origem porcina (Strattice®). Houve achados de maior incidência de complicações (hematoma/necrose de pele) neste
grupo de RMI (37.1%), em relação ao grupo de expansor permanente (10.5%) e no grupo
de reconstrução em dois tempos/expansor provisório (22.9%).
Após 46 meses de seguimento não houve diferença estatística significativa nos 3 grupos
em relação à perda do implante de silicone ou contratura capsular severa. Pacientes
submetidas à mastectomia poupadora de papila e imediata reconstrução mamária com prótese
de silicone apresentaram melhor resultados positivos no questionário sobre qualidade
de vida em relação ao interesse sexual/atividades e resultados estéticos.
Pompei et al. (2018)15 realizaram um estudo retrospectivo, de 2014 a 2016, com 49 pacientes submetidos à
reconstrução mamária imediata com uso de tela sintética absorvível TIGR®. A idade média era de 51 anos e apenas 8 pacientes (16,3%) tinham IMC acima de 30kg/m2. De um total de 60 telas utilizadas, 2 pacientes apresentaram seroma, um paciente
apresentou infecção cutânea (com necessidade de retirada da tela), 3 pacientes tiveram
necrose de pele (resultando na retirada de 1 tela), 3 pacientes apresentaram deiscência
de cicatriz cirúrgica e houve presença de hematoma em 4 pacientes. Encontraram evidências
que o índice de complicações em pacientes obesos era de 22%, em relação a pacientes
com IMC normal (2%).
Hallberg et al. (2018)16 realizaram um estudo retrospectivo (2015 a 2016) com 49 pacientes (65 mamas) que
utilizaram tela sintética TIGR® em reconstrução mamária com prótese de silicone. A idade média das pacientes era
de 46 anos, IMC de 23kg/m2. Foram utilizados 60 expansores teciduais (92.3%) e houve 15 mamas (23%) com complicações
nos primeiros 30 dias de pós-operatório, sendo 4 pacientes com complicações graves,
que provocaram a perda de 2 implantes de silicone (necrose cutânea e infecção cutânea),
e uma reoperação de urgência (hematoma seguido de tromboembolismo venoso, em paciente
com histórico de cardiopatia valvar prévia). A incisão cutânea mais utilizada foi
no sulco mamário: 39 mamas (61,9%). O peso médio das mamas ressecadas foi de 255g,
atribuído ao menor IMC das pacientes, com baixo índice de seroma (3,1%) e infecção
cutânea (1,5%).
Remington at al. (2019)14 relataram um estudo retrospectivo de 288 mamas reconstruídas com expansor de silicone
posicionado subpeitoral na metade superior e utilizado ADM (Alloderm®) na metade inferior e lateral. A idade média das pacientes era de 46 anos, IMC de
28kg/m2. Mastectomia poupadora de papila foi realizada em 124 pacientes (74,7%) e mastectomia
poupadora de pele foi realizada em 24 pacientes (14,5%). O volume médio de expansão
intraoperatória foi de 81ml, sendo necessário em média 4 expansões ambulatoriais para
atingir volume máximo de 520ml (na média das pacientes). O dreno de sucção foi retirado,
em média, após 15 dias. A taxa de infecção pós-operatória ficou em 16,9% e de necrose
cutânea da mastectomia ficou em 6,6%. A perda da reconstrução (retirada precoce do
expansor) ocorreu em 14 pacientes (8,4%). Correlacionaram um IMC maior que 27kg/m2 como fator predisponente para a necessidade de utilizar expansores maiores e consequente
maior chance de complicações no pós-operatório.
Hallberg et al. (2019)17 realizaram um estudo prospectivo de pacientes submetidas à reconstrução mamária imediata
com prótese de silicone. Um grupo (1) estudado de 2005 a 2014, com 116 mamas, utilizando
matriz biológica (Surgisis®) como complemento da bolsa submuscular e outro grupo (2) estudado de 2015 a 2016,
com 65 mamas, utilizando tela sintética (TIGR®). Havia similaridade nos grupos em relação à faixa etária e IMC. Houve índices de
contratura capsular semelhantes, porém o grupo 1 obteve uma menor satisfação cosmética.
Concluíram que havia evidências de bons resultados a longo prazo utilizando ambos
os materiais.
Bonomi et al. (2019)18 realizaram um estudo retrospectivo (2014 a 2016) com 56 pacientes que apresentavam
média a acentuadas hipertrofia e ptose mamárias, e foram submetidas à reconstrução
mamária imediata (após mastectomia) através de uma incisão cutânea em T invertido,
na Itália. Utilizaram um retalho dérmico desepitelizado sobre a bolsa submuscular
e tela sintética absorvível Vicryl® a fim de protegê-los de uma eventual necrose cutânea local. A reconstrução foi unilateral
em 50 pacientes com mamoplastia oposta em 45 pacientes. A idade média das pacientes
era de 47 anos, IMC de 23,8kg/m2. O volume médio das próteses de silicone foi de 520g e houve uma média de 20 dias
de utilização de dreno de sucção no pós-operatório. Figuras 5, 6 e 7. Dezesseis (16) pacientes apresentaram maiores complicações, sendo que 8 pacientes
apresentaram necrose parcial do retalho cutâneo da mastectomia. Não houve relato de
perda do implante de silicone.
Figura 5 - Trigésimo (30°) pós-operatório de reconstrução mamária bilateral com prótese de silicone
texturizada redonda, perfil alto (325cc) e tela UltraPro® 15x15cm cada.
Figura 5 - Trigésimo (30°) pós-operatório de reconstrução mamária bilateral com prótese de silicone
texturizada redonda, perfil alto (325cc) e tela UltraPro® 15x15cm cada.
Figura 6 - Paciente 78 anos, 5° pós-operatório de mastectomia esquerda e reconstrução com prótese
texturizada redonda 525cc e tela UltraPro® 15x15cm + mamoplastia redutora contralateral.
Figura 6 - Paciente 78 anos, 5° pós-operatório de mastectomia esquerda e reconstrução com prótese
texturizada redonda 525cc e tela UltraPro® 15x15cm + mamoplastia redutora contralateral.
Figura 7 - Trigésimo (30°) pós-operatório de reconstrução mamária bilateral com prótese de silicone
texturizada redonda, perfil alto (325cc mama direita/450cc mama esquerda) e tela UltraPro® 15x15cm cada.
Figura 7 - Trigésimo (30°) pós-operatório de reconstrução mamária bilateral com prótese de silicone
texturizada redonda, perfil alto (325cc mama direita/450cc mama esquerda) e tela UltraPro® 15x15cm cada.
Potter et al. (2019)19 realizaram um estudo retrospectivo (2014 a 2016) com 2.081 pacientes que se submeteram
à reconstrução mamária imediata, no Reino Unido. A idade média era de 49 anos. O peso
médio da mama ressecada era de 390g, com IMC<30 kg/m2 em 1.613 pacientes (77%). Houve mastectomia poupadora de pele em 1.161 pacientes
(55%), mastectomia poupadora de papila em 486 pacientes (23%) e outras 398 pacientes
(19%) realizaram mastectomia radical modificada. Um total de 1.638 pacientes (78%)
submeteram-se à reconstrução mamária em um único tempo e outras 453 pacientes (21%)
tiveram a utilização de expansor provisório. Houve utilização de ADM em 1.121 pacientes,
em 236 pacientes houve utilização de tela sintética e em 436 pacientes foi utilizado
retalho dérmico desepitelizado para composição da bolsa submuscular. Um seguimento
pós-operatório de 90 dias revelou que 182 pacientes (9%) tiveram perda do implante
de silicone, 522 pacientes (25%) tiveram tratamento de infecção cutânea e 370 pacientes
(18%) retornaram ao centro cirúrgico para correção de complicações. O estudo revelou
evidências que IMC elevado e tabagismo aumentam a chance de complicações cirúrgicas
nas reconstruções mamárias com implante de silicone.
Hanssona et al. (2020)20 concluíram que havia mais miofibroblastos e neovascularização nas matrizes biológicas
do que nas fibras sintéticas. Nas matrizes biológicas, as fibras de colágeno pareciam
estar alinhadas em um padrão irregular com fibras paralelas e verticais. Nas malhas
sintéticas havia mais células gigantes e reação do corpo estranho e as fibras de colágeno
estavam frouxas, bem alinhadas e orientadas paralelamente à superfície do implante.
A metaplasia sinovial foi vista na maioria das malhas biológicas e sintéticas.
CONCLUSÃO
O consenso dos dados apresentados mostrou que a RMIP com malhas sintéticas produziu
resultados estéticos comparáveis às ADMs, com menores custos e taxas de complicações.
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1. Clinica Privada, Cirurgia Plástica, Fortaleza, CE, Brasil.
2. Hospital Geral de Fortaleza, Cirurgia Plástica, Fortaleza, CE, Brasil.
Autor correspondente: Francisco Jose Fontenele Bezerra, Rua Barão de Aracati, 444/900, Meireles, Fortaleza, CE, Brasil. CEP: 60115-080 E-mail:
fco.fontenele@yahoo.com.br
Artigo submetido: 03/07/2020.
Artigo aceito: 23/04/2021.
Conflitos de interesse: não há.
COLABORAÇÕES
FJFB Análise e/ou interpretação dos dados, Análise estatística, Aprovação final do manuscrito,
Conceitualização, Concepção e desenho do estudo, Gerenciamento do Projeto, Metodologia,
Realização das operações e/ou experimentos, Redação - Preparação do original, Redação
- Revisão e Edição, Supervisão
RMGM Aprovação final do manuscrito, Conceitualização, Concepção e desenho do estudo, Validação