INTRODUÇÃO
Cerca de 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras no Brasil a cada ano. Na quase
totalidade desses acidentados, o diagnóstico que prevalece é o de queimaduras de 2º
grau superficial e/ou profundo1,2.
O curativo ideal para essas lesões é aquele que é de fácil obtenção, tenha boa
flexibilidade e aderência ao leito, resistência ao estiramento, fácil manipulação,
capacidade de suprimir a dor, baixo custo, seja de armazenamento simples e,
principalmente, previna as perdas hidroeletrolíticas, a contaminação bacteriana,
favoreça a epitelização das queimaduras e propicie formação do adequado tecido de
granulação, para os casos de enxertia3.
Substitutos temporários da pele e curativos sintéticos/biossintéticos têm sido
considerados úteis no tratamento de queimaduras superficiais, pois reduzem a
frequência de troca do curativo4. Entretanto,
esses materiais não são eficazes nas queimaduras profundas e têm alto custo5. Em função do custo, tem-se buscado nos
materiais biológicos alternativas para esse tratamento. Tecidos de origem animal,
como pele de porco e submucosa de intestino suíno, são alguns dos materiais
utilizados6.
Estudos recentes apontam a utilização da pele da Tilápia-do-Nilo (Oreochromis
niloticus) como biomaterial na medicina regenerativa, apresentando boa
aderência ao leito das feridas em ratos3 e
resultados satisfatórios em testes comparativos com a pele humana, nas análises
histológicas, histoquímica e tração tecidual6.
A pele da tilápia apresentou uma boa resistência à tração e à compressão7, com a possibilidade de que a mesma possa vir
a ser utilizada como curativo biológico em queimaduras. Reforça essa possibilidade,
a existência de peptídeos nesse tecido com possíveis funções antimicrobianas8-10.
OBJETIVO
Avaliar a eficácia da utilização da pele da Tilápia-do-Nilo como curativo biológico
oclusivo no manejo e tratamento de queimaduras de segundo grau superficial e
profundo em adultos em comparação ao curativo à base de hidrofibra com prata
(Aquacel AG®).
MÉTODOS
Foi realizado um estudo analítico, intervencional, do tipo estudo clínico aberto com
amostra de conveniência no Hospital São Marcos, Recife/PE. Esta pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco
(Parecer: 2.735.537). A avaliação clínica verificou as condições gerais de saúde e
os critérios de inclusão: Presença de queimaduras de II grau superficial e/ou
profundo, acometendo até 10% de superfície corporal queimada ; injúria ocorrida no
máximo há 72 horas; idade entre 20 a 60 anos; ausência de tratamento prévio para a
queimadura atual e de comorbidades significativas.
Foram selecionados 30 pacientes. Após os esclarecimentos iniciais e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram distribuídos aleatoriamente em
dois grupos: curativo biológico oclusivo com pele da Tilápia-do-Nilo (n = 15) e
tratamento convencional com hidrofibra com prata, Aquacel AG® (n =
15). O processo terapêutico aplicado aos pacientes está descrito no Quadro 1.
Quadro 1 - Processo terapêutico aplicado aos pacientes.
Visita 1 (screening):
|
|
|
• Aplicação do TCLE; |
|
• Avaliação clínica - Exame físico, sinais
vitais, dados antropométricos;
|
|
• Avaliação dos Critérios de Elegibilidade
(Critérios de Inclusão e Exclusão);
|
|
• Alocação no grupo teste ou controle (conforme
randomização);
|
|
• Obtenção da fotografia da lesão; |
|
• Preparo do curativo; |
|
Orientações sobre os procedimentos do protocolo
e aplicação da Escala Visual Analógica para dor (EVA)
|
Visitas de tratamento: |
|
• Avaliação clínica; |
|
• Avaliação do curativo - verificação se há
necessidade de substituição de apósitos nos grupos teste e
controle;
|
|
• Obtenção da fotografia da lesão; |
|
• Aplicação da EVA |
Visita Follow-up - 7
(± 3) dias após retirada do curativo:
|
|
• Avaliação clínica; |
|
• Obtenção da fotografia da lesão; |
|
• Alta do Estudo. |
Quadro 1 - Processo terapêutico aplicado aos pacientes.
As peles da Tilápia-do-Nilo são descontaminadas (clorexidina a 2% e glicerol em altas
concentrações) e esterilizadas (irradiação com gama cobalto 60) para garantir a
segurança de seu uso em seres humanos, além de serem realizados testes
microbiológicos para bactérias gram+, gram- e fungos, por amostragem (Figura 1).
Figura 1 - Pele da Tilápia-do-Nilo esterilizada e embalada para uso
humano.
Figura 1 - Pele da Tilápia-do-Nilo esterilizada e embalada para uso
humano.
Os procedimentos para ambos os grupos estão descritos no Quadro 2.
Quadro 2 - Procedimentos para tratamento no grupo teste e grupo controle.
|
Procedimentos |
Primeiro curativo |
• Retirada das bolhas ou da pele solta |
• Lavagem da lesão com água corrente e clorexidina degermante
a 2%
|
• Curativo |
• Grupo teste: Curativo biológico oclusivo com pele da
Tilápia-do-Nilo (n = 15) com a pele da Tilápia-do-Nilo
|
• Grupo controle: Tratamento convencional com hidrofibra com
prata (Aquacel AG®) (n = 15)
|
• Cobertura com gazes algodoadas, ataduras de crepe e rede
tubular elástica.
|
Retorno |
• Remoção da camada de atadura e gaze |
• Avaliação do curativo quanto à aderência ao leito da
lesão
|
• Substituição apenas quando não aderida |
Quadro 2 - Procedimentos para tratamento no grupo teste e grupo controle.
Os desfechos para esta pesquisa são:
Número de dias para a completa cicatrização da ferida. A lesão foi
considerada reparada quando a área reepitelizada correspondia a 95% ou
mais da queimadura inicial.
Avaliação da dor. Para essa mensuração, foi registrada pontuação da
Escala Visual Analógica (EVA). ZERO nenhuma dor e DEZ, a maior dor
sentida, durante a limpeza e após a aplicação do curativo. Em cada
retorno do paciente, o curativo foi avaliado, com novo registro
álgico.
Número de vezes em que houve necessidade da substituição de lâminas da
pele ou dos curativos de Aquacel AG®.
Os resultados foram analisados utilizando-se as estatísticas descritiva de
frequências absoluta e relativa, média e desvio-padrão. Para avaliação dos tipos de
tratamentos, foi utilizado o teste exato de Fisher. Nível de significância
p < 0,05. SPSS versão 20.0.
RESULTADOS
Em relação ao grau da queimadura, para o tratamento com pele da Tilápia-do-Nilo,
53,3% da amostra tinham queimaduras de 2º grau superficial, e 46,6% para o
tratamento com Aquacel AG®.
Na Tabela 1, destaca-se que o tratamento com a
pele da Tilápia-do-Nilo obteve uma média de dias de tratamento similar ao produto
comparativo (médias e desvio padrão de 9,6 ± 2,4 e 10,7 ± 4,5 dias,
respectivamente).
Tabela 1 - Estatísticas descritivas do número de dias (completa reepitelização da
ferida) em função do tratamento das queimaduras de II grau em adultos
realizado no Hospital São Marcos, Recife/PE - 2018.
|
Categorias |
Tipo de tratamento |
p-valor
|
|
Pele da Tilápia-do-Nilo |
Aquacel AG® |
Número de dias (alta) |
Mínimo |
5 |
4 |
0,36 |
Máximo |
14 |
19 |
Média |
9,6 |
10.7 |
Desvio Padrão |
2,4 |
4,5 |
Tabela 1 - Estatísticas descritivas do número de dias (completa reepitelização da
ferida) em função do tratamento das queimaduras de II grau em adultos
realizado no Hospital São Marcos, Recife/PE - 2018.
A Tabela 2 apresenta como resultado que o
paciente relatou dor maior que a pontuação 5 da EVA para ambos os tratamentos
durante a troca de curativos, não havendo diferença significante (p
> 0,05) entre os grupos, de acordo com o teste exato de Fisher.
Tabela 2 - Estatística do valor da pontuação da escala visual analógica para dor
durante a troca do curativo em função do tipo de tratamento aplicado para
queimaduras de II grau em adultos. Hospital São Marcos, Recife/PE -
2018.
|
|
Tipo de tratamento |
Total |
p-valor
|
|
|
|
Pele da Tilápia-do-Nilo |
Aquacel AG® |
Dor (durante a troca do curativo) |
≤ 5 pontos |
n |
5 |
3 |
8 |
0,68 |
|
% |
33,3% |
20,0% |
26,7% |
> 5 pontos |
n |
10 |
12 |
22 |
|
% |
66,7% |
80,0% |
73,3% |
Total |
|
n |
15 |
15 |
30 |
|
% |
100,0% |
100,0% |
100,0% |
Tabela 2 - Estatística do valor da pontuação da escala visual analógica para dor
durante a troca do curativo em função do tipo de tratamento aplicado para
queimaduras de II grau em adultos. Hospital São Marcos, Recife/PE -
2018.
Após a troca do curativo, foi realizada nova mensuração de pontuação pela EVA para
a
dor. Na Tabela 3, destaca-se que houve uma
diminuição da pontuação do registro do valor na escala para o tratamento com pele
da
Tilápia-do-Nilo em 86,7% dos pacientes. Pelo teste exato de Fisher, comprova-se que
não houve inferioridade entre os grupos (pele da Tilápia-do-Nilo e Aquacel
AG®).
Tabela 3 - Estatística do valor da pontuação da escala visual analógica para dor
após a aplicação do curativo em função do tipo de tratamento aplicado para
queimaduras de II grau em adultos. Hospital São Marcos, Recife/PE -
2018.
|
|
Tipo de tratamento |
Total |
p-valor
|
|
|
|
Pele da Tilápia-do-Nilo |
Aquacel AG® |
Dor (após aplicação do curativo) |
≤ 5 pontos |
n |
13 |
7 |
20 |
≤0,050 |
|
% |
86,7% |
46,7% |
66,7% |
> 5 pontos |
n |
2 |
8 |
10 |
|
% |
13,3% |
53,3% |
33,3% |
Total |
|
n |
15 |
15 |
30 |
|
% |
100,0% |
100,0% |
100,0% |
Tabela 3 - Estatística do valor da pontuação da escala visual analógica para dor
após a aplicação do curativo em função do tipo de tratamento aplicado para
queimaduras de II grau em adultos. Hospital São Marcos, Recife/PE -
2018.
A Tabela 4 expressa os valores referentes a
quantidade de substituições de peles ou de curativos necessários para a completa
reepitelização, representada pela alta do paciente. Constata-se que 60% dos
pacientes que foram tratados com a Tilápia-do-Nilo não tiveram suas peles
substituídas em qualquer momento do tratamento. No caso do curativo com Aquacel
AG®, 53,3% dos pacientes tiveram mais de uma substituição de
curativos. Considerando o valor de p = 0,71 (p
≥ 0,05), pode-se afirmar que não houve inferioridade do curativo da pele da
Tilápia-do-Nilo em relação ao Aquacel AG®.
Tabela 4 - Tabela cruzada do tipo de tratamento em função da variável: nº de
substituição de curativos, do tratamento das queimaduras de II grau em
adultos. Hospital São Marcos, Recife/PE - 2018.
&hML" xmlns:xlink="http://www.w3.org/1999/xlink" xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance" frame="hsides" rules="groups">
|
|
Tipo de tratamento |
Total |
p-valor
|
|
|
|
Pele da Tilápia-do-Nilo |
Aquacel AG® |
Número de substituições |
0 |
n |
9 |
7 |
16 |
0,71 |
|
% |
60% |
46,7% |
53,33% |
≥1 |
n |
6 |
8 |
14 |
|
% |
40% |
53,3% |
46,67% |
Total |
|
n |
15 |
15 |
30 |
|
% |
100% |
100,0% |
100% |
Tabela 4 - Tabela cruzada do tipo de tratamento em função da variável: nº de
substituição de curativos, do tratamento das queimaduras de II grau em
adultos. Hospital São Marcos, Recife/PE - 2018.
As Figuras 2 e 3 apresentam os resultados clínicos de dois casos clínicos de pacientes
da pesquisa, desde o primeiro atendimento até o momento da alta médica (completa
reepitelização).
Figura 2 - Caso clínico de paciente tratado com curativo biológico oclusivo com
pele da Tilápia-do-Nilo. A: Avaliação, limpeza da ferida e
mensuração da dor pela EVA; B: Curativo com a pele da
Tilápia-do-Nilo no 1º atendimento clínico e mensuração da dor (EVA);
C: Avaliação do curativo após 7 dias; D:
Completa reepitelização da ferida após 16 dias.
Figura 2 - Caso clínico de paciente tratado com curativo biológico oclusivo com
pele da Tilápia-do-Nilo. A: Avaliação, limpeza da ferida e
mensuração da dor pela EVA; B: Curativo com a pele da
Tilápia-do-Nilo no 1º atendimento clínico e mensuração da dor (EVA);
C: Avaliação do curativo após 7 dias; D:
Completa reepitelização da ferida após 16 dias.
Figura 3 - Caso clínico de paciente submetido ao tratamento convencional com
hidrofibra com prata (Aquacel AG®). A: Avaliação,
limpeza da ferida e mensuração da dor EVA; B: Curativo com
Aquacel AG® no 1º atendimento clínico e mensuração da dor (EVA);
C: Avaliação do curativo após 7 dias; D:
Completa reepitelização da ferida após 18 dias.
Figura 3 - Caso clínico de paciente submetido ao tratamento convencional com
hidrofibra com prata (Aquacel AG®). A: Avaliação,
limpeza da ferida e mensuração da dor EVA; B: Curativo com
Aquacel AG® no 1º atendimento clínico e mensuração da dor (EVA);
C: Avaliação do curativo após 7 dias; D:
Completa reepitelização da ferida após 18 dias.
DISCUSSÃO
Estudos apontam os líquidos quentes como os agentes térmicos que mais causam lesões
por queimaduras1,2,11,12. Nesta pesquisa,
45% dos casos foram decorrentes de líquidos superaquecidos.
Nas queimaduras, o tratamento e os cuidados objetivam propiciar ambiente adequado
para a reepitelização e controle de micro-organismos, que podem proliferar e
retardar o processo de cicatrização13. Assim,
o curativo biológico deve apresentar propriedades que evitem crescimentos
microbianos, promovam a epitelização ou favoreçam a formação do tecido de
granulação6,14.
Há registros de utilização de curativos com prata desde o século XVIII15. Várias propriedades deste material foram
estudadas, tais como: acelerar o período da cicatrização, ter atividades
antimicrobianas e promover a reepitelização em menor tempo. Apesar do conhecido
emprego em larga escala, algumas desvantagens, inclusive a citotoxidade, foram
consideradas para o estudo de outros materiais12,15,16.
Estamos distantes de um substituto cutâneo temporário ideal, mas o uso de curativos
biológicos constitui uma alternativa de tratamento com melhores resultados
funcionais e estéticos6,14. Neste sentido, a pele da Tilápia-do-Nilo é
apontada como um produto promissor.
A produção de tilápia representa 45,4% da produção total de peixes no Brasil, sendo
a
pele subproduto de descarte e apenas 1% empregada em artesanato. Deve ser submetida
a protocolos científicos para análise de seu comportamento em humanos. Pesquisas têm
sido desenvolvidas comparando a pele humana com a da tilápia6,7,14,17-20. Resultados favoráveis foram descritos quanto aos seus aspectos
histológicos, histoquímicos e propriedades tensiométricas18,20.
Nesta pesquisa, o produto foi aplicado no tratamento de 15 pacientes, sendo 53,3%
destes acometidos por queimaduras de 2º grau superficial, e 46,7%, por 2º grau
profundo.
Para o uso da pele animal como curativo oclusivo, faz-se necessário um rigoroso
protocolo de desinfecção e esterilização. Pesquisa recente indica que o uso de
esterilização química e radioesterilização são efetivas para o preparo da pele da
Tilápia- do-Nilo18. As peles utilizadas foram
cedidas pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade
Federal do Ceará, que é responsável pelo processamento de esterilização.
A pele da Tilápia se molda e adere à ferida, criando uma espécie de tampão, que evita
a contaminação e perda de líquidos.
Os resultados desta pesquisa evidenciaram que a média de dias de tratamento dos
pacientes com a pele da Tilápia-do-Nilo (9,6 ± 2,4) foi similar aos pacientes
tratados com Aquacel AG® (10,7 ± 4,5).
Quanto à dor sentida durante e após o curativo, a mensuração se deu via escala visual
analógica. O que se observa dos resultados é que, ao serem questionados sobre a dor
que estava sentindo por ocasião da limpeza inicial e o processo de aplicação dos
curativos, em ambos os grupos os pacientes apontaram pontuação maior que cinco na
escala, sem diferença significante entre os grupos.
Ao finalizar o processo clínico da aplicação do curativo, 86,7% dos pacientes do
grupo da pele da Tilápia-do-Nilo referiam sentir menos dor, comprovada pela sua
indicação na escala, com pontuação igual ou inferior a cinco. Pode-se concluir que
este é um efeito satisfatoriamente positivo, quando comparado ao Aquacel
AG® (46,7%), considerando que não houve inferioridade entre os
grupos (p = 0,05).
Dependendo da quantidade de exudato, avaliam-se as trocas das peles e dos curativos.
No entanto, quanto mais trocas, maior o risco de infecção, maior o custo do
tratamento e, o pior, maior a possibilidade do paciente sentir dor. Considerando
estes aspectos, ressalta-se que nos casos tratados com a pele da Tilápia-do-Nilo,
houve um menor número de substituições de curativo.
Em nove casos (60%) com o uso da pele da Tilápia-do-Nilo, não houve a necessidade
de
substituição de nenhum curativo, enquanto para o Aquacel AG®, em
53,3% dos casos, houve pelo menos uma substituição. Assim, considerando o valor de
p = 0,71 (p ≥ 0,05), pode-se afirmar
que não houve inferioridade do curativo da pele da Tilápia-do-Nilo em relação ao
Aquacel AG®.
Considerando todos os achados deste estudo, confirma-se a hipótese de que a pele da
Tilápia-do-Nilo é eficaz no manejo/tratamento de queimaduras de 2º grau em adultos,
comparativamente ao curativo à base de hidrofibra com prata (Aquacel
AG®).
CONCLUSÕES
Com base nos resultados desta pesquisa, pode-se confirmar que a pele da Tilápia-
do-Nilo é eficaz como curativo biológico oclusivo, no manejo/tratamento de
queimaduras de 2º grau em adultos. Em relação aos pacientes tratados com o curativo
com a pele da Tilápia-do-Nilo, a média de dias de tratamento (9,6 ± 2,4) foi similar
aos tratados com curativo com o Aquacel AG® (10,7 ± 4,5) para a
completa cicatrização ou reepitelização da ferida. Também, não houve inferioridade
da referência de dor do paciente após a aplicação do curativo, entre os pacientes
tratados com a pele da Tilápia-do-Nilo e os tratados com o Aquacel
AG®, e, finalmente, não houve inferioridade entre os curativos
com a pele da Tilápia-do-Nilo e o Aquacel AG®, quanto à
necessidade de substituição destes, durante o tratamento.
COLABORAÇÕES
MJBM
|
Análise e/ou interpretação dos dados; aquisição de financiamento; coleta
de dados; conceitualização; investigação; metodologia; realização das
operações e/ ou experimentos; redação - preparação do original; redação
- revisão e edição.
|
CTB
|
Análise estatística; aprovação final do manuscrito; conceitualização;
redação - revisão e edição; supervisão.
|
REFERÊNCIAS
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1. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
Autor correspondente: Marcelo José Borges de
Miranda Avenida Boa Viagem, nº 3296/102 - Boa Viagem, Recife, PE,
Brasil CEP 51020-001 E-mail: mborgesmais@hotmail.com
Artigo submetido: 30/10/2018.
Artigo aceito: 11/11/2018.
Conflitos de interesse: não há.