

Original Article - Year 2019 - Volume 34 - Issue 1
Xenoenxerto (pele da Tilápia-do-Nilo) e hidrofibra com prata no tratamento das queimaduras de II grau em adultos
Nile tilapia skin xenograft versus silver-based hydrofiber dressing in the treatment of second-degree burns in adults
RESUMO
Introdução: Estudos recentes apontam a utilização do curativo biológico com base em animais aquáticos como biomaterial na medicina regenerativa, apresentando boa aderência ao leito das feridas. O objetivo foi avaliar a eficácia da utilização da pele da Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) como curativo biológico oclusivo, no manejo/tratamento de queimaduras de 2º grau em adultos.
Métodos: Estudo clínico com 30 pacientes aleatoriamente tratados com pele da Tilápia-do-Nilo (n = 15) e hidrofibra com prata Aquacel Ag® (n =1 5).
Resultados: Em relação à duração, o tratamento com a pele da Tilápia-do-Nilo obteve uma média de dias de tratamento (9,6 ± 2,4) similar ao material comparativo (10,7 ± 4,5). Quanto ao relato de dor durante a troca de curativos, não houve diferença estatisticamente significante (p > 0,68) entre os grupos. Após a troca do curativo, não houve inferioridade no registro do valor na escala analógica de dor, em que 66,7% dos tratados com pele da Tilápia-do-Nilo relataram diminuição dos eventos álgicos. Constatou-se ainda que 60% dos pacientes tratados com a pele da Tilápia-do-Nilo não tiveram seus curativos substituídos em qualquer momento do tratamento. Para o curativo Aquacel AG®, 53,3% dos pacientes tiveram mais de uma substituição de curativos.
Conclusões: Com base na pesquisa, pode-se concluir que a pele da Tilápia-do-Nilo é eficaz como curativo biológico oclusivo. Houve similaridade entre os grupos para a média de dias de tratamento (completa cicatrização da ferida) e para o relato de dor durante a realização do curativo. Também, a não inferioridade relacionada a dor após os curativos e suas trocas (quando existentes) e na quantidade de substituições destes.
Palavras-chave: Queimaduras; Curativos oclusivos; Cicatrização; Curativos biológicos; Ciclídeos
ABSTRACT
Introduction: Recent studies have suggested the use of biological dressings made of aquatic animals as biomaterials in regenerative medicine since they demonstrate good adherence to the wound bed. The objective of this study was to evaluate the efficacy of Nile tilapia skin (Oreochromis niloticus) as an occlusive biological dressing in the management and treatment of second-degree burns in adults.
Methods: This clinical study included 30 patients randomly treated with Nile tilapia skin (n = 15) or Aquacel Ag® silver-based hydrofiber dressing (n = 15).
Results: The Nile tilapia skin yielded a similar mean treatment time (9.6 ± 2.4 days) to that of the comparative material (10.7 ± 4.5 days). There was no statistically significant intergroup difference (p > 0.68) in pain during dressing changes. No disadvantage in pain was noted, as 66.7% of patients treated with Nile Tilapia skin reported a decrease in pain events. Moreover, 60% of the patients treated with the Nile Tilapia skin did not require dressing replacement at any time during treatment. For the Aquacel AG® dressing, 53.3% of the patients required more than one dressing replacement.
Conclusions: Our findings suggest that the Nile tilapia skin is as effective as an occlusive biological dressing. The average treatment time (complete wound healing) and pain reports during dressing changes were similar between groups. Furthermore, pain after and number of dressing exchanges (when performed) were not worse.
Keywords: Burns; Occlusive dressings; Healing; Biological dressings; Cichlids
INTRODUÇÃO
Cerca de 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras no Brasil a cada ano. Na quase totalidade desses acidentados, o diagnóstico que prevalece é o de queimaduras de 2º grau superficial e/ou profundo1,2.
O curativo ideal para essas lesões é aquele que é de fácil obtenção, tenha boa flexibilidade e aderência ao leito, resistência ao estiramento, fácil manipulação, capacidade de suprimir a dor, baixo custo, seja de armazenamento simples e, principalmente, previna as perdas hidroeletrolíticas, a contaminação bacteriana, favoreça a epitelização das queimaduras e propicie formação do adequado tecido de granulação, para os casos de enxertia3.
Substitutos temporários da pele e curativos sintéticos/biossintéticos têm sido considerados úteis no tratamento de queimaduras superficiais, pois reduzem a frequência de troca do curativo4. Entretanto, esses materiais não são eficazes nas queimaduras profundas e têm alto custo5. Em função do custo, tem-se buscado nos materiais biológicos alternativas para esse tratamento. Tecidos de origem animal, como pele de porco e submucosa de intestino suíno, são alguns dos materiais utilizados6.
Estudos recentes apontam a utilização da pele da Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) como biomaterial na medicina regenerativa, apresentando boa aderência ao leito das feridas em ratos3 e resultados satisfatórios em testes comparativos com a pele humana, nas análises histológicas, histoquímica e tração tecidual6.
A pele da tilápia apresentou uma boa resistência à tração e à compressão7, com a possibilidade de que a mesma possa vir a ser utilizada como curativo biológico em queimaduras. Reforça essa possibilidade, a existência de peptídeos nesse tecido com possíveis funções antimicrobianas8-10.
OBJETIVO
Avaliar a eficácia da utilização da pele da Tilápia-do-Nilo como curativo biológico oclusivo no manejo e tratamento de queimaduras de segundo grau superficial e profundo em adultos em comparação ao curativo à base de hidrofibra com prata (Aquacel AG®).
MÉTODOS
Foi realizado um estudo analítico, intervencional, do tipo estudo clínico aberto com amostra de conveniência no Hospital São Marcos, Recife/PE. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (Parecer: 2.735.537). A avaliação clínica verificou as condições gerais de saúde e os critérios de inclusão: Presença de queimaduras de II grau superficial e/ou profundo, acometendo até 10% de superfície corporal queimada ; injúria ocorrida no máximo há 72 horas; idade entre 20 a 60 anos; ausência de tratamento prévio para a queimadura atual e de comorbidades significativas.
Foram selecionados 30 pacientes. Após os esclarecimentos iniciais e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: curativo biológico oclusivo com pele da Tilápia-do-Nilo (n = 15) e tratamento convencional com hidrofibra com prata, Aquacel AG® (n = 15). O processo terapêutico aplicado aos pacientes está descrito no Quadro 1.
Visita 1 (screening): | |
• Aplicação do TCLE; | |
• Avaliação clínica - Exame físico, sinais vitais, dados antropométricos; | |
• Avaliação dos Critérios de Elegibilidade (Critérios de Inclusão e Exclusão); | |
• Alocação no grupo teste ou controle (conforme randomização); | |
• Obtenção da fotografia da lesão; | |
• Preparo do curativo; | |
Orientações sobre os procedimentos do protocolo e aplicação da Escala Visual Analógica para dor (EVA) | |
Visitas de tratamento: | |
• Avaliação clínica; | |
• Avaliação do curativo - verificação se há necessidade de substituição de apósitos nos grupos teste e controle; | |
• Obtenção da fotografia da lesão; | |
• Aplicação da EVA | |
Visita Follow-up - 7 (± 3) dias após retirada do curativo: | |
• Avaliação clínica; | |
• Obtenção da fotografia da lesão; | |
• Alta do Estudo. |
As peles da Tilápia-do-Nilo são descontaminadas (clorexidina a 2% e glicerol em altas concentrações) e esterilizadas (irradiação com gama cobalto 60) para garantir a segurança de seu uso em seres humanos, além de serem realizados testes microbiológicos para bactérias gram+, gram- e fungos, por amostragem (Figura 1).
Os procedimentos para ambos os grupos estão descritos no Quadro 2.
Procedimentos | |
---|---|
Primeiro curativo | • Retirada das bolhas ou da pele solta |
• Lavagem da lesão com água corrente e clorexidina degermante a 2% | |
• Curativo | |
• Grupo teste: Curativo biológico oclusivo com pele da Tilápia-do-Nilo (n = 15) com a pele da Tilápia-do-Nilo | |
• Grupo controle: Tratamento convencional com hidrofibra com prata (Aquacel AG®) (n = 15) | |
• Cobertura com gazes algodoadas, ataduras de crepe e rede tubular elástica. | |
Retorno | • Remoção da camada de atadura e gaze |
• Avaliação do curativo quanto à aderência ao leito da lesão | |
• Substituição apenas quando não aderida |
Os desfechos para esta pesquisa são:
Número de dias para a completa cicatrização da ferida. A lesão foi
considerada reparada quando a área reepitelizada correspondia a 95% ou
mais da queimadura inicial.
Avaliação da dor. Para essa mensuração, foi registrada pontuação da
Escala Visual Analógica (EVA). ZERO nenhuma dor e DEZ, a maior dor
sentida, durante a limpeza e após a aplicação do curativo. Em cada
retorno do paciente, o curativo foi avaliado, com novo registro
álgico.
Número de vezes em que houve necessidade da substituição de lâminas da
pele ou dos curativos de Aquacel AG®.
Os resultados foram analisados utilizando-se as estatísticas descritiva de frequências absoluta e relativa, média e desvio-padrão. Para avaliação dos tipos de tratamentos, foi utilizado o teste exato de Fisher. Nível de significância p < 0,05. SPSS versão 20.0.
RESULTADOS
Em relação ao grau da queimadura, para o tratamento com pele da Tilápia-do-Nilo, 53,3% da amostra tinham queimaduras de 2º grau superficial, e 46,6% para o tratamento com Aquacel AG®.
Na Tabela 1, destaca-se que o tratamento com a pele da Tilápia-do-Nilo obteve uma média de dias de tratamento similar ao produto comparativo (médias e desvio padrão de 9,6 ± 2,4 e 10,7 ± 4,5 dias, respectivamente).
Categorias | Tipo de tratamento | p-valor | ||
---|---|---|---|---|
Pele da Tilápia-do-Nilo | Aquacel AG® | |||
Número de dias (alta) | Mínimo | 5 | 4 | 0,36 |
Máximo | 14 | 19 | ||
Média | 9,6 | 10.7 | ||
Desvio Padrão | 2,4 | 4,5 |
A Tabela 2 apresenta como resultado que o paciente relatou dor maior que a pontuação 5 da EVA para ambos os tratamentos durante a troca de curativos, não havendo diferença significante (p > 0,05) entre os grupos, de acordo com o teste exato de Fisher.
Tipo de tratamento | Total | p-valor | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Pele da Tilápia-do-Nilo | Aquacel AG® | |||||
Dor (durante a troca do curativo) | ≤ 5 pontos | n | 5 | 3 | 8 | 0,68 |
% | 33,3% | 20,0% | 26,7% | |||
> 5 pontos | n | 10 | 12 | 22 | ||
% | 66,7% | 80,0% | 73,3% | |||
Total | n | 15 | 15 | 30 | ||
% | 100,0% | 100,0% | 100,0% |
Após a troca do curativo, foi realizada nova mensuração de pontuação pela EVA para a dor. Na Tabela 3, destaca-se que houve uma diminuição da pontuação do registro do valor na escala para o tratamento com pele da Tilápia-do-Nilo em 86,7% dos pacientes. Pelo teste exato de Fisher, comprova-se que não houve inferioridade entre os grupos (pele da Tilápia-do-Nilo e Aquacel AG®).
Tipo de tratamento | Total | p-valor | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Pele da Tilápia-do-Nilo | Aquacel AG® | |||||
Dor (após aplicação do curativo) | ≤ 5 pontos | n | 13 | 7 | 20 | ≤0,050 |
% | 86,7% | 46,7% | 66,7% | |||
> 5 pontos | n | 2 | 8 | 10 | ||
% | 13,3% | 53,3% | 33,3% | |||
Total | n | 15 | 15 | 30 | ||
% | 100,0% | 100,0% | 100,0% |
A Tabela 4 expressa os valores referentes a quantidade de substituições de peles ou de curativos necessários para a completa reepitelização, representada pela alta do paciente. Constata-se que 60% dos pacientes que foram tratados com a Tilápia-do-Nilo não tiveram suas peles substituídas em qualquer momento do tratamento. No caso do curativo com Aquacel AG®, 53,3% dos pacientes tiveram mais de uma substituição de curativos. Considerando o valor de p = 0,71 (p ≥ 0,05), pode-se afirmar que não houve inferioridade do curativo da pele da Tilápia-do-Nilo em relação ao Aquacel AG®.
As Figuras 2 e 3 apresentam os resultados clínicos de dois casos clínicos de pacientes da pesquisa, desde o primeiro atendimento até o momento da alta médica (completa reepitelização).
DISCUSSÃO
Estudos apontam os líquidos quentes como os agentes térmicos que mais causam lesões por queimaduras1,2,11,12. Nesta pesquisa, 45% dos casos foram decorrentes de líquidos superaquecidos.
Nas queimaduras, o tratamento e os cuidados objetivam propiciar ambiente adequado para a reepitelização e controle de micro-organismos, que podem proliferar e retardar o processo de cicatrização13. Assim, o curativo biológico deve apresentar propriedades que evitem crescimentos microbianos, promovam a epitelização ou favoreçam a formação do tecido de granulação6,14.
Há registros de utilização de curativos com prata desde o século XVIII15. Várias propriedades deste material foram estudadas, tais como: acelerar o período da cicatrização, ter atividades antimicrobianas e promover a reepitelização em menor tempo. Apesar do conhecido emprego em larga escala, algumas desvantagens, inclusive a citotoxidade, foram consideradas para o estudo de outros materiais12,15,16.
Estamos distantes de um substituto cutâneo temporário ideal, mas o uso de curativos biológicos constitui uma alternativa de tratamento com melhores resultados funcionais e estéticos6,14. Neste sentido, a pele da Tilápia-do-Nilo é apontada como um produto promissor.
A produção de tilápia representa 45,4% da produção total de peixes no Brasil, sendo a pele subproduto de descarte e apenas 1% empregada em artesanato. Deve ser submetida a protocolos científicos para análise de seu comportamento em humanos. Pesquisas têm sido desenvolvidas comparando a pele humana com a da tilápia6,7,14,17-20. Resultados favoráveis foram descritos quanto aos seus aspectos histológicos, histoquímicos e propriedades tensiométricas18,20.
Nesta pesquisa, o produto foi aplicado no tratamento de 15 pacientes, sendo 53,3% destes acometidos por queimaduras de 2º grau superficial, e 46,7%, por 2º grau profundo.
Para o uso da pele animal como curativo oclusivo, faz-se necessário um rigoroso protocolo de desinfecção e esterilização. Pesquisa recente indica que o uso de esterilização química e radioesterilização são efetivas para o preparo da pele da Tilápia- do-Nilo18. As peles utilizadas foram cedidas pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará, que é responsável pelo processamento de esterilização.
A pele da Tilápia se molda e adere à ferida, criando uma espécie de tampão, que evita a contaminação e perda de líquidos.
Os resultados desta pesquisa evidenciaram que a média de dias de tratamento dos pacientes com a pele da Tilápia-do-Nilo (9,6 ± 2,4) foi similar aos pacientes tratados com Aquacel AG® (10,7 ± 4,5).
Quanto à dor sentida durante e após o curativo, a mensuração se deu via escala visual analógica. O que se observa dos resultados é que, ao serem questionados sobre a dor que estava sentindo por ocasião da limpeza inicial e o processo de aplicação dos curativos, em ambos os grupos os pacientes apontaram pontuação maior que cinco na escala, sem diferença significante entre os grupos.
Ao finalizar o processo clínico da aplicação do curativo, 86,7% dos pacientes do grupo da pele da Tilápia-do-Nilo referiam sentir menos dor, comprovada pela sua indicação na escala, com pontuação igual ou inferior a cinco. Pode-se concluir que este é um efeito satisfatoriamente positivo, quando comparado ao Aquacel AG® (46,7%), considerando que não houve inferioridade entre os grupos (p = 0,05).
Dependendo da quantidade de exudato, avaliam-se as trocas das peles e dos curativos. No entanto, quanto mais trocas, maior o risco de infecção, maior o custo do tratamento e, o pior, maior a possibilidade do paciente sentir dor. Considerando estes aspectos, ressalta-se que nos casos tratados com a pele da Tilápia-do-Nilo, houve um menor número de substituições de curativo.
Em nove casos (60%) com o uso da pele da Tilápia-do-Nilo, não houve a necessidade de substituição de nenhum curativo, enquanto para o Aquacel AG®, em 53,3% dos casos, houve pelo menos uma substituição. Assim, considerando o valor de p = 0,71 (p ≥ 0,05), pode-se afirmar que não houve inferioridade do curativo da pele da Tilápia-do-Nilo em relação ao Aquacel AG®.
Considerando todos os achados deste estudo, confirma-se a hipótese de que a pele da Tilápia-do-Nilo é eficaz no manejo/tratamento de queimaduras de 2º grau em adultos, comparativamente ao curativo à base de hidrofibra com prata (Aquacel AG®).
CONCLUSÕES
Com base nos resultados desta pesquisa, pode-se confirmar que a pele da Tilápia- do-Nilo é eficaz como curativo biológico oclusivo, no manejo/tratamento de queimaduras de 2º grau em adultos. Em relação aos pacientes tratados com o curativo com a pele da Tilápia-do-Nilo, a média de dias de tratamento (9,6 ± 2,4) foi similar aos tratados com curativo com o Aquacel AG® (10,7 ± 4,5) para a completa cicatrização ou reepitelização da ferida. Também, não houve inferioridade da referência de dor do paciente após a aplicação do curativo, entre os pacientes tratados com a pele da Tilápia-do-Nilo e os tratados com o Aquacel AG®, e, finalmente, não houve inferioridade entre os curativos com a pele da Tilápia-do-Nilo e o Aquacel AG®, quanto à necessidade de substituição destes, durante o tratamento.
COLABORAÇÕES
MJBM |
Análise e/ou interpretação dos dados; aquisição de financiamento; coleta de dados; conceitualização; investigação; metodologia; realização das operações e/ ou experimentos; redação - preparação do original; redação - revisão e edição. |
CTB |
Análise estatística; aprovação final do manuscrito; conceitualização; redação - revisão e edição; supervisão. |
REFERÊNCIAS
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1. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
Autor correspondente: Marcelo José Borges de Miranda Avenida Boa Viagem, nº 3296/102 - Boa Viagem, Recife, PE, Brasil CEP 51020-001 E-mail: mborgesmais@hotmail.com
Artigo submetido: 30/10/2018.
Artigo aceito: 11/11/2018.
Conflitos de interesse: não há.