INTRODUÇÃO
A reconstrução cutânea e de tecidos moles na região ao redor do joelho é
frequentemente desafiadora para o cirurgião plástico e tem como objetivo fornecer
uma aparência estética aceitável associada a boa função articular do joelho1. Um tecido bem vascularizado é necessário para
garantir boa cicatrização da ferida, estando os retalhos locais e livres entre as
opções cirúrgicas.
Retalhos locais geralmente estão dentro ou próximos da lesão e possuem limitações
quanto ao tamanho e comprimento do pedículo vascular, que é relativamente
pequeno2. Quanto aos retalhos livres, além
de ser um procedimento mais complexo na escada reconstrutiva da cirurgia plástica,
existe dificuldade técnica da anastomose microvascular devido a profundidade dos
vasos receptores3,4.
O planejamento cirúrgico requer considerar a técnica mais simples que leve ao
fechamento da ferida, com mínima morbidade na área doadora5. O retalho fasciocutâneo anterolateral da coxa reverso ,
descrito pela primeira vez em 1990 por Zhang et al., parece ser uma opção efetiva
e
duradora na reconstrução de defeitos ao redor do joelho. Possui um longo comprimento
do pedículo vascular e grande tamanho da porção cutâneo1,4,5. Desde então,
alguns trabalhos têm sido publicados na literatura com sucesso do uso do retalho
anterolateral (ALT) reverso no tratamento de lesões ao redor do joelho, entretanto
poucos são os relatos do seu uso em defeitos localizados na fossa poplítea6.
Neste trabalho, será apresentada uma série de casos de pacientes submetidos à
reconstrução de fossa poplítea e região proximal e da perna com retalho
fasciocutâneo ALT reverso.
OBJETIVO
Demonstrar a experiência do serviço de cirurgia plástica reconstrutiva do Hospital
do
Trabalhador - UFPR, em Curitiba, PR, com o retalho ALT da coxa reverso para
reconstrução de membros inferiores. Comprovar a segurança, versatilidade e
reprodutibilidade desse retalho para reconstruções de grandes feridas em regiões de
coxa inferior, joelho, fossa poplítea e terço proximal da perna.
MÉTODOS
Foram selecionados todos os casos de retalho ALT da coxa reverso operados nos últimos
18 meses nesse serviço de cirurgia plástica e reconstrutiva, sendo um total de 4
casos, dos quais 3 foram para reconstrução de fossa poplítea e 1 para reconstrução
de terço superior da perna. Realizou-se um follow-up de 2 a 18
meses desses pacientes e foram realizados questionamentos quanto à função do membro,
estética e satisfação global com o procedimento. Também foram levantadas todas as
complicações cirúrgicas inerentes ao procedimento e outras intervenções
necessárias.
A técnica de levantamento do retalho anterolateral da coxa reverso foi realizada como
o descrito nos seguintes passos: 1. A marcação da área doadora compreendeu uma
elipse do tamanho da ferida previamente desbridada, no qual o centro compreendia o
ponto médio de uma linha traçada entre a crista ilíaca anterossuperior e a borda
lateral da patela (Figura 1). 2. Incisão da
porção medial da marcação. 3. Dissecção subfascial de medial para lateral,
localizando a perfurante do ramo descendente da artéria circunflexa lateral femoral
(ACFL). 4. Incisão da porção lateral do retalho e descolamento do retalho
fasciocutâneo. 5. Dissecar a artéria perfurante desde o tronco da ACFL até a artéria
Genicular Superior Lateral (AGSL). 6. Pinçamento e secção da porção proximal da
ACFL, sendo o retalho nutrido pela AGSL. 7. Confecção de túnel subcutâneo na região
do joelho.
Figura 1 - Retalho anterolateral da coxa reverso. Desenho esquemático.
Figura 1 - Retalho anterolateral da coxa reverso. Desenho esquemático.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa do Hospital do Trabalhador,
sendo o número de registro: 69703617.9.0000.5225
RESULTADOS
Caso 1
Masculino, 24 anos, sofreu queda de 2 metros de altura com fratura de platô
tibial, tratado cirurgicamente com colocação de duas placas por acesso
posterior, que evoluiu com infecção e deiscência de ferida operatória. Após oito
meses de tratamento conservador, foi proposta a utilização do retalho
anterolateral da coxa reverso.
Exame físico evidenciava uma ferida instável de 3x3cm em região de fossa poplítea
com contratura dos tecidos adjacentes (Figura 2).
Figura 2 - Lesão inicial do caso 1.
Figura 2 - Lesão inicial do caso 1.
Iniciou-se a cirurgia com a excisão da ferida e desbridamento do tecido
cicatricial ao redor. O retalho foi liberado de acordo com a técnica descrita em
nossa metodologia. O retalho então foi transposto para o defeito na fossa
poplítea, passando através de um túnel subcutâneo criado na região medial do
joelho (Figura 3). A área doadora foi
fechada primariamente e foi colocada uma tala gessada, mantendo o joelho em
extensão, no intuito de prevenir acotovelamento do pedículo vascular. Ficou com
bom aspecto no pós operatório imediato e com 10 meses de pós operatório. (Figuras 4 e 5).
Figura 3 - Mobilização do retalho no caso 1.
Figura 3 - Mobilização do retalho no caso 1.
Figura 4 - Resultado final do caso 1.
Figura 4 - Resultado final do caso 1.
Figura 5 - 10 meses de pós-operatório do caso 1.
Figura 5 - 10 meses de pós-operatório do caso 1.
Caso 2
Feminino, 30 anos, com história de fratura exposta de tíbia proximal, tratada com
fixadores externos Ilisarov, evoluiu com grande retração cicatricial e ferida
instável que limitava a flexão completa da perna esquerda.
Exame físico evidenciava uma ferida instável de 2,5x2,5cm em região proximal da
perna, anterolateral (Figura 6). Foi assim
planejado reconstrução da região com retalho anterolateral da coxa reverso.
Figura 6 - Vista anterior da lesão inicial do caso 2.
Figura 6 - Vista anterior da lesão inicial do caso 2.
Iniciou-se a cirurgia com a dissecção e localização da AGLS, uma vez que esta
paciente possuía retração na região anatômica da AGLS , então seguiu-se para a
excisão da ferida e desbridamento do tecido cicatricial ao redor. Os próximos
passos se deram como descrito na metodologia, com uma única diferença: nesse
caso não foi necessária a confecção de túnel para o pedículo, visto que a
incisão se comunicou com a ressecção da ferida. Ao final do procedimento foi
colocado um dreno suctor na área doadora e receptora. Ficou com bom aspecto ao
final (Figura 7).
Figura 7 - Resultado final do caso 2.
Figura 7 - Resultado final do caso 2.
Caso 3
Feminino, 40 anos, com história de ressecção de um lipossarcoma em região
poplítea direita, complementada por radioterapia pós-ressecção, evolui u com
grande ferida crônica e radiodermite local por um período de 3 anos.
Exame físico evidenciava uma ferida instável de 7x4cm em fossa poplítea direita
(Figura 8). Foi assim planejado
reconstrução da região com retalho anterolateral da coxa reverso (Figura 9).
Figura 8 - Lesão inicial, vista posterior do caso 3.
Figura 8 - Lesão inicial, vista posterior do caso 3.
Figura 9 - Marcação do retalho do caso 3.
Figura 9 - Marcação do retalho do caso 3.
A marcação da área doadora e liberação do retalho segui u os passos descritos na
metodologia. Neste caso havia uma variação anatômica que dificultou muito a
dissecção da artéria, pois a perfurante da ACFL que nutria o retalho tinha
origem muito proximal, o nível da ligadura ficou quase na emergência da artéria
femoral profunda. Após a confirmação do fluxo retrógrado adequado da artéria
genicular superior lateral, foi realizada a ligadura com segurança da ACFL
proximalmente. Em seguida, realizou-se a exérese da ferida crônica juntamente
com a área de radiodermite (Figura 10), e
o retalho foi transposto para o defeito na fossa poplítea, passando através de
um túnel subcutâneo criado na região lateral do joelho (Figuras 11 e 12).
Ficou com bom aspecto final tanto a ferida quanto área doadora (Figuras 12 e 13) e também com 3 meses de pós operatório (Figura 14)
Figura 10 - Marcação da lesão inicial, vista posterior do caso 3.
Figura 10 - Marcação da lesão inicial, vista posterior do caso 3.
Figura 11 - Liberação do retalho do caso 3.
Figura 11 - Liberação do retalho do caso 3.
Figura 12 - Aspecto final da lesão do caso 3.
Figura 12 - Aspecto final da lesão do caso 3.
Figura 13 - Aspecto final da área doadora do caso 3.
Figura 13 - Aspecto final da área doadora do caso 3.
Figura 14 - 3 meses pós-operatório do caso 3.
Figura 14 - 3 meses pós-operatório do caso 3.
Caso 4
Paciente, masculino, 35 anos apresentava um grande fibrossarcoma de fossa
poplítea direita, com infiltração de estruturas nobres.
Exame físico evidenciava grande tumoração em fossa poplítea direita de 10x10cm,
fixo à profundidade, ressonância magnética de joelho direito identificou invasão
de nervo fibular comum, cápsula articular posterior do joelho e cabeças medial e
lateral do músculo gastrocnêmio do membro inferior direito. Não foi identificada
invasão de artéria poplítea ou artérias geniculares laterais. Foi assim
planejado ressecção do tumor com reconstrução da região com retalho
anterolateral da coxa reverso.
A marcação da área doadora compreendeu um fuso do tamanho da área que iria ser
ressecada (Figura 15). O cirurgião
oncológico iniciou a cirurgia com ressecção ampla com margens de segurança e
livres de tumor, a ressecção foi profundamente até a capsula articular posterior
do joelho, englobando 15 cm de nervo fibular comum e inserção das cabeças medial
e lateral do músculo gastrocnêmio (Figura 16).
Figura 15 - Marcação do retalho do caso 4.
Figura 15 - Marcação do retalho do caso 4.
Figura 16 - Lesão pós-debridamento, vista posterior, do caso 4.
Figura 16 - Lesão pós-debridamento, vista posterior, do caso 4.
Em seguida, iniciou-se a reconstrução da fossa poplítea com dissecção do nervo
sural para enxerto microcirúrgico e reanastomose nervosa com interposição de
enxerto do nervo fibular comum. A sutura nervosa realizada foi epineural com uso
de cola de fibrina. Feito o enxerto nervoso, iniciou-se a dissecção do retalho
anterolateral da coxa reverso, seguindo a técnica descrita na metodologia (Figura 17).
Figura 17 - 14 dias pós-operatório do caso 4.
Figura 17 - 14 dias pós-operatório do caso 4.
Os pacientes dos casos 1 ao 4 foram acompanhados por 18, 11, 4 e 2 meses,
respectivamente. A única complicação ocorreu no caso 2, em que houve um
sofrimento de 15% da área do retalho por um hematoma no pós operatório. O
retalho debridado e posteriormente enxertado com sucesso. No caso 1 foi
realizado um emagrecimento do retalho com lipoaspiração. Nos casos 3 e 4 não
houve outras intervenções.
Em relação à função do membro e resolução do problema de base todos os casos
mostraram resultados bons. Do ponto de vista estético, o único caso que houve
necessidade de reabordagem foi o caso 2, levando a um prejuízo estético
reclamado pela paciente. Finalmente, os pacientes foram indagados sobre o
resultado global do seu procedimento, mostrando-se todos satisfeitos.
DISCUSSÃO
A região do joelho e fossa poplítea tem características inerentes que podem fazer
uma
ferida pequena tornar-se um desafio. Defeitos de partes moles desta região podem vir
acompanhados de osso ou tendão exposto, além de limitação na amplitude de
movimentação articular do joelho1.
O aspecto cutâneo da região anterolateral da coxa tem uma rede de comunicação
vascular excelente, o que permite a elevação de grandes retalhos ALT com apenas uma
perfurante de bom calibre7. Neste cenário, o
retalho ALT reverso é uma opção bem estabelecida quando se está diante de defeitos
na região do joelho e têm crescido em popularidade8.
A base vascular deste retalho é a anastomose entre o ramo descendente da artéria
circunflexa femoral lateral (ACFL) e da artéria genicular superior lateral (AGSL),
que está localizada cerca de 3 a 10 cm acima da borda lateral da patela. Esta
conexão mantém uma perfusão cutânea constante através do fluxo sanguíneo retrógrado,
claramente descrito por Pan et al.6, que é
suficiente para a sobrevivência do retalho (Figura 1).
Existem muitas vantagens do retalho ALT reverso: 1. Pedículo longo, com grande
calibre e com suprimento sanguíneo suficiente; 2. Grande tamanho e grande amplitude
do arco de rotação; 3 . Espessura do retalho é mais fina que de retalhos musculo
cutâneo; 4. Pequena morbidade da área doadora4,9.
Dentre os inconvenientes descritos neste procedimento, estão o risco de congestão
venosa devido ao longo fluxo retrógrado e o comprometimento arterial devido à
compressão ou acotovelamento do pedículo4, o
que aconteceu em apenas um caso (caso 2) devido a hematoma sob o retalho, nos demais
casos não houve nenhuma complicação.
Por se tratar de um re talho fasciocutâneo e de possível fechamento primário da área
doadora, o retalho ALT reverso gera uma sequela puramente estética. Outra opção de
retalho a ser utilizado na reconstrução de lesões dessa região é o retalho do
músculo gastrocnêmico, que acaba gerando uma sequela funcional do membro.
Os retalhos livres são também outra opção para reconstruções dessa região, porém para
confecção destes é necessário um profissional altamente especializado, além de
materiais específicos como o microscópio cirúrgico, sendo muitas vezes uma opção
inviável em regiões menos favorecidas economicamente. Embora a técnica de
descolamento do retalho ALT reverso seja trabalhosa, para realizar esse retalho não
é necessária a utilização de nenhum material especial. Sendo assim, ela pode ser
feita mesmo em regiões com poucos recursos, poupando a realização de uma
microcirurgia.
CONCLUSÃO
Baseado no exposto, o retalho ALT reverso mostrou-se uma opção viável e reprodutível,
apresentando bom resultado funcional e estético adequado para a reconstrução cutânea
e de tecidos moles na região de fossa poplítea, região do joelho e região superior
da perna.
COLABORAÇÕES
GSSJ
|
Análise e/ou interpretação dos dados; aprovação final do manuscrito;
coleta de dados; concepção e desenho do estudo; gerenciamento do
projeto; metodologia; realização das operações e/ou experimentos;
redação - preparação do original; redação - revisão e edição;
validação.
|
RSF
|
Análise e/ou interpretação dos dados; aprovação final do manuscrito;
coleta de dados; concepção e desenho do estudo; gerenciamento do
projeto; metodologia; redação - preparação do original; redação -
revisão e edição.
|
JRN
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; coleta de dados; concepção e desenho do estudo;
gerenciamento do projeto; metodologia; redação - preparação do original;
validação.
|
AGM
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; coleta de dados; concepção e desenho do estudo;
gerenciamento do projeto; metodologia; redação - preparação do
original.
|
DRP
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; coleta de dados; concepção e desenho do estudo;
gerenciamento do projeto; metodologia; redação - preparação do
original
|
RFRM
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; coleta de dados; concepção e desenho do estudo;
gerenciamento do projeto; metodologia; redação - preparação do
original
|
VRS
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; coleta de dados; concepção e desenho do estudo;
gerenciamento do projeto; metodologia; redação - preparação do
original
|
ABP
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; coleta de dados; concepção e desenho do estudo;
gerenciamento do projeto; metodologia; redação - preparação do
original
|
REFERÊNCIAS
1. Demirseren ME, Efendioglu K, Demiralp CO, Kilicarslan K, Akkaya H.
Clinical experience with a reverse-flow anterolateral thigh perforator flap for
the reconstruction of soft-tissue defects of the knee and proximal lower leg. J
Plast Reconstr Aesthet Surg. 2011;64(12):1613-20.
2. Sahin I, Guzey S, Aykan A, Nisanci M. The Reverse Fasciocutaneous
ALT Flap Harvested From Deeply Wounded and Scarred Area for Reconstruction of
the Knee: A Case Report. Int J Low Extrem Wounds.
2016;15(2):136-8.
3. Wang XC, Lu Q, Li XF, Burd A, Zhao BC, Wang YY, et al. Reversed
anterolateral thigh adipofascial flap for knee and proximal calf defects. Burns.
2008;34(6):868-72.
4. Sadigh PL, Wu CJ, Shih HS, Jeng SF. Reverse Anterolateral Thigh Flap
to Revise a Below-knee Amputation Stump at the Mid-tibial Level. Plast Reconstr
Surg Glob Open. 2014;1(9):e88.
5. Zhang G. Reversed anterolateral thigh island flap and myocutaneous
flap transplantation. Zhonghua Yi Xue Za Zhi.
1990;70(12):676-8.
6. Pan SC, Yu JC, Shieh SJ, Lee JW, Huang BM, Chiu HY. Distally based
anterolateral thigh flap: an anatomic and clinical study. Plast Reconstr Surg.
2004;114(7):1768-75.
7. Saint-Cyr M, Wong C, Schaverien M, Mojallal A, Rohrich RJ. The
perforasome theory: vascular anatomy and clinical implications. Plast Reconstr
Surg. 2009;124(5):1529-44.
8. Liu TY, Jeng SF, Yang JC, Shih HS, Chen CC, Hsieh CH. Reconstruction
of the skin defect of the knee using a reverse anterolateral thigh island flap:
cases report. Ann Plast Surg. 2010;64(2):198-201.
9. Zhou G, Zhang QX, Chen GY. The earlier clinic experience of the
reverse-flow anterolateral thigh island flap. Br J Plast Surg.
2005;58(2):160-4.
1. Hospital do Trabalhador de Curitiba, Curitiba,
PR, Brasil.
2. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR,
Brasil.
Autor correspondente: Guataçara Schenfelder Salles-Junior, Avenida
Republica Argentina, nº 4406 - Novo Mundo, Curitiba, PR, Brasil, CEP 81050-000.
E-mail: guatajr@yahoo.com.br
Artigo submetido: 8/4/2018.
Artigo aceito: 1/10/2018.
Conflitos de interesse: não há.