RESUMO
INTRODUÇÃO: As fibromatoses consistem na proliferação de tecido fibroso, na forma de faixas ou nódulos, associadas às fáscias e aponeuroses. Sua variedade agressiva, denominada previamente tumor desmoide, se comporta de forma semelhante a uma neoplasia maligna, com destruição local de tecidos, sem, entretanto, originar metástases.
MÉTODOS: Fez-se revisão da literatura de1979 a janeiro de 2017. Dados de três pacientes, operados entre maio de 2010 e agosto de 2015, foram revistos, com proservação até março de 2017. Observaram-se idade, características do implante, via de introdução do mesmo, tempo decorrido entre o implante e o aparecimento da fibromatose, tratamento cirúrgico instituído, acompanhamento clínico e resultados.
RESULTADOS: Foram encontrados 24 trabalhos na literatura disponível, versando sobre fibromatose agressiva da parede torácica associada ao implante mamário de silicone, nos quais foram relatados 34 casos. São apresentados três casos de fibromatose agressiva associados ao implante mamário de silicone. Os casos foram tratados com sucesso por ressecção alargada da parede torácica, incluindo pele, musculatura, costelas, fáscia endotorácica e pleura parietal. A reconstrução foi bem-sucedida, realizada com tela aloplástica (Prolene®) recoberta por retalho muscular em dois casos e retalho cutâneo local em um caso.
CONCLUSÃO: A associação de fibromatose agressiva e implante mamário é rara. O tratamento deve consistir em cirurgia alargada, removendo-se o implante e toda a área da cápsula adjacente, em conjunto com parte da mama, costelas subjacentes, musculatura intercostal, fáscia endotorácica e pleura parietal. A reconstrução deve ser feita com tela aloplástica associada a retalho muscular ou retalho tegumentar local.
Palavras-chave: Fibromatose agressiva; Implante mamário; Mamoplastia.