RESUMO
INTRODUÇÃO: Seiscentos anos antes de Cristo, foi descrito o retalho médio-frontal pelo indiano Sushruta Samhita. Até hoje, esse retalho, chamado "retalho indiano", é usado na reconstrução do nariz. O objetivo deste trabalho foi analisar os resultados da 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, Serviço do Professor Ivo Pitanguy, na reconstrução nasal com emprego de retalho médio-frontal.
MÉTODO: Foi realizado estudo retrospectivo com 10 casos operados no serviço referido para reconstrução nasal com retalho indiano, no período de 21 anos (1991 a 2012).
RESULTADOS: O número de subunidades nasais atingidas variou de 4 a 9, com média de 6,5 subunidades. Em 70% dos pacientes foi realizada expansão prévia do retalho médio-frontal e em 90% foram utilizados enxertos cartilaginosos e/ou ósseos. Cinco pacientes apresentaram distorções pós-operatórias, que foram corrigidas por outras cirurgias. Nenhum caso de infecção pós-operatória, de necrose do retalho ou de extrusão de enxertos foi registrado.
CONCLUSÕES: Este trabalho permitiu demonstrar que o retalho médio-frontal tem ainda importante papel na reconstrução nasal de grandes defeitos, com resultados satisfatórios, atribuídos a sua segurança vascular, à quantidade de pele que se obtém, e à semelhança de cor, textura e espessura cutâneas.
Palavras-chave: Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos. Nariz/cirurgia. Retalhos cirúrgicos. Testa/cirurgia. Cirurgia plástica/métodos.