ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175

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Original Article - Year2011 - Volume26 - Issue 3

RESUMO

Introdução: Na sociedade atual, em decorrência das demandas profissionais, os pacientes cada vez mais procuram por procedimentos menos invasivos, com baixa morbidade, rápida recuperação, e que atendam a suas preocupações estéticas. Uma combinação de vários novos procedimentos não-invasivos permite mudanças faciais significativas e aparência jovem e saudável, sem a utilização de procedimentos cirúrgicos tradicionais. Objetivo: O objetivo deste estudo é a descrição de técnica de suspensão musculoaponeurótica com fixação periostal minimamente invasiva do terço médio da face. Métodos: Foram incluídos nesse estudo 50 pacientes, com idades entre 39 anos e 68 anos, todos do sexo feminino, operados no período de dezembro de 2008 a junho de 2010. As pacientes foram submetidas à realização de facelift minimamente invasivo do terço médio da face, com suspensão musculoaponeurótica com fixação periostal, baseado na tração com fio passado na região temporal, dentro da área do cabelo. Resultados: No acompanhamento das pacientes, até 18 meses após a realização do procedimento, verificaram-se resultados satisfatórios. O grau de satisfação das pacientes com os resultados obtidos, principalmente nos primeiros seis meses após a realização do procedimento, foi extremamente alto (88%). Conclusões: O procedimento ofereceu bons e imediatos resultados, sem incisões ou período de recuperação. Associado a outros procedimentos de rejuvenescimento facial, trata-se de boa opção a pacientes que não podem ou não querem se submeter a procedimentos cirúrgicos tradicionais. O procedimento difere significativamente das técnicas atuais que usam fios, pois a suspensão é musculoaponeurótica e não invade a área da face, o que diminui a morbidade e o período de recuperação.

Palavras-chave: Face/cirurgia. Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos. Rejuvenescimento.

ABSTRACT

Background: At present, demanding workplaces in our society cause patients to search for less invasive procedures with diminished morbidity and more rapid healing to meet their cosmetic requirements. A combination of several new noninvasive procedures allows significant facial changes, achieving a youthful and healthy appearance without traditional surgical procedures. Objective: The purpose of this study is to describe the minimally invasive lift of the middle third of the face using a musculoaponeurotic suspension with periosteal fixation technique. Methods: Fifty patients (age, 39 to 68 years; all female) who underwent an operation from December 2008 to June 2010 were enrolled in this study. The patients underwent a minimally invasive facelift technique for the middle third of the face, based on a thread lift of the temporal region and musculoaponeurotic suspension with periosteal fixation, inside the hairline. Results: During the follow-up period of up to 18 months after the procedure, satisfactory results were observed. The patient satisfaction degree, especially in the first 6 months after the procedure, was extremely high (88%). Conclusions: The procedure offers good and immediate results, without incisions or a recovery period. The association of this procedure with other procedures is a good option for patients who cannot undergo or do not want to undergo traditional surgical procedures. The procedure is very different from current techniques that use threads because the suspension is musculoaponeurotic and does not invade the face. Therefore, morbidity and recovery time are decreased.

Keywords: Face/surgery. Surgical procedures, minimally invasive. Rejuvenation.


INTRODUÇÃO

A aparência da face é elemento fundamental à percepção humana interpessoal e, frequentemente, testemunho do processo de envelhecimento. Esse envelhecimento é dividido, classicamente, em biológico (intrínseco) e relacionado a fatores extrínsecos, como o sol e exposições ambientais. O resultado clínico desse processo é flacidez, aprofundamento das linhas de expressão, ressecamento e planificação da junção dermoepidérmica, com alterações significativas na cor, na textura e na qualidade da pele em geral1,2.

Estatísticas da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica demonstram que mais de 117 mil casos de facelift são realizados a cada ano nos Estados Unidos3.

Hollander descreveu, em seu livro "Handbuch Der Kosmetik", publicado em 1912, um procedimento muito semelhante ao facelift feito nos dias atuais. É possível que Hollander tenha feito o primeiro facelift de que se tenha notícia, em um aristocrata, no ano de 19014. Em 1906, Lexer divulgou uma cirurgia facial realizada em uma atriz, com resultado revolucionário5.

Na sociedade atual, em decorrência das demandas profissionais, os pacientes cada vez mais procuram por procedimentos menos invasivos, com baixa morbidade, rápida recuperação, e que atendam a suas preocupações estéticas6. A combinação de vários novos procedimentos não-invasivos permite mudanças faciais significativas e aparência jovem e saudável, sem a utilização de procedimentos cirúrgicos tradicionais.

O uso de procedimentos de suspensão e suspensão com fios na face não é recente7, porém o emprego dessas técnicas e sua associação a soluções modernas, como radiofrequência monopolar, toxina botulínica e preenchimentos, entre outras8, podem levar a resultados muito próximos àqueles obtidos pelos tratamentos cirúrgicos clássicos (facelift), sem os inconvenientes e com menos riscos que a operação.

O tratamento é baseado em dois pontos importantes: o diagnóstico da face e a combinação de duas ou mais técnicas minimamente invasivas para obtenção do resultado desejado. Neste artigo é descrita a suspensão com fio como elemento fundamental na obtenção dos resultados. Após a definição dos problemas encontrados na face, é feita uma combinação de tratamentos, tendo a suspensão lugar de destaque no processo, por permitir o retorno ou o resgate da anatomia facial. A técnica é uma modificação da suspensão endoscópica9 e promove a tração do terço médio da face por meio de ação dermomuscular. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, feito em regime ambulatorial, sob anestesia local, com baixa morbidade e rápida recuperação, permitindo que o paciente retorne a suas atividades quase que imediatamente após a realização do procedimento.


MÉTODO

Foram incluídos neste estudo 50 pacientes, com idades entre 39 anos e 68 anos, sendo todos do sexo feminino, operados no período de dezembro de 2008 a junho de 2010.

Para a realização da suspensão musculoaponeurótica com fixação periostal minimamente invasiva do terço médio da face, é utilizado material cirúrgico desenvolvido pelos autores deste trabalho, consistindo em agulhas esterilizáveis em autoclave, com características peculiares para execução do procedimento, como pontas específicas para cada tempo da passagem do fio, dependendo do plano utilizado, e orifício central para condução do fio (Figura 1). É utilizado fio de polipropileno com índice de resistência 1 ou 0, usualmente disponível no ambiente hospitalar, com a vantagem de ser não-absorvível e facilmente acessado em caso de necessidade de sua retirada.


Figura 1 - Agulhas próprias para passagem do fio.



Inicialmente, é feita a identificação da inserção do músculo temporal no crânio, pontos 1 e 2, que constituem os pontos de sustentação da suspensão. Esses pontos são evidenciados pedindo-se para que o paciente aperte a mandíbula contra o maxilar superior (morder de boca fechada), quando se pode observar a contração do músculo temporal. Em seguida, são identificados dois pontos: o ponto 3, de maior suspensão da face, e o ponto 4, de ancoragem. É importante frisar que esses pontos devem ser paralelos, para produzir máxima suspensão (Figura 2).


Figura 2 - Pontos de referência na região temporal, conforme descrição do texto.



A seguir é feita antissepsia da região com povidine degermante ou álcool a 70%, seguida de anestesia local entre os pontos com 5 ml de xilocaína a 2%, com vasoconstritor. Com o auxílio de uma agulha 40 x 12, realizam-se pequenos orifícios nos locais marcados, que, em seguida, são dilatados com uma das agulhas rombas. A passagem do fio tem início pelo ponto 1, com agulha romba, intramuscular, em zigue-zague, em direção ao ponto 2. Nesse momento, exterioriza-se a agulha (Figuras 3 a 5). Entre os pontos 2 e 3, passam-se a agulha romba e o fio no plano subdérmico, para que ocorram maior tração e elevação do retalho do terço médio da face (Figura 6). Entre os pontos 3 e 4, o fio volta a ser passado em zigue-zague, pelo plano intramuscular, evitando-se a artéria temporal superficial, sendo novamente exteriorizado. Por último, entre os pontos 4 e 1, troca-se a agulha por uma de ponta chata, passada em plano subperiostal, servindo de referência para a tração. As Figuras 7 e 8 ilustram a região dissecada e a passagem do fio em cadáveres. Terminado o processo de passagem do fio, realiza-se sua tração até o ponto de maior progressão dos tecidos, com o mínimo de 5 ou 6 nós, por se tratar de fio sintético monofilamentar. O resultado é obtido imediatamente, e não raro, com o auxílio de um espelho, é possível mostrar ao paciente a diferença observada entre os lados tratado e não-tratado (Figura 9).


Figura 3 - Agulha passando entre os pontos 1 e 2 (lado direito).


Figura 4 - Agulha com fio passando entre os pontos 1 e 2 (lado direito).


Figura 5 - Fio passando entre os pontos 1 e 2 (lado direito).


Figura 6 - Agulha passando entre os pontos 2 e 3 (lado direito).


Figura 7 - Imagem em cadáver demonstrando pele da região temporal rebatida.


Figura 8 - Imagem em cadáver demonstrando pele da região temporal rebatida e fio passado.


Figura 9 - Em A, visão frontal de paciente submetida a elevação com fio do lado direito, e lado esquerdo ainda não tratado. Em B, visão lateral direita de paciente antes da suspensão com fio. Em C, visão lateral direita de paciente imediatamente após suspensão com fio.



Realiza-se o mesmo procedimento contralateralmente, com duração média de 30 minutos para os dois lados. Ao final do procedimento, os orifícios devem ser inspecionados, certificando-se de que nenhum fio de cabelo adentrou o trajeto da agulha, o que deve ser evitado, pelo risco de desenvolvimento de granulomas no local. Realiza-se suave compressão local, durante 5 minutos, para evitar sangramentos. Usualmente, é reportada certa elevação na área do cabelo, que desaparece em até 40 dias após a realização do procedimento, período em que ocorre a acomodação dos tecidos. O paciente pode retornar a suas atividades no mesmo dia do procedimento.

Alguns procedimentos de suspensão são realizados isoladamente, outros em associação com técnicas distintas e tratamentos minimamente invasivos, como toxina botulínica, preenchimentos, radiofrequência monopolar e peelings.

A satisfação das pacientes com o procedimento, neste estudo, foi avaliada com o auxílio de um questionário.


RESULTADOS

No acompanhamento das pacientes, até 18 meses após a realização do procedimento, verificaram-se resultados satisfatórios. O grau de satisfação das pacientes com os resultados obtidos, principalmente nos primeiros seis meses após a realização do procedimento, foi extremamente alto, superando as expectativas. Em questionário aplicado às 50 pacientes, 88% classificaram o resultado como bom/ótimo, resultado que, na avaliação dos autores, correspondeu a 78%.

Observou-se melhora significativa dos sinais de envelhecimento no terço médio da face, com aspecto natural.

Não foram observadas complicações graves nessa série de pacientes. Pequena área de alopecia no trajeto anterior do fio, em faixa, foi observada em uma paciente, com resolução espontânea. Outra paciente, com histórico de enxaqueca, apresentou dor intensa nos três primeiros dias após o procedimento, controlada com analgésicos e sem necessidade de retirada do fio. Duas pacientes apresentaram granulomas no orifício de passagem do fio referente ao ponto 1. Incômodo local leve, sem prejuízo às funções rotineiras, foi reportado por boa parte das pacientes, bem como estranhamento com a elevação local na área do cabelo, que se resolveu espontaneamente em até 40 dias após a realização do procedimento (Figuras 10 e 11).


Figura 10 - Em A, visão frontal de paciente antes de suspensão com fio. Em B, visão frontal de paciente três meses após suspensão com fio. Em C, visão lateral direita de paciente antes de suspensão com fio. Em D, visão lateral direita de paciente três meses após suspensão com fio. Em E, visão lateral esquerda de paciente antes de suspensão com fio. Em F, visão lateral esquerda de paciente três meses após suspensão com fio.


Figura 11 - Em A, visão frontal de paciente antes de suspensão com fio. Em B, visão frontal de paciente seis meses após suspensão com fio. Em C, visão lateral direita de paciente antes de suspensão com fio. Em D, visão lateral direita de paciente seis meses após suspensão com fio. Em E, visão lateral esquerda de paciente antes de suspensão com fio. Em F, visão lateral esquerda de paciente seis meses após suspensão com fio. Em G, perfil direito de paciente antes de suspensão com fio. Em H, perfil direito de paciente seis meses após suspensão com fio.



DISCUSSÃO

Na sociedade moderna, as pessoas buscam, cada vez mais, o bem-estar e a qualidade de vida. Dentro desse conceito, a aparência facial passa a ocupar papel importante no que se refere às impressões causadas aos interlocutores em contatos pessoais.

É sabido que os procedimentos cirúrgicos tradicionais na face, notadamente o facelift cirúrgico, produzem resultados excepcionais quando bem indicados e realizados, embora, na maioria das vezes, sejam associados a alto custo, afastamento temporário das atividades e riscos próprios do procedimento. Além disso, nos dias atuais, resultados muito expressivos na face não são desejados por boa parte dos pacientes, que alegam procurar por um rejuvenescimento natural e que não mude substancialmente suas feições.

Com base nessas premissas, têm ganho destaque os procedimentos de rejuvenescimento facial minimamente invasivos na pele, na musculatura e no tecido conjuntivo da face. A possibilidade de oferecer aos pacientes um resultado gradual, não tão radical, de baixo risco, sem período de recuperação e com custo menor vem chamando a atenção de boa parte da população, geralmente pessoas muito ativas, com movimentada vida social e profissional, e que procuram, como mais um elemento de qualidade de vida, a atenuação dos sinais de envelhecimento facial.

A tração do terço médio da face com fio descrita neste artigo se encaixa nesse conceito de procedimento estético minimamente invasivo, e oferece ao médico mais uma opção, em seu arsenal terapêutico, àqueles pacientes que não querem ou não podem ser submetidos a um lift tradicional. Associada a outros procedimentos, como aplica­ção de toxina botulínica, preenchimentos e peelings, a técnica descrita neste estudo produz resultados finais muito próximos aos do facelift tradicional, com a vantagem de recuperação quase que imediata.

A execução do procedimento é relativamente simples e depende da utilização de material e ambiente adequados. Não é necessário preparo pré-operatório do paciente e o procedimento pode ser realizado em regime ambulatorial (cirurgia em nível I).

Com relação aos resultados, nota-se euforia maior por parte dos pacientes que do próprio médico em relação ao procedimento, o que pode ser explicado pelo fato de o paciente apresentar, além da melhora estética, sensação de tração na face, com maior firmeza dos tecidos do terço médio.

Assim como observado no facelift tradicional, o procedimento proposto apresenta melhores resultados quando realizado em indivíduos mais magros e de face mais longa, classificados como pacientes com retalho facial do terço médio leve. Pacientes com face mais cheia ou mais curta apresentam melhora mais discreta.

O acompanhamento pós-operatório das pacientes deste estudo demonstrou manutenção dos resultados por um período de até 18 meses, o que é bastante razoável para um procedimento minimamente invasivo. O índice de complicações foi bastante reduzido na série apresentada, limitando-se a um caso de alopecia por tração, com resolução espontânea; um caso de enxaqueca, controlada com analgésicos; e dois casos de presença de pequenos granulomas na região do ponto 1, dos quais um apresentou resolução com tratamento clínico (antibióticos e tratamento tópico com óxido de zinco) e outro foi submetido a remoção do fio do lado direito, com posterior colocação de outro fio no mesmo local, sem comprometimento do resultado.


CONCLUSÃO

Acredita-se que, com a combinação de um grupo de procedimentos minimamente invasivos na face, tendo a suspensão com fio do terço médio como elemento central, é possível oferecer aos pacientes resultados muito próximos aos de um facelift tradicional, com todas as vantagens já citadas. O rejuvenescimento facial do futuro caminha em uma direção não-cirúrgica. O procedimento descrito oferece bons resultados, sem incisões ou suturas, sem período de recuperação, permitindo que o paciente retorne a suas atividades quase que imediatamente. A técnica apresenta vantagens em relação às técnicas atuais que utilizam fios, uma vez que não invadem a área da face e fazem a suspensão musculoaponeurótica com fixação periostal, o que aumenta significativamente a duração do resultado e diminui a morbidade e a recuperação. Finalmente, ao contrário das técnicas tradicionais, o procedimento é totalmente reversível, bastando para isso a retirada do fio, que é muito simples. A técnica não tem a pretensão de substituir a ritidoplastia convencional, mas parece ser uma ferramenta muito útil em pacientes que por alguma razão não querem ou não podem realizar aquele procedimento, e pode ser muito útil no aprimoramento do resultado das ritidoplastias e blefaroplastias tradicionais.


REFERÊNCIAS

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2. Obagi ZE. Obagi skin health restoration and rejuvenation. Nova York: Spring-Verlag; 1998.p.11-3.

3. De Souza A. Antiaging, beleza e juventude em qualquer idade. São Paulo: Alaude; 2010.p.74.

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9. De Souza A, Tai PL. Novos princípios em cirurgia plástica não invasiva e medicina anti-aging. São Paulo: Santos Editora; 2010.p.89-98.










1. Cirurgião plástico, chefe da Skin & Wound Healing Services do Roane General Hospital, Spencer, WV, Estados Unidos, e diretor clínico da Surface Cosmetic Anti-Aging Clinic, Charleston, WV, Estados Unidos.
2. Cirurgião plástico, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, e membro do corpo clínico do Instituto de Saúde da Mulher, Belo
Horizonte, MG, Brasil.

Correspondência para:
João Carlos Cisneiros Guedes de Andrade Júnior
Rua Primavera, 112 - ap. 302 - Santo Antônio
Belo Horizonte, MG, Brasil - CEP 30330-260
E-mail: jccisneiros@brfree.com.br

Artigo submetido pelo SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBCP.
Artigo recebido: 3/12/2010
Artigo aceito: 13/8/2011

Trabalho realizado na Surface Cosmetic Anti-Aging Clinic, Charleston, WV, Estados Unidos, e no Instituto de Saúde da Mulher, Belo Horizonte, MG, Brasil.

 

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