RESUMO
Introdução: As deformidades auriculares congênitas ou traumáticas representam um tema de expressividade e complexidade em cirurgia plástica, pelo aumento de casos e pelo alto grau de dificuldade observado nos procedimentos de reparação, necessários para a restauração da harmonia facial do indivíduo. Os autores avaliam a técnica utilizada nas reconstruções auriculares e suas complicações, bem como o grau de satisfação estética e funcional. Método: Foi realizado um estudo retrospectivo, transversal, analisando os casos de reconstrução de orelha pós-trauma, operados no Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi e em clínica particular, de fevereiro de 2005 a março de 2010, em que foi empregado enxerto de cartilagem costal. O grau de satisfação dos pacientes foi aferido nas consultas de pós-operatório com relação aos aspectos estéticos e funcionais. Resultados: Foram analisados 34 casos, sendo 14 (41,1%) mulheres e 20 (58,9%) homens, com faixa etária entre 13 e 56 anos. O tempo médio para a reconstrução após o trauma foi de cerca de seis meses a oito meses e de um ato cirúrgico para outro, de seis meses. Cinco pacientes apresentaram complicações, e apenas um deles necessitou reintervenção em decorrência de retração auricular posterior. Do total de pacientes avaliados, 30 se definiram como satisfeitos com o resultado tanto estético como funcional e os outros 4, como insatisfeitos, sendo um deles submetido a retoque posterior. Conclusões: A reconstrução auricular após trauma é um tema complexo da cirurgia plástica, mas com a padronização e a sistematização de técnicas e uma curva de aprendizagem bem executada os resultados são muito satisfatórios, devolvendo harmonia facial ao indivíduo, com baixa taxa de complicações.
Palavras-chave: Orelha/cirurgia. Orelha externa/cirurgia. Cartilagem/transplante. Cirurgia plástica/métodos.