RESUMO
Introdução: Pessoas não tabagistas que convivem com a fumaça produzida por fumantes podem sofrer os danos causados por esta exposição. Diversos estudos experimentais demonstraram os efeitos negativos do tabagismo, tanto ativo quanto passivo. A fim de simular a exposição passiva à fumaça do cigarro em ratos, foi desenvolvido e validado um aparato (Braga-Gazzalle) simples, barato e de fácil manutenção no Laboratório de Habilidades Médicas e Pesquisa Cirúrgica - PUCRS. Método: O sistema de inalação consiste em uma caixa de polipropileno de 40x33x17 cm, dividida em dois compartimentos por uma tela de metal: o maior para ratos e o menor para cigarros. Um ventilador gera um fluxo interno contínuo de ar para que a fumaça produzida pela ponta acesa alcance os animais. Após aprovação no Comitê de Ética, 5 ratos (Grupo A) foram expostos durante 2 horas diárias à fumaça, comparado ao grupo controle de 5 ratos (Grupo B). Após exposição de 4 semanas, dosou-se a carboxihemoglobina (CoHb) sérica. Os animais foram então sacrificados. A análise estatística utilizada foi o teste t-Student, com 5% de significância. Resultados: No Grupo A, a média dos percentuais de CoHb sérica foi de 11,52 ± 4,40%, enquanto no Grupo B a média encontrada foi de 0,3 ± 0,2%. Os níveis de carboxihemoglobina observados no Grupo A foram muito maiores do que no Grupo B (p < 0,001). Conclusões: O modelo experimental desenvolvido pelos autores provou que expõe adequadamente os animais à fumaça passiva. O aparato se mostrou confiável, de fácil manutenção e, sobretudo, de baixo custo operacional.
Palavras-chave: Poluição por Fumaça de Tabaco. Tabagismo. Carboxihemoglobina. Modelos Animais. Ratos.