ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175
General -
Year2010 -
Volume25 -
(3 Suppl.1)
Fabio Luiz Frade, Ewaldo Bolívar de Souza Pinto, Pablo Silva Frizzera Delboni, Paulo Gonçalves Júnior, Matheus Monseff Vieira Morela, Juliano Pereira
INTRODUÇÃO
Desde a primeira metade do século XX, vários cirurgiões vêm tentando alterar o contorno corporal de acordo com os conceitos de beleza que surgem em cada período de tempo. Desde sua introdução, por Illouz, a lipoaspiração tornou-se a melhor opção para cirurgia de contorno corporal. Melhoras na cirurgia convencional foram possíveis graças ao desenvolvimento de novas aparelhagens e métodos de lipoaspiração. Nesse resumo, descreveremos uma nova técnica de contorno corporal, baseada na direção das fibras musculares e colágenas, ao invés da mais tradicional, de cruzamento de túneis. Excelentes resultados têm sido alcançados, com menos traumatismo e melhor retração de pele.
OBJETIVO
Minimizar algumas complicações comuns na lipoaspiração convencional, como o sangramento per-operatório e a lesão muscular. Isso se dá devido à localização do feixe vásculo-nervoso subcutâneo que segue a mesma direção das fibras musculares, com menor chance de sangramento. Traumas musculares e suas consequências são atenuados quando divulsionamos suas fibras ao invés de rompê-las incidentalmente com as cânulas.
MATERIAL E MÉTODOS
A análise morfo-histológica da tela subcutânea mostra que na camada superficial há diferenças quanto à disposição e ao formato dos lóbulos e quanto à disposição e à espessura dos septos conjuntivos (colágeno) interlobulares entre as diferentes áreas corporais. Comparando esta análise com observações clínicas de resultados obtidos após lipoaspiração, nota-se a coincidência de maior retração de pele nas topografias em que os septos conjuntivos, constituídos em sua maior parte por colágeno, são mais espessos. Conforme estudo prévio, não realizamos o cruzamento dos túneis (criss-crossing) durante a realização do procedimento, seguindo a orientação das fibras musculares, preservando a maior integridade das fibras colágenas, responsáveis por uma maior retração cutânea no pósoperatório. A marcação é realizada com o paciente em pé, ainda sem a administração do pré-anestésico. Desta maneira, paciente e cirurgião podem igualar anseios e reais possibilidades cirúrgicas. Após delimitarmos as áreas a serem aspiradas, desenhamos a direção das fibras musculares para auxiliar-nos a seguir a técnica de lipomioescultura. O paciente pode ser posicionado na mesa cirúrgica em decúbito ventral, decúbito dorsal ou decúbito lateral direito e esquerdo. Devese, sempre, deixar uma camada subcutânea de gordura de espessura variável, dependendo da área tratada, para que se evitem excessos de flacidez cutânea e se mantenha a correta anatomia corporal, principalmente nas mulheres, que necessitam desta gordura para a homeostase do estrogênio. Em todas as áreas, independente da espessura da cânula ou do uso de energia ultrassônica (UAL) ou vibrolipoaspiração (VL), a lipoaspiração é feita no sentido anatômico das fibras musculares como parte fundamental da técnica de lipomioescultura. Iniciamos a lipoaspiração pela camada profunda do tecido celular subcutâneo por não existir diferenças histológicas nas diferentes áreas corpóreas estudadas, sendo tratada mesma maneira, usando energia ultrassônica (UAL) e vibrolipoaspiração (VL) como auxílio à lipoaspiração convencional realizada posteriormente, exceto em regiões como glúteo, submento, braço e faces anterior e interna da coxa.
Figura 1
Figura 2
Figura 3
RESULTADOS
Respeitando cada área estudada, conforme a disposição do colágeno e direção das fibras musculares, verificamos menor probabilidade de sangramento e maior retração dos tecidos, devido o menor traumatismo utilizado por essa técnica.
CONCLUSÃO
A anatomia de superfície do corpo é dada, principalmente, por sua musculatura; portanto, o corpo perfeito seria aquele onde as estruturas musculares são visíveis, dando a forma tão desejada por todos. Com base na histologia da tela subcutânea e na disposição das fibras musculares, foi desenvolvida a técnica de lipomioescultura, que consiste em realizar a lipoaspiração respeitando as peculiaridades histológicas da camada de gordura superficial, a fim de estimular a retração da pele, e seguindo a direção das fibras musculares, procurando, assim, esculpir a gordura sobre o músculo.
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