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Body and Chest - Year2010 - Volume25 - (3 Suppl.1)

INTRODUÇÃO

Nos anos 80, uma nova possibilidade de reconstrução mamária surgiu com o desenvolvimento do expansor permanente por Hilton Becker. Desta forma, uma vez atingido o volume desejado, este pode permanecer definitivamente.


OBJETIVO

Foi realizado um estudo retrospectivo para levantamento da experiência com o uso do expansor de Becker em cirurgia reconstrutora da mama e para determinar algumas recomendações de forma a melhorar futuramente os resultados.


MATERIAL E MÉTODOS

Foram revisados os prontuários das pacientes submetidas à reconstrução de mama com expansores de Becker, e revisadas as histórias clínicas, os protocolos de expansão, o relatório cirúrgico e as complicações pós-operatórias. Complicações maiores foram definidas como aquelas que necessitaram de tratamento específico, readmissão ao hospital ou reoperação. Os expansores utilizados neste estudo foram do tipo Siltex® Becker 50, contendo um volume de silicone gel correspondente a 50% do volume total estimado. A base da mama operada ou da mama contralateral foi usada como indicador do volume do expansor a ser utilizado. Para a inserção do expansor, eram confeccionadas bolsas submusculares, através da elevação do peitoral maior em continuidade com o músculo reto-abdominal e o músculo serrátil anterior. Após a inserção do implante neste plano submuscular, a borda do peitoral era fechada, unindo-se este músculo ao serrátil, de forma à cobertura muscular total do implante. Todas as expansões foram realizadas em programa semanal, sob condições assépticas, em regime ambulatorial. A expansão geralmente se iniciava na segunda semana após a cirurgia e era realizada até a obtenção de simetria ou até alcançar o volume desejado pela paciente, para posterior simetrização das mamas. A válvula era removida sob anestesia local após o término da reconstrução ou associada à mamoplastia contralateral e confecção de complexo aréolo-mamilar.


RESULTADOS

Um total de 162 expansores foram implantados em 126 pacientes, em um período de 6 anos. A média de idade das pacientes foi de 49 anos. Destas reconstruções, 135 foram imediatas e 27 tardias. Trinta e seis pacientes foram submetidas à reconstrução bilateral. A expansão tecidual foi iniciada numa média de 18 dias de pósoperatório. A duração média da expansão foi de 70 dias, com a necessidade média de 4 visitas ao consultório médico. Algumas pacientes tiveram sua expansão postergada em função do início da quimioterapia. O seguimento pós-operatório variou de 4 a 54 meses e 69% das pacientes finalizaram a reconstrução. Destas, aproximadamente 72% das pacientes expressaram satisfação em relação ao resultado da reconstrução, depois de completada todas as fases. Em relação às complicações, a mais recorrente foi a assimetria ou os resultados não favoráveis em decorrência de irregularidades ou depressões axilares e infra-claviculares, assim como um implante muito aparente nas pacientes magras ou de pele fina. Tivemos 9 casos de deiscência por necrose de pele parcial, onde não houve perda do expansor. Dentre estes casos, tivemos 2 pacientes com perda total do CAP. Vinte e duas (17,5%) pacientes foram submetidas a radioterapia pós-operatória, e destas, 6 apresentaram contratura capsular. Duas pacientes apresentaram dor e tiveram associação com infecção. Uma paciente apresentou hematoma, com necessidade de drenagem cirúrgica e houve duas complicações com a válvula.


Figura 1 - Caso 1.


Figura 2 - Caso 2.



CONCLUSÃO

Os expansores utilizados em reconstrução de mama estão associados com boa forma mamária, altos índices de satisfação e poucas complicações definitivas. A necessidade de seleção criteriosa de pacientes, informações pré-operatórias apropriadas, aconselhamento e suporte emocional e psicológico contínuo são de extrema importância. Concluímos que, em nossa experiência, o expansor de Becker é uma alternativa confiável para reconstrução de mama, mas boa seleção de pacientes é necessária.

 

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