RESUMO
Introdução: Existe pouco entendimento a respeito dos mecanismos que levam à formação dos quelóides e cicatrizes hipertróficas (CHT), assim como não há um tratamento padrão-ouro para essas lesões. Experiências recentes demonstraram que as alterações na formação dessas cicatrizes envolvem concentrações desequilibradas de fatores de crescimento locais, em particular o fator de crescimento transformador (TGF) β1. O tamoxifeno, ao inibir a produção desta citocina, pode ser uma nova opção na conduta terapêutica destas lesões. Método: Dezoito pacientes portadores de quelóides e CHT foram selecionados para a avaliação do uso do citrato de tamoxifeno 0,1% por um período de seis meses. Durante essa evolução, foi realizado registro fotográfico, mensuração e análise histopatológica das lesões e questionários relativos a aspectos da lesão foram aplicados aos pacientes. Resultados: Houve redução significativa da altura (p < 0,0001), da largura (p = 0,009) e do comprimento (p = 0,009) das lesões. Os critérios de textura, altura e prurido foram os que obtiveram as maiores variações entre os períodos pré e pós-tratamento. As alterações histológicas sugerem uma ação de remodelamento do colágeno nessas cicatrizes. Conclusões: O citrato de tamoxifeno apresentou uma resposta favorável na maioria dos critérios analisados, mínimos efeitos colaterais e baixo custo, constituindo uma opção de tratamento segura e cômoda, principalmente nas CHT. São necessários novos estudos com maior amostragem para obtenção de conclusões mais abrangentes.
Palavras-chave: Quelóide. Cicatriz hipertrófica. Tamoxifeno.