O crescente número de procedimentos em Cirurgia Plástica traz consigo um problema cada vez mais temido pelo cirurgião: o risco de intercorrências anestésico-cirúrgicas. O aumento do número de cirurgias, por si, eleva o número absoluto de intercorrências. O impacto resultante em termos de divulgação na mídia é relevante. Portanto, todos os esforços devem ser empregados no sentido de reduzir as chances de complicações ao mínimo, ou seja, àquelas independentes da diligência, perícia e prudência do cirurgião.
Uma série de fatores relevantes tem sido alvo de estudos a respeito deste tema, buscando minimizar riscos e a morbidade dos procedimentos. A interação entre equipe cirúrgica e anestésica, realizando-se completa e detalhada avaliação pré-operatória, e a utilização de todos os recursos disponíveis para a monitorização intra-operatória são indispensáveis. É consenso atual que tempo cirúrgico prolongado e associação de múltiplos procedimentos cirúrgicos (principalmente as cirurgias combinadas a procedimentos intra-abdominais) devem ser evitados, reduzindo assim a incidência de complicações. Da mesma forma, cuidados intensivos na prevenção de hipotermia e fenômenos tromboembólicos têm se mostrado positivos para a redução das complicações.
Infelizmente, a divulgação de eventos desfavoráveis na imprensa leiga não difere sistematicamente complicações decorrentes de erros médicos daqueles eventos considerados como "acidentes de percurso".
Cabe ao cirurgião, portanto, armar-se de recursos que simultaneamente protejam ao paciente e a si mesmo. A divulgação de estudos na literatura médica nacional é de suma importância, por fornecer elementos sólidos para a realização de condutas acertadas e permitir a defesa do profissional que as adota.
A Revista Brasileira de Cirurgia Plástica é o foro adequado para a divulgação das pesquisas e estudos em Cirurgia Plástica.