RESUMO
Introdução: O autor faz um levantamento histórico sobre a cola de cianoacrilato, mostrando que seu uso médico, em cirurgias, teve início na década de 60, sempre apresentando bons resultados. Contudo, o custo elevado do produto sempre foi um obstáculo ao seu uso mais disseminado. Analisando a fórmula das colas cirúrgicas existentes no mercado, constatou a semelhança de sua formulação química com a de uma cola utilizada em bricolagem (Super Bonder®), de custo bastante inferior. Decidiu, então, experimentá-la em cirurgias. Método: Inicialmente foram feitas culturas para avaliação da possibilidade de esterilização da cola de bricolagem, constatando-se que, mesmo sem esterilização prévia, a cola de bricolagem não apresentava qualquer tipo de contaminação microbiana. Apenas a sua embalagem precisava ser previamente esterilizada, o que foi feito com óxido de etileno. Tendo por base sua utilização já existente em oftalmologia, passou a empregá-la em mamaplastias e abdominoplastias. Cem pacientes de cada procedimento foram comparadas com número igual de casos em que fora utilizado sistema convencional de sutura de pele. Resultados: O resultado da cicatrização após período de seis meses e um ano não apresentava maior diferença entre os dois grupos. Contudo, a rapidez do procedimento usando-se a cola, somada ao fato de que, com suturas intradérmicas teve maior número de casos de rejeição de fios cirúrgicos, indica a vantagem expressiva do uso da cola, principalmente pelo seu baixíssimo custo. Conclusões: Considerando as vantagens e a ausência de complicações com o uso da cola de bricolagem (Super Bonder®), cujo custo é muito baixo, menor inclusive do que fios cirúrgicos, o autor conclui que seu uso pode e deve ser rotineiro na maioria das cirurgias plásticas.
Palavras-chave: Cianoacrilatos/uso terapêutico. Adesivos teciduais. Suturas.