INTRODUÇÃO
O transplante de face adquiriu reconhecimento, alterando o panorama clínico- cirúrgico
na restauração de defeitos faciais complexos, visto que atribui recuperação funcional
e estética.
Um estudo realizado em 2019 nos Estados Unidos revelou que a incidência de lesões
craniofaciais por armas de fogo aumentou cerca de 31,7%, a de queimaduras chegou a
240,2% e a de ataques de animais a 173,9%1. Dessa maneira, a inserção do transplante facial na prática médica vem com o intuito
de melhorar a qualidade de vida, uma vez que reintegra as funções de deglutição, fala
e a integração psicossocial do paciente.
Em 2005, em Amiens (França), foi realizado o primeiro transplante parcial de face
após a paciente ter sido acometida por um ataque de animal. Desde então, há mais de
10 anos o procedimento é realizado, buscando o aperfeiçoamento cirúrgico, pois existe
um grande embate a respeito dos inúmeros riscos e a imunossupressão, tornando esse
procedimento, para muitos, algo experimental com questões éticas inacabadas, como
a adesão e maturidade psicológica, riscos de infecções oportunistas e malignidades
devido à ampla exposição tecidual2.
Para a realização do transplante, são levados em consideração o grau de higidez do
paciente e suas comorbidades, no qual o principal método de escolha dos cirurgiões
é o alotransplante composto vascularizado (VCA). Refere-se ao transplante que inclui
as três camadas embriológicas de múltiplos tecidos em uma unidade funcional, como:
músculo, osso, nervo e pele, tecido subcutâneo, vasos sanguíneos e tendões; sendo
de um doador falecido para um receptor com uma lesão grave, tolerando apenas um período
limitado de isquemia, com rápido estabelecimento do fluxo sanguíneo3.
A revascularização adequada, assim como a reintegração funcional e estética do processo
cirúrgico, são os objetivos finais que se almejam alcançar com o transplante facial.
Porém, o grande obstáculo que ainda busca-se enfrentar é a imunossupressão, devido
à necessidade de alterar inúmeras estruturas da face e em áreas adjacentes, tornando-se
quase que inevitável a utilização farmacológica a longo prazo, com efeitos colaterais
potencialmente fatais, o que impõe uma avaliação médica muito rigorosa em relação
ao risco-benefício3,4.
Em publicações oficiais, até o momento da redação deste artigo, 43 pacientes já realizaram
o transplante facial, com apenas cinco óbitos devido a complicações de não adesão
a medicamentos, aparecimento de tumor, traumas, neoplasias ou causa desconhecida4. O transplante de face possui inúmeras evidências que podem fornecer melhorias ao
paciente de forma irrefutável. Dessa forma, torna-se relevante a realização do presente
trabalho, que objetiva descrever uma experiência de candidato ao transplante facial
na Cidade do México - México, além de realizar uma discussão com ênfase no manejo
clínico pré-operatório.
RELATO DE CASO
Identificação
A.S.M., sexo masculino, 46 anos, faioderma, com ensino médio completo, trabalha em
empresa de uniformes esportivos, com residência Celaya, no México.
História da doença atual (HDA) (Figuras 1 e 2)
Figura 1 - Paciente com face e pescoço apresentando múltiplas abas transversais cicatrizadas
e presença de pálpebras inferiores em depressão, sem mobilidade e com múltiplas cicatrizes.
Figura 1 - Paciente com face e pescoço apresentando múltiplas abas transversais cicatrizadas
e presença de pálpebras inferiores em depressão, sem mobilidade e com múltiplas cicatrizes.
Figura 2 - Linha do tempo da história da doença atual.
Figura 2 - Linha do tempo da história da doença atual.
Referia ausência de complicações da acuidade visual, mas com presença de epífora e
ectrópio bilateral. Com relação à audição, negou alterações, com ausência da orelha
esquerda e metade da orelha direita, língua íntegra; dificuldade em ingerir líquidos.
Teve perda do nariz, com respiração predominantemente oral. Apresentava sequelas de
queimaduras e reconstruções cirúrgicas na face, com revestimento cutâneo instável.
Após uma avaliação inicial com o cirurgião plástico, passou por uma análise multiprofissional,
sendo eles: especialista em Transplantes; Psiquiatria; Psicologia; Trabalho social;
Anestesiologia; Infectologia; Terapeuta Ocupacional; Neurologia; Cardiologia; Odontologia;
Cirurgião bucomaxilofacial; Oculoplástica Oftalmológica; Urologia; Otorrinolaringologia;
Medicina Interna; Biorreprodução e Nutrologia.
Antecedentes Pessoais Fisiológicos (APF)
História de 44 cirurgias no total e de 35 transfusões sanguíneas.
Antecedentes Pessoais Patológicos (APP)
Diagnosticado com diabetes mellitus tipo 2 em 2017, controlado com metformina; tuberculose
latente diagnosticada e tratado com isoniazida; bócio multinodular com biopsia por
aspiração, reportando nódulo hiperplásico e Bethesda II e câncer epidermoide em área
queimada de antebraço direito, ressecado em 2017.
Hábitos de Vida
Ex-etilista, com alta de tratamento reabilitador em 2017. Nega tabagismo.
Exame Físico Geral (EFG)
Paciente estava em bom estado, consciente e orientado em tempo e espaço, atitude e
decúbito indiferente, fácies com modificações secundárias a queimadura facial. Paciente
com grave limitação de movimento da mão esquerda e demais extremidades com lesões
cicatriciais.
Exame Clínico Orofacial (ECO)
O retalho cutâneo que substituiu o nariz apresenta dois orifícios, dos quais o esquerdo
é permeável com formato achatado em aspecto microstoma (assemelha-se às narinas de
peixe) (Figura 3). O lábio superior atrófico com borda delgada vermelha. O lábio inferior hipertrófico
com múltiplas cicatrizes, ambos rígidos, que impedem a tração manual para visualizar
os vestíbulos labiais.
Figura 3 - Vista lateral esquerda.
Figura 3 - Vista lateral esquerda.
O segundo molar maxilar direito mal posicionado direcionado para dentro parcialmente.
Arcada dentária maxilar com aglomeração dentária. Gengivite generalizada. O processo
dentoalveolar anterior direito apresenta-se protuberante e exposto fora da boca.
Possui retração gengival, com exposição radicular lingual no segundo molar direito
(Figura 4). Demais regiões analisadas na área bucal sem outras alterações. Apresenta mal oclusão
de classe I de Angle, com mordida cruzada. Abertura da cavidade oral máxima de 3,6cm
não dolorosa.
Figura 4 - Vista lateral direita.
Figura 4 - Vista lateral direita.
Avaliações das Especialidades (AE)
Oftalmologia
O paciente refere lacrimejamento crônico. Pálpebras superiores com dermatocálase leve.
Pálpebra inferior do olho direito com ectrópio tarsal severo; Pálpebra inferior esquerda
com retração. Lâmina anterior da pálpebra com de enxerto de pele. Lagoftalmo de 5mm
bilateralmente. Córnea com pontilhado fino, íris fotorreagentes, cristalino transparente.
Psicologia
Possui os recursos intelectuais que são necessários para uma tomada de decisão eficiente,
o que permite que se envolva de forma voluntária e responsável neste protocolo de
transplante. Sem evidências de sintomas de depressão ou ansiedade. Apresenta capacidade
cognitiva estabilizada em relação à sua imagem física (face).
Somado a isso, um dos critérios exigidos é a aplicação de uma ficha de Avaliação Psicossocial
Integrada de Stanford para Transplante (SIPAT). Identifica risco alto de rejeição,
infecção e mortalidade. Uma pontuação maior que 42 é considerada incompatível com
um transplante bem-sucedido. Não obstante, A.S.M. foi considerado como adequado psicologicamente
por estar abaixo do valor.
Plano pré-operatório do doador
Na região frontal, o retalho composto será levantado subperiostealmente até encontrar
a origem dos nervos supraorbitais. A dissecção do retalho frontal será continuada
em sua porção superficial lateral da aponeurose do músculo temporal até a borda superior
do arco zigomático. Ao nível do pescoço, serão identificadas as artérias carótida
comum, carótida interna e externa e artéria facial; bem como veia jugular externa
e interna e veia facial.
Na região orbitária, a pálpebra superior será dissecada bilateralmente acima da aponeurose
do levantador da pálpebra superior.
Será realizada a elevação da mucosa do assoalho nasal, bem como da mucosa da parede
lateral do maxilar superior. Será seccionado a partir da inserção do septo nasal da
crista palatina.
Exames Complementares (EC)
Eletrodiagnóstico e Eletromiografia
Na avaliação funcional da musculatura facial foi encontrada assimetria facial às custas
da hemiface direita; ao exame muscular, foi identificada a seguinte classificação
(Tabela 1).
Tabela 1 - Laudo do exame da eletromiografia do paciente realizado no pré-operatório.
Músculo |
Qualificação |
Sensibilidade |
Direito |
Esquerdo |
Nervo Trigeminal |
Frontal |
3 |
3 |
|
|
Corrugador do supercílio |
2 |
2 |
Ramo oftálmico preservado |
Ramo oftálmico preservado |
Orbicular dos olhos |
2 |
3 |
Ramo ascendente maxilar preservado |
Ramo ascendente maxilar preservado |
Bucinador |
1 |
1 |
Ramo descendente maxilar preservado |
Ramo descendente maxilar preservado |
Elevador da asa do nariz |
2 |
2 |
|
|
Orbicular da boca |
1 |
1 |
|
|
Mentoniano |
2 |
2 |
|
|
Platisma |
3 |
3 |
|
|
Tabela 1 - Laudo do exame da eletromiografia do paciente realizado no pré-operatório.
Avaliação da movimentação facial segundo House e Brackmann (1985) apresentando grau
I V, sendo disfunção moderadamente grave com simetria e tônus normais no repouso e
em movimento. A região frontal tem ausência, olhos com fechamento incompleto e boca
assimétrica com esforço máximo.
Ecocardiograma (janeiro/2019)
Função sistólica com fração de ejeção de 68% e disfunção sistólica prejudicada com
padrão de enchimento tipo I.
Ultrassom com Doppler das carótidas e vertebrais (janeiro/ 2019)
Presença da artéria carótida comum, carótida interna e externa com paredes regulares;
espessura da camada íntima e média em parâmetros normais, não sendo identificadas
placas ateromatosas ou lesões estenóticas. O Doppler demonstra fluxo anterógrado e mantém suas configurações, velocidades e índice de
resistência em parâmetros normais.
Artérias vertebrais com fluxo anterógradas e velocidade em parâmetros normais. Também
é realizado o traçado das veias jugular e externa, em que se observam permeáveis com
fluxo adequado.
Exames laboratoriais (janeiro/2020) (Tabela 2)
Tabela 2 - Exames laboratoriais realizados pelo paciente no período pré-operatório.
Exames |
Resultado |
Exames |
Resultado |
Glicemia |
106 mg/dL |
Hematócrito |
45% |
Eritrócitos |
5.10 106/mm3 |
Hemoglobina |
15,2 g/dL |
Leucócitos |
5.295 mm3 |
Segmentados |
68% |
Plaquetas |
155.000 mm3 |
AST |
38 U/L |
Hemoglobina glicada |
6,2% |
ALT |
58 U/L |
Ureia |
29,96 mg/dL |
GGT |
93 U/L |
Creatinina sérica |
0,73 mg/dL |
Tempo de protrombina (TAP) |
12s |
Sódio sérico |
140,0 mmol/L |
Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) |
31s |
Potássio sérico |
4,2 mmol/L |
HBsAg |
Negativo |
Cloro sérico |
105,0 mmol/L |
Anti HCV total |
Não reativo |
Cálcio sérico |
11,33 mg/dL |
Anti HAV |
Negativo |
Fósforo sérico |
1,9 mg/dL |
Anti HIV |
Não reativo |
Ácido úrico |
7,45 mg/dL |
Anti-hepatite D |
Negativo |
Colesterol total |
145 mg/dL |
Proteína C reativa ultrassensível |
1,59 mg/dL |
Bilirrubina direta |
0,21 mg/dL |
Anti Epstein Baar ag capside VCA IgM |
1,56 index |
Bilirrubina indireta |
0,34 mg/dL |
Anti-Epstein Baar ag capside VCA IgG |
4,56 index |
Creatinofosfoquinase (CK-MB) |
26 U/L |
Citomegalovirus IgG |
Negativo |
Globulina |
4 gr/dL |
Toxoplasma IgG |
Negativo |
Desidrogenase láctica (DHL) |
240 U/L |
|
|
Tabela 2 - Exames laboratoriais realizados pelo paciente no período pré-operatório.
DISCUSSÃO
Dentre os 43 casos já publicados, nos quais 13 pacientes apresentaram etiologia do
trauma proveniente de queimaduras extensas, apenas em 28 deles foram citadas algumas
orientações de manejo no que diz respeito ao período pré-transplante. Além disso,
existe até o momento apenas um estudo que correlaciona os cuidados préoperatórios
necessários e suas aplicações no contexto de imunizações necessárias para a realização
do procedimento5.
Em geral, antes do transplante, os pacientes relatam presença de sintomas depressivos
e alteração na qualidade de vida. Dessa maneira, os potenciais candidatos são submetidos
a uma avaliação psicossocial. Como no relato, o paciente encontra-se capaz de realizar
suas atividades diárias6.
O atendimento desses pacientes oferece desafios únicos, incluindo a imunossupressão,
rejeição do aloenxerto e comprometimento da comunicação. A.S.M. passou por uma triagem
rígida estabelecida pelo protocolo, identificando novas comorbidades que influenciavam
no retardo de tal procedimento.
A escolha do paciente surgiu por ser uma vítima de acidente por queimadura com 72%
da superfície corporal queimada, com mais de 40 cirurgias sem avanços significativos.
De acordo com o a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (SACP) e a Sociedade
de Microcirurgia Reconstrutiva (SMR), o transplante facial deve ser realizado em paciente
com disfunção facial grave, com perda maior que 25% e após o esgotamento das técnicas
convencionais com resultados insatisfatórios. Portanto, o paciente segue apto a realizar
o manejo pré-operatório7.
Outrossim, devido à extensão e profundidade das queimaduras nas unidades centrais
da face, o paciente encontra-se sob uso de uma prótese nasal, além de apresentar oclusão
da passagem nasal, que refletiu na mudança do seu hábito do sono e no aparecimento
de sinusite no seio maxilar esquerdo.
Isso foi demonstrado de forma análoga em dois pacientes que apresentavam a cavidade
nasal exposta com oclusão das vias aéreas antes de realizar o transplante e, portanto,
necessitaram da utilização de um nariz protético. Após o transplante facial, embora
não tenha se observado uma melhora significativa quanto ao distúrbio do sono, houve
restauração com sucesso das vias aéreas, respiração nasal sem obstáculos e o desaparecimento
da sinusite após algumas correções cirúrgicas devido o alinhamento do septo do doador7,8.
Características inadequadas como imunossensibilização, neuropatologia e reações adversas
representam obstáculos para a realização da cirurgia. O que não foi identificado no
relato, pois apresentou completa estabilidade nas avaliações e sem manifestações reacionais8.
De forma semelhante ao caso relatado, foi encontrado um paciente submetido a transplante
de face com a mesmas características orofaciais, no qual, após o transplante, houve
retorno da agrafestesia facial e melhorias motoras após o 6º mês9.
O monitoramento laboratorial da glicemia em jejum e da hemoglobina glicada são de
grande importância, no qual o paciente já apresentava diabetes mellitus tipo 2, sendo
uma das complicações precoces encontradas em pós-transplantados: a diabetes transitória9. Foi identificado um paciente com quadro clínico similar, que evoluiu positivamente
com tratamento medicamentoso após o transplante.
A reação negativa para o exame imunológico do citomegalovírus foi um fator preponderante
para o manejo, visto que este influencia no grau de disfunção do aloenxerto e morbimortalidade
dos pacientes. O mecanismo ainda não é muito bem esclarecido, mas todos os pacientes
que desenvolveram tal infecção foram tratados com terapia antirretroviral com êxito10.
Estratégias multiprofissionais são lançadas perante a complexidade desse procedimento
e de suas repercussões nas fases pré e pós-cirúrgicas.
Atualmente, o paciente se encontra em fase de estabilização sob controle da diabetes
mellitus e hipertensão arterial sistêmica, esta identificada durante o pré-operatório,
necessitando postergar o procedimento. Além disso, encontra-se em espera do doador
compatível.
CONCLUSÃO
Detalhou-se um caso sobre os cuidados preponderantes para um transplante facial. Apesar
de haver um escasso conhecimento médico no território brasileiro, esta é uma realidade
em muitos países desenvolvidos, onde o paciente consegue viabilizar o retorno de suas
habilidades e expressões faciais com uma aparência potencialmente natural.
Outrossim, o acompanhamento laboratorial e multiprofissional no âmbito da avaliação
pré-operatória em um longo período é imprescindível, visto que aumenta a possibilidade
de detectação de possíveis comorbidades e de serem solucionadas antes do procedimento
cirúrgico.
Ressalta-se a importância da divulgação desse procedimento inovador em diferentes
especialidades médicas e dos cuidados pré-operatórios através de uma investigação
minuciosa, possibilitando o resgate de sua identidade facial, uma vez estigmatizada.
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1. Grupo de Ayuda para la Mano Artrítica AC, “Tlalpan Team”, Medicina, Tlalpan, Cidade
do México, México
2. Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA), Medicina, Belém, Pará, Brasil
Autor correspondente: Mateus de Sousa Borges Rua Municipalidade, 985, sala 2112, Umarizal, Belém, PA, Brasil. CEP: 66050-350 E-mail:
mateus.sousa.borges@hotmail.com
Artigo submetido: 06/03/2022.
Artigo aceito: 13/09/2022.
Conflitos de interesse: não há.