INTRODUÇÃO
As alterações estéticas faciais e a insatisfação com a autoimagem estão cada vez mais
presentes na sociedade atual1-3, e os parâmetros de beleza facial exercem considerável influência na população2,4. A aparência, principalmente da figura feminina, é mencionada como beleza e juventude
impondo um padrão cosmético que combate o cansaço e o envelhecimento5. Os pacientes
têm procurado por procedimentos rápidos, não cirúrgicos e menos invasivos, onde podemos
encontrar algumas substâncias que podem modificar a estética facial através do rejuvenescimento
dos sinais do envelhecimento6. Assim, há um aumento na procura de pacientes por procedimentos estéticos orofaciais
realizados por médicos e dentistas7,8.
Os aplicadores faciais e preenchedores são os recursos não cirúrgicos mais utilizados
para procedimentos estéticos que buscam prevenir ou melhorar os sinais de envelhecimento9 por meio de substâncias injetadas sob a pele. Embora sejam eficazes e tenham margens
de segurança favoráveis, podem ocorrer complicações precoces e tardias com vários
níveis de gravidade9. O aumento da realização desses procedimentos estéticos dérmicos pode ser acompanhado
de fatores que comprometem a segurança do paciente e a reputação dos profissionais10.
Devido à prática médica consolidada na área cosmética e com a possibilidade de prática
clínica por parte dos cirurgiões-dentistas sobre determinados fatores cosméticos11, aumenta a popularidade e a procura de pacientes por esses profissionais com o objetivo
principal de procedimentos estéticos faciais12. Embora não cirúrgicos e com margem de segurança, podem resultar em aparência estranha
ou artificial13, levando a complicações e efeitos adversos após o tratamento14, causando danos ao paciente15. É de suma importância que o profissional tenha segurança na tomada de decisões ao
realizar tais procedimentos e atenção ao limite de suas atribuições como cirurgião-dentista16.
Em decorrência do aumento de procedimentos estéticos não cirúrgicos e visando alertar
os profissionais sobre possíveis danos e riscos inerentes à técnica, o objetivo desta
revisão sistemática da literatura foi elencar as complicações decorrentes dos procedimentos
de harmonização orofacial, identificar as áreas mais afetadas, contribuindo para a
tomada de decisão consciente e procedimentos estéticos faciais mais seguros para a
qualidade de vida do paciente.
MÉTODOS
Revisão sistemática da literatura
Estratégia de pesquisa
Esta revisão sistemática foi realizada seguindo as diretrizes do protocolo PRISMA17, com a questão foco: “Quais as complicações decorrentes dos procedimentos de harmonização
orofacial?”. Os artigos foram selecionados com base nos critérios de inclusão: população,
intervenção, comparação e desfechos (PICO), apresentados no Quadro 1.
Quadro 1 - Critérios para a questão foco da pesquisa.
Descrição |
Abreviação |
Componentes |
População |
P |
Humanos |
Intervenção |
I |
Harmonização orofacial |
Comparação |
C |
Procedimentos estéticos |
Resultados |
O |
Complicações |
Quadro 1 - Critérios para a questão foco da pesquisa.
A busca bibliográfica foi realizada por dois revisores no período de março a setembro
de 2020, sem o uso de filtros, em todos os campos das seis bases de dados selecionadas:
Medline (PubMed), SciELO, Scopus, Cochrane, Lilacs e Web of Science, em português,
inglês e espanhol, utilizando as seguintes palavras-chave.
Inglês
“Botulinum toxin” e face e complications e “adverse effects”
“Hyaluronic acid” e face e complications e “adverse effects”
“Mesotherapy” e face and complications e “adverse effects”
“Collagen” e face and complications e “adverse effects”
“Lip” e face e complications e “adverse effects”
“Adipose tissue” e face and complications e “adverse effects”
“Laser” e face and complications and “adverse effects”
“Platelet-Rich Plasma” e face and complications e “adverse effects”
Português
“Toxina botulínica” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Ácido hialurônico” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Mesoterapia” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Colágeno” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Lábio” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Lipectomia” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Laser” e face e complicações e “efeitos adversos”
“Plasma rico em plaquetas” e face e complicações e “efeitos adversos”
Espanhol
“Toxinas Botulínicas” e cara e complicaciones e “efectos adversos”
“Ácido Hialurónico” e cara e complicações e “efectos adversos”
“Mesoterapia” e cara e complicaciones e “efectos adversos”
“Colágeno” e cara e complicaciones e “efectos adversos”
“Labio” e cara e complicaciones e “efectos adversos”
Lipectomía e cara e complicaciones e “efectos adversos”
“Rayos láser” e cara e complicaciones e “efectos adversos”
“Plasma rico en plaquetas” e cara e complicações e “efectos adversos”
Critérios de elegibilidade
Os artigos foram inicialmente separados por títulos, onde foram excluídos aqueles
que não possuíam o tema. Os revisores avaliaram se atendiam aos critérios de inclusão
os artigos selecionados pelos títulos por meio de seus resumos e artigos, e as repetições
encontradas foram descartadas. Posteriormente, foi realizada uma avaliação completa
do artigo. Os dois revisores avaliaram independentemente a qualidade metodológica
de cada estudo, e a seleção sistemática dos estudos foi realizada; apenas aqueles
que apresentavam os parâmetros dos critérios de inclusão foram selecionados para a
discussão do trabalho.
Os critérios de inclusão foram estudos que apresentassem complicações na harmonização
facial após procedimentos de harmonização orofacial; trabalho in vivo em humanos. Os critérios de exclusão foram revisões de literatura; pesquisas realizadas
em animais, ou que não apresentaram complicações decorrentes de procedimentos de harmonização
orofacial nas áreas médica e odontológica.
Avaliação da qualidade do estudo
A classificação de viés de cada estudo selecionado foi realizada por meio da escala:
Joanna Briggs Institute 2017- Critical Appraisal Checklist for Case Reports18, com pontuação máxima de 8 pontos, contando apenas os positivos, mostrando as limitações
dos estudos.
RESULTADOS
Pesquisa na literatura
Inicialmente, foram escolhidas 3.535 referências, aplicando-se os critérios de inclusão
e exclusão e removendo as duplicatas; uma amostra final de 33 estudos foi obtida no
Quadro 2. A descrição detalhada das etapas de seleção dos artigos é apresentada na Figura 1.
Quadro 2 - Dados gerais dos artigos utilizados na revisão sistemática contendo nome do artigo,
autores, ano de publicação e revista.
ARTIGOS |
TÍTULO |
AUTORES |
ANO |
REVISTA |
1 |
Complicações com o Uso de Toxina Botulínica Tipo A em Rejuvenescimento Facial: Relato
de 8 Casos19 |
Ferreira MC, Salles AG, Gimenez R, Soares MFD
|
2004 |
Cirurgia Plástica Estética |
2 |
Oclusão da artéria do ramo da retina após injeção de ácido hialurônico (Restylane)
20 |
Pedro S, Mennel S |
2006 |
Oftalmologia Clínica e Experimental |
3 |
Cirurgia para reações de corpo estranho devido a preenchedores injetáveis 21 |
Wolfram D, Tzankov A, Piza-Katzer H
|
2006 |
Dermatologia (Basileia, Suíça) |
4 |
Efeito da toxina botulínica tipo a na produção de lágrima após tratamento de rítides
cantais laterais22 |
Arat YO, Yen MT |
2007 |
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Oftálmica |
5 |
Efeitos adversos imunomediados retardados relacionados a ácido hialurônico e enchimentos
dérmicos de hidrogel acrílico: Achados clínicos, acompanhamento a longo prazo e revisão da literatura23 |
Alijotas-Reig J, Garcia GV |
2008 |
Revista da Academia Europeia de Dermatologia e Venereology |
6 |
O risco de necrose alar associada à injeção de preenchimento dérmico24 |
Grunebaum LD et.al. |
2009 |
Cirurgia Dermatológica |
7 |
Danos oculares secundários à terapia de luz pulsada intensa na face25 |
Lee WW et al. |
2011 |
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Oftálmica |
8 |
Exagero de rugas após injeção de toxina botulínica para linhas horizontais da testa26 |
Kang SM et al. |
2011 |
Anais de Dermatologia |
9 |
Reação por corpo estranho incomum causada por toxina botulínica27 |
Pontes HAR et al. |
2012 |
Revista de Cirurgia Craniofacial |
10 |
Branqueamento facial devido a neurotoxinas: mecanismos propostos28 |
Khan TT, Herne K, Dayan SH, Woodward JA
|
2013 |
Cirurgia Dermatológica |
11 |
O uso de hialuronidase em complicações causadas por ácido hialurônico para volumização
da face: relato de caso 29 |
Neri SRNG, Addor FAZ, Parada MB, Schalka S
|
2013 |
Cirurgia Dermatológica Cosmética |
12 |
Oclusão da artéria do fundo causada por injeções faciais cosméticas30 |
Chen Y et al. |
2014 |
Revista Médica Chinesa |
13 |
Lipogranuloma periorbital relacionado à migração de preenchimento: uma rara complicação
do preenchimento facial31 |
Eun YS, Cho SH, Lee JD, Kim HS
|
2014 |
Revista de Cosmética e Laserterapia |
14 |
Diagnóstico e manejo das complicações do preenchimento dérmico na região perioral32 |
Grippaudo FR et al. |
2014 |
Revista de Cosmética e Laserterapia |
15 |
Preenchimentos faciais cosméticos e perda severa de visão33 |
Carle MV, Roe R, Novack R, Boyer DS
|
2014 |
JAMA Oftalmología |
16 |
Resultados clínicos da necrose da pele nasal iminente relacionado ao aumento do nariz
e dobra nasolabial com preenchimentos de ácido hialurônico34 |
Sun ZS et al. |
2015 |
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva |
17 |
Reações adversas de início tardio relacionadas ao preenchimento dérmico de ácido hialurônico
para aumento estético de tecidos moles35 |
Curi MM et al. |
2015 |
Revista de Cirurgia Craniofacial |
18 |
Achados angiográficos cerebrais de oclusão da artéria oftálmica e da retina relacionada
ao preenchimento facial cosmético36 |
Kim YK, Jung C, Woo SJ, Park KH |
2015 |
Revista da ciência médica coreana |
19 |
Tratamento da necrose da pele da glabela após injeção de preenchimento de ácido hialurônico
usando plasma rico em plaquetas37 |
Kang BK, Kang IJ, Jeong KH, Shin MK. |
2016 |
Revista de Cosmética e Laserterapia |
20 |
Embolização de artéria retiniana após injeção de ácido hialurônico: relato de caso38 |
Chen W et al. |
2016 |
Revista de Cirurgia Estética |
21 |
Intercâmbio de plasma terapêutico em um caso raro de crise miasténica após a injeção
de Botox 39 |
Chegini A |
2017 |
Suplemento de Aterosclerose |
22 |
Migração do preenchimento para a testa devido a múltiplas injeções de preenchimento
em um paciente viciado em preenchimentos cosméticos40 |
Lin CH, Chiang CP, Wu BY, Gao HW |
2017 |
Revista de Cosmética e Laserterapia |
23 |
Reação semelhante ao xantelasma à injeção de preenchimento 41 |
Or L et al. |
2017 |
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Oftálmica |
24 |
Edema crônico da pálpebra após tratamento de preenchimento com ácido hialurônico periocular42 |
Yu JTS, Peng L, Ataullah S
|
2017 |
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Oftálmica
|
25 |
[Análise clínica da perda visual causada pela injeção de preenchimentos cosméticos
faciais]43 |
Hu XZ et al. |
2017 |
Zhonghua Yan Ke Za Zhi Revista Chinesa de Oftalmologia |
26 |
Diagnóstico Histopatológico de Oclusão Vascular após Injeção de Preenchimento de Ácido Hialurônico: Achados de Corpo Estranho Intravascular e Necrose de Pele44 |
Maruyama S |
2017 |
Revista de Cirurgia Estética |
27 |
Esotropia após injeção de toxina botulínica tipo A para rugas faciais45 |
Lee SK, Jun HJ |
2018 |
Revista de Cosmética e Laserterapia |
28 |
Complicações vasculares após aumento do queixo com ácido hialurônico46 |
Wang Q et al. |
2018 |
Cirurgia Plástica Estética |
29 |
Complicações da ultrassonografia transcutânea microfocada: série de casos e revisão
da literatura47 |
Friedmann DP et. al. |
2018 |
Lasers em Cirurgia e Medicina |
30 |
Paralisia isquêmica do nervo oculomotor devido à injeção de ácido hialurônico48 |
Bae IH et al. |
2018 |
Revista de Dermatologia Cosmética |
31 |
Deformidade de animação horizontal como complicação incomum da modulação da neurotoxina
do sorriso gengival49 |
Chen G et al. |
2019 |
Revista online de Dermatologia |
32 |
Perda visual após injeção de preenchimento facial cosmético50 |
Shoughy SS |
2019 |
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia |
33 |
Comprometimento vascular após preenchimentos faciais de tecidos moles: Relato de caso
e revisão dos protocolos de tratamento atuais51 |
SM, Goldsmith JL, Ferneini EM |
2020 |
Revista de Cirurgia Oral e Maxilofacial |
Quadro 2 - Dados gerais dos artigos utilizados na revisão sistemática contendo nome do artigo,
autores, ano de publicação e revista.
Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção dos artigos encontrados nas bases de dados.
Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção dos artigos encontrados nas bases de dados.
Os casos dentro de cada estudo variaram de 1 a 26, com idades de 22 a 74 anos. Os
procedimentos estéticos faciais realizados foram injeção de toxina botulínica19,22,25-28,39,45,49,
preenchimento com ácido hialurônico20,21,23,24,29,30,32-38,41-44,46,48, 50,51 e outros
tipos de preenchedores29,41,44,48, tratamento facial com luz intensa pulsada (IPL)25 e ultrassom MicroNed47, houve complicações imediatas e tardias decorrentes dos procedimentos, sendo os olhos
e a região periocular os mais afetados (Tabela 1). O núcleo de avaliação da qualidade metodológica variou entre 4 e 8 pontos, pois
contou apenas com o símbolo positivo (Tabela 2).
Tabela 1 - Metodologia dos estudos que apresentam complicações após a harmonização orofacial.
Artigo |
n |
F |
M |
Idade |
Procedimento realizado |
Intensidade/ quantidade do material |
Tempo decorrido do procedimento |
Complicações |
Região afetada |
1 |
8 |
7 |
1 |
36-58 |
Injeção de toxina botulínica tipo A no terço superior e inferior da face |
46 U; 10 U. |
Varia de 48 horas a 43 dias. |
Cefaleia, olho seco, ptose unilateral progressiva da fronte e pálpebra associada à
diplopia, perda de controle do músculo orbicular da boca, dificuldade para beber e falar, edema, espasmos do olho e dos músculos corrugadores
e diplopia em maior grau.
|
Músculos faciais, olhos, pálpebras, testa e ca- beça
|
2 |
1 |
0 |
1 |
48 |
Preenchimento de ácido hialurônico na área glabelar e pálpebras para rugas |
- |
1 minuto |
Perda visual parcial na metade inferior do campo visual do olho direito e oclusão
do ramo da artéria da retina.
|
Olhos |
3 |
4 |
4 |
0 |
38-58 |
Preenchimento facial com microesferas de polimetil- metacrilato, ácido hialurô- nico, ácido hialurônico mais partículas de hidrogel acrílico e ácido polilático
|
- |
Ele variou de 2 e 3 meses a 2 anos depois.
|
Erupções vesiculares na face, granu- lomas, eritema, corpo estranho com rigidez subcutânea e intramuscular, inflamação
aguda das áreas faciais aumentadas e uma fístula na testa.
|
Pálpebras, canto da boca, arco zigomático, sulco nasolabial, queixo, pescoço, bochechas e lábio superior.
|
4 |
13 |
13 |
0 |
31-58 |
Toxina botulínica tipo A em região de "pés de galinha" |
10 U para cada lado |
1 semana |
Olho seco e efeitos na produção de lágrimas. |
Olhos |
5 |
25 |
- |
- |
- |
Preenchimento facial com ácido hialurônico (n=16) e ácido hialurônico mais hidrogéis (n=9)
|
- |
1-12 meses |
Nódulos sensíveis, endurecimento da pele, manifestações sistêmicas e outros sinais
clínicos.
|
Orofacial e sistêmica |
6 |
3 |
2 |
1 |
25-42 |
Preenchimento do nariz (rinoplastia) com ácido hialurônico |
1 ml (n=1) |
Variando de imediato; 12 horas depois e 1 dia depois. |
Necrose nasal, irritação da pele do nariz com inchaço e dormência. |
Nariz |
7 |
2 |
2 |
0 |
27-36 |
Tratamento facial com luz intensa pulsada (IPL) |
560 nm com uma unidade IPL desconhe- cida foi aplicado a 21 J
|
1 hora depois |
Dor ocular, constrição pupilar marcada e uveíte, distúrbios visuais e defei- tos pupilares
|
Olhos |
8 |
4 |
4 |
0 |
33-49 |
Toxina botulínica na região da testa |
Menos de 20 U |
1-2 semanas depois |
Protrusão glabelar e rugas profundas |
Testa |
9 |
1 |
1 |
0 |
32 |
Injeção de toxina botulínica para corrigir o sorriso gen- gival
|
(3 injeções de BTX em 2 lo- cais)
|
6 meses depois |
Cisto do ducto nasopalatino ou cisto periodontal lateral e corpo estranho imerso no tecido conjuntivo da lesão compatível com toxina botulínica.
|
Maxila e incisivos centrais |
10 |
1 |
1 |
0 |
32 |
Injeções de toxina botulínica tipo A na região da glabela
|
- |
2 semanas |
Pele pálida sobrejacente às áreas frontal e glabelar |
Testa |
11 |
1 |
1 |
0 |
35 |
Ácido hialurônico na região do arco zigomático |
Cânula 18G, 70mm e volume não informado
|
15 dias depois |
Dor à palpação e nódulos |
Arco zigomático e região infraorbital |
12 |
13 |
13 |
0 |
38-44 |
Preenchimento facial com gordura autóloga (n=7), ácido hialurônico (n=5) e colágeno ósseo (n=1). Fron- tal (n=5), periocular (n=2), temporal (n=2) e nariz (n=4)
|
AH (0,6; 0,9 e 2,1 ml de material. Agulha 27-30 G) e gordura autóloga: (20,0;2,0;5,0;12,0 e 0,9ml com agulha de 0,3; 1; 1,2 e 2mm de diâmetro e 23G e 12G)
|
- |
Oclusão da artéria oftálmica (OAO), oclusão da artéria central da retina (OACR) e neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA).
|
Olhos |
13 |
1 |
1 |
0 |
74 |
Preenchimento dérmico com material não identificado na região da testa |
- |
- |
Edema e descoloração amarela da pálpebra superior esquerda |
Pálpebras |
14 |
26 |
26 |
0 |
28-74 |
Preenchimento labial |
- |
- |
volume labial, assimetria, edema labial, infecções, fibrose, nódulos, endurecimento labial, inflamação granulomatosa
e migração de produto.
|
Lábios |
15 |
3 |
2 |
1 |
30-60 |
Ácido hialurônico, gordura autóloga e microesferas de colágeno bovino e polimetil metil acrilato na testa
|
- |
Variou de imediatamente a 3 semanas após |
Perda Visual |
Olhos |
16 |
20 |
19 |
1 |
22-52 |
Ácido hialurônico no Nariz |
- |
1 dia depois |
Necrose cutânea (dor, eritema e edema) |
Nariz |
17 |
2 |
2 |
0 |
58-65 |
Ácido hialurônico |
- |
4 e 12 anos depois (reação tardia) |
Lesões nodulares inflamadas dolorosas na mucosa labial e inchaço bilateral simétrico
súbito no masseter região
|
Lábios e masseter |
18 |
7 |
7 |
0 |
24-40 |
Ácido hialurônico (n=4) e gordura autóloga (n=3) no nariz e glabela |
AH 0,2; 0,4 e 0,7 ml para gordura autóloga não foi identificada
|
4 horas |
Oclusão da artéria oftálmica (OAO) e necrose da pele |
Olhos |
19 |
1 |
1 |
0 |
46 |
Ácido hialurônico na testa e nariz |
- |
2 dias depois |
Vermelhidão, inchaço, numerosas pústulas e necrose regional escura. |
Glabela, testa e parte de trás do nariz |
20 |
1 |
1 |
0 |
22 |
Injeção de ácido hialurônico no dorso nasal |
- |
10 minutos depois |
Dorso nasal e eritematoso glabela acompanhada de diplopia, descoloração violácea,
dor orbitária e estrabismo em os olhos.
|
Glabela, nariz e olhos |
21 |
1 |
1 |
0 |
30 |
Injeções de toxina botulínica |
3 injeções sem indicação de volume |
- |
Ptose, diplopia, disartria, disfagia, fraqueza muscular, dificuldade respiratória
progressiva e dispneia
|
Olhos e faringe |
22 |
1 |
1 |
0 |
50 |
Injeção de ácido polilático (PLLA) nas bochechas |
- |
1 mês depois |
Preencher migração nas bochechas formando um nódulo crescente na testa |
Testa |
23 |
7 |
7 |
0 |
46-57 |
Ácido hialurônico (n=2), cálcio sintético microesferas de hidroxiapatita (n=4) e policaprolactona (n=1)
|
- |
12 meses depois |
Reação semelhante ao xantelasma na parte inferior pálpebras que incluíam inchaço e
depósitos amarelos nas pálpebras inferiores
|
Pálpebras inferiores |
24 |
1 |
1 |
0 |
54 |
Ácido hialurônico na região das sobrancelhas |
- |
6 anos depois |
Edema periorbitário bilateral com ligeira coloração azulada da pele. |
Pálpebras |
25 |
18 |
18 |
0 |
24-45 |
Ácido hialurônico ou gordura autóloga: teste n=6; nariz n=8; ambos n=4
|
- |
- |
Perda visual (ausência de percepção luminosa, isquemia no local da inje- ção, diferentes graus de ptose e exa- me de fundo de olho)
|
Olhos |
26 |
1 |
1 |
0 |
57 |
Ácido hialurônico na glabela, testa e sulcos nasolabiais |
0,1mL |
2 dias depois |
Necrose da pele, eritema, descoloração, púrpura e dor intensa que se estende da glabela esquerda até o topo da testa
|
Testa, na região parietal e glabela |
27 |
1 |
1 |
0 |
36 |
Toxina botulínica tipo A na glabela, testa e pés de galinha
|
- |
7 dias depois |
Esotropia paralisia parcial do olho (apresentou visão dupla) |
Olhos |
28 |
2 |
2 |
0 |
24-42 |
Ácido hialurônico (AH) |
1ml |
Durante o procedimento |
Necrose local da pele do queixo, parestesia lingual, dor de cabeça e desconforto no
pescoço.
|
Queixo e Língua |
29 |
5 |
3 |
2 |
47-53 |
Ultrassom microfocado (MFUS) para melhorar a textura da pele facial
|
4MHz / 4,5mm, 3,0mm e 1,5mm (809 linhas); 7 MHz / 4,5 mm e 3,0 mm (318 linhas) e 4 MHz / 4,5 mm, 7 MHz / 4,5 mm e 3,0 mm de pro- fundidade (630 linhas)
|
Minutos após o procedimento |
Bolhas, erosão/ulceração, pele e tecido subcutâneo e necrose da pele. |
Pele do rosto |
30 |
1 |
1 |
0 |
29 |
Ácido hialurônico (AH) na ponta nasal |
- |
Durante o procedimento e após 3 dias. |
Dor intensa, tontura e visão turva, movimento extraocular limitado, necrose da pele
com blefaroptose.
|
Área periocular e glabela |
31 |
1 |
1 |
0 |
28 |
Toxina botulínica tipo A em o lábio superior |
um local por músculo, 2,5 unidades por local
|
1 semana depois |
Aparecimento de linha horizontal deprimente ao sorrir |
Terço facial inferior |
32 |
1 |
1 |
0 |
36 |
Ácido hialurônico periocular e glabela |
- |
- |
Perda de visão no olho direito e fraqueza no braço esquerdo |
Olhos e braços |
33 |
1 |
1 |
0 |
52 |
Ácido hialurônico (AH) nas linhas de marionetes e dobras nasolabiais |
- |
12 horas depois |
Edema facial eritematoso doloroso bilateral e área sensível palpável com hematoma e edema
|
Terço inferior da face e lábio |
Tabela 1 - Metodologia dos estudos que apresentam complicações após a harmonização orofacial.
Tabela 2 - Risco de viés baseado no JBI TOOL de estudos elegíveis e incluídos na revisão sistemática.
Artigo |
1. As características demográficas do paciente foram claramente descritas? |
2. A história do paciente foi claramente descrita e apresentada como uma linha do
tempo?
|
3. A condição clínica atual do paciente na apresentação foi claramente descrita? |
4. Os testes diagnósticos ou métodos de avaliação e os resultados foram claramente
descritos?
|
5. A(s) intervenção(ões) ou procedimento(s) de tratamento foram claramente descritos? |
6. A condição clínica pósintervenção foi claramente descrita? |
7. Os eventos adversos (danos) ou eventos imprevistos foram identificados e descritos? |
8. O relato de caso fornece lições para levar? |
119 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
220 |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
321 |
+ |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
422 |
- |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
523 |
- |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
624 |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
725 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
826 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
927 |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
1028 |
+ |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
1129 |
- |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
1230 |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
1331 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
- |
+ |
+ |
1432 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
1533 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
1634 |
+ |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
1735 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
1836 |
- |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
1937 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2038 |
+ |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2139 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
- |
+ |
+ |
2240 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2341 |
- |
+ |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2442 |
+ |
+ |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2543 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2644 |
- |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
2745 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2846 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
2947 |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
3048 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
3149 |
- |
- |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
+ |
3250 |
- |
+ |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
3351 |
- |
- |
+ |
+ |
- |
+ |
+ |
+ |
Tabela 2 - Risco de viés baseado no JBI TOOL de estudos elegíveis e incluídos na revisão sistemática.
DISCUSSÃO
A demanda por melhorias estéticas tem aumentado o número de procedimentos estéticos
faciais 52. Este estudo realizou uma ampla análise de possíveis complicações após procedimentos
de harmonização orofacial para que pacientes e profissionais tenham conhecimento desses
eventos, possibilitando a detecção e tratamento imediato.
A maioria dos efeitos adversos são nãosignificativos e temporários, mas em algumas
exceções, podem causar piora do aspecto estético do paciente e insatisfação53, causando danos e/ou choque psicológico diante da frustração com sua aparência, podendo
levar a a reparação do dano por responsabilidade civil profissional54. No entanto, mesmo com maior frequência de realização desses serviços, ainda há pouca
abordagem científica literária sobre as possíveis complicações decorrentes desses
procedimentos.
Neste estudo, as complicações foram relatadas em pacientes de ambos os sexos, com
idade entre 22 e 74 anos; porém, foram mais frequentes em mulheres que realizaram
a maioria dos procedimentos22,34. Esses procedimentos são motivados pela busca do rejuvenescimento ou a prevenção
do envelhecimento facial13. Por isso, procedimentos menos invasivos têm alcançado maior popularidade e demanda9. Desses procedimentos, aplicadores faciais como toxina botulínica19,22,25-28,39,45,49 e ácido hialurônico20,21,23,24,29,30,32-38,41-44,46,48,50,51 foram os mais realizados,
provavelmente pelo custo-benefício e durabilidade do efeito. pálpebras inferiores
e rugas “pés de galinha”, expressão popularmente conhecida) e nariz28,30,32,34,36,38,39,41,44-46,49-53,55,56. Houve manifestações de complicações após os procedimentos nas áreas da testa, nariz,
olhos, região periocular e lábios27-30,32-34,36-39,41,42,44-53,55,56, sendo os olhos e região periocular a mais acometida principalmente com olho seco,
diplopia, perda visual e ptose1-4,7,12,13,15,18,20,21,23-25,27,32.
Foram relatadas consequências como cefaleia intensa com duração de 45 dias, cefaleia
parietal bilateral com duração de quinze dias associada a olho seco, ptose frontal
progressiva, diplopia e perda do controle muscular24. Nos olhos, uma das regiões mais acometidas, foi possível observar sinais e sintomas
como olho seco19,22 após um mês do procedimento, permanecendo os sintomas por quatro meses22, dor ocular com constrição pupilar e distúrbios visuais que resultaram em defeitos
pupilares permanentes mesmo após dois meses do evento25, problemas vasculares como oclusão da artéria oftálmica (OAO) e neuropatia óptica
oftálmica anterior (NOIA) também foram relatados30. A perda visual ocorreu parcialmente, com aumento da acuidade visual após vinte e
quatro horas20 e perda visual prolongada mesmo após um ano do relato da complicação33, também ocorreu a ausência de percepção luminosa, esotropia45, estrabismo e paralisia isquêmica do nervo oculomotor secundária a uma oclusão e
obstrução vascular de um ramo arterial preenchido com ácido hialurônico38.
Blefaroptose48, necrose cutânea, edema, coloração amarelada31, reações semelhantes a xantelasmas foram relatadas nas pálpebras inferiores41, e uma leve coloração azulada da pele foi observada mesmo após seis anos do procedimento
mais recente42. Nas regiões da glabela e testa, onde as rugas do envelhecimento são muito evidentes,
ocorreu a protrusão glabelar e o aparecimento de novas rugas muito profundas; na protrusão
glabelar, houve recidiva com desaparecimento após quatro semanas26, áreas pálidas, vermelhidão, edema, dor intensa, púrpura e necrose da pele44. Houve relato de material de preenchimento aplicado nas bochechas migrando para a
testa do paciente, formando um nódulo que foi resolvido apenas com cirurgia plástica45. As alterações na pele no local do procedimento foram bolhas, erosão e necrose subcutânea
após tratamento com ultrassom MicroNed (MFUS)47 edema facial e hematomas após aplicadores faciais51.
Na região do nariz, principalmente após o procedimento de preenchimento com ácido
hialurônico, ocorreram casos de necrose nasal24,34,37,38, com sintomas iniciais de edema, edema, dor e eritema34, coloração escura37 e dormência. Os procedimentos de rinomodulação cosmética são uma alternativa cosmética
não invasiva para alterar a aparência nasal. Houve relato de dois pacientes que se
recuperaram após tratamentos adequados para necrose do tecido nasal, mas em um caso
o paciente apresentou cicatriz permanente decorrente da complicação24. No terço inferior da face foi observado o cisto do ducto nasopalatino, causado pela
reação de corpo estranho, ou seja, o material injetado com toxina botulínica32, e dor e nódulo de 3cm ocorreu na região do arco zigomático após aplicação na região
com ácido hialurônico29.
Necrose na região do mento associada à parestesia lingual foi detectada após preenchimento
com ácido hialurônico na região submentoniana; a isquemia da língua ocorre pela injeção
de material na artéria submentoniana ou em seus ramos46. Ainda, na região inferior da face, destacou-se o aparecimento de uma linha horizontal
profunda quando o paciente sorria; devido à aplicação de toxina botulínica para correção
do sorriso gengival, a complicação só desapareceu após a cessação do efeito da toxina
botulínica em três meses49. Uma complicação mais grave causou dificuldade respiratória e dispneia em paciente
que necessitou de internação e intubação para ventilação mecânica em unidade de terapia
intensiva (UTI) com diagnóstico de miastenia gravis após procedimento cosmético com
toxina botulínica39. Nos procedimentos realizados nos lábios, foi comum observar assimetria, infecções,
fibrose, endurecimento dos lábios21, migração do material utilizado32 e lesões dolorosas35. Complicações sistêmicas após o procedimento cosmético também foram detectadas em
paciente sem histórico de doenças, manifestando-se com febre, astralgia e artrite23.
O presente estudo teve várias limitações relevantes: a nacionalidade dos pacientes
estudados, que não foi esclarecida; as técnicas dos procedimentos realizados; quantidade
e marca do material utilizado e sua concentração; a especialidade do profissional
também não foi especificada. Tais informações trariam maior riqueza à discussão, uma
vez que diversos profissionais podem realizar tais procedimentos. Sua qualificação
ajudaria a demonstrar a essas classes como está sendo realizado seu atendimento e
as complicações mais comuns e detectar possíveis falhas de execução no procedimento.
A quantidade de material e a concentração explicariam porque existem algumas complicações
e, consequentemente, tentar reduzir tais ocorrências.
Diante do exposto, ressalta-se a importância de um histórico detalhado dos procedimentos
realizados pelo paciente31,35 antes de fazer o procedimento cosmético facial, bem como o completo entendimento
da anatomia facial e vascular pelo profissional27,43,48,50,51 , o que pode ser um fator contribuinte para a indução de complicações relacionadas
ao treinamento e execução de procedimentos pelo profissional, com complicações decorrentes
de injeção nos vasos sanguíneos, lesões vasculares e oclusão, infecções causadas por
contaminação do produto e erros técnicos na injeção do material57.
Fica evidente a importância de garantir uma boa documentação fotográfica e manter
sempre um bom relacionamento com o paciente até a resolução da complicação24. Deve-se comunicar ao paciente que mesmo sendo um procedimento simples e não invasivo,
podem ocorrer complicações20,22,26. O profissional deve tomar medidas preventivas para que não ocorram complicações38, respeitando a ética e a responsabilidade profissional e zelando pela saúde e dignidade
do paciente16,55; tais medidas evitam sofrimentos e perdas irreparáveis. Os danos causados ao paciente
decorrentes de tratamentos podem caracterizar responsabilidade civil55,56,58, e os eventos de responsabilidade criminal podem ocorrer devido lesão que afete a
integridade corporal ou a saúde do paciente58-60. Assim, fica evidente a importância de realizar amplos estudos para um entendimento
detalhado das possíveis causas e mecanismos desses eventos para garantir procedimentos
estéticos mais seguros e satisfatórios para o profissional e o paciente.
CONCLUSÕES
É possível concluir que mesmo a execução de procedimentos estéticos faciais menos
invasivos pode ocasionar possíveis complicações imediatas ou tardias após o procedimento
em áreas como testa, nariz, lábios e principalmente, nos olhos e região periocular,
que foram as mais acometidas com olhos secos, diplopia, perda visual e ptose. É importante
alertar os pacientes para essa possibilidade com antecedência. Os profissionais devem
ficar atentos para a detecção imediata de eventuais complicações.
REFERÊNCIAS
1. Yesilbek B, Simsek S, Valério P. O impacto psicossocial da estética facial em crianças
e adolescentes e a possibilidade de intervenções precoces: relato de dois casos clínicos.
Rev Assoc Paul Cir Dent. 2016;70(2):192-7.
2. Gatto RCJ, Garbin AJI, Corrente JE, Garbin CAS. The relationship between oral health-related
quality of life, the need for orthodontic treatment and bullying, among Brazilian
teenagers. Dental Press J Orthod. 2019;24(2):73-80.
3. Garbin AJI, Wakaiama B, Saliba TA, Garbin CAS. Harmonização Orofacial e suas implicações
na odontologia. Braz J Surg Clin Res. 2019;27(2):116-22.
4. Soares DM, Palmeira PTSS, Pereira VF, Santos MESM, Tassitano RM, Laureano Filho JR.
Evaluation of the main criteria of facial profile aesthetics and attractiveness. Rev
Bras Cir Plást. 2012;27(4):547-51.
5. Vilhena J, Medeiros S, Novaes JV. A violência da imagem: estética, feminino e contemporaneidade.
Rev Mal Estar Subj. 2005;5(1):109-44.
6. de Maio M. The minimal approach: An innovation in facial cosmetic procedures. Aesthetic
Plast Surg. 2004;28(5):295-300.
7. Machado MA, Flores MRP, Daruge Júnior E, Da Silva RHA. Procedimentos estéticos em
Odontologia: orientações para uma prática clínica segura. Rev Dental Press Estét.
2014;11(2):90-7.
8. Pedron IG, Silva LPN. Utilização da toxina botulínica associada à cirurgia gengival
ressectiva na estética dentogengival. Rev Odontol Bras Central. 2017;26(77):57-60.
9. Farolch-Prats L, Nome-Chamorro C. Facial Contouring by Using Dermal Fillers and Botulinum
Toxin A: A Practical Approach. Aesthetic Plast Surg. 2019;43(3):793-802.
10. Heydenrych I, Kapoor KM, De Boulle K, Goodman G, Swift A, Kumar N, et al. 10-point
plan for avoiding hyaluronic acid dermal filler-related complications during facial
aesthetic procedures and algorithms for management. Clin Cosmet Investig Dermatol.
2018;11:603-11.
11. Papazian MF, Silva LM, Crepaldi AA, Crepaldi MLS, Aguiar AP. Principais aspectos dos
preenchedores faciais. Rev Faipe. 2018;8(1):101-16.
12. Srivastava S, Kharbanda S, Pal US, Shah V. Applications of botulinum toxin in dentistry:
A comprehensive review. Natl J Maxillofac Surg. 2015;6(2):152-9.
13. Fitzgerald R, Carqueville J, Yang PT. An approach to structural facial rejuvenation
with fillers in women. Int J Womens Dermatol. 2018;5(1):52-67.
14. Zagui MRB, Matayoshi S, Moura FC. Efeitos adversos associados à aplicação de toxina
botulínica na face: revisão sistemática com meta-análise. Arq Bras Oftalmol. 2008;71(6):894-901.
15. Brasil. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança
do Paciente / Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. 40 p. Available from:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf
16. Conselho Federal de Odontologia de São Paulo. Resolução N°118/2012, 11 de maio de
2012. Código de ética odontológico. [Internet]. São Paulo: Conselho Federal de Odontologia;
2012. Available from: http://www.crosp.org.br/uploads/etica/6ac4d2e1ab8cf02b189238519d74fd45.pdf
17. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; PRISMA Group. Preferred reporting items
for systematic reviews and metaanalyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097.
18. The Joanna Briggs Institute. 2017. Critical Appraisal Checklist for Case Reports.
[Internet]. [cited 2020 Mar 10]. Available from: https://jbi.global/sites/default/files/2019-05/JBI_Critical_Appraisal-Checklist_for_Case_Reports2017_0.pdf
19. Ferreira MC, Salles AG, Gimenez R, Soares MF. Complications with the use of botulinum
toxin type a in facial rejuvenation: report of 8 cases. Aesthetic Plast Surg. 2004;28(6):441-4.
20. Peter S, Mennel S. Retinal branch artery occlusion following injection of hyaluronic
acid (Restylane). Clin Exp Ophthalmol. 2006;34(4):363-4.
21. Wolfram D, Tzankov A, Piza-Katzer H. Surgery for foreign body reactions due to injectable
fillers. Dermatology. 2006;213(4):300-4.
22. Arat YO, Yen MT. Effect of botulinum toxin type a on tear production after treatment
of lateral canthal rhytids. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2007;23(1):22-4.
23. Alijotas-Reig J, Garcia-Gimenez V. Delayed immune-mediated adverse effects related
to hyaluronic acid and acrylic hydrogel dermal fillers: clinical findings, long-term
follow-up and review of the literature. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2008;22(2):150-61.
24. Grunebaum LD, Bogdan Allemann I, Dayan S, Mandy S, Baumann L. The risk of alar necrosis
associated with dermal filler injection. Dermatol Surg. 2009;35 Suppl 2:1635-40.
25. Lee WW, Murdock J, Albini TA, O’brien TP, Levine ML. Ocular damage secondary to intense
pulse light therapy to the face. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2011;27(4):263-5.
26. Kang SM, Feneran A, Kim JK, Park O, Kim JE, Won CH, et al. Exaggeration of wrinkles
after botulinum toxin injection for forehead horizontal lines. Ann Dermatol. 2011;23(2):217-21.
27. Pontes HA, Pontes FS, de Oliveira GF, de Almeida HA, Guimarães DM, Cavallero FC. Uncommon
foreign body reaction caused by botulinum toxin. J Craniofac Surg. 2012;23(4):e303-5.
28. Khan TT, Herne K, Dayan SH, Woodward JA. Facial blanching due to neurotoxins: proposed
mechanisms. Dermatol Surg. 2013;39(1 Pt 1):24-9.
29. Neri SRNG, Addor FAS, Parada MB, Schalka S. The use of hyaluronidase in complications
caused by hyaluronic acid for volumization of the face: a case report. Surg Cosmet
Dermatol. 2013;5(4):364-6.
30. Chen Y, Wang W, Li J, Yu Y, Li L, Lu N. Fundus artery occlusion caused by cosmetic
facial injections. Chin Med J (Engl). 2014;127(8):1434-7.
31. Eun YS, Cho SH, Lee JD, Kim HS. Periorbital lipogranuloma related to filler migration:
a rare complication of facial fillers. J Cosmet Laser Ther. 2014;16(3):149-50.
32. Grippaudo FR, Di Girolamo M, Mattei M, Pucci E, Grippaudo C. Diagnosis and management
of dermal filler complications in the perioral region. J Cosmet Laser Ther. 2014;16(5):246-52.
33. Carle MV, Roe R, Novack R, Boyer DS. Cosmetic facial fillers and severe vision loss.
JAMA Ophthalmol. 2014;132(5):637-9.
34. Sun ZS, Zhu GZ, Wang HB, Xu X, Cai B, Zeng L, et al. Clinical Outcomes of Impending
Nasal Skin Necrosis Related to Nose and Nasolabial Fold Augmentation with Hyaluronic
Acid Fillers. Plast Reconstr Surg. 2015;136(4):434e-41e.
35. Curi MM, Cardoso CL, Curra C, Koga D, Benini MB. Lateonset adverse reactions related
to hyaluronic Acid dermal filler for aesthetic soft tissue augmentation. J Craniofac
Surg. 2015;26(3):782-4.
36. Kim YK, Jung C, Woo SJ, Park KH. Cerebral Angiographic Findings of Cosmetic Facial
Filler-related Ophthalmic and Retinal Artery Occlusion. J Korean Med Sci. 2015;30(12):1847-55.
37. Kang BK, Kang IJ, Jeong KH, Shin MK. Treatment of glabella skin necrosis following
injection of hyaluronic acid filler using platelet-rich plasma. J Cosmet Laser Ther.
2016;18(2):111-2.
38. Chen W, Wu L, Jian XL, Zhang B, Li JY, Qin XL, et al. Retinal Branch Artery Embolization
Following Hyaluronic Acid Injection: A Case Report. Aesthet Surg J. 2016;36(7):NP219-24.
39. Chegini A. Therapeutic Plasma Exchange in a rare case myasthenic crisis after Botox
injection. Atheroscler Suppl. 2017;30:283-5.
40. Lin CH, Chiang CP, Wu BY, Gao HW. Filler migration to the forehead due to multiple
filler injections in a patient addicted to cosmetic fillers. J Cosmet Laser Ther.
2017;19(2):124-6.
41. Or L, Eviatar JA, Massry GG, Bernardini FP, Hartstein ME. Xanthelasma-Like Reaction
to Filler Injection. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2017;33(4):244-7.
42. Yu JTS, Peng L, Ataullah S. Chronic Eyelid Edema Following Periocular Hyaluronic Acid
Filler Treatment. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2017;33(6):e139-40.
43. Hu XZ, Chen SQ, Zhang Q, Wu PS, Lu W. Clinical analysis of visual loss caused by facial
cosmetic fillers injection. Zhonghua Yan Ke Za Zhi. 2017;53(8):594-8.
44. Maruyama S. A Histopathologic Diagnosis of Vascular Occlusion After Injection of Hyaluronic
Acid Filler: Findings of Intravascular Foreign Body and Skin Necrosis. Aesthet Surg
J. 2017;37(9):NP102-8.
45. Lee SK, Jun HJ. Esotropia following botulinum toxin type A injection for facial wrinkles.
J Cosmet Laser Ther. 2018;20(1):50-1.
46. Wang Q, Zhao Y, Li H, Li P, Wang J. Vascular Complications After Chin Augmentation
Using Hyaluronic Acid. Aesthetic Plast Surg. 2018;42(2):553-9.
47. Friedmann DP, Bourgeois GP, Chan HHL, Zedlitz AC, Butterwick KJ. Complications from
microfocused transcutaneous ultrasound: Case series and review of the literature.
Lasers Surg Med. 2018;50(1):13-9.
48. Bae IH, Kim MS, Choi H, Na CH, Shin BS. Ischemic oculomotor nerve palsy due to hyaluronic
acid filler injection. J Cosmet Dermatol. 2018;17(6):1016-8.
49. Chen G, Oranges CM, Giordano S, Huang R, Wang W. Horizontal animation deformity as
unusual complication of neurotoxin modulation of the gummy smile. Dermatol Online
J. 2019;25(8):13030/qt49s9h9zh.
50. Shoughy SS. Visual loss following cosmetic facial filler injection. Arq Bras Oftalmol.
2019;82(6):511-3.
51. Halepas S, Peters SM, Goldsmith JL, Ferneini EM. Vascular Compromise After Soft Tissue
Facial Fillers: Case Report and Review of Current Treatment Protocols. J Oral Maxillofac
Surg. 2020;78(3):440-5.
52. Chitre S. Dental Sealant placement: A Comparison technique. In: 13th International
Conference and Exhibition on Dental Medicine; 2016 Aug 8-10; Toronto, Canada.
53. Guzelce E, Bassi F, Karacer O. Restoring congenitally missing mandibular central incisor
using lithium disilicate based resin bonded prostheses: a case report. Oral Health
Dental Sci. 2018;2(2):1-3.
54. Oliveira TFL, Oliveira LSAF, Santos L, Mascarenhas C, Lopes N, Dantas P. Responsabilidade
civil em odontologia - uma visão por profissionais da área jurídica. Odontol Clín
Cient. 2013;12(4):261-4.
55. Brasil. Conselho Federal de Medicina. Resolução N° 2.217/2018, 27 de setembro de 2018.
Código de ética médica. [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2018.
Available from: https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf
56. Silva RHA, Musse JO, Melani RFH, Oliveira RN. Responsabilidade civil do cirurgião-dentista:
a importância do assistente técnico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2009;14(6):65-71.
57. Gutmann IE, Dutra RT. Reações adversas associadas ao uso de preenchedores faciais
com ácido hialurônico. Rev Elet Bioc Biotec Saúde. 2018;11(20):7-17.
58. Netto AL, Ruiz AM. Responsabilidade Médica. Rev Bras Oftalmol. 2010;69(2):75-6.
59. Lolli LF, Lolli MCGS, Marson FC, Silva CO, Moreira MA, Silva RHA. Responsabilidade
criminal do cirurgião-dentista. Acta Jus. 2013;1(1):17-23.
60. Brasil. Presidência da República. Decreto-Lei N° 2.848/1940, 7 de dezembro de 1940.
Código Penal- Artigo 129. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. [Internet].
Rio de Janeiro: Presidência da República; 1940. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
1. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil
Autor correspondente: Ricardo Henrique Alves da Silva Avenida do Café, s/n, Bairro Monte Alegre, Ribeirão Preto, SP, Brasil, CEP: 14040-904,
E-mail: ricardohenrique@usp.br
Artigo submetido: 05/05/2021.
Artigo aceito: 14/07/2021.
Conflitos de interesse: não há.