RESUMO
O autor apresenta sua experiência pessoal, com uma nova forma de retalho para a confecção da neopapila nas reconstruções mamárias. A casuística apresentada consta de 50 casos, com observação por quatro anos de pós-operatório. O princípio da técnica baseia-se no fato de que o desenho do retalho tem a dimensão horizontal predominante sobre a vertical, na proporção de 3:1, sendo que o terço central do eixo maior corresponde ao pediculo vascular dérmico, garantindo maior viabilidade ao mesmo. A forma trapezóide do retalho determina ao final do fechamento uma estrutura cônica ou cilíndrica para a neopapila, dependendo da maneira como o desenhamos e como o suturamos. As principais vantagens desse retalho estão no fato de que a área doadora pode ser fechada primariamente por avanço, e o retalho depois de ser modelado pode ser implantado sobre um leito dérmico onde também será enxertada a futura aréola, constituindo-se, assim, num reforço vascular. Essa plataforma dérmica serve de contenção para a neopapila, impedindo seu desabamento. Quando o fechamento do retalho é feito borda a borda, observamos perda de altura de mais ou menos 30% em seis meses. Porém, se a sutura é feita em torsão, essa perda é bastante reduzida e o resultado mais significativo e definitivo. Por essas observações recomendamos seja feita uma hipercorreção em relação ao lado oposto. Até o momento, tivemos apenas dois casos de necrose total e um parcial, o que corresponde a aproximadamente 0,5% de complicações. As indicações se estendem a todas as formas de reconstruções, incluindo as peles que tenham sido irradiadas. A desvantagem estética é que a pele de cor mais clara pode ser perfeitamente eliminada através da enxertia imediata de pele igual à da neo-aréola ou da pigmentação.
Palavras-chave: Papila, Mama, Complexo Aréolo-papilar, Reconstrução Mamária