INTRODUÇÃO
As queimaduras são lesões cutâneas causadas pelo calor, tendo aquelas diversos agentes,
que podem comprometer tecido muscular, tendões, ossos e trazem riscos de perda de
membros, de função ou até a morte do paciente. São problemas que podem resultar em
danos clínicos, físicos e psicológicos. Os tratamentos envolvem a interrupção da queimadura,
reposição de eletrólitos, reidratação, manejo da dor, desbridamentos e enxertos1.
As queimaduras se constituem em um conjunto de agravos que causam lesão ao tecido
orgânico e são provocadas por agente externo, decorrente de trauma de origem térmica,
química, elétrica, atrito ou radiação, levando à destruição parcial ou total da pele
e tecidos adjacentes2.
Os resultados deste tipo de trauma podem implicar em, além de repercussões psicológicas,
danos aos aparelhos respiratório, imunológico, cardiovascular e renal, além do risco
de infecção seguida de sepse, considerada como a principal causa de mortalidade3.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a queimadura é o quarto tipo mais comum
de trauma no mundo, ficando atrás apenas da violência interpessoal, quedas e acidentes
de trânsito2. Porém, apesar de ser uma entidade traumática bastante presente em todos os grupos
sociais, as queimaduras tornaram-se uma das principais causas de morbimortalidade
em países de baixa e média renda, como o Brasil4.
No Brasil, estima-se que um milhão de indivíduos se queimem por ano, não havendo restrição
de sexo, idade ou raça, com um forte impacto econômico, tendo em vista o tempo prolongado
de tratamento5 e oneração inerente ao agravo6.
As queimaduras, portanto, configuram-se como um importante problema de saúde pública
no Brasil, sendo oneroso ao sistema de saúde, e tornando necessário um acompanhamento
a longo prazo do paciente para lidar com possíveis consequências psicológicas e físicas
advindas do incidente7,8.
OBJETIVO
Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes adultos internados em um centro de tratamento
de queimados no Recôncavo da Bahia, no período de junho de 2019 a junho de 2020.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo. Para o presente estudo, foram avaliados
os prontuários médicos dos pacientes internados na Unidade de Tratamento de Queimados
do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, no período de junho de 2019 a junho
de 2020. Foram consideradas como variáveis: gênero; idade; período de internamento;
procedimentos realizados e número de procedimentos; existência ou não de complicações;
área corporal queimada; agente causal da queimadura; procedência do paciente; data
da queimadura; data da admissão; região queimada; motivo da queimadura (acidental,
agressão ou autoextermínio); grau das queimaduras; indicação de UTI; comorbidades
e óbitos. Foram excluídos, do presente estudo, os prontuários de pacientes menores
de 18 anos ou que não foram admitidos na Unidade de Tratamento de Queimados, sendo
atendidos na emergência e liberados.
Com o intuito de proteger a integridade física e psicológica dos envolvidos, assegurando-lhes
os padrões da ética, respeitando a Declaração de Helsinque (2000) e o Conselho Nacional
de Saúde - resolução 196/96, o presente projeto foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisas (CEP) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Recôncavo
da Bahia (UFRB) após a assinatura de uma carta de anuência pela diretoria do Hospital
e a coleta de dados só foi iniciada após aprovação do CEP, sob número do CAAE 31216820.9.0000.0056.
Durante a análise dos dados, foram cruzadas informações dos participantes da pesquisa,
sendo calculada a frequência e a média das variáveis. Dados como os de faixa etária4, superfície corporal queimada (SCQ)9 e tempo de internamento10 foram agrupados segundo o referencial teórico presente na literatura.
RESULTADOS
No período analisado de 13 meses na Unidade de Tratamento de Queimados, foram admitidos
102 pacientes adultos, cujos dados epidemiológicos foram condensados na Tabela 1.
Tabela 1 - Perfil epidemiológico.
|
|
n |
% |
Sexo |
Masculino |
51 |
50,0 |
Feminino |
51 |
50,0 |
Comorbidades |
Presentes |
28 |
27,5 |
Ausentes |
74 |
72,5 |
Faixa etária |
18-25 |
22 |
21,6 |
26-40 |
31 |
30,4 |
41-55 |
33 |
32,4 |
56-65 |
9 |
8,8 |
66+ |
7 |
6,9 |
Grau da queimadura |
2º grau |
83 |
81,4 |
3º grau |
17 |
16,7 |
Não registrado |
2 |
2,0 |
SCQ |
0-10% |
62 |
60,8 |
11-20% |
15 |
14,7 |
21-30% |
2 |
2,0 |
>31% |
3 |
2,9 |
Motivo da queimadura |
Acidente |
92 |
90,2 |
Agressão |
6 |
5,9 |
Autoextermínio |
2 |
2,0 |
Não registrado |
2 |
2,0 |
Tabela 1 - Perfil epidemiológico.
Existiu um equilíbrio entre os sexos masculino e feminino e, dos 102 pacientes internados,
a maioria não apresentava comorbidades.
Ao analisar o motivo da queimadura, se de natureza acidental, agressão ou autoextermínio,
pode-se observar que a maioria apresentava queimaduras de natureza acidental.
Além disso, foram observados diversos agentes causais das queimaduras. A escaldadura
por líquidos quentes, englobando leite, café e óleo em altas temperaturas, foi o principal
agente, com 68 casos (66,7%). A segunda causa foi contato direto com chama, correspondendo
a 18 casos (17,6%). Foram vítimas de queimaduras elétricas 4 pacientes (3,9%). Foram
registrados 4 pacientes com queimaduras não especificadas, representando 3,9% da amostra.
Quando observado o tempo decorrido do acidente até a admissão no referido centro de
queimados, percebe-se que 55 pacientes (53,9%) levaram até 5 dias para buscar atendimento,
enquanto 3 (2,9%) postergaram em até 16 dias ou mais.
Quanto à profundidade das lesões, 83 (81,4%) foram vítimas de queimaduras de 2º grau,
17 (16,7%) de 3º grau e 2 (2%) com profundidade da lesão não especificada nos registros.
Os registros das regiões corporais afetadas estavam presentes em 100 prontuários,
sendo os membros inferiores os mais acometidos, com 24,5% dos casos; seguidos pelos
membros superiores, com 19,6%; cabeça e pescoço, com 16,7%; e lesões múltiplas, com
15,7%.
A SCQ mais prevalente foi de até 10%, encontrada em 62 pacientes (60,8%), 20 pacientes
tiveram suas SCQ omissas do prontuário.
Quanto aos procedimentos realizados, todos os pacientes da amostra foram submetidos
ao desbridamento cirúrgico, 68 pacientes realizaram apenas desbridamento (66,7%),
32 realizaram desbridamento e enxerto (31,4%), e 2 pacientes (2%) realizaram enxerto
e retalho.
No que diz respeito ao tempo de internamento, 30 pacientes permaneceram 16 dias ou
mais dias internados (29,4%), e 29 pacientes ficaram até 5 dias.
Com relação ao desfecho, 96 (94,1%) receberam alta hospitalar, 3 (2,9%) foram a óbito
e 3 (2,9%) foram transferidos para outro serviço. Já com relação à indicação de UTI,
4 (3,9%) pacientes tiveram indicação estabelecida, enquanto 98 (96,1%) foram tratados
em leitos de enfermaria comum.
Ao analisar a mortalidade geral dos pacientes, o resultado é de 3 óbitos (2,9%). De
todos os pacientes internados, 12 (11,8%) tiveram complicações em seu tratamento e
87 (85,3%) não as apresentaram.
Quando comparadas comorbidades com óbitos (Tabela 2), observa-se que, dos três óbitos ocorridos, 66% não possuíam comorbidades.
Tabela 2 - Óbitos por presença de comorbidades.
|
|
Óbitos |
|
|
Sim |
Não |
Presença de comorbidades |
Sim |
1 |
27 |
Não |
2 |
72 |
TOTAL |
3 |
99 |
Tabela 2 - Óbitos por presença de comorbidades.
Quando comparados os óbitos com complicações (Tabela 3), percebe-se que a maior parte dos pacientes não apresentaram complicações e não
foram a óbito.
Tabela 3 - Óbitos por presença de complicações.
|
Óbitos |
Sim |
Não |
Presença de complicações |
Sim |
3 |
10 |
Não |
0 |
89 |
TOTAL |
3 |
99 |
Tabela 3 - Óbitos por presença de complicações.
Percebe-se que, ao comparar SCQ com o tempo de internamento (Tabela 4), houve um certo equilíbrio no período permanecido no ambiente hospitalar.
Tabela 4 - Tempo de internamento por índices de superfície corporal queimada.
|
|
Tempo de internamento |
|
|
Até 5 dias |
Entre 6 e 10 dias |
Entre 11 e 15 dias |
16 dias ou mais |
SCQ |
Até 20% |
20 |
11 |
17 |
14 |
De 11 a 20% |
1 |
0 |
4 |
10 |
De 21 a 30% |
1 |
0 |
0 |
1 |
Mais que 30% |
2 |
1 |
0 |
0 |
TOTAL |
24 |
12 |
21 |
25 |
Tabela 4 - Tempo de internamento por índices de superfície corporal queimada.
DISCUSSÃO
Segundo o Ministério da Saúde, houve um total de 966 internamentos de adultos por
queimaduras e corrosões na Bahia, no período de novembro de 2018 a novembro de 2019.
Quando comparado esse mesmo período e essa mesma faixa etária à Região Nordeste, esse
número aumenta para 4081 internações. Já em todo o território nacional, nesse mesmo
período e faixa etária, houve um total de 16.231 internações11.
Os dados epidemiológicos dos pacientes admitidos na unidade de tratamento de queimados
são de suma importância por ser uma forma de conhecer os principais fatores relacionados
à queimadura e elaborar medidas preventivas que reduzam a incidência de tais eventos12.
No período estudado, de junho de 2019 a junho de 2020, 102 prontuários foram analisados,
nestes os sexos feminino e masculino foram acometidos igualmente por queimaduras,
prevalência que diverge de outros trabalhos2,4,5. Este achado pode ser explicado pelos riscos de acidentes oferecidos pela residência
para ocorrência de queimaduras13.
Com relação à faixa etária, os pacientes mais acometidos por queimaduras pertenciam
à faixa de 41 a 55 anos. Na literatura, as faixas de 20 a 24 anos, seguidas por 35
a 39 anos, foram as mais prevalentes, o que difere com os resultados desta pesquisa4.
O motivo da queimadura está em conformidade com a literatura, em que a maior parte
das queimaduras são de natureza acidental14. Os líquidos quentes e chama foram os agentes causais mais encontrados, o que corrobora
com a literatura3.
As regiões mais atingidas foram membros inferiores e membros superiores, em acordo
com a literatura, que traz os membros como os mais atingidos, entretanto, o presente
estudo difere dos demais quanto à ordem desse acometimento15. No que diz respeito à profundidade das lesões, as queimaduras de segundo grau foram
as mais prevalentes neste estudo. Resultados semelhantes foram encontrados em outros
estudos2,16.
O desbridamento cirúrgico foi o procedimento mais realizado nos pacientes, resultado
também obtido na literatura4, em que o desbridamento foi responsável por 58,74% dos procedimentos realizados em
pacientes queimados na Indonésia.
Já o tempo de internamento nesta pesquisa, que teve como média de 11 a 15 dias, está
em acordo com a literatura, que traz uma média de 13,3 dias3, o que pode ser justificado pela equipe especializada reduzida, e não disponível
em todos os dias da semana, postergando alguns procedimentos da área, e estendendo
o tempo de internamento.
As complicações foram encontradas em 11,8% dos pacientes, valor que diverge do encontrado
na literatura8, que obteve como resultado complicações em 63,1% dos pacientes, o que mais uma vez
pode ser explicado pelo nível de complexidade do referido centro de queimados. Esta
diferença também pode ser justificada pelo tamanho da amostra nesta pesquisa ser menor
(102).
Neste estudo houve prevalência de alta hospitalar e apenas 2,9% teve como desfecho
a morte, resultado também encontrado na literatura16, com 97,1% dos pacientes recebendo alta e 2,7% indo a óbito. Apesar de convergir
com resultados de outros estudos, esses dados podem ser justificados pela própria
proposta do centro de queimados estudado, ou seja, por se tratar de uma unidade de
cuidado para pequenos e médios queimados, esses números tornam-se enviesados, uma
vez que as grandes queimaduras, principais responsáveis pelas taxas de mortalidade
desse agravo, são prontamente transferidas para outras instituições.
Nesse contexto, os estudos epidemiológicos são valiosos por serem criadores de informações
para a realização de políticas preventivas de saúde pública17, mostrando, assim, a importância da realização do referido trabalho, visando a melhoria
da assistência pública às vítimas de queimaduras, com maior eficiência e eficácia.
Contudo, este trabalho tem como limitação a ausência de algumas variáveis nos prontuários
dos pacientes ou informações incompletas. Ademais, esta pesquisa traz dados específicos
de uma região do interior da Bahia, podendo não ser compatível com outras regiões.
CONCLUSÃO
Nesse estudo, no perfil epidemiológico dos pacientes prevaleceu uma igualdade na prevalência
entre os sexos, com faixa etária de 41 a 55 anos, sem comorbidades. O principal agente
causal foi a escaldadura, seguido por contato direto com chama. Houve prevalência
de queimaduras de segundo grau e o principal motivo que levou à queimadura foi o de
natureza acidental.
A queimadura é um mal evitável, sendo assim, os dados epidemiológicos são ferramentas
que contribuem para a elaboração de cuidados e de prevenção voltados para esse grupo,
a fim de diminuir os acidentes com queimaduras.
Este estudo poderá servir no planejamento de políticas públicas de saúde voltadas
para o atendimento e prevenção a queimaduras.
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1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, BA, Brasil.
Autor correspondente: Paulo Plessim de Almeida Filho, Alameda Salerno, 113, Apto 1801A, Pituba, Salvador, BA, Brasil, CEP: 41830-500,
E-mail: pauloplessim@ufrb.edu.br
Artigo submetido: 24/03/2021.
Artigo aceito: 19/04/2021.
Conflitos de interesse: não há.