ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175
Uso de Próteses na Região Femoral
Use of Prosthesis in the Femoral Region
Articles -
Year1997 -
Volume12 -
Issue
1
Luis MontellanoI
RESUMO
O autor relata sua experiência na cirurgia estética das pernas para a melhora do contorno inestético das chamadas pernas finas face às hipotrofias da musculatura da região femoral. Próteses moldadas de silicone-gel são implantadas sob a musculatura da coxa interna. A técnica é simples e apresentada em suas minúcias. O autor utiliza um instrumento especial que facilita e ajuda a dissecção e colocação das próteses através de pequena incisão de 5 cm na região do sulco subglúteo. Logra-se um aspecto mais harmonioso do contorno das pernas nas regiões femorais.
Palavras-chave:
Próteses, Região Femoral, Pernas
ABSTRACT
The author presents his experience with cosmetic surgery of the legs, to improve the shape of the socalled "thin legs", resulting from muscular atrophy of the femoral region. Molded silicone-gel prosthesis are placed under the muscles ofthe inner thighs. The technique is simple and the surgical steps are described. A special instrument is employed which facilitates and helps the dissection and placement of the prosthesis through a small 5 cm incision in the subgluteal fold. A more harmonious contour of the legs in the femoral region is achieved.
Keywords:
Próteses, Região Femoral, Pernas
INTRODUÇÃO
Na procura de aperfeiçoamento do contorno corporal na cirurgia plástica dos membros inferiores, realizam-se cirurgias que permitem aumentar o perímetro na região femoral. Baseia-se nos mesmos princípios do uso de próteses nas panturrilhas, já que usamos próteses moldadas de silicone-gel com desenho especial em forma triangular de base superior, acompanhando a forma geométrica dos membros inferiores. Os tamanhos variam de 18 a 24 cm de comprimento, de 6 a 8 cm de largura e de 2,5 a 3 cm de altura (Fig. 1).
Fig. 1 - Tipos de próteses de perna Montellano. Silicone-gel.
MATERIAL E MÉTODOS
A anestesia geralmente é do tipo peridural. A cirurgia é realizada com o paciente em decúbito ventral.
A via de acesso é na linha subglútea, mediante incisão na pele de aproximadamente 5 cm; dissecção do tecido celular sub-glúteo indo até a aponeurose dos músculos reto interno, vasto interno e adutor mediano. Dissecção vertical abaixo desses músculos: nessa abertura colocamos a cabeça do descolador de perna apropriado para a cirurgia (Fig. 2). A seguir, introduzimos suavemente em direção ao joelho na sua parte interna. O descolamento é realizado, como já mencionamos, abaixo desses músculos.
Fig. 2- Descoladores de perna idealizados pelo autor.
Não há lesão de estruturas importantes; tanto o nervo safeno interno quanto a artéria e veia femoral não são afetados, já que a dissecção é simples e atraumática com o descolador rombo, com sangramento mínimo, sem maiores problemas (Fig. 3). A introdução da prótese na região da coxa interna é realizada mediante um introdutor-guia, colocando-o ao longo do espaço confeccionado (Fig. 4). Não há fixação da prótese na loja. O fechamento é realizado com sutura em três planos: muscular, celular subcutâneo e pele. O curativo, com fita adesiva e colocação de bermuda elástica de média compressão.
Fig. 3 - Dissecção atraumática com descolador rombo na coxa interna.
Fig. 4 - Introdução da prótese de perna na loja confeccionada.
RESULTADOS
Logra-se um aumento de aproximadamente 2 a 3 cm no perímetro de toda a região femoral, dando um contorno mais harmonioso na parte média. A cicatriz se mimetiza no sulco glúteo (Figs. 5, 6).
Fig. 5 - A cicatriz se mimetiza no sulco glúteo.
Fig. 6 - Vista das cicatrizes nos sulcos elevando os glúteos.
Foram realizados 25 casos. No pós-operatório imediato e tardio não se tem observado contratura capsular evidente ou distorções no contorno da perna (Figs. 7, 8, 9, 10).
Fig. 7 - Pré-operatório. Coxa fina.
Fig. 8 - Pós-operatório com próteses.
Fig. 9 - Pré-operatório. Coxa posterior
Fig. 10 - Pós-operatório com prótese femural.
DISCUSSÃO
Esse tipo de cirurgia é realizado em seqüelas de poliomielite pela atrofia muscular da região, seqüelas de trauma e queimaduras com deformações da região femoral. A maior porcentagem das cirurgias é realizada com fins puramente estéticos, nas chamadas pernas finas e nas pernas do tipo genuvalgo, com próteses de tamanho grande.
A técnica é semelhante a outros implantes e uma contribuição para o arsenal da cirurgia plástica estética e reparadora. São realizados Raios X no pós-operatório tardio que demonstram a manutenção das próteses as regiões femorais internas (Figs. 11, 12).
Fig. 11 - Demarcação das próteses de perna femural interna.
Fig. 12 - Raios X posição das próteses. Coxa interna.
I - Membro Titular da SBCP
Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Pan-Americano do Rio de Janeiro Chefe do CTQ do Hospital Municipal Souza Aguiar do Rio de Janeiro
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
Av. Oswaldo Cruz, 103/804
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Tel.: (021) 551-8792
Trabalho realizado no Hospital Pan-Americano do Rio de Janeiro
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