INTRODUÇÃO
Atualmente o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias
plásticas e o primeiro nos procedimentos não cirúrgicos,
segundo a última estatística da International Society of
Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), em 2019. No último censo
realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) de
20181, verificamos que os
procedimentos mais realizados são o aumento de mama em primeiro lugar,
representando 18,8% das cirurgias, seguido da lipoaspiração com 16,1%,
dermolipectomia abdominal com 15,9%, mastopexia com 11,3% e redução de
mamas com 9,9% dos procedimentos; equiparando com a referência da
estatística a nível mundial.
A mamoplastia é um procedimento estético e funcional tendo como
objetivo recolocar o complexo areolopapilar, reduzir o tamanho das mamas e melhorar
sua forma com o mínimo de cicatriz. Entretanto, até o momento,
não há consenso quanto a uma técnica ideal2-5, justificando a diversidade de técnicas descritas.
As pacientes que procuram uma mamoplastia fazem com o objetivo de aliviar o
desconforto físico e emocional segundo Sabino Neto et al. (2008)6. Na escolha da técnica para
uma bem-sucedida cirurgia mamária, temos que refletir entre formato e a
cicatriz final3-5 e levar em consideração vários
pontos importantes na avaliação: o tipo de mama, forma, tamanho e grau
de ptose. Decidir o tipo do pedículo areolopapilar (superior, inferior,
lateral, medial ou central), na ressecção glandular (medial, lateral,
superior, inferior ou periférica). Analisar a cicatriz final seja
“T” invertido, periareolar, vertical ou L5. Pensar nos
tratamentos combinados com ou sem inclusão de próteses,
lipotransferência ou uso de laser. Assim como cogitar os cuidados na pele e
cicatriz (drug delivery).
Instrumentos que avaliam a satisfação e a qualidade de vida das
pacientes, são cada vez mais utilizadas nas cirurgias de mama, tanto
estética quanto reconstrutivas. As medidas PRO (patient reported
outcomes) oferecem a possibilidade de quantificar objetivamente os
resultados desde o ponto de vista da paciente. Breast-Q®, é
um instrumento PRO desenhado, um questionário considerado uma ferramenta
internacionalmente conhecida e desenvolvida para avaliação dos
resultados em cirurgias mamárias, especificamente para medir a qualidade de
vida e satisfação das pacientes submetidas a esta cirurgia7,8.
Spear et al. (2004)4 referem que
após análise de 6 anos na sua prática, seus índices
demonstraram revisões pós-cirúrgicas em 54% das pacientes, por
várias razões, sendo a mais comum, o desejo de mamas mais
elevadas.
A lipoaspiração é o segundo procedimento mais realizado no
mundo, a lipoescultura que remodela áreas específicas do corpo
removendo o excesso e muitas vezes recolocando a gordura em áreas de
depressão ou devolvendo a convexidade de uma região. O objetivo da
lipoaspiração consiste em deixar o corpo harmônico
(côncavo e convexo), seguindo às vezes a musculatura ou eliminando
triângulos de sombra (acúmulos) e deixando a luz (convexidade).
Nas três últimas décadas novas tecnologias como ultrassom e
laser foram desenvolvidas na tentativa de melhorar a lipoaspiração.
Utilizadas com o intuito de aumentar a eficácia, segurança e diminuir
o tempo do procedimento, beneficiando paciente e cirurgião, sem deixar de
lado o resultado do contorno.
Na literatura a lipoaspiração assistida por laser (LAL) foi descrita
pela primeira vez por Dressed (1990) apud Apfelberg et al.
(1994)9. Pouco tempo depois
Apfelberg et al. (1994, 1996)9,10 relataram o uso de uma fonte de
luz de 1.064nm durante a lipoaspiração em 51 pacientes.
A energia fototérmica LAL derrete a gordura11, tornando este procedimento ideal para alguns
casos tecnicamente difíceis, como as áreas fibrosas em mamas,
abdômen, dorso, flancos masculinos10 e em revisões cirúrgicas, onde o tecido
é de difícil acesso ou apresentam irregularidades12,13.
Em comparação com a lipoaspiração tradicional (LT), a LAL
pode diminuir a dor pós-operatória assim como edema e
hematomas14-18 dada a trombose dos vasos
sanguíneos e o fechamento dos canais linfáticos induzido pelo
laser18. Existem diversos
estudos que demonstram o uso da LAL, sendo descritos bons resultados
estéticos com uma importante retração da pele, menor perda de
sangue, diminuição da fadiga do médico, justificado pela
fácil emulsificação da gordura, que permite uma
extração rápida, eficiente e em menos tempo13,18.
Outros estudos afirmam produção importante de colágeno
estimulada pelo aquecimento da derme profunda e dos septos conjuntivos dos tecidos
subcutâneos, induzindo a desnaturação do colágeno
(neo-síntese) e a produção de proteínas, seguida de
proliferação vascular19,20.
Jecan et al. (2015)20 sugere
potenciais vantagens da LAL frente a LT, com a preservação de
terminações nervosas e melhor coagulação dos vasos
sanguíneos com menor perda sanguínea e equimoses leves.
O colágeno modificado por coagulação observado na microscopia,
poderia ser a explicação do grande benefício estético na
retração da pele, aumentando o tônus e sua textura, com
considerável melhora da flacidez16,21,22. Sendo esta a indicação
clínica específica que torna a LAL uma escolha superior frente a
LT14,22. LAL pode ser considerada também como
complemento e, por alguns colegas, substituto da lipoaspiração
tradicional15. Em
relação à curva de aprendizagem é indiscutível
que existe maior treinamento específico com a LAL quando comparada à
LT15. Wolfenson et al.
(2015)23 descreveram as
várias regiões que podem ser tratadas com (LAL): flancos (31,5%),
face/submental (28%), abdome (19,5%), mamas (masculinas) (14%) e outras
regiões (7%).
Na literatura a técnica de LAL também tem sido utilizada no tratamento
de ginecomastia24, num estudo
realizado por Kwang et al. (2015)24, 13 pacientes com ginecomastia foram submetidos à LAL.
Antes do procedimento as medidas da circunferência de tórax foram
registradas e a espessura das mamas controladas com imagens de TC. Doze semanas
após, os pacientes foram novamente revisados por meio das mesmas medidas e
tanto a circunferência média do tórax, quanto a espessura das
mamas, diminuíram significativamente24. Este tipo de estudo abriu o leque das
indicações da LAL, em distintas regiões do corpo, e entre elas
a mamária, não somente para tratamento de ginecomastia, mas
também como procedimento coadjuvante em cirurgias mamárias
reconstrutivas e estéticas.
LAL é baseada puramente em um efeito térmico13,17,23,25,26, as seguintes
propriedades devem ser consideradas na determinação da eficácia
da lipólise a laser: o comprimento de onda utilizado e a energia
liberada17, assim como o
tempo aplicado no tecido. A energia da luz laser é convertida em energia
térmica, dentro do tecido adiposo, difunde-se para a derme e provavelmente
para a superfície da pele, alcançando temperaturas de 48°C -
50°C para induzir a contração do colágeno e o
fortalecimento do tecido cutâneo16,22. Este efeito de
retração é contínuo e pode ser identificado por
até 3 a 6 meses após o procedimento12,22,
portanto, o monitoramento térmico contínuo é necessário,
pois o dano depende diretamente da energia aplicada21,27.
Segundo Badin et al. (2005)12, no
seu estudo, 3 mil joules de energia por área, resultaram em danos
irreversíveis significativos em comparação a uma área
tratada com energia mais baixa (1.000J). Já outras publicações,
a liquefação dos adipócitos, a carbonização dos
tecidos e a lesão epidérmica foram observadas com maiores
configurações de energia22,27-29.
Buscando melhores resultados no tratamento das mamas e de suas recidivas, é
aceitável uma junção de considerações,
adaptações e novas tecnologias. A técnica de mamoplastia em
“D” espelhado descrita pelos autores30,31,
originalmente indicada para mastopexia primária e inclusão de
implantes de silicone em mamas hipoplásicas associadas à ptose
moderada à grave. Neste trabalho apresentaremos a nossa experiência de
um procedimento sistemático em todas as nossas cirurgias de mama para
tratamento de mastopexias primárias e secundárias sem implantes, em
associação com LAL com manutenção e
satisfação de resultados, e validação com
questionário Breast-Q®.
OBJETIVOS
Apresentar uma técnica para mastoplastia redutora com
sistematização do procedimento e uso de LAL, e
manutenção de resultados validado com Breast-Q®.
MÉTODOS
Realizamos a técnica de lipomamoplastia utilizando o “D”
espelhado7,8 e laser em 46 pacientes do sexo feminino, sem
exclusão por raça, com faixa etária entre 20 a 66 anos,
operadas pelos autores entre o período de janeiro de 2017 até
março 2020. Os autores realizaram os procedimentos no Hospital Antoninho da
Rocha Marmo - São José dos Campos (CEP: 005/ADM/ARM/2020). A principal
queixa foi a ptose mamária. Utilizamos marcação própria
determinando as áreas de decorticação, ressecção
da pele, retalho medial bipartido, montagem com retalho cruzados e
ressecção do excesso de retalho lateral para conseguir uma
harmonização das mamas. O retalho com pedículo medial e
cicatriz vertical como resultado final.
Em todas as pacientes para infiltrar e para retirar a gordura emulsificada,
utilizamos a técnica de vibrolipoaspiração com o aparelho da
marca vibrolipo® registrada pela Anvisa.
Desde 2015, em nossa prática, introduzimos o uso do laser da marca
Deligth® com registro na Anvisa, o qual possui dois
comprimentos de onda que utilizamos de acordo ao objetivo do tratamento.
O laser em 915nm (para lipólise) tem seletividade nos adipócitos,
fazendo com que o calor convertido seja absorvido pela gordura, causando sua
emulsificação e posterior excreção pelo organismo.
O laser em 980nm (para retração de pele), a seletividade se dá
pela água, cujo aquecimento intenso provoca a retração das
fibras de colágeno e elastina, estimulando sua regeneração e
devolvendo ao tecido o aspecto firme e delineado, efeito chave para o tratamento da
flacidez.
A infiltração deve ser feita na mesma região a ser aspirada,
sendo sempre na camada subcutânea intermediária (entre a lamelar e
areolar).
Todas as pacientes foram avaliadas semanalmente durante o primeiro mês,
mensalmente até o sexto mês e de três em três meses
até completar 1 ano pós-operatório (PO). Depois, a cada 6 meses
até completar 24 meses PO. O questionário Brest-Q®
foi aplicado no pré-operatório, aos 12 meses e 24 meses.
Técnica cirúrgica
1. Marcação
Técnica em “D”
espelhado
A marcação da paciente é realizada em
decúbito dorsal e braços juntos ao tronco, verifica-se uma
diferença do sulco mamário de até 1cm quando
comparado ao sulco marcado em posição ortostática,
o que na nossa experiência, se reflete em um formato mais
adequado e natural no resultado final. Nesta posição, as
mamas assumem naturalmente um ajuste espacial simétrico,
facilmente visualizado no posicionamento da placa areolopapilar (PAP),
anulando as assimetrias visíveis na posição
ortostática, justificadas pela ação do
binômio volume e gravidade, o que facilita a
marcação, resultando em mamas naturalmente
simétricas.
Figura 1 - Paciente deitada com os braços junto ao corpo,
marcação da linha meio esternal. A 10cm do sulco
inframamário e a 9cm da linha meio esternal na
intersecção de estas linhas marcamos A. O Ponto B,
no sulco submamário a 10cm desde a linha meio esternal.
Ponto C: na linha reta entre A e B a 3cm do Ponto A. Ponto D:
marcado com manobra bidigital considerando a máxima
ressecção da pele. Fechamento do arco do
“D” que corresponde desde A,D e B.
Figura 1 - Paciente deitada com os braços junto ao corpo,
marcação da linha meio esternal. A 10cm do sulco
inframamário e a 9cm da linha meio esternal na
intersecção de estas linhas marcamos A. O Ponto B,
no sulco submamário a 10cm desde a linha meio esternal.
Ponto C: na linha reta entre A e B a 3cm do Ponto A. Ponto D:
marcado com manobra bidigital considerando a máxima
ressecção da pele. Fechamento do arco do
“D” que corresponde desde A,D e B.
Com o paciente em decúbito dorsal, marca-se uma linha média
desde a fúrcula esternal até cicatriz umbilical e o sulco
submamário, formado naturalmente pelo posicionamento das mamas em
decúbito (Figura 1):
PONTO A: Marca-se este ponto a 10cm do sulco infra
mamário e a 9cm da linha meio esternal, no lugar da
intersecção destas linhas denominamos o ponto A.
PONTO B: Considerando o sulco submamário naturalmente
formado no decúbito, marca-se o ponto B, a uma distância
de 10cm desde a linha meio esternal.
A união do ponto A e B determina a parte reta do desenho do
“D”.
PONTO C: O ponto C marca-se a 3cm do ponto A na linha reta
que une A com B.
PONTO D: Com manobra bidigital em bloco, marca-se o ponto D
correspondente ao ponto máximo da ressecção da
pele.
DESENHO do “D”: O fechamento em
“D” espelhado se dá pela junção em
linha reta dos pontos A e B, e um arco lateralmente, desde o ponto A ao
ponto B, passando por D, incluindo superiormente a aréola, onde
quer que a mesma se encontre e respeitando o limite do ponto D para a
continuação inferior do arco.
A junção dos pontos C e D ao final da cirurgia,
coincidirá com a localização do bordo inferior do
novo posicionamento da aréola e início da cicatriz
vertical final, que se dará a cerca de 6 a 7cm de comprimento
até o sulco inframamário, sendo o ponto B o final da
cicatriz vertical, o que proporciona cicatrizes verticais paralelas
simétricas devido a diferença de 1cm na
marcação entre os pontos A e B (Figura 1).
A marcação do “D” em espelho do outro lado
mamário é feita da mesma maneira. Sendo o arco do
“D” diferente na maioria dos casos, dependendo da
assimetria das mamas.
Marcação técnica
Lipoaspiração Assistida por Laser
(LAL)
Dividimos a mama em 4 quadrantes e marcamos o excesso de gordura no
prolongamento mamário (linha axilar anterior até linha
axilar posterior), incluindo a região axilar (Figura 2).
Figura 2 - Marcação lipolaser dos quadrantes de acordo com
as
Tabelas 2 to
3. Paciente de 36 anos PO
de 6 semanas de lipomamoplastia com técnica em
“D” + lipoadominoplastia com LAL.
Figura 2 - Marcação lipolaser dos quadrantes de acordo com
as
Tabelas 2 to
3. Paciente de 36 anos PO
de 6 semanas de lipomamoplastia com técnica em
“D” + lipoadominoplastia com LAL.
2. Infiltração utilizada
Infiltramos com o vibrolipo com cânula de Klein 4mm, sempre
recomendamos que esteja úmida à solução de
1.000ml de soro fisiológico + 4 ampolas de adrenalina
(1:250.000).
3. LAL
Importante enfatizar que nunca aspiramos o quadrante superior interno.
Aplicamos lipolaser nos quadrantes superior e inferior externo e inferior
interno (Tabelas 1 to 2), já o vibrolipo é
realizado nos quadrantes superior e inferior externo, respeitando o inferior
interno.
Tabela 1 - Aplicação de laser: 915nm
(lipólises).
Região |
Potência |
Quadrante superior externo |
2000J |
Inferior externo |
1000J |
Inferior interno |
1000J |
Prolongamento mamário |
1000J |
Energia total utilizada 915nm 25W de potência |
5000J |
Tabela 1 - Aplicação de laser: 915nm
(lipólises).
Tabela 2 - Aplicação de laser: 980nm (retração
cutânea).
Região |
Potência |
Quadrante superior externo + inferior externo |
3000J |
Inferior interno |
500J |
Prolongamento mamário |
1000J |
Energia total utilizada 980nm 25W
de potência
|
4500J |
Tabela 2 - Aplicação de laser: 980nm (retração
cutânea).
Passos do procedimento e cuidados
a. Utilizamos protetores para a pele.
b. Sempre deve-se introduzir a fibra no tecido gorduroso no plano
intermediário, tunelizando o tecido (Figura 3). Se a fibra estiver superficial corre o
risco de queimadura, e se for muito profundo, além de perder o
plano, pode ter o risco de atingir órgãos. Em mãos
inexperientes é muito fácil transfixar a fáscia ou
se for na região torácica, a pleura.
Figura 3 - Lipoaspiração de quadrantes com LAL seguindo a
luz para tratamento dos planos.
Figura 3 - Lipoaspiração de quadrantes com LAL seguindo a
luz para tratamento dos planos.
c. Seguir sempre a luz da fibra (Figura 3). Quando a luz é pouco visível significa que
está em plano profundo, se for muito forte indica estar em plano
superficial.
d. A fibra sempre deverá estar paralela ao tecido
cutâneo.
e. A infiltração precisa ser úmida, não
aconselhamos tumescente, pois poderia perder o resultado da
retração da pele.
f. Plano de infiltração: infiltrar no plano
intermediário, que é o mesmo plano no qual aplicamos a
LAL.
g. A qualquer sinal de alteração vascular do tecido, tomar
as seguintes medidas: utilizamos compressas úmidas e aplicamos
creme com flavonoides na região afetada, auxiliando o fluxo do
tecido (linfa cream® com registro na
Anvisa), melhorando o edema, dor e manchas hipercrômicas, no caso
de ocorrer hematomas por acúmulo de hemossiderina. Prescrevemos
também para uso domiciliar. Utilizamos este produto em todos os
nossos procedimentos cirúrgicos no pós-operatório
imediato (curativo).
4. Técnica em “D”: procedimento
Manobra de Schwartzman:
Inicia-se a cirurgia com marcação da aréola com
areolótomo de 4cm, seguida de decorticação da pele
sobre o tecido, na extensão da marcação do
“D” (Figura 4A).
Confecção do retalho p.
medial:
Marca-se o retalho medial com 5cm de base e pelo menos 1cm ao redor da
aréola. Descola-se o tecido mantendo uma espessura de +2cm desde
o bordo lateral, até a base do retalho (Figura 4B).
Retalhos bipartidos:
Inicia-se com a demarcação do “D” até
o subcutâneo e posterior descolamento da pele com retalho
dermogorduroso de aproximadamente 2cm, seguindo um plano abaixo do
lipolaser e rente ao parênquima mamário até a linha
axilar anterior e medialmente até a linha paraesternal.
Continuamos com a confecção de loja subglandular
preservando a implantação do parênquima no ponto B
e seguindo a linha AB até o segundo arco costal superiormente,
evitando descolamento amplo e realizando assim apenas um túnel
central, mantendo a implantação medial da mama.
Após a liberação glandular iniciamos a
confecção de retalhos bipartidos, usamos o arco do
“D” para definir o início da
dissecção perpendicular até a fáscia
muscular, preservando assim o arco do “D” e decorticado no
retalho medial (Figuras 4C, D e E).
Montagem:
O retalho medial é dobrado sobre si mesmo, súpero
medialmente. Mantendo a inserção do parênquima no
ponto B (Figuras 5A,5B e 5C). O retalho lateral é tracionado ínfero
medialmente, em direção ao apêndice xifoide (Figura 5D). Todo o parênquima
que ultrapassar a linha AB é ressecado, seguimos com a
ressecção inferolateral criando assim o novo sulco
inframamário.
Figura 4 - A: Manobra de Schwartzman; B:
Confecção de retalho medial; C, D e
E: Liberação interna do retalho
no arco do “D” e bipartição do
retalho preservando a inserção no
parênquima no ponto B, seguindo até o segundo arco
intercostal e tunelizando a dissecção.
Figura 4 - A: Manobra de Schwartzman; B:
Confecção de retalho medial; C, D e
E: Liberação interna do retalho
no arco do “D” e bipartição do
retalho preservando a inserção no
parênquima no ponto B, seguindo até o segundo arco
intercostal e tunelizando a dissecção.
Figura 5 - A. vizualizaçõa dos retalhos
bipartidos sendo lateral (externo) e medial (interno)
B. Com pinça de Allys é realizada
a rotação do retalho medial sobre si mesmo
(superomedial). C. Retalho medial mantendo sua
inserção no parênquima coincidindo com o
ponto B; D. Retalho lateral tracionado inferomedial
preparado para ressecção.
Figura 5 - A. vizualizaçõa dos retalhos
bipartidos sendo lateral (externo) e medial (interno)
B. Com pinça de Allys é realizada
a rotação do retalho medial sobre si mesmo
(superomedial). C. Retalho medial mantendo sua
inserção no parênquima coincidindo com o
ponto B; D. Retalho lateral tracionado inferomedial
preparado para ressecção.
O retalho medial será igual nos dois lados e o lateral
variará à ressecção, dependendo da
assimetria mamária prévia; ressecado em faixas (Figuras 6A to 6B).
Suturas com 5 pontos de
fixação:
A sutura do parênquima mamário é realizada com fio
mononylon 2.0, juntando os pontos com tração inferomedial
da porção lateral para medialização do
mesmo:
Primeiro ponto: aproximando os pilares medial e lateral na união
dos pontos CD, (início da coluna);
Segundo ponto: mantendo a tração medial, unindo
parênquima com fáscia do m. serrátil ao
nível do ponto B coincidindo com o início do sulco
inframamário (final da coluna);
Terceiro ponto: realizado no meio da linha AB entre o primeiro e o
segundo ponto, usado para sustentação lateral da
coluna;
Quarto e quinto pontos: fixando o parênquima lateral com a
fáscia muscular, definindo o final do novo sulco infra
mamário (Figura 6).
Após a fixação, continua-se o fechamento por planos,
parênquima superficial mononylon 3.0, subcutâneo mononylon
4.0 incolor e, finalmente, intradérmico com monocryl 4.0 (Figura 7).
Marcação das aréolas:
A junção dos pontos C e D coincidirá com a
localização do bordo inferior do novo posicionamento da
aréola e início da cicatriz vertical (Figura 8).
Sutura de aréolas em dois planos, subcutâneo com mononylon
4-0 incolor e intradérmica com monocryl 4.0.
Figura 6 - A. O retalho lateral é tracionado e
ressecado em faixas, colocando os pontos de
fixação na fascia peitoral junto ao retalho medial
(em rotação). Ponto 1 aproxima os pilares na
marcação CD, ponto 2 ao nível do ponto B
tracionando o final da coluna ; B. Ponto 3 no meio
de AB entre o primeiro e segundo ponto; Os pontos 4 e 5 definen
o sulco submamário, realizado no parênquima
lateral na fáscia muscular; C. Retirada da
Allys que segura o retalho medial e se mantem fixo;
D. Formato harmônico cônico e bom
contorno do polo superior após montagem
(numeração de pontos).
Figura 6 - A. O retalho lateral é tracionado e
ressecado em faixas, colocando os pontos de
fixação na fascia peitoral junto ao retalho medial
(em rotação). Ponto 1 aproxima os pilares na
marcação CD, ponto 2 ao nível do ponto B
tracionando o final da coluna ; B. Ponto 3 no meio
de AB entre o primeiro e segundo ponto; Os pontos 4 e 5 definen
o sulco submamário, realizado no parênquima
lateral na fáscia muscular; C. Retirada da
Allys que segura o retalho medial e se mantem fixo;
D. Formato harmônico cônico e bom
contorno do polo superior após montagem
(numeração de pontos).
Figura 7 - Fechamento final da pele, marcação areolo
pezon
Figura 7 - Fechamento final da pele, marcação areolo
pezon
Figura 8 - A: Fechamento vertical e marcação
complexo aréolo-pézon que coincide no CD da
marcação inicial; B:
Cicatrização final aréola e
vertical.
Figura 8 - A: Fechamento vertical e marcação
complexo aréolo-pézon que coincide no CD da
marcação inicial; B:
Cicatrização final aréola e
vertical.
Dreno:
Portovac 3.2, introduzido na linha médio axilar, abaixo do novo
sulco inframamário, localizado entre o parênquima e o
retalho dermogorduroso, sendo retirado no segundo dia de
pós-operatório.
Curativo:
Seco, realizado com fitas de micropore entrecruzado em forma de X,
diretamente sobre a cicatriz, mantido por 7 dias.
RESULTADOS
Não foi necessária revisão cirúrgica em nenhum dos casos
apresentados. Não houve ocorrência de infecção
pós-cirúrgica ou necrose da placa areolopapilar, bem como da
cicatriz.
Houveram 5 casos de epidermólise da placa areolopapilar, tratados com sucesso
com flavonoides e castanha da índia (linfa cream -
Claremom), sem sequelas.
A ressecção média do parênquima foi de 477,1g variando de
80 a 1.100g.
A quantidade de lipoaspiração (LAL) foi em média 438,6ml entre
150 a 790ml.
O comprimento da cicatriz vertical se mostrou estável em média de 6,7cm
(entre 6.1-7,5) após 2 anos (Figura 9).
Os resultados com esta técnica foram considerados satisfatórios
validados com o questionário Breast-Q® módulo
redução/mastopexia (pré e pós-operatório), as
porcentagens de avaliação foram descritas na Tabela 3.
Atualmente, a combinação com laser é utilizada em todos os
nossos procedimentos de mama, assim como também para tratamento corporal
(abdome, glúteo, braços, coxas e face/submento). Sua
combinação nos trouxe maior benefício no tempo cirúrgico
e em nossos resultados (Figuras 2, 10 e 11).
Figura 9 - Grupo de estudo idade das pacientes e cicatriz civertical final
Figura 9 - Grupo de estudo idade das pacientes e cicatriz civertical final
Tabela 3 - Resumo do questionário Breast-Q® nas 46
pacientes estudadas.
Módulo pós-operatório |
Muito
satisfeito
|
88% |
Resultado da sua cirurgia |
Concordo totalmente |
72% |
Como se
sente depois da cirurgia
|
Todo o
tempo
|
82% |
Com que frequência se sente |
A maioria do tempo |
83% |
Últimas 2 semanas |
Em nenhum
momento
|
96% |
Informações obtidas do seu
cirurgião
|
Muito satisfeito |
74% |
Satisfação |
Muito
satisfeito
|
86% |
Sobre seu cirurgião
plástico
|
Concordo completamente |
73% |
Sobre a
equipe médica
|
Concordo
completamente
|
92% |
Profissionais do consultório |
Concordo completamente |
92% |
Tabela 3 - Resumo do questionário Breast-Q® nas 46
pacientes estudadas.
Figura 10 - A. Paciente 60 anos pré-operatório de
lipomamoplastia com LAL e técnica “D” espelhado +
abdominoplastia vista anterior; B. 1 ano de PO; C.
Pré-operatório - vista lateral; D. Com 1 ano de
PO.
Figura 10 - A. Paciente 60 anos pré-operatório de
lipomamoplastia com LAL e técnica “D” espelhado +
abdominoplastia vista anterior; B. 1 ano de PO; C.
Pré-operatório - vista lateral; D. Com 1 ano de
PO.
Figura 11 - A. Paciente 48 anos pré-operatório de
lipomamoplastia com LAL e técnica “D” espelhado vista
anterior; B. Pós-operatório de 2 anos;
C. Préoperatório- vista lateral;
D. Pós-operatório de 2 anos - vista
lateral.
Figura 11 - A. Paciente 48 anos pré-operatório de
lipomamoplastia com LAL e técnica “D” espelhado vista
anterior; B. Pós-operatório de 2 anos;
C. Préoperatório- vista lateral;
D. Pós-operatório de 2 anos - vista
lateral.
DISCUSSÃO
A técnica em “D” espelhado tem sido utilizada há 15 anos,
mostrando benefícios, como diminuição da tensão da placa
areolopapilar (PAP) e, principalmente, cicatrizes verticais paralelas7,8. Com associação da lipoaspiração com
laser desde 2015, com melhora na definição do sulco
inframamário e diminuição das alterações das
mamas.
Seus resultados estéticos com cicatrizes menores independentemente do tamanho
da mama com média de cicatriz vertical final 6.7cm após 2 anos de
seguimento e com diminuição das recidivas de ptose mamaria fortalecem
o descrito na literatura.
O grau de satisfação das pacientes foi um benefício importante
para o avanço da técnica, especialmente no que diz respeito à
harmonia, retração homogênea da pele e melhor contorno
mamário. A manutenção dos resultados foi mais duradoura quando
comparados aos resultados obtidos com outras técnicas de cicatriz vertical
antes realizadas em nosso serviço, com grau satisfação de muito
satisfeito, que representa 86% no questionário aplicado
(Breast-Q®).
Estatisticamente as cirurgias combinadas apresentam maiores
complicações em relação às cirurgias isoladas,
sendo uma controvérsia entre os autores. Com a técnica em
“D” espelhado encontramos uma redução significativa das
complicações, especialmente à revisão cirúrgica,
quando comparado aos 54% encontrados na literatura4, fator importante que favoreceu na
evolução, manutenção e indicação da
técnica.
A quantidade de energia aplicada de maneira errada num mesmo lugar, pode produzir
danos diretos no tecido gorduroso e cutâneo. Na nossa experiência
recomendamos não aplicar mais de 4000J por região. A má
indicação clínica de energia (LAL) nas diferentes
regiões, assim como a não experiência e aprendizado do
cirurgião na execução do laser, poderia trazer
complicações sérias, que podem ser prevenidas. E, também
é importante uma boa avaliação do tecido gorduroso, seu
diâmetro, assim como a qualidade e tipo de pele da região a ser
tratada.
CONCLUSÃO
A técnica em “D” espelhado mostrou-se uma boa
opção cirúrgica, pela versatilidade em diferentes
cenários de mamoplastia.
A facilidade na sua execução aumentou suas indicações,
sendo atualmente para todos os tipos de ptose mamária, mamoplastia
primária ou secundária, com ou sem implantes.
A combinação da técnica em “D” espelhado com a
lipoaspiração assistida por laser, é um procedimento que a cada
dia é considerado como rotina no nosso planejamento cirúrgico.
Resultando em significativa retração homogênea da pele,
favorecendo na forma cônica da mama e manutenção dos resultados
validados.
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1. Clínica Juan Sánchez, São
José dos Campos, SP, Brasil.
2. Clínica Cirurgia Plástica Dra.
Patricia J. Erazo, Santos, SP, Brasil.
Autor correspondente: Patricia Jacqueline
Erazo, Rua Santa Clara nº 1035, Vila adyana, São
José dos Campos, SP, Brasil, CEP 12243 630, E-mail:
p.erazo@uol.com.br
Artigo submetido: 22/04/2020.
Artigo aceito: 14/07/2021.
Conflitos de interesse: não há.
Instituição: Hospital Antoninho da Rocha Marmo, São
José dos Campos, SP, Brasil.