INTRODUÇÃO
As mamas são provavelmente o maior símbolo de feminilidade na
raça humana e causam um grande desconforto ao convívio social dos
transexuais masculinos, os quais nasceram no gênero feminino e se identificam
como do gênero oposto, o que convencionamos diagnosticar como
disforia1,2. A incidência de transexualismo varia muito
conforme as fontes, a maioria variando entre 0,5% e 1,5%1,3.
Com a divulgação de informações entre os próprios
pacientes através da internet e mídias sociais, passou a haver uma
maior conscientização sobre o tema, bem como a procura de
psicoterapia, hormonioterapia e tratamentos cirúrgicos, realizados por
diversos profissionais para orientação social e psicológica
masculinização dos caracteres sexuais primários e
secundários: cirurgiões plásticos, dermatologistas,
endocrinologistas, ginecologistas, urologistas, mastologistas, psicólogos,
assistentes sociais, entre outros1.
Os objetivos deste procedimento cirúrgico são: remover o tecido
mamário e excesso de pele, reduzir e reposicionar corretamente o CAP,
tentando minimizar a perda da sensibilidade, aplainar o sulco inframamário,
minimizar as cicatrizes na parede torácica e criar um contorno
torácico masculino esteticamente agradável, de preferência num
único tempo cirúrgico2,3.
OBJETIVOS
Este trabalho apresenta a experiência do autor com uma técnica de
mastectomia masculinizadora (MM) realizada em pacientes transexuais masculinos
(femininos para masculinos), chamada de dupla incisão associada ao enxerto
livre de complexo areolopapilar (DIEL-CAP).
MÉTODOS
Design de estudo
Estudo transversal retrospectivo.
Casuística
Entre novembro de 2013 e janeiro de 2018, 26 pacientes foram submetidos a
mastectomias masculinizadoras (total de 52 mamas), realizadas pela
técnica proposta pelo autor, provenientes de sua clínica privada
em Sorocaba/SP.
Seis meses foi o tempo mínimo de seguimento para ser incluído neste
trabalho.
Procedimento operatório
O tempo de internação máximo foi de trinta horas. Todas as
mastectomias masculinizadoras foram realizadas sob anestesia geral.
1. As marcações pré-operatórias são realizadas
com o tronco do paciente em torno de sessenta graus de inclinação,
iniciando com uma linha horizontal inferior ao longo do sulco
inframamário (Figura 1) e a linha
hemiclavicular;
2. Em seguida, a linha de incisão horizontal superior é desenhada
na pele acima da aréola, avaliada através do “pinch
test”. Quando a mama não tem sobra de pele suficiente
para a descida completa do retalho superior, a marcação desta
linha superior é realizada durante o procedimento cirúrgico,
podendo eventualmente evoluir com uma cicatriz final em “T”
invertido, em mamas menores e com menos flacidez;
Figura 1 - Marcação pré-operatória.
Figura 1 - Marcação pré-operatória.
3. O procedimento cirúrgico é realizado com o paciente em
decúbito dorsal horizontal e braços abertos;
4. A operação se inicia com a coleta do enxerto de espessura total
do CAP com um diâmetro de 2,5cm, da região central da
aréola mamária, com lâmina de bisturi (Figura 2);
Figura 2 - Coleta do CAP para enxertia.
Figura 2 - Coleta do CAP para enxertia.
5. Inicia-se a incisão no sulco inframamário e, posteriormente, da
linha superior, formando uma incisão final elíptica, cuja
peça cirúrgica será retirada em monobloco (Figura 3). Quando não há sobra
de pele para a descida do retalho superior, o descolamento da glândula
mamária se precede à incisão superior da elipse em
monobloco;
6. Após, complementa-se no sentido cranial um descolamento acima do plano
muscular. Quando os tecidos mamários estiverem liberados (Figura 4), incisa-se superficialmente na
transição entre os tecidos celular subcutâneo e glandular,
mantendo-se a espessura cutânea final em torno de 1,5 a 2,5 cm (Figura 5), dependendo da espessura do
panículo adiposo. É extremamente importante preservar a espessura
adequada da gordura subcutânea durante todo o descolamento e
ressecção do tecido glandular (Figura 6). Um dreno tubular a vácuo é introduzido em
cada lado do hemitórax;
Figura 3 - Incisões horizontais para retirada em monobloco.
Figura 3 - Incisões horizontais para retirada em monobloco.
Figura 4 - Descolamento supramuscular do retalho parenquimatos.
Figura 4 - Descolamento supramuscular do retalho parenquimatos.
Figura 5 - Descolamento entre a glândula mamária e o tecido
celular subcutâneo.
Figura 5 - Descolamento entre a glândula mamária e o tecido
celular subcutâneo.
Figura 6 - Exposição do músculo peitoral maior para
hemostasia
Figura 6 - Exposição do músculo peitoral maior para
hemostasia
7. Os retalhos superior e inferior são suturados em três planos
(Figura 7);
8. A nova posição do CAP é marcada de preferência 1,0
a 2,0 cm lateral à intersecção da linha hemiclavicular e do
sulco inframamário original. A altura vertical é marcada
aproximadamente 2,5cm acima da linha de sutura inframamária. Realiza-se
uma decorticação na área receptora do enxerto;
9. O CAP é afinado com tesoura e a sutura é feita com doze pontos
simples de mononylon, como as horas de um relógio, sendo intercalados com
fios mais longos para se fixar o curativo de Brown (Figura 8);
10. Curativo de média compressão com chumaço de
algodão e fita microporosa cobrem todo o tórax. Não
é recomendado malha ou colete compressivo para evitar a isquemia do
retalho cutâneo.
Figura 7 - Sutura em plano profundo para avaliar a tensão
cutânea.
Figura 7 - Sutura em plano profundo para avaliar a tensão
cutânea.
Figura 8 - Resultado final após sutura cutânea por planos e
enxerto do CAP concluído + curativo de Brown.
Figura 8 - Resultado final após sutura cutânea por planos e
enxerto do CAP concluído + curativo de Brown.
Cuidados pós-operatórios
Retorno ambulatorial é realizado entre três e sete dias após
o procedimento cirúrgico, para retirada dos drenos,
avaliação da cicatriz e novo curativo. Um segundo retorno se
dá uma semana após o primeiro e o terceiro em torno de vinte e um
dia após a cirurgia, para retirada dos pontos do enxerto do CAP. Nesse
momento as atividades usuais como as domésticas e dirigir são
liberadas. Após três meses atividades físicas intensas
são permitidas.
RESULTADOS
A idade média dos pacientes foi de 27 anos e 9 meses (faixa etária
entre 18 e 47 anos). Os pesos dos pacientes estavam entre 48 e 133kg (média
de 73kg), a altura variava entre 1,59 e 1,80 metro (média de 1,66 m) e o
índice de massa corporal (IMC) médio foi de 26,9 (entre 17,8 e 39,1).
Dezenove pacientes (73%) tinham história de receber terapia hormonal com
testosterona antes da operação. Este hormônio foi descontinuado
três semanas antes da intervenção cirúrgica e retomado
três semanas após, conforme Lo Russo e Innocenti (2017)2. Além disso, todo paciente
foi submetido a uma avaliação psicológica que permitiu o
diagnóstico de transexualismo “female to male”
(FTM) e foi documentado através de um laudo psicológico, além
de avaliação com endocrinologista e assistente social por
período mínimo de 2 anos, que era a exigência legal vigente no
período deste trabalho.
Lipoaspiração não foi associada nestes procedimentos
cirúrgicos. A taxa de complicações maiores foi de 3,8%, sendo
que um paciente apresentou pequena deiscência da sutura de 0,5x3,0 cm, que
cicatrizou por segunda intenção. Complicações menores
foram: seroma (19,2%) e hematoma (7,7%), que foram puncionados e esvaziados no
consultório, sem necessidade de nova abordagem cirúrgica.
Distúrbios cicatriciais foram encontrados os seguintes: queloide em 15,4%,
cicatriz hipertrófica em 3,8% e brida cicatricial em 3,8%. Este paciente com
brida cicatricial foi o único que sofreu nova abordagem cirúrgica
(3,8%), onde foi realizado lipoenxertia na cicatriz do sulco
inframamário.
Outras complicações locais não foram encontradas, tais como:
grande deiscência, necrose cutânea, perda total do enxerto do CAP,
infecção ou assimetrias evidentes; bem como sistêmicas:
trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, embolia gordurosa ou
óbito. Pequenas discromias em CAPs foram visualizados em alguns casos, comuns
neste procedimento cirúrgico2, mas não houve desejo de nova abordagem cirúrgica
ou tatuagem para dermopigmentação pelos mesmos.
O peso total das mamas variou entre 284 e 3.155 gramas (média de 1.136), sendo
que o peso das mamas direitas variou entre 140 e 1.585 gramas (média de 557)
e das esquerdas entre 144 e 1.570 gramas (média de 578). Todas as mamas foram
enviadas para diagnóstico anatomopatológico, que acusaram
ausência de malignidade em todas as peças cirúrgicas.
A cicatriz final evoluiu em “T” invertido em quatro casos (15,4%), em
mamas de moderado volume e flacidez. Todos os procedimentos cirúrgicos foram
realizados isoladamente, sem associação de outras cirurgias
combinadas. Nenhuma mama havia sido operada previamente de mamoplastia redutora ou
mastopexia. Nenhum paciente da casuística havia realizado a
transgenitalização antes da MM, bem como ooforectomia (Figura 9-10).
DISCUSSÃO
O transexualismo masculino (ou de feminino para masculino, do inglês
“female to male” - FTM) é um
distúrbio de identidade (disforia) de gênero. Esses indivíduos
acreditam que foram criados no corpo do gênero errado, sofrem de persistente
desconforto psicológico relacionado ao seu sexo anatômico e desejam
viver e ser aceitos permanentemente no papel social do gênero
masculino1,2.
Figura 9 - Paciente 1: 31 anos, índice de massa corpórea 20, 3 meses e
meio de pós-operatório.
Figura 9 - Paciente 1: 31 anos, índice de massa corpórea 20, 3 meses e
meio de pós-operatório.
Figura 10 - Paciente 2: 19 anos, índice de massa corpórea 27, 2 meses
de pós-operatório.
Figura 10 - Paciente 2: 19 anos, índice de massa corpórea 27, 2 meses
de pós-operatório.
O tratamento da disforia de gênero consiste na combinação de
diferentes abordagens como terapia hormonal, terapia cirúrgica e
psicoterapia1,2. Devido ao desejo de mudar suas
características sexuais anatômicas para aquelas do sexo oposto, a MM
é geralmente o primeiro, o mais importante e muitas vezes o único
procedimento cirúrgico na readequação de gênero em
transexuais masculinos, principalmente naqueles que apresentam mamas de grandes
volumes2,4,5.
Sobre as bases legais atuais das cirurgias de transexuais, a Resolução
no 2.265, de 20 de setembro de 2019, do Conselho Federal de Medicina,
corroborado por publicação no Diário Oficial da União
dia 09/01/2020 (edição 6, seção 1, página 96),
define a idade mínima de 18 anos para a as cirurgias mamárias de
retribuição sexual, como a mastectomia simples bilateral
(masculinizadora) e 16 anos para hormonioterapia, bem como um ano de acompanhamento
psiquiátrico mínimo. No período deste trabalho a base legal era
a Resolução CFM 1955/2010, que exigia 2 anos de acompanhamento
prévio com endocrinologista, psicólogo e assistente social,
além de liberar a hormonioterapia aos 18 anos e procedimentos
cirúrgicos aos 21 anos. Os quatro pacientes deste trabalho com idades entre
18 e 21 anos foram operados com mandados judiciais prévios à
cirurgia.
Um exame ultrassonográfico das mamas foi realizado para avaliar a
existência de tecido glandular e excluir qualquer tumoração
patológica em todos os casos. Pacientes com indicação (maiores
de 40 anos sem histórico familiar e 35 anos com histórico familiar
positivo para câncer de mama) fizeram mamografia como
complementação diagnóstica pré-operatória. O
“termo de consentimento livre e esclarecido do paciente” foi retirado
de todos os indivíduos.
Comumente utilizam-se técnicas de ginecomastia6,7 ou
mastectomia por doença mamária em paciente do sexo feminino,
porém a mastectomia subcutânea em transexuais FTM é mais
difícil do que os dois procedimentos, porque esses indivíduos
têm volume mamário consideravelmente maior, maior grau de flacidez e
menor elasticidade da pele8. A
compressão mamária contínua com faixas elástica torna a
qualidade da pele e do parênquima mamário piores4,6,8.
As primeiras técnicas cirúrgicas para MM apresentavam cicatrizes
inestéticas ao longo do tórax9,10. Atualmente alguns
autores como Lo Russo e Innocenti (2017)2, Agarwal et al. (2017)5 e Knox et al. (2017)11 indicam orientar a posição da cicatriz
horizontal baseada na borda inferior do músculo peitoral maior,
principalmente em sua porção lateral, em curva ascendente e não
exatamente no sulco inframamário original, para que a mesma fique mais
imperceptível.
A MM DIEL-CAP é utilizada para a maioria dos casos, em mamas de moderado a
grande volume e moderada a grande ptose, pela maior parte dos autores na
literatura2-6,8,12.
As mamas pequenas e com pouca flacidez cutânea não fizeram parte deste
trabalho e tem indicação de técnica periareolar, como descrito
por Davidson (1979)7, Colic e Colic
(2000)13, McEvenue et al.
(2017)3 num tempo
cirúrgico ou Takayagi e Nakagawa (2006)14 em dois tempos cirúrgicos, com o intuito de
minimizar a cicatriz resultante no CAP, ou transareolar conforme Hage e Bloem
(1995)15.
As vantagens da técnica cirúrgica descrita neste trabalho do autor
(DIEL-CAP) são a criação de um bom campo de visão para
dissecção, exérese do parênquima mamário e
hemostasia, permite uma redução do excesso de CAP e de pele
adequadamente, além de ausência de possível abaulamento pelo
excesso de volume com um pedículo de base inferior areolado. As desvantagens
da técnica são cicatriz inframamária longa e deformidades na
projeção e diminuição da sensibilidade das papilas
mamárias2.
Os retalhos superior e inferior são ajustados para que as bordas fiquem as
mais acomodadas possíveis, haja visto que o comprimento do retalho superior
tende a ser maior que o inferior. Em casos onde as mamas apresentam grandes volumes
pode-se conectar as linhas de sutura direita e esquerda na região mediana,
formando-se a cicatriz em forma de “W”, mas isto deve ser evitado
quando possível devido à possibilidade de formação de
queloides na região pré-esternal.
Wolter et al. (2015)8 descreve
outras técnicas cirúrgicas para tratamento, dependendo do volume
mamário, resumindo a classificação prévia de Monstrey et
al. (2008)4:
1) Mamas pequenas, com boa elasticidade e sem ptose: mastectomia subcutânea
periareolar semicircular associada à lipoaspiração;
2) Mamas pequenas, elasticidade moderada e com ptose grau I: mastopexia
concêntrica periareolar associada à lipoaspiração;
3) Mamas médias, elasticidade moderada a ruim e com ptose grau II: mamoplastia
com pedículo inferior areolado;
4) Mamas grandes, elasticidade ruim e ptose grau III: MM DIEL-CAP.
A técnica no grupo 3 acima causa uma satisfação menor dos
pacientes e um índice maior de irregularidades e
reoperações8.
Outra opção cirúrgica para casos da classificação
3 de Wolter é a descrita por Conte et al. (2019)16, com um retalho cutâneo em ilha do CAP, mas
tende a deixar a mama com potencial excesso de parênquima.
McEvenue et al. (2017)3 publicaram o
trabalho com a maior casuística deste procedimento cirúrgico na
literatura (679 pacientes durante 15 anos). Simplificaram a conduta cirúrgica
baseado na classificação em 2 únicos grupos:
1) Mastectomia subcutânea com incisão periareolar semicircular
associada à lipoaspiração em paciente com ptose grau 0 ou 1 com
boa elasticidade cutânea (chamada pelo mesmo de técnica de
“fechadura”, do inglês
“keyhole”);
2) Mastectomia com dupla incisão associada ao enxerto livre de CAP em todas as
outras mamas.
Resende (2007)17 descreve uma
técnica para tratar ginecomastia que usualmente é aplicada para
transexuais homens, porém a cicatriz tende a ficar perceptível e
colocada fora do sulco inframamário, que é onde o contorno inferior do
tórax tende a ficar com menor tensão horizontal. Monstrey et al.
(2008)4 também
utiliza esta técnica em alguns casos.
Detalhe importante se refere ao enxerto livre do CAP, similar à técnica
de Thorek (1946)18. A área
doadora do enxerto pode ser: 1 - margem da aréola; 2 - centro da
aréola com a papila; ou 3 - combinação de ambas, com a papila
central em torno de 0,5 a 1,0cm de diâmetro e diâmetro areolar de
2,5cm19. A
preferência do autor é pela opção 2, com resultados
satisfatórios. Para melhora do contorno é indicado a tatuagem para
dermopigmentação após seis meses, mas nenhum paciente realizou,
pois ficaram satisfeitos com o resultado, baseado na experiência subjetiva do
autor, segundo relatos dos mesmos nos retornos subsequentes no consultório,
embora nenhum questionário sobre satisfação tenha sido
preenchido pelo paciente, como os realizados por Wolter et al. (2015)8 ou Nelson et al (2009)12, ou avaliação da
qualidade do resultado avaliado por um cirurgião e paciente, como Antoszewski
et al. (2012)20.
Ponto crucial deste procedimento cirúrgico é a posição
horizontal final do enxerto do CAP no tórax. Normalmente a
posição deste tende a ficar mais agradável quando se situa em
torno de um a dois centímetros lateral à intersecção
entre a linha hemiclavicular original e a cicatriz horizontal final no sulco
inframamário. Desta maneira o autor deste trabalho simplifica outras
técnicas de marcação baseadas na borda lateral do
músculo peitoral maior, na junção de linhas corporais ou numa
tabela com referência na circunferência torácica, de
reprodutibilidade mais difíceis2,3,5,9. A
distância vertical entre o CAP e a cicatriz final do sulco
inframamário é orientada pelo autor a apresentar 2,5cm,
próximas ao que Monstrey et al. (2008)4 orientam (linha hemiclavicular e 2 a 3cm acima da cicatriz
horizontal).
É comum o enxerto do CAP, quando coletado em forma circular, ao longo do tempo
se apresentar elíptico com maior eixo na vertical, devido às
forças de tensão neste sentido do tórax. Para evitar essa
complicação, Agarwal et al. (2017)5 orientam a retirar o enxerto elíptico com 1,5 por 2,5
centímetros, fixando-o com o menor diâmetro na vertical. Ao longo do
tempo o mesmo tende a ficar com o formato arredondado.
Este trabalho foi baseado na casuística do autor no referido período e
apresentado para a banca examinadora para Ascensão a Membro Titular da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) no 55o Congresso
Brasileiro, em Recife, em 2018. Após a publicação deste
trabalho o autor publicará trabalhos futuros com a experiência
subsequente nesta técnica descrita, bem como outras duas utilizadas para
mamas menores: 1) periareolar para pacientes classificação graus 1 e 2
de Wolter ou grau 1 de McEvenue; 2) dupla incisão com retalho de
mobilização de CAP para grau 3 de Wolter e grau 2 de McEvenue sem
grande flacidez e ptose.
CONCLUSÃO
A mastectomia masculinizadora é um procedimento seguro, com boa
reprodutibilidade e que traz resultados estéticos satisfatórios.
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Brasil.
2. Clínica Privada de Cirurgia
Plástica, Dr. Bruno Marques, Sorocaba, SP, Brasil.
Autor correspondente: Bruno Pires do Amaral
Marques, RuaAv Antônio Carlos Comitre, nº1296 Parque
Campolim, Sorocaba, Sao Paulo, Brasil, CEP: 18047-620, E-mail:
brunopamarques@gmail.com
Artigo submetido: 17/02/2019.
Artigo aceito: 12/07/2021.
Conflitos de interesse: não há.
Instituição: Clínica Privada de Cirurgia
Plástica, Dr. Bruno Marques, Sorocaba, SP, Brasil.