INTRODUÇÃO
A reconstrução palpebral, após ressecções tumorais, pode ser realizada de diferentes
maneiras, desde técnicas mais simples, como fechamento primário e enxertos de
pele
de espessura total até opções mais elaboradas e complexas, destacando-se
principalmente os retalhos locais e locorregionais. Independente da técnica, o
mais
importante é realizar uma reconstrução que repare as funções de todas as lamelas
palpebrais1,2.
Nos casos de reconstrução oncológica, tumores avançados geram ressecções de pele mais
extensas (mais de uma subunidade acometida) e profundas, necessitando a combinação
de dois ou mais retalhos. Ressecções palpebrais extensas e em espessura total
em
casos de tumores malignos localmente avançados podem cursar com enucleação ou
exenteração do globo ocular, pela chance de acometimento do mesmo e/ou pela
dificuldade reconstrutiva, sendo necessários retalhos que permitam apenas a
cobertura do defeito criado3,4.
Raros são os casos em que a ressecção de espessura total de ambas as pálpebras
(superior e inferior, canto medial e lateral) consegue preservar o globo ocular3,4. Nestas situações é de fundamental importância realizar a reconstrução
palpebral imediata, visando primordialmente a manutenção da capacidade funcional
das
mesmas, já que má-oclusões crônicas podem levar a ceratites de repetição, úlceras
de
córnea e perda do olho. Na impossibilidade de uma reconstrução funcional, com
abertura e oclusão satisfatória, o globo ocular se torna prescindível5.
A literatura é escassa na discussão de extensas ressecções palpebrais com preservação
de globo ocular que descrevam reparações com retalhos locais que permitem, ao
final
da reconstrução, uma função palpebral satisfatória6-8.
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é relatar a experiência dos cirurgiões plásticos do Grupo
de Cirurgia Órbitopalpebral (Divisão de Cirurgia Plástica e Queimaduras do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP)
em
casos de ressecção palpebral total ou subtotal (superior e inferior) em espessura
total com preservação do globo ocular.
MÉTODOS
Este foi um estudo observacional, retrospectivo e descritivo, realizado após
aprovação do comitê de ética em pesquisa da USP (CAPPesq) nº 2.876.023 no
ambulatório do Grupo de Cirurgia Órbitopalpebral da Divisão de Cirurgia Plástica
e
Queimaduras do HCFMUSP. Foram revisados todos os casos de reconstrução palpebral
pós-ressecção tumoral, realizados no período de 2000 a 2019, por este grupo.
Foram incluídos nesta pesquisa apenas os casos de ressecção bipalpebral total ou
subtotal (superior e inferior) com ressecção de todas as lamelas e consequentes
a
neoplasias benignas e/ou malignas com preservação do globo ocular.
Foram levantados os dados epidemiológicos, cirúrgicos e de seguimento pós-operatório
dos mesmos. Todas as fotografias presentes foram previamente autorizadas pelos
pacientes para serem publicadas.
RESULTADOS
A equipe de cirurgia órbitopalpebral deste hospital realiza, em média, 1 a 2
cirurgias/semana de reconstrução palpebral pós-exérese tumoral. Dentre os mais
de
1.400 casos de tumores operados, neste período de 20 anos, foram identificados
e
tratados dois casos de ressecção bipalpebral e em espessura total com possibilidade
de preservação do globo ocular.
Caso 1
Paciente de 54 anos, sexo feminino, apresentou lesão ulcerada em região de
pálpebra superior e inferior direita, canto medial, região de glabela e raiz
nasal, além de áreas cicatriciais com atividade tumoral na periferia em pálpebra
inferior esquerda e dorso nasal, cuja biópsia demonstrou tratar-se de carcinoma
basocelular esclerodermiforme.
Foi realizada ressecção completa da lesão em monobloco com congelação
intraoperatória, resultando em extenso defeito de toda região palpebral superior
e inferior, incluindo canto lateral e medial, glabela e 2/3 superiores do nariz,
mantendo-se íntegro o globo ocular.
Para cobertura de toda a área cruenta foi utilizado um retalho cutâneo
temporofrontal com pedículo lateral à direita, baseado na artéria temporal
superficial e enxertia concomitante da área doadora com pele de espessura
parcial. Esse retalho foi posicionado com sua área cruenta diretamente sobre
o
globo ocular, ocluindo toda a face anterior do mesmo, bem como as regiões
vizinhas (Figura 1).
Figura 1 - A. Lesão pré-operatória; B. Aspecto
intraoperatório com ressecção de pálpebra superior e inferior em
espessura total, canto lateral e medial, além de dorso nasal e canto
medial do olho esquerdo; C. Retalho temporofrontal
pediculado à direita para fechamento da lesão; D.
Aspecto no pós-operatório de 1 mês, com abaulamento lacrimal sobre o
olho e enxertia de pele na área doadora.
Figura 1 - A. Lesão pré-operatória; B. Aspecto
intraoperatório com ressecção de pálpebra superior e inferior em
espessura total, canto lateral e medial, além de dorso nasal e canto
medial do olho esquerdo; C. Retalho temporofrontal
pediculado à direita para fechamento da lesão; D.
Aspecto no pós-operatório de 1 mês, com abaulamento lacrimal sobre o
olho e enxertia de pele na área doadora.
Após 4 semanas, a paciente evoluiu com abaulamento sobre o olho por retenção de
lágrimas, que funcionou temporariamente como um expansor tecidual e foi
puncionado. Tal processo foi citado em outros trabalhos6, que propuseram a manutenção de pequena abertura palpebral
de drenagem em canto medial para sua prevenção5.
Após quatro semanas, em um 2º tempo cirúrgico, o retalho foi reposicionado na
área doadora previamente enxertada, mantendo íntegra sua parte profunda acima
do
globo ocular. Resultou assim em área cruenta na glabela, 2/3 superiores do nariz
e região orbitária. Glabela, dorso nasal e 1/3 médio da face esquerda foram
submetidos à nova enxertia de pele, e a região orbital recoberta por retalho
de
transposição de face, bipartido e suturado à neoconjuntiva desenvolvida
naturalmente (Figura 2). Vale ressaltar
que, após a abertura transversal da fina camada existente sobre o olho,
constatou-se que o mesmo permanecia viável e sem ulceração de córnea (Figura 2). A face interna do retalho adquiriu
aspecto macroscópico idêntico à conjuntiva normal e posteriormente foi
constatada preservação da função visual normal.
Figura 2 - A. Segundo tempo, com reposicionamento do retalho da
face; B. Coleção líquida lacrimal contida entre o
tecido delgado e o globo ocular; C. Abertura da fenda
palpebral, com exposição da região da íris e pupila; D.
Abertura de fenda no retalho temporofacial e enxertia das demais
áreas; E. Pós-operatório de 12 meses, com abertura de
fenda no retalho; F e G. Abertura e fechamento da
neopálpebra.
Figura 2 - A. Segundo tempo, com reposicionamento do retalho da
face; B. Coleção líquida lacrimal contida entre o
tecido delgado e o globo ocular; C. Abertura da fenda
palpebral, com exposição da região da íris e pupila; D.
Abertura de fenda no retalho temporofacial e enxertia das demais
áreas; E. Pós-operatório de 12 meses, com abertura de
fenda no retalho; F e G. Abertura e fechamento da
neopálpebra.
Após três meses, a paciente conseguia realizar apenas movimentos de oclusão
parcial. Nesta ocasião, foi realizada a cirurgia proposta por Gilles, com fáscia
temporal para melhorar o fechamento palpebral. A abertura palpebral foi obtida
após mais três meses, através de suspensão frontal, com suspensor palpebral de
silicone, garantindo, assim, maior campo de visão. Foi indicado, ainda,
emagrecimento do retalho, mas a paciente negou-se a ser submetida ao
procedimento. A mesma foi acompanhada durante 2 anos no ambulatório, sem
complicações da cirurgia.
Caso 2
Paciente de 80 anos, sexo feminino, apresentou recidiva de carcinoma basocelular
operado há sete anos, sendo evidenciada lesão hiperemiada, nodulações,
telangiectasias e bordas perláceas, que acometiam 2/3 da pálpebra superior e
a
totalidade da inferior direita, canto medial e parte do canto lateral. Além
disso, também apresentava cicatrizes de múltiplas cirurgias prévias com
recidivas de carcinoma basocelular.
Foi realizada ressecção completa da lesão, com margens cirúrgicas livres após
exame de congelação no intraoperatório. O defeito resultante consistiu em
ausência total de canto medial e lateral, pálpebra inferior e 80% da pálpebra
superior. Neste caso, também não houve necessidade de enucleação ou
exenteração.
A opção reconstrutiva que permitiria proteção do globo ocular imediata e
restauração parcial da função palpebral no futuro, era o retalho médiofrontal,
o
qual foi planejado para reconstrução em 4 tempos cirúrgicos:
1º. tempo: realizada demarcação, levantamento do retalho médiofrontal baseado na
artéria supratroclear esquerda (com espessura mais fina nos 2/3 distais) e
transposição do mesmo sobre o defeito criado. Apenas 20% da pálpebra superior
na
sua porção lateral foi poupada. Assim, o retalho foi suturado à pálpebra
superior residual e região periorbitária, recobrindo totalmente o globo ocular,
sem qualquer forro conjuntival. A área doadora foi reparada às custas de enxerto
de pele de espessura parcial (Figura 3).
Figura 3 - A. Lesão periorbital direita; B.
Aspecto intraoperatório com ressecção subtotal de pálpebra superior
poupando 20% de pálpebra superior lateralmente e total da inferior,
canto lateral e medial; C. Demarcação de retalho
frontal pediculado à esquerda para fechamento da área cruenta;
D. Rotação do retalho, com posicionamento e pontos
de adesão no canto medial; E. Fechamento total sobre o
globo ocular e enxertia na área doadora; F. Aspecto no
pós-operatório imediato com enxertia de pele e curativo de Brown na
área doadora.
Figura 3 - A. Lesão periorbital direita; B.
Aspecto intraoperatório com ressecção subtotal de pálpebra superior
poupando 20% de pálpebra superior lateralmente e total da inferior,
canto lateral e medial; C. Demarcação de retalho
frontal pediculado à esquerda para fechamento da área cruenta;
D. Rotação do retalho, com posicionamento e pontos
de adesão no canto medial; E. Fechamento total sobre o
globo ocular e enxertia na área doadora; F. Aspecto no
pós-operatório imediato com enxertia de pele e curativo de Brown na
área doadora.
2º. tempo: realizado após 21 dias, consistiu na secção do pedículo a nível do
canto medial, retornando parte do mesmo à área doadora. A borda medial do
retalho, já separada do pedículo, foi suturada à face medial do defeito (Figura 4).
Figura 4 - A. Demarcação para liberação do pedículo do retalho;
B. Pósoperatório imediato após liberação do
pedículo; C. Pós-operatório imediato, após abertura da
fenda palpebral no 3º tempo; D e E.
Dissecção de loja e colocação do enxerto de cartilagem de escafa em
pálpebra superior e inferior.
Figura 4 - A. Demarcação para liberação do pedículo do retalho;
B. Pósoperatório imediato após liberação do
pedículo; C. Pós-operatório imediato, após abertura da
fenda palpebral no 3º tempo; D e E.
Dissecção de loja e colocação do enxerto de cartilagem de escafa em
pálpebra superior e inferior.
3º. tempo: passados 21 dias, a paciente foi submetida a novo procedimento, que
consistiu em incisar parcialmente o retalho já autonomizado, recriando a fenda
palpebral. Foi identificado o globo ocular íntegro e conjuntiva neoformada na
face interna do retalho em contato com o globo (Figura 4). Sobre o tecido celular subcutâneo houve um processo de
neoformação de tecido conjuntival, semelhante ao que ocorre com a enxertia de
cartilagem, como visto em alguns estudos9,10.
4º. tempo: após 3 semanas, foi realizado o emagrecimento do retalho e enxertia de
cartilagem de escafa auricular na pálpebra superior e inferior, objetivando
melhora estética e funcional (Figura 4). A
paciente evoluiu com boa abertura e fechamento palpebral, às custas do
remanescente de músculo levantador da pálpebra superior (Figura 5).
Figura 5 - A e B. Pós-operatório de 6 meses, com
abertura e fechamento palpebral.
Figura 5 - A e B. Pós-operatório de 6 meses, com
abertura e fechamento palpebral.
DISCUSSÃO
Defeitos uni-palpebrais de espessura total podem ser tratados com excelentes
resultados estéticos e funcionais através do uso de retalhos locais, incluindo
o uso
do tecido palpebral contralateral7. Em
contrapartida, defeitos bipalpebrais de espessura total são desafiadores para
o
cirurgião reconstrutor devido ao tamanho da área a ser reconstruída e à escassez
de
tecido adjacente suficiente para cobertura da mesma, principalmente quando já
foram
realizadas cirurgias prévias no local5,7. Situações em que
toda ou grande parte da região órbitopalpebral é ressecada e o globo ocular é
preservado são raras, geralmente secundárias às queimaduras, traumas ou excisões
tumorais5.
O objetivo primário da reconstrução é a proteção e manutenção da função ocular, uma
vez que a exposição crônica pode levar a ceratites de repetição, úlcera de córnea
e,
eventualmente, até a cegueira. Dessa forma, deve-se lançar mão de procedimentos
reconstrutivos para obter oclusão e proteção do globo ocular imediatamente após
a
lesão palpebral. Em contrapartida, restaurar a funcionalidade palpebral, com
suficiente mobilidade, permitindo abertura e oclusão palpebral, dentro da limitação
de cada caso, é fundamental. Simetria facial e reintegração social são objetivos
importantes, porém nem sempre atingidos1,2,11.
Há na literatura poucas opções descritas para esse tipo de reconstrução complexa,
mas
habitualmente se baseiam na reconstrução individual da lamela anterior e
posterior5. Neste artigo, os autores
descrevem sua experiência na reconstrução bipalpebral de espessura total com
retalhos regionais, associando enxertia de cartilagem auricular no 2º caso. Com
a
cirurgia proposta, reduz- se a dificuldade técnica do procedimento, sendo poupadas
áreas doadoras de enxerto de conjuntiva, sem prejuízo ao globo ocular. Com a direta
cobertura do olho pelo retalho, ocorre o processo de neoformação de tecido
conjuntival sobre o tecido celular subcutâneo e o mesmo adquire aspecto de
conjuntiva11,12.
Além das vantagens citadas, o resultado final apresenta menor espessura total, embora
ainda seja necessário emagrecimento do mesmo para melhoria da mobilidade palpebral.
Outro fator que contribuiu para a manutenção da função palpebral, disponível apenas
no caso 2, é o remanescente do músculo levantador da pálpebra superior7. Em alguns casos, a ressecção do tecido
palpebral é quase completa. Entretanto, quando ainda presente parcialmente, o
músculo levantador da pálpebra superior pode garantir funcionalidade da pálpebra
superior, conforme visto no caso 2.
A reconstrução total nas pálpebras superiores e inferiores com emprego de retalho
frontal de características variadas deixa geralmente a área reconstruída com grande
espessura e rigidez. A movimentação palpebral fica extremamente restrita, devido
à
ressecção subtotal ou total do levantador e a oclusão fica comprometida pela
ressecção completa do músculo orbicular. A literatura sugere uma tendência de
pálpebras espessas, rígidas e imóveis após a feitura da nova fenda palpebral5, mas tais aspectos não foram observados nos
casos relatados.
Nas reconstruções palpebrais totais com emprego de retalho frontal, frontotemporal
ou
com a técnica de “masquerade graft” é sempre imperativo a
manutenção de um orifício de 3mm para a drenagem lacrimal, evitando acúmulo lacrimal
ou cistos que podem gerar processos infecciosos. Esta abertura, geralmente no
canto
nasal, também é importante para irrigação e limpeza mecânica dos olhos nesta fase
cirúrgica10,13. Entretanto, nos casos apresentados,
conseguimos manter o globo ocluído e o acúmulo lacrimal serviu de proteção para
o
globo ocular.
Em relação à definição da posição da nova fenda palpebral, este deve ser programada
com paciente acordado e em ortostase7. A
reconstituição da fenda palpebral tardiamente não acarreta nenhum prejuízo
estrutural ao globo ocular, somente obstrução temporária da visão. Uma das maiores
vantagens observadas no uso de retalho único, como nos casos descritos, é a oclusão
e proteção do globo ocular enquanto ocorre autonomização do retalho. Os casos
da
literatura que relatam reconstrução com retalhos independentes para pálpebra
superior e inferior apresentam maior taxa de ceratopatias por exposição de
córnea5.
CONCLUSÃO
Sugerimos uma nova opção de reconstrução após ressecção bipalpebral com preservação
do globo ocular, baseada em um único retalho e na neoformação de tecido conjuntival,
fornecendo proteção e conservação do globo ocular durante as diferentes etapas
da
cirurgia. Os resultados foram funcionalmente favoráveis, considerando a gravidade
dos casos.
REFERÊNCIAS
1. Mustardé JC. Reconstruction of eyelids. Ann Plast Surg.
1983;11:149-69.
2. Codner MA, McCord CD, Mejia JD, Lalonde D. Upper and lower eyelid
reconstruction. Plast Reconstr Surg. 2010 Nov;126(5):231e-45e. DOI: https://doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181eff70e
3. Alghoul M, Pacella SJ, McClellan WT, Codner MA. Eyelid
reconstruction. Plast Reconstr Surg. 2013 Ago;132(2):288e-302e. DOI: https://doi.org/10.1097/PRS.0b013e3182958e6b
4. DiFrancesco LM, Codner MA, McCord CD. Upper eyelid reconstruction.
Plast Reconstr Surg. 2004 Dez;114(7):98e-107e. DOI: https://doi.org/10.1097/01.PRS.0000142743.57711.48
5. Sousa JL, Leibovitch I, Malhotra R, O'Donnell B, Sullivan R, Selva
D. Techniques and outcomes of total upper and lower eyelid reconstruction. Arch
Ophthalmol. 2007 Dez;125(12):1601-9.
6. Badilla J, González-Arias S. Scalping forehead transposition flap
for total eyelid reconstruction with periocular involvement associated with a
conjunctival cyst formation. Int J Orbital Disord Oculoplastic Lacrimal Surg.
2014;33(3):206-9. DOI: https://doi.org/10.3109/01676830.2013.859278
7. Bertrand B, Colson Junior TR, Baptista C, Georgiou C, Philandrianos
C, Degardin N, et al. Total upper and lower eyelid reconstruction: a rare
procedure-a report of two cases. Plast Reconstr Surg. 2015 Out;136(4):855-9.
DOI: https://doi.org/10.1097/PRS.0000000000001600
8. Lalonde DH, Osei-Tutu KB. Functional reconstruction of unilateral,
subtotal, full-thickness upper and lower eyelid defects with a single hard
palate graft covered with advancement orbicularis myocutaneous flaps. Plast
Reconstr Surg. 2005 Mai;115(6):1696-700. DOI: https://doi.org/10.1097/01.PRS.0000161455.07552.48
9. Converse JC, Smith B. Repair of severe burn ectropion of the eyelid.
Plast Reconstr Surg Transplant Bull. 1959 Jan;23(1):21-6.
10. Snyder GB, Edgerton MT. Masquerade graft technique for simultaneous
reconstruction of the upper and lower lids in patients with blastomicosis,
amyloidosis or other chronic septic destructive lesions. Plast Reconstr Surg.
1964 Ago;34:163-8.
11. Friedhofer H, Salles AG, Jucá MCCR, Ferreira MC. Eyelid
reconstruction using cartilage grafts from auricular scapha. Eur J Plast Surg.
1999;22(2-3):96-101.
12. Nigro MVAS, Friedhofer H, Natalino RJM, Ferreira MC. Comparative
analysis of the influence of perichondrium on conjunctival epithelialization
on
conchal cartilage grafts in eyelid reconstruction: experimental study in
rabbits. Plast Reconstr Surg. 2009 Jan;123(1):55-63. DOI: https://doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181904b6d
13. O'Reilly P, Malhotra R. Our experience with the masquerade procedure
for total eyelid loss. Orbit. 2010 Dez;29(6):1313-6.
1. Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, Departamento de Cirurgia Plástica e Queimaduras, São
Paulo, SP, Brasil.
2. Private Practice, Plastic Surgery, São Paulo,
SP, Brasil.
Autor correspondente: Rodolfo Costa Lobato Rua Melo
Alves, 55, Conjunto 23, Cerqueira César, São Paulo, SP, Brasil. CEP: 01417-010
E-mail: rodolfolobato49@yahoo.com.br
Artigo submetido: 06/07/2020.
Artigo aceito: 23/07/2020.
Conflitos de interesse: não há.