INTRODUÇÃO
A segurança do paciente tem se tornado um tema cada vez mais presente nas pesquisas
na área da saúde, inquietando pesquisadores de todo o mundo1.
Concomitantemente, a procura por cirurgias plásticas tem se tornado cada vez mais
frequente, em decorrência do advento de novas tecnologias e da aceitação social. Culturalmente
a cirurgia plástica é considerada um procedimento seguro ao paciente, contudo ressalta-se
que há riscos associados como em qualquer outro procedimento cirúrgico2.
Para discussão desta temática, lança-se mão da história, desde Hipócrates, com a célebre
frase “Primun non nocere”, passando por Florence Nightingale, enfermeira inglesa, que no século XIX, ao trabalhar
na Guerra da Criméia, preconizou o cuidado com qualidade aos soldados feridos.
Um marco mundial de referência ao tema foi o relatório “To Err is Human: Buidilng a Safer Health Care System” (Errar é Humano: Construindo um Sistema de Saúde mais Seguro), que colocou em pauta
a discussão sobre mortes por erros em saúde nos EUA.
No Brasil, o livro de cabeceira, foi escrito por Souza e Mendes, em 20143, autores estudiosos do tema, que demonstram com clareza os aspectos conceituais específicos
da área temática e também uma contextualização histórica e jurídica sobre a segurança
e a qualidade nos serviços de saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em 20044, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, com a finalidade de despertar o
comprometimento entre os profissionais de saúde para aprimorar a segurança da assistência
ao paciente, sendo o ambiente cirúrgico um local primordial para implementação de
práticas de segurança5.
Em 2011, a Joint Commission International (JCI) lançou as seis Metas Internacionais para a Segurança do Paciente (International Patient Safety Goals - IPSG), sendo elas: 1 - identificação correta do paciente; 2 - boas práticas de
higienização das mãos; 3 - comunicação efetiva; 4 - cirurgia segura; 5 - segurança
na prescrição, dispensação, administração/uso de medicamentos, dietas e hemocomponentes;
6 - prevenção de quedas e de lesões por pressão.
Sequencialmente, foi lançado o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP),
instituído pelo Ministério da Saúde (MS), em 20136, que visa a incorporação de ações assistenciais, educativas e programáticas no contexto
de atenção à saúde, objetivando reduzir o número de eventos adversos que possam levar
qualquer tipo de dano ao paciente. Entre estas ações, está a implementação de Núcleos
de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de saúde, que tem entre suas atribuições
a gestão de riscos e o monitoramento da segurança do paciente7.
Neste sentido, em relação ao paciente cirúrgico, a preocupação tem aumentado, em decorrência
da grande incidência de erros e eventos adversos, que em cerca de 50% dos casos poderiam
ter sido prevenidos8.
Quanto à segurança do paciente, é recorrente na literatura, que há vários benefícios
em se implantar medidas preventivas contra eventos adversos no bloco operatório, entre
as quais, destaca-se a aplicação de checklists de segurança em cirurgias, devido a sua eficácia na redução de complicações cirúrgicas
evitáveis, infecções e, consequentemente, da mortalidade9.
O checklist de segurança cirúrgica (CSC) faz parte das ações propostas pelo Ministério da Saúde,
no Programa Cirurgias Seguras Salvam Vidas, e deve ser aplicado antes da indução anestésica
e da incisão cirúrgica e ao término do procedimento, antes de o paciente deixar a
sala operatória10.
A realização de estudos sobre segurança do paciente cirúrgico e a implementação de
medidas preventivas são ações extremamente positivas, com fator de impacto relevante,
pois segundo recomendações da OMS há três formas de se atingir a segurança do paciente:
a prevenção de eventos adversos, a discussão dos eventos adversos que ocorreram, tornando-os
visíveis e a minimização dos seus efeitos através de intervenções assertivas4.
Diante deste cenário, busca-se identificar na literatura os protocolos, as atividades
e os programas relacionados à segurança do paciente em cirurgia plástica, tendo como
objetivo, investigar as ações relacionadas à segurança do paciente em cirurgia plástica.
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, método de pesquisa desenhado para
ser metódico, explícito e passível de reprodução, o que exige a elaboração de uma
pergunta de pesquisa clara, definição de estratégia de busca e critérios de inclusão
e exclusão, e de uma minuciosa análise de dados11.
Neste sentido, foram investigados na Cochrane Library os termos “patient safety” and “plastic surgery” utilizando-se os campos: Title, Abstract, Keywords e All fields. Foram encontradas três revisões sistemáticas submetidas, a saber: 1 - “Perioperative corticosteroids for preventing complications following facial plastic
surgery”, cujo objetivo é determinar os efeitos da administração perioperatória de corticoides;
2 - “Wound drainage after plastic and reconstructive surgery of the breast”, cujo objetivo é comparar a segurança e eficácia do uso do drenos de ferida após
procedimentos de cirurgia plástica e reconstrutiva eletiva da mama; 3 - “Surgical orbital decompression for thyroid eye disease”, com o objetivo de revisar as evidências atuais publicadas sobre a eficácia da descompressão
orbitária cirúrgica para a proptose desfigurante na doença ocular da tireoide em adultos
e informações resumidas sobre as possíveis complicações e a qualidade de vida dos
estudos identificados. Desta forma, as revisões submetidas à Cochrane possuem de fato, objetivos diametralmente opostos ao objetivo desta revisão.
Em continuidade, os pesquisadores analisaram os 27 itens do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-analysis Statement) para conferência das partes integrantes essenciais de uma revisão sistemática.
Para atender a pergunta de pesquisa, os pesquisadores buscaram em bases de dados os
descritores: “segurança do paciente”, “cirurgia plástica” e “protocolos”. Embora se
tenha investigado em diferentes bases, o resultado foi nulo, isto é, em nenhuma base
encontraram-se artigos com esta temática. Enfim, após reflexões, estabeleceu-se o
PVO da seguinte forma:
P: segurança do paciente;
V: segurança do paciente em cirurgias plásticas;
O: ações relacionadas à segurança do paciente em cirurgias plásticas.
Com a finalidade de localizar os estudos, as bases de dados escolhidas foram MEDLINE
e SCIELO.
Na base de dados MEDLINE foram usados os descritores: “patient safety” and “plastic surgery”, encontrados no título e abstract, e aplicados os seguintes filtros: idioma - português,
inglês e espanhol, texto completo e período de publicação entre 2012-2018, utilizando-se
o Mesh primário.
Na SCIELO foram usados os descritores: “segurança do paciente” e “cirurgia plástica”,
em todos os índices e aplicados os seguintes filtros: idioma - português, inglês e
espanhol, área temática ciências da saúde, texto completo disponível e período de
publicação entre 2012-2018.
Quanto aos resultados da busca, na MEDLINE houve um total de 55 artigos inicialmente,
destes, 33 foram excluídos por não contemplarem os objetivos de pesquisa, 2 foram
excluídos devido não atenderem ao filtro de idiomas, sendo 1 em sueco e 1 em alemão,
e 2 por estarem repetidos. Após essa primeira análise, para avaliação crítica dos
estudos, 4 artigos foram excluídos, pois durante a leitura aprofundada percebeu-se
que não havia aderência à pergunta de pesquisa e objetivos, 3 foram retirados por
apresentarem baixa evidência, (nível de evidências 3 e 4) apontados pelo próprio autor
dos artigos e do periódico, totalizando 11 artigos desta base de dados para compor
a amostra.
Já na SCIELO, houve um total de 11 artigos na busca inicial, sendo que destes, 1 foi
excluído por se tratar de estudo de caso e 6 foram excluídos após leitura de títulos
e resumos, sem aderência à pergunta de pesquisa e objetivos, totalizando 4 artigos
desta base de dados para compor a amostra.
Somando o resultado de buscas das duas bases de dados restaram 15 artigos para composição
da amostra final, conforme demonstrado nas Figuras 1 e 2.
Figura 1 - Fluxograma da seleção dos artigos MEDLINE.
Figura 1 - Fluxograma da seleção dos artigos MEDLINE.
Figura 2 - Fluxograma da seleção dos artigos SCIELO.
Figura 2 - Fluxograma da seleção dos artigos SCIELO.
RESULTADOS
Para análise da amostra deste estudo foram construídos os quadros a seguir (Quadros 1 a 4).
Quadro 1 - Título, autores e ano dos artigos selecionados.
N. e Base de Dados |
Título |
Autores |
ANO |
1. MEDLINE (24) |
Impact of an event reporting system on resident complication reporting in plastic
surgery training: addressing an ACGME and Plastic Surgery Milestone Project Core Competency.
|
Parikh PR, Snyder-Warwick A, Naidoo S, Skolnick GB, Patel KB24 |
2017 |
2. MEDLINE (16) |
Aesthetic plastic surgery checklist: a safety tool. |
Sucupira E, Matta R, Zuker P, Matta J, Arbeláez JP, Uebel CO16 |
2016 |
3. MEDLINE (19) |
WhatsApp: improvement tool for surgical team communication. |
Sidhoum N, Dast S, Abdulshakoor A, Assaf N, Herlin C, Sinna R19 |
2016 |
4. MEDLINE (22) |
The impact procedures. Of resident participation in outpatient plastic surgical |
Massenburg BB, Sanati-Mehrizy P, Jablonka EM, Taub PJ22 |
2015 |
5. MEDLINE (23) |
Resident Cosmetic Clinic: Practice Patterns, Safety, and Outcomes at an Academic Plastic
Surgery Institution.
|
Qureshi AA, Parikh RP, Myckatyn TM, Tenenbaum MM23 |
2016 |
6. MEDLINE (25) |
Surgical Precision in Clinical Documentation Connects Patient Safety, Quality of Care,
and Reimbursement.
|
Kittinger BJ, Matejicka II A, Mahabir RC25 |
2016 |
7. MEDLINE (20) |
The weekend effect in plastic surgery: analyzing weekday versus weekend admissions
in body contouring procedures from 2000 to 2010.
|
Tadisina KK, Chopra K, Singh DP20 |
2015 |
8. MEDLINE (18) |
Patient safety in plastic surgery: identifying areas for quality improvement efforts. |
Hernandez-Boussard T, McDonald KM, Rhoads KF, Curtin CM18 |
2015 |
9. MEDLINE (21) |
Aesthetic surgery performed by plastic surgery residents: an analysis of safety and
patient satisfaction.
|
Koulaxouzidis G, Momeni A, Simunovic F, Lampert F, Bannasch H, Stark GB21 |
2014 |
10. MEDLINE (14) |
Training in aesthetic surgery at a university clinic - the Munich model. |
Rezaeian F, Schantz JT, Sukhova I, Schenck TL, Giunta RE, Harder Y, Machens HG, Müller
D14 |
2013 |
11. MEDLINE (26) |
Our own worts enemy. |
Swanson E26 |
2016 |
12. SCIELO (15) |
Comparação das taxas de infecção cirúrgica após implantação do checklist de segurança. |
Prates CG, Stadñik CM, Bagatini A, Caregnato RC, Moura GM15 |
2018 |
13. SCIELO (12) |
Uso do termo de consentimento informado em cirurgia plástica estética. |
Doncatto LF12 |
2012 |
14. SCIELO (17) |
Lipoabdominoplastia no tratamento estético do abdome: experiência de 5 anos. |
Amorim Filho HC, Amorim CCB17 |
2012 |
15. SCIELO (13) |
Complicações anestésicas em Cirurgia Plástica e a importância da consulta pré-anestésica
como instrumento de segurança.
|
Schwartzman UP, Batista KT, Duarte LTD, Teixeira D, Saraiva RA, Fernandes MC, et al.13 |
2011 |
Quadro 1 - Título, autores e ano dos artigos selecionados.
Quadro 2 - Objetivos e país dos artigos selecionados.
N. e Base de Dados |
Objetivos |
País |
1. MEDLINE |
O Projeto de Marco do Conselho de Credenciamento para Educação Médica de Pós-Graduação
e Cirurgia Plástica identificou aprendizado e aprimoramento baseados na prática, que
envolve a análise sistemática das práticas atuais e a implementação de mudanças, como
uma competência essencial na educação em residências. No tratamento cirúrgico, o relato
de complicações é um componente essencial do aprendizado e da melhoria com base na
prática, à medida que as complicações são analisadas na conferência de morbimortalidade
para melhoria da qualidade. Infelizmente, os métodos atuais para capturar um perfil
abrangente de complicações podem subestimar significativamente a verdadeira ocorrência
de complicações. Portanto, os objetivos deste estudo são avaliar uma intervenção para
relatos de complicações e compará-la com a prática atual, em um programa de treinamento
em cirurgia plástica.
|
EUA |
2. MEDLINE |
Cerca de um em cada dez pacientes experimenta eventos iatrogênicos, e mais da metade
deles ocorre no ambiente perioperatório. O objetivo deste estudo foi desenvolver uma
lista de verificação completa e funcional para cirurgia plástica estética e testá-la
em pacientes submetidos a cirurgias plásticas eletivas.
|
Brasil |
3. MEDLINE |
Preocupações com a segurança do WhatsApp e a possibilidade de disseminar dados e imagens
dos pacientes
|
England |
4. MEDLINE |
Garantir a segurança do paciente, juntamente com uma experiência cirúrgica completa
para os residentes, é de extrema importância no treinamento cirúrgico plástico. O
efeito da participação dos residentes nos resultados dos procedimentos ambulatoriais
de cirurgia plástica permanece amplamente desconhecido. Avaliamos o impacto da participação
dos residentes nos resultados cirúrgicos usando um banco de dados nacional prospectivo
e validado.
|
EUA |
5. MEDLINE |
A educação abrangente em cirurgia estética é parte integrante do treinamento em residência
em cirurgia plástica. Recentemente, o ACGME aumentou os requisitos mínimos para procedimentos
estéticos em residência. Para expandir a educação estética e preparar os residentes
para práticas independentes, nossa instituição apoia uma clínica de estética há mais
de 25 anos.
|
EUA |
Avaliar a segurança dos procedimentos realizados por meio de uma clínica residente,
comparando os resultados com os resultados nacionais comparados de cirurgia estética
e fornecer um modelo para clínicas residentes em instituições acadêmicas de cirurgia
plástica.
|
6. MEDLINE |
A ênfase na qualidade da assistência tornou-se um foco importante para os provedores
e instituições de saúde. Os Centros de Serviços Medicare e Medicaid têm vários programas
e iniciativas de desempenho de qualidade de atendimento, que visam proporcionar transparência
ao público, que permitem comparar diretamente os serviços prestados por hospitais
e médicos. Esses programas de qualidade de atendimento destacam a transição para pagar
pelo desempenho, recompensando médicos e hospitais pela alta qualidade do atendimento.
Para melhorar o uso do pagamento pelo desempenho e analisar as medidas de resultado
da qualidade do atendimento, a Divisão de Cirurgia Plástica do Scott & White Memorial Hospital participou de um projeto de precisão da documentação clínica hospitalar (CDAP).
|
EUA |
7. MEDLINE |
As operações de contorno corporal estão se tornando rapidamente as operações mais
realizadas pelos cirurgiões plásticos americanos, refletindo o aumento da cirurgia
bariátrica nos EUA na última década. Apesar de estudos anteriores mostrarem piores
resultados dos pacientes nas admissões de fim de semana para casos não emergentes
(coluna, mama e hérnia), não há dados comparativos relatados sobre procedimentos de
contorno corporal.
|
EUA |
Os autores tiveram como objetivo determinar se a cirurgia de contorno corporal resulta
em piores resultados quando realizada nos finais de semana versus dias da semana.
|
8. MEDLINE |
Melhorar a qualidade dos cuidados de saúde é uma prioridade global. Antes de estabelecer
padrões de qualidade, primeiro precisamos entender as taxas de eventos adversos. Este
projeto avaliou taxas ajustadas ao risco de eventos adversos hospitalares para procedimentos
de reconstrução de tecidos moles.
|
EUA |
9. MEDLINE |
A cirurgia estética é um componente integrante da cirurgia plástica. Apesar de sua
importância, o treinamento adequado em cirurgia estética é visto com desafios. Embora
o benefício educacional das clínicas residentes tenha sido demonstrado, essas clínicas
raramente são encontradas fora dos Estados Unidos. O objetivo do presente estudo foi
avaliar a segurança e a satisfação do paciente associadas aos procedimentos de cirurgia
estética realizados por residentes de cirurgia plástica em um centro médico acadêmico
alemão.
|
Germany |
10. MEDLINE |
O objetivo do presente estudo foi o desenvolvimento, implementação e avaliação de
um novo conceito de treinamento em cirurgia estética.
|
Germany |
11. MEDLINE |
Identificar fatores de risco analisando um banco de dados nacional ou regional. A
tendência começou com a estratificação de risco para tromboembolismo venoso. Hoje,
o cirurgião plástico pode se deparar com uma série de desafios no tratamento de um
paciente que sofre de tromboembolismo venoso (TEV). Se o cirurgião plástico não resolver
com êxito cada obstáculo, o cirurgião poderá ser considerado responsável por um resultado
ruim. A fisiopatologia do tromboembolismo venoso permanece pouco compreendida na cirurgia
plástica. Consequentemente, há pouca justificativa científica para negligenciar um
cirurgião plástico por não estar em conformidade com esses numerosos critérios de
segurança presumidos.
|
EUA |
12. SCIELO |
Objetivo Comparar taxas de infecção do sítio cirúrgico em cirurgia limpa antes e após
a implementação da lista de verificação adotada pela Organização Mundial de Saúde.
|
Brasil |
13. SCIELO |
O termo de consentimento informado representa uma segurança para o cirurgião plástico
e para o paciente, sendo sua utilização preconizada pelo Código de Defesa do Consumidor.
Foram avaliadas como causas mais freqüentes de ações e os principais elementos probatórios
que foram levados à condenação ou absolvição de casos.
|
Brasil |
14. SCIELO |
Este estudo teve por objetivo demonstrar a técnica cirúrgica de lipoabdominoplastia
adotada pelo autor sênior ao longo de cinco anos e avaliar resultados e complicações
em pacientes com indicação de abdominoplastia clássica.
|
Brasil |
15. SCIELO |
Os autores descrevem as complicações anestésicas em Cirurgia Plástica observadas,
ao longo de um ano, no Hospital Sarah Brasília e contextualizam a importância da consulta
pré-anestésica.
|
Brasil |
Quadro 2 - Objetivos e país dos artigos selecionados.
Quadro 3 - Método de pesquisa e participantes dos artigos selecionados.
N. e Base de Dados |
Método |
Participantes |
1. MEDLINE |
Este é um estudo de pré-intervenção e pós-intervenção que avalia a notificação de
residentes de complicações em um serviço de cirurgia plástica. A intervenção foi um
sistema de relatório de eventos on-line desenvolvido pela liderança do departamento
e especialistas em segurança do paciente. As coortes consistiram em todos os pacientes
submetidos à cirurgia durante dois blocos separados de três meses, conectados por
um período de implementação. Um revisor treinado registrou complicações, e isso serviu
como padrão de referência. O teste exato de Fisher foi usado para comparações binárias.
|
As coortes pré-intervenção e pós-intervenção consistiram em todos os pacientes submetidos
à cirurgia no serviço de cirurgia plástica pediátrica durante dois blocos separados
de três meses, em ponte por um período de transição para a implementação da intervenção.
A avaliação pré-intervenção ocorreu de junho de 2015 a agosto de 2015 e a avaliação
pós-intervenção de outubro de 2015 a dezembro de 2015.
|
2. MEDLINE |
Os dados dos pacientes foram coletados de um hospital geral e da clínica em particular
entre outubro de 2013 e outubro de 2015, através de histórico, exame físico, diagnóstico,
exames laboratoriais, pré, durante e pós-operatório e complicações. Uma lista de verificação
de segurança expandida foi desenvolvida e otimizada para cirurgia plástica estética
com base no modelo apresentado pela OMS em 2009 com referência às informações relacionadas
à prevenção de complicações mais frequentes nessa especialidade.
|
Os dados dos pacientes foram coletados de um hospital geral e da clínica em questão
entre outubro de 2013 e outubro de 2015, através de histórico, exame físico, diagnóstico,
exames laboratoriais, pré, durante e pós-operatório e complicações.
|
3. MEDLINE |
Foi realizada uma retrospectiva, analisando o número de mensagens realizadas usando
o WhatsApp Messenger e também avaliando seu conteúdo de 1 de abril de 2013 a 31 de
dezembro de 2013. O número de mensagens foi diferenciado em relação à idade e o uso
do aplicativo foi avaliado comparando usuários acima e abaixo dos 45 anos. anos. Qualquer
interferência com dispositivos médicos na sala de operações foi registrada.
|
Todos os profissionais de saúde envolvidos no tratamento cirúrgico dos pacientes |
4. MEDLINE |
Identificamos todos os procedimentos ambulatoriais realizados por cirurgiões plásticos
entre 2007 e 2012 no banco de dados do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade
Cirúrgica do Colégio Americano de Cirurgiões. Modelos de regressão multivariada avaliaram
o impacto da participação dos residentes quando comparados ao atendimento isolado
em complicações de feridas em 30 dias, complicações gerais e retorno à sala de cirurgia.
|
Todos os procedimentos ambulatoriais realizados por cirurgiões plásticos entre 2007
e 2012 no banco de dados do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade Cirúrgica do
Colégio Americano de Cirurgiões.
|
5. MEDLINE |
Identificamos uma coorte consecutiva de pacientes que foram submetidos a procedimentos
em nossa clínica cosmética residente entre 2010 e 2015. As principais complicações,
conforme definidas pelo banco de dados CosmetAssure, foram registradas e comparadas
com as taxas de complicações de cirurgia estética publicadas no banco de dados CosmetAssure
para comparação de resultados. O teste exato de Fisher foi usado para comparar as
proporções da amostra.
|
Pacientes submetidos a procedimentos em nossa clínica cosmética residente entre 2010
e 2015.
|
6. MEDLINE |
A Divisão de Cirurgia Plástica foi identificada em nossa instituição como tendo uma
oportunidade de melhoria na documentação. Após a aprovação do conselho de revisão
institucional, a divisão se engajou em um esforço educacional de cima para baixo,
visando especificamente a melhoria da cultura institucional relacionada à documentação
clínica. Provedores clínicos em todos os níveis de treinamento, incluindo funcionários
seniores e médicos residentes, foram instruídos sobre DRGs e documentação. Formulários
pré-impressos foram adicionados ao prontuário de cada paciente para facilitar a captura
de CCs e eventos da hospitalização. Esses formulários eram revisados diariamente e
também eram usados como parte do resumo da alta.
|
Provedores clínicos em todos os níveis de treinamento, incluindo funcionários seniores
e médicos residentes.
|
7. MEDLINE |
Foi realizado um estudo transversal em série de pacientes com contorno corporal, utilizando
o banco de dados Nationwide Inpatient Sample de 2000 a 2010. Os dados foram coletados
utilizando classificação internacional de doenças, nono códigos de revisão para lipoaspiração
e redução de tecido adiposo (86,83) para admissões em dias úteis e fins de semana
, incluindo dados demográficos, despesas hospitalares e resultados dos pacientes.
|
Um estudo transversal em série de pacientes com contorno corporal foi realizado usando
o banco de dados Nationwide Inpatient Sample de 2000 a 2010.
|
8. MEDLINE |
Os pacientes que receberam procedimentos de reconstrução de tecidos moles de 2005
a 2010 foram extraídos da Amostra de Internação Nacional. Os eventos adversos hospitalares
foram identificados usando indicadores de segurança do paciente (PSI), medidas estabelecidas
desenvolvidas pela Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde.
|
Os pacientes que receberam procedimentos reconstrutivos de partes moles de 2005 a
2010 foram extraídos da Amostra de Internação Nacional.
|
9. MEDLINE |
O estudo teve 2 componentes, a saber, uma revisão retrospectiva de prontuários e a
administração de uma pesquisa de satisfação do paciente. Apenas pacientes que foram
submetidos a uma intervenção cirúrgica por um residente em cirurgia plástica entre
2003 e 2011 foram incluídos no estudo. Os parâmetros de interesse incluíram idade,
sexo, procedimento realizado, número de procedimentos, receita (em & OV0556;), tempo
de seguimento, taxa de revisão e taxa de complicações pós-operatórias. A satisfação
do paciente foi avaliada pelo questionário de satisfação do cliente 8.
|
Apenas pacientes submetidos a uma intervenção cirúrgica por um residente em cirurgia
plástica entre 2003 e 2011 foram incluídos no estudo.
|
10. MEDLINE |
Durante um período de 2 anos, 304 operações estéticas foram realizadas nas áreas de
contorno corporal, cirurgia de mama e cirurgia facial como cirurgia educacional. As
cirurgias educacionais foram realizadas por cirurgiões residentes, sob a orientação
de especialistas experientes e em condições financeiras favoráveis. Como indicador
de segurança das intervenções, a incidência de complicações foi registrada e avaliada.
|
Cirurgiões residentes sob a orientação de especialistas experientes. |
11. MEDLINE |
138 ensaios clínicos sobre tromboembolismo venoso como um evento previsível, com conseqüências
potencialmente terríveis para o cirurgião "não aderente", agravando a tragédia
|
Paciente em cirurgia plástica sofre de TEV |
12. SCIELO |
Estudo observacional, descritivo, retrospectivo do tipo correlacional, realizado em
um hospital geral.
|
Amostra instalada por 15.319 registros de cirurgias limpas de traumatismos ortopédicos,
cardiovasculares, plásticos, gerais e urológicos monitorados pelo Serviço de Controle
de Infecção Hospitalar.
|
13. SCIELO |
Realizada análise de 100 acórdãos dos Tribunais de Justiça de 5 estados brasileiros,
em casos envolvendo cirurgias plásticas estéticas. O estudo retrospectivo foi realizado
no período de julho de 2010 a agosto de 2012, em um universo de 3.427 cirurgiões plásticos.
Foram avaliadas como causas mais freqüentes de ações e os principais elementos probatórios
que foram levados à condenação ou absolvição de casos.
|
3.427 cirurgiões plásticos. |
14. SCIELO |
Foi realizado estudo retrospectivo, por meio da revisão de prontuários, de um grupo
de 162 pacientes submetidas a lipoabdominoplastia associada ou não a outros procedimentos,
no período de maio de 2006 a maio de 2011, no Núcleo Hermínio Amorim - Cirurgia Plástica
e Tratamentos Estéticos (Lavras, SP, Brasil). A idade das pacientes variou entre 33
anos e 62 anos.
|
Um grupo de 162 lipoabdominoplastias. Pacientes apresentaram uma lipoabdominoplastia. |
15. SCIELO |
Realizou um estudo de coorte retrospectiva e analítica de pacientes hospitalares,
focado na causalidade abordada como complicações anestésicas dos procedimentos cirúrgicos
executados pela equipe da Cirurgia Plástica e outras especialidades no Hospital Sarah
Brasília. Descreveu-se uma consulta anestésica realizada rotineiramente no pré-operatório.
|
Estudo de coorte retrospectiva e analítica de pacientes hospitalares abordando como
complicações anestésicas.
|
Quadro 3 - Método de pesquisa e participantes dos artigos selecionados.
Quadro 4 - Resultados e Conclusões dos artigos selecionados.
N. e Base de Dados |
Resultados e Conclusões |
1. MEDLINE |
Foram detectadas 32 complicações em 219 pacientes de junho a agosto de 2015 e 35 complicações
em 202 pacientes de outubro a dezembro de 2015. A proporção de complicações relatadas
no grupo de pré-intervenção foi nove em 32 (28,1 por cento). Após a intervenção, isso
aumentou significativamente para 32 de 35 (91,4 por cento) (p <0,001).
|
Uma intervenção utilizando um sistema de notificação de eventos, apoiado pela liderança
departamental, levou a melhorias significativas nos relatórios de complicações por
residentes em cirurgia plástica.
|
2. MEDLINE |
A ferramenta foi aplicada a 486 pacientes, dos quais 430 (88%) eram mulheres e 56
(12%) eram homens. O procedimento mais frequentemente realizado foi a lipoaspiração
com 30% dos casos, e o tipo de anestesia mais utilizado (39%) foi anestesia local
+ sedação. A maior adesão dos profissionais ao checklist foi o grupo de residentes
(98%). As complicações observadas foram seromas (7%), outras complicações não relacionadas
à ferida (3%) e hematoma (0,2%) em apenas um paciente submetido a lifting facial.
|
O uso da lista de verificação, além de permitir a coleta de dados e a identificação
de riscos potenciais, promoveu mudanças favoráveis nas atitudes de alguns profissionais
e gerou interesse na segurança do paciente e no trabalho em equipe.
|
3. MEDLINE |
As mensagens instantâneas podem ser usadas como uma ferramenta valiosa para coordenar
as equipes cirúrgicas. Consideramos isso uma abordagem valiosa para otimizar a comunicação
entre os membros. Consideramos que o desenvolvimento futuro de aplicativos específicos
para melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde é concedido.
|
4. MEDLINE |
Um total de 18.641 pacientes foram identificados: 12.414 pacientes apenas com atendimento
e 6227 com participação de residentes. A incidência de complicações gerais, complicações
da ferida e retorno à sala de cirurgia aumentou com a participação dos residentes.
Quando variáveis de confusão foram controladas em análises multivariadas, a participação
dos residentes não estava mais associada ao aumento do risco de complicações da ferida.
Quando estratificadas por ano, a incidência de complicações gerais, complicações da
ferida e retorno à sala de cirurgia no grupo de participação dos residentes diminui
e não é significativamente diferente em 2011 e 2012. A análise multivariada mostra
uma tendência semelhante.
|
A participação dos residentes não está mais associada de forma independente ao aumento
de complicações na cirurgia plástica ambulatorial nos últimos anos, sugerindo que
o treinamento cirúrgico plástico continue a melhorar com êxito nos resultados e na
segurança. Estudos prospectivos adicionais que caracterizam os resultados dos pacientes
com a antiguidade dos residentes e o grau de participação dos residentes são necessários.
|
5. MEDLINE |
Duzentos e setenta e um novos pacientes foram avaliados e 112 pacientes (41,3%) agendaram
cirurgia para 175 procedimentos estéticos diferentes. Foram realizados 55 procedimentos
estéticos de mama, 19 cabeça e pescoço e 101 procedimentos estéticos de tronco ou
extremidade. O número médio de visitas pré e pós-operatórias foi de 2 e 4, respectivamente,
com um tempo médio de acompanhamento de 35 semanas. Houve 3 complicações principais
(2 hematomas e 1 infecção que requerem antibióticos intravenosos) com uma taxa de
complicações geral de 1,7% em comparação com 2,0% para os pacientes no banco de dados
CosmetAssure (p = 0,45).
|
Os resultados cirúrgicos dos procedimentos realizados em uma clínica cosmética residente
são comparáveis aos resultados nacionais dos procedimentos de cirurgia estética,
sugerindo que essa experiência pode melhorar a educação abrangente sobre cirurgia
estética sem comprometer a segurança do paciente ou a qualidade do atendimento.
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6. MEDLINE |
O desempenho e a melhoria das métricas, como índice de combinação de casos, gravidade
da doença, risco de mortalidade e tempo médio geométrico de permanência, foram avaliados
após a implementação. Após a implementação do CDAP, a divisão de cirurgia plástica
mostrou aumentos no índice de mix de casos, gravidade calculada da doença e risco
calculado de mortalidade e uma diminuição no tempo de permanência. Para cirurgiões
plásticos acadêmicos, a qualidade do atendimento exige documentação precisa de cada
paciente. O CDAP oferece um caminho para aprimorar a documentação clínica e o desempenho
em medidas de qualidade.
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A implementação de um CDAP resultou em aumentos no CMI, SOI calculado e ROM calculada
e uma diminuição no tempo de permanência. A Divisão de Cirurgia Plástica conseguiu
melhorar sua documentação e, ao fazê-lo, melhorou o reconhecimento da complexidade
dos pacientes que estava tratando. À medida que a transparência nos resultados se
torna realidade, é fundamental que as instituições sejam comparadas com as que tratam
pacientes semelhantes. Neste estudo, um esforço para melhorar a documentação mostrou-se
proveitoso em termos de qualidade dos cuidados e reembolso financeiro para o hospital.
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7. MEDLINE |
Um total de 50.346 casos de internação por contorno corporal de pacientes internados
foram examinados durante o período de 11 anos, 98% dos quais em dias úteis. Quando
comparadas às internações durante a semana, as internações nos finais de semana foram
associadas a um aumento estatisticamente significativo nos custos de hospitalização
(US $ 35.481, p <0,000) e no tempo de internação hospitalar (5,68 dias, p <0,000).
As taxas de mortalidade foram mais altas nas admissões nos finais de semana
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8. MEDLINE |
dentificamos 409.991 pacientes com reconstrução de partes moles e 16.635 (4,06%) apresentaram
PSI durante a internação. Os PSIs foram associados ao aumento da mortalidade ajustada
ao risco, maior tempo de permanência e menor disposição de rotina (p <0,01). As características
dos pacientes associadas a uma taxa ajustada ao risco mais alta por 1.000 pacientes
em risco (RAR) incluíram idade avançada, homens, não brancos e pagador público (p
<0,05). No geral, os pacientes submetidos a cirurgia plástica apresentaram RAR significativamente
menor em comparação com outros pacientes hospitalizados em todos os eventos avaliados,
exceto por falha no resgate e hemorragia ou hematoma no pós-operatório, que não foram
estatisticamente diferentes. RAR de hemorragia por hematoma foram significativamente
maiores em pacientes submetidos à cirurgia de redução de tamanho, e essas taxas foram
acentuadas ainda mais quando discriminadas por sexo e pagador.
|
Em geral, os pacientes de cirurgia plástica apresentaram taxas mais baixas de eventos
adversos hospitalares do que outras disciplinas cirúrgicas, mas os PSIs não eram incomuns.
Com o estabelecimento de taxas nacionais de PSI basal em pacientes submetidos a cirurgia
plástica, podem ser elaborados parâmetros de referência e áreas-alvo para os esforços
de melhoria da qualidade identificadas. Estudos prospectivos adicionais devem ser
projetados para elucidar os fatores desencadeantes de eventos adversos identificados
nessa população.
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9. MEDLINE |
Um total de 273 procedimentos estéticos foram realizados em 206 pacientes, com aumento
nos últimos anos. O período médio de acompanhamento foi de 49,5 meses. Os procedimentos
mais frequentemente realizados foram lipoaspiração (n = 59), aumento de mama (n =
53) e blefaroplastia da pálpebra superior (n = 31). Cento e noventa e dois (90,3%)
pacientes tiveram um curso pós-operatório sem intercorrências. O questionário de satisfação
do cliente-8 foi preenchido por 110 pacientes (taxa de resposta de 50,2%). O valor
mediano de 28 indica um alto grau de satisfação do paciente. Foi observada associação
entre ocorrência de complicações maiores e satisfação do paciente.
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A cirurgia estética realizada por residentes em cirurgia plástica sob supervisão de
médicos assistentes é segura e proporciona altos níveis de satisfação do paciente
no pós-operatório. A oferta desses serviços pode ser capaz de preencher a lacuna entre
o fornecimento de treinamento em cirurgia estética de alta qualidade e, ao mesmo tempo,
recrutar um número crescente de pacientes que podem apreciar as taxas mais baixas
associadas a esses serviços.
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10. MEDLINE |
O conceito de treinamento apresentado visa garantir alta qualidade no atendimento
ao paciente por estrutura e qualidade do treinamento cirúrgico. Nossos dados evidenciam
que um treinamento estruturado de residentes no campo da cirurgia estética é possível
sem perda de qualidade. Esperamos que educação cirúrgica suficiente e a qualidade
associada contribuam, consequentemente, para manter as cirurgias estéticas um domínio
da cirurgia plástica e impedir que esses procedimentos sejam assumidos por outras
disciplinas cirúrgicas.
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11. MEDLINE |
Conclui que operar mais de 3 horas é um preditor independente de complicações. No
entanto, a correlação não implica causalidade; operações mais longas geralmente são
mais longas porque existem problemas, e não o contrário. O mesmo vale para a cirurgia
hospitalar, também identificada como fator de risco. O fator V Leiden e uma história
de tromboembolismo venoso são fatores de risco bem conhecidos, mas são ofuscados pelo
aumento do risco associado ao avanço da idade. A triagem pré-operatória de rotina
para coagulopatias é inútil, simplesmente porque os pacientes afetados ainda apresentam
baixo risco, mesmo que o risco seja dobrado ou triplicado. É importante ressaltar
que a estratificação de risco individual não considera o diagnóstico e o tipo de procedimento
específicos. Por uma questão prática (e como qualquer cirurgião exposto a essas formas
em instalações cirúrgicas pode atestar), a estratificação de risco não é implementada
de forma consistente.
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12. SCIELO |
Observou-se redução significativa da taxa de infecção de sítio cirúrgico nas cirurgias
limpas quando comparados os períodos pré e pós- implantação do checklist proposto
pela Organização Mundial de Saúde.
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13. SCIELO |
Este estudo permitiu observar que nos casos de cirurgias plásticas estéticas em que
houve a absolvição, o adequado uso do TCI e a perícia médica do perito do juízo foram
predominantemente favoráveis ao médico.
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14. SCIELO |
A técnica de lipoabdominoplastia é um procedimento seguro, com baixo índice de complicações,
desde que respeitados os critérios de segurança, que permite a obtenção de retalho
bem vascularizado, com preservação das artérias perfurantes. A associação da técnica
de lipoaspiração realizada no abdome e no contorno corporal é considerada segura e
essencial na busca por melhor harmonia corporal, por melhores resultados estéticos
e, consequentemente, por maior satisfação do paciente.
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15. SCIELO |
No presente estudo, a incidência de complicações anestésicas foi de 8%, principalmente
cardiovasculares e todas apresentaram desfecho favorável.
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Quadro 4 - Resultados e Conclusões dos artigos selecionados.
DISCUSSÃO
Os estudos que compuseram a amostra desta revisão sistemática, demonstram que no ano
de 2016 aconteceram 4 publicações, com o maior número, seguidas pelos anos de 2015
e 2012, com 3 publicações sobre o tema estudado o restante 1 artigo por ano. Os países
mais prevalentes encontrados na produção de trabalhos sobre segurança do paciente
em cirurgia plástica foram os Estados Unidos e o Brasil, com cerca de 46% dos trabalhos
sendo americanos e 33% dos trabalhos brasileiros, 13% são de autores alemães e 6,6%
são ingleses.
Quanto aos tipos de estudo realizados, 26,5% deles foram de pesquisa intervenção,
20,1% de coorte, 20,1% retrospectivo, 13,3% estudo analítico, 13,3% retrospectivo
correlacional e 6,7% seriado transversal.
Os participantes dos estudos foram em sua maioria pacientes com 41%, profissionais
de saúde corresponderam à 18% dos participantes, 12% eram residentes e 6% uma população
mais específica, pacientes pediátricos.
Apresentada a visão geral dos artigos selecionados, dividiu-se, para melhor efeito
didático, os conteúdos dos artigos da amostra em 3 categorias, a saber:
Período pré-operatório;
Período transoperatório;
Período perioperatório.
Categoria período pré-operatório
Uma cirurgia sempre se inicia com o paciente no consultório, momento em que se explica
os benefícios e também os riscos do procedimento que será realizado. Neste sentido,
faz-se necessária a utilização do termo de consentimento informado (TCI). Doncatto,
em 201212, realizou análise retrospectiva em 100 acórdãos dos Tribunais de Justiça de 5 estados
brasileiros, período de julho de 2010 a agosto de 2012, em casos envolvendo cirurgias
plásticas estéticas, excluindo os casos de cirurgias plásticas reparadoras. Foram
considerados os 20 últimos acórdãos de cada estado, abrangendo um total de cerca de
3.427 cirurgiões plásticos em atividade, quando se avaliou as causas mais frequentes
das ações e os principais elementos probatórios que levaram à condenação ou absolvição
dos casos. O autor observou que nos casos de processo médico, além de perícia favorável
ao mesmo, o adequado uso do termo de consentimento foram os aspectos mais relevantes
nos casos em que houve absolvição.
Assim, o Termo de Consentimento Esclarecido representa uma segurança para o cirurgião
plástico e para o paciente, pois iguala e consolida a relação de confiança e transparência
entre ambos, cumprindo ao médico a obrigação de informar o paciente e a este, declarar
que compreendeu e que aceita se submeter ao tratamento proposto, permitindo ao médico
segurança legal, a menos que o termo tenha sido obtido de forma irregular.
Muitos juristas têm considerado a cirurgia plástica como uma especialidade de obrigação
de resultado. Há, portanto, uma condenação sem que tenha havido imperícia, imprudência
ou negligência, desconsiderando-se os aspectos biológicos, técnicos e próprios do
paciente. Doncatto, em 201212, (p. 353) ainda observa que:
“Uma nova jurisprudência vem sendo cada vez mais adotada pelos julgadores brasileiros,
alinhando-se a uma tendência contemporânea e seguindo os passos das tendências francesa
e canadense, que consideram a cirurgia plástica estética como obrigação de meio, portanto,
exigindo que se prove a culpa do médico para condená-lo”.
A obrigação de resultado exigida da cirurgia plástica estética tem gerado intranquilidade
na classe médica, pois muitos juízes ainda não compreenderam que é impossível garantir
resultados em todos os tipos de cirurgia, pois os tecidos orgânicos reagem de forma
diversa à vontade, tanto do médico quanto do paciente. Nesta perspectiva, o autor
pondera que o termo de consentimento deixa a relação médico-paciente além de clara,
respeitoso no sentido da autonomia do paciente pelo seu corpo, conhecedor das vantagens
e desvantagens, riscos e possíveis resultados. Ele diz: “por seu lado, o cirurgião
plástico, ao utilizar o TCI de forma adequada, demonstra idoneidade, boas intenções,
bons princípios e honestidade, fato que se torna uma atenuante12.
O termo de consentimento deve prestar informações adequadas e suficientes, contendo
a natureza e o propósito do tratamento, os riscos e benefícios prováveis, os tratamentos
alternativos, além dos riscos de deixar de realizar o tratamento proposto ou os alternativos.
Doncatto, em 201212, observou que nos casos de processo medico, além de perícia favorável ao mesmo, o
adequado uso do termo de consentimento foram os aspectos mais relevantes nos casos
em que houve absolvição.
O artigo denominado “Complicações anestésicas em cirurgia plástica e a importância
da consulta préanestésica como instrumento de segurança” já aponta para o aspecto
propriamente dito da segurança do paciente que é a realização da consulta pré-anestésica.
Schwartzman et al., em 201113, em estudo de coorte retrospectivo e analítico de pacientes hospitalares, discorreram
sobre as complicações anestésicas dos procedimentos cirúrgicos de um determinado hospital
em Brasília. Nos períodos pré-operatórios foram realizadas consultas pré-anestésicas
com avaliação clínica e descrição do plano anestésico.
Os autores, em concordância com Doncatto, em 201212, já apresentado anteriormente, também afirmam que houve assinatura do termo de consentimento
esclarecido, o qual fica em sigilo, anexado ao prontuário. Com efeito, o foco deste
estudo foram as principais informações obtidas na consulta pré-anestésica e a classificação
do estado físico do paciente.
Como resultado deste estudo, obteve-se que foram realizados 6365 procedimentos anestésicos
entre abril de 2006 e dezembro de 2007 e destes, 2,74% apresentaram taxa de complicação
relacionada à anestesia. Várias especialidades foram pesquisadas e no que concerne
à cirurgia plástica, mesmo com procedimentos complexos para reconstrução de membro
superior (lesões neurotendíneas e tumores), membro inferior, lesões no tronco (úlceras
por pressão, mielomeningocele e ostemilielite), houve complicação em 8%, em comparação
à ortopedia, com 46,25% e neurocirurgia com 24,6%. Independentemente da especialidade
cirúrgica, os autores identificaram como complicação relacionada à anestesia, a hipotensão
com 22,8% dos casos, seguida de vômito e arritmias com 13,7% e perfuração da dura-máter
e laringoespasmo com 6,3%.
Schwartzman et al., em 201113, ressaltam que a equipe de profissionais de saúde, composta por anestesista e enfermeiros
é de suma importância para a efetivação da consulta pré-anestésica no contexto da
segurança do paciente em cirurgia plástica, “pois pode reduzir as intercorrências
intra e pós-operatórias e evitar desfechos desfavoráveis” (p. 226).
Ainda nesta categoria, pode-se apontar o estudo de Rezaeian et al., em 201314, publicação alemã, que buscaram desenvolver, implementar e avaliar um conceito novo
de ensino e treinamento em cirurgias plásticas estéticas. Embora esta pesquisa tenha
sido realizada com residentes, fato que será discutido em outra categoria de análise,
o ponto central é o programa de capacitação realizado em 304 cirurgias estéticas,
sendo estas de contorno corporal, de mama e facial. Os médicos responsáveis utilizaram
tais cirurgias para ensinar as melhores técnicas aos residentes e registraram os casos
onde aconteceram complicações, como indicador de segurança do paciente. Depreendeu-se
do estudo que houve eficácia nos treinamentos, considerando que as incidências de
complicações de cirurgias educativas e aquelas que não compunham a amostra da pesquisa,
isto é, que não eram para ensino dos residentes, tiveram praticamente o mesmo percentual
de complicações, sendo 4,4% para cirurgias eletivas e 4,9% para aquelas educativas.
Categoria período transoperatório
Para esta categoria, elencaram-se os artigos que versavam sobre assuntos relacionados
ao período transoperatório, tais como checklist, evolução cirúrgica, iatrogenia, eventos adversos e comunicação.
Prates et al., em 201815, demostram que o checklist também pode ser utilizado na redução das taxas de infecção cirúrgica. Segundo os
autores as infecções cirúrgicas são reconhecidas mundialmente como um grave problema
de saúde pública por estarem associadas a uma alta morbimortalidade, aumento do tempo
de permanência e dos custos hospitalares. São um dos principais alvos da vigilância
epidemiológica nas instituições de saúde. Nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento,
os autores afirmam que possa acometer até um terço dos pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos. Vigiar e implementar estratégias efetivas para prevenção das mesmas nos
estabelecimentos de saúde têm sido estimuladas e impulsionadas por movimentos mundiais
pela segurança do paciente. As infecções de sítio cirúrgico configuram-se para os
autores como eventos adversos preveníeis e marcadores de baixa qualidade assistencial,
demandando esforços dos profissionais e instituições de saúde para sua redução.
Ainda relacionado ao checklist, descreve-se o estudo realizado por Sucupira et al., em 201616, autores que lembram em seu trabalho “Aesthetic Plastic Surgery Checklist: A Safety Tool” que cerca de 10% dos pacientes apresentam eventos iatrogênicos e que mais de metade
deles ocorre no ambiente perioperatório. A pesquisa teve como objetivo desenvolver
um checklist completo e funcional para cirurgia plástica estética e testá-lo em pacientes submetidos
a cirurgias plásticas eletivas. Para melhorar a segurança dos pacientes foi desenvolvido
um checklist completo para cirurgia plástica estética.
Embora os autores tenham assinalado o nível de evidência deste estudo como IV, os
resultados apontam para utilização de dados de 486 pacientes, sendo 430 do sexo feminino
e 56 do sexo masculino, com o procedimento mais realizado a lipoaspiração em 305 dos
casos e a anestesia local mais sedação. Quanto às complicações, os autores identificaram
os seromas com 7%, outras complicações não relacionadas com a ferida com 3% e o grupo
que mais aderiu ao uso do checklist foi o grupo de residentes.
No trabalho foi demonstrado que a utilização do checklist, além de permitir a coleta de dados e a identificação de potenciais riscos, promoveu
mudanças favoráveis nas atitudes de alguns profissionais e gerou interesse na segurança
do paciente e no trabalho em equipe.
Outro artigo que está classificado na categoria relativa ao período transopetarório,
é aquele que discute a segurança da técnica propriamente dita. Amorim et al., em 201217, em seu trabalho sobre lipoabdominoplastia demonstra que as técnicas cirúrgicas sofrem
evolução com o tempo, resultando em maior segurança para o paciente. O autor demostra
que a evolução da técnica tornou a lipoabdominoplastia uma cirurgia mais elaborada,
possibilitando a obtenção de bons resultados conhecendo-se os limites de segurança
da cirurgia.
Foi realizado estudo retrospectivo utilizando-se 162 prontuários de pacientes submetidas
à lipoabdominoplastia em um período de 5 anos e os resultados comprovam uma redução
significativa do tecido cutâneo-adiposo, com expressiva diminuição da flacidez abdominal
e melhora do contorno corporal.
O autor relata que a segurança deste procedimento modernamente se fundamenta no descolamento
diminuído do retalho abdominal, sendo inegável a maior viabilidade e a segurança de
um retalho menos descolado, que preserva sua fonte vascular e sensitiva. Essa segurança
do ponto de vista da irrigação do retalho está descrita em estudos com Doppler como
demonstram os autores. Ou seja, a técnica de lipoabdominoplastia é um procedimento
seguro, com baixo índice de complicações, desde que respeitados os critérios de segurança
descritos pelos autores, que permite a obtenção de retalho bem vascularizado, com
preservação das artérias perfurantes. Amorim et al., em 201217, afirmam que as complicações pós-operatórias encontradas na revisão de prontuário
é baixa e vem ao encontro das incidências relatadas na literatura.
Hernandes-Boussard et al., em 201518, lembram que eventos adversos não são raros, 3,7% de todas as internações hospitalares
experimentam um evento adverso e a maioria desses eventos é considerada evitável.
Além do impacto no paciente e em sua família, os eventos adversos aumentam a utilização
dos recursos hospitalares e os custos da internação.
Dado o amplo impacto destes eventos, tem havido priorização global na segurança do
paciente e do desempenho hospitalar associado. Os autores dizem que a cirurgia plástica
é uma disciplina cirúrgica com suas particularidades, que existem essencialmente dois
grupos de pacientes que necessitam de cirurgia plástica reconstrutiva: pacientes eletivos,
que geralmente são adultos jovens e saudáveis; e, pacientes complexos, que necessitam
de cirurgia reconstrutiva devido a outras condições, como fechamento de feridas expostas,
reconstrução após retirada de tumor ou reparo de lesão como queimaduras. Foi observado
no seu trabalho que os pacientes submetidos à cirurgia plástica reconstrutora em geral
tinham menores taxas de complicações que outras especialidades cirúrgicas, mas os
efeitos adversos não eram incomuns. Durante um período de cinco anos, um total de
16.635 pacientes experimentou pelo menos um evento adverso potencialmente evitável
durante a internação hospitalar. Esses eventos levaram a mais do que o dobro do tempo
de internação do paciente e incremento das despesas hospitalares.
Sidhoum et al., em 201619, discutem, em seu trabalho, a preocupação relativamente moderna na segurança do paciente
que tem sido o uso das mídias sociais como o Whatsapp. O autor lembra que são consideradas as preocupações como a divulgação de dados e
imagens dos pacientes que seriam protegidas pelo sigilo medico, porém questiona-se
a segurança destes dados em novas mídias e aparelhos móveis. As mensagens instantâneas
podem ser usadas como uma ferramenta valiosa para coordenar as equipes cirúrgicas
ou para uma orientação mais simples ao paciente. É uma abordagem valiosa para simplificar
a comunicação.
Os autores apresentam a experiência e os resultados da equipe de cirurgia plástica
no Centro Hospitalar Universitário Amiens, utilizando mensagens instantâneas como
parte da comunicação médica por quase três anos. Em termos de tempo diário gasto escrevendo
mensagens, as estatísticas são bastante favoráveis e não mostram nenhuma perda de
tempo prejudicial com o uso do WhatsApp. O uso desta ferramenta parece manter a equipe médica em uma ligação continua ao
longo do dia favorecendo o tratamento dos pacientes. Em relação às características
técnicas envolvendo a segurança em 2014, a Eletronic Frontier Foundation, uma instituição Americana independente, que defende as liberdades civis no mundo,
avaliou a vulnerabilidade das mensagens de WhatsApp para medir sua segurança por uma análise complexa de sua criptografia. Esta instituição
concluiu que o WhatsApp apresenta um bom nível de segurança e confidencialidade garantindo a segurança dos
dados e comunicações trocados. Uma desvantagem seria o registo médico. Inegavelmente,
informações médicas compartilhadas através do WhatsApp durante o internamento do paciente não aparecem em seu prontuário. Porém, mesmo assim,
as mensagens instantâneas são uma ferramenta eficaz, barata e segura para comunicação
profissional. Parece não trazer prejuízo à comunicação oral e traz uma melhor comunicação
da equipe cirúrgica.
Tadisina et al., em 201520, levantam outra pergunta interessante com relação à segurança do paciente em cirurgia
plástica na categoria transoperatória. Os autores questionam se os procedimentos realizados
durante a semana teriam alguma diferença no quesito segurança em relação com os realizados
no final de semana. Os autores apontam que diversos estudos demonstram maiores complicações
nos finais de semana. Isto seria atribuído à falta de disponibilidade de pessoal,
serviços e pior acesso a testes diagnósticos. Também pode-se depreender que o cirurgião
esteja sem a sua equipe habitual no final de semana. Porém, os autores lembram que
estes estudos não levam em consideração as particularidades dos pacientes de cirurgia
plástica, que em geral são mais saudáveis. Mesmo assim, existem os fatores citados
que independem da saúde do paciente cirúrgico, como a diminuição dos recursos hospitalares
nos finais de semana, incluindo a equipe e o acesso aos testes diagnósticos.
Além disso, Tadisina et al., em 201520, relatam que os cirurgiões plásticos frequentemente acabam operando nos finais de
semana pela falta de sala cirúrgica durante a semana, por estas acabarem sendo usadas
para casos de emergência, o que pode resultar em mais casos operatórios nos fins de
semana sendo realizados. Os autores foram os primeiros a investigar se existe relação
da segurança do paciente com as cirurgias plásticas nos finais de semana. Eles consideram
que apesar de parecer que sim negativamente, este assunto necessita de maior investigação.
Categoria período perioperatório
Esta categoria foi a que apresentou maior número de artigos selecionados. Acredita-se
que pelo fato de muitos assuntos serem relacionados a vários tempos que envolvem a
cirurgia em seus diferentes aspectos, esta categoria abarca a maioria dos estudos
desta revisão.
Iniciar-se-ão com diferentes pesquisas que relatam a participação dos residentes no
ato cirúrgico, tal como Koulaxouzidis et al., em 201421, em seu trabalho realizaram 273 procedimentos estéticos em 206 pacientes e demonstraram
que a cirurgia estética realizada por residentes de cirurgia plástica, sob a supervisão
dos médicos assistentes, é segura e proporciona altos níveis de satisfação do paciente
no pós-operatório. E ainda que oferecer esses serviços pode preencher a lacuna entre
o fornecimento de formação em cirurgia plástica estética de alta qualidade e, ao mesmo
tempo, permitir um número cada vez maior de pacientes que podem realizar os procedimentos
de forma menos dispendiosa.
No mesmo sentido, no artigo “The Impact of Resident Participation in Outpatient Plastic Surgical Procedures”, Massenburg et al., em 201522, observaram todos os procedimentos ambulatoriais realizados por cirurgiões plásticos
entre 2007 e 2012 no banco de dados do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade
Cirúrgica do American College of Surgeons. Os autores avaliaram o impacto da participação dos residentes na cirurgia de 6.227
pacientes e os resultados demonstram que inicialmente pode parecer que a presença
do residente aumenta os níveis de complicação, porém, como conclusão, uma análise
mais criteriosa demostra que os níveis de segurança e as complicações são as mesmas
dos cirurgiões mais experientes. Reitera-se que este estudo tem nível de evidência
II.
Qureshi et al., em 201623, lembram que os procedimentos em cirurgia plástica tendem a ser onerosos para os
pacientes. Os autores, considerando o sistema de saúde americano, lembram que serviços
que possuem residência médica geralmente implicam em procedimentos menos dispendiosos.
Eles exemplificam através dos pacientes que após a cirurgia bariátrica perdem muito
peso. O seguro saúde só cobre as despesas com a cirurgia abdominal, porém estes pacientes
geralmente requerem outros procedimentos como a braquioplastia ou a cruroplastia.
Os autores relatam que serviços de cirurgia onde há ensino, instituições de saúde
que são referências no ensino, poderiam possibilitar a realização destes procedimentos
com os mesmos níveis de complicação e segurança que as clínicas com cirurgiões formados
com um menor custo aos pacientes. Neste estudo, os autores avaliaram a segurança dos
procedimentos feitos em uma clínica escola e estatisticamente compararam com os resultados
da cirurgia estética nacional, concluindo que em 175 procedimentos estéticos, houve
uma taxa de complicação geral de 1,7%, em comparação com 2,0% para pacientes no banco
de dados CosmetAssure.
Quando se fala em notificação de eventos pelos residentes, pode-se apontar para Parikh
et al., 201724, que demostraram que uma intervenção utilizando um sistema de notificação de eventos
on-line, desenvolvido pela chefia do departamento de cirurgia plástica, em conjunto com especialistas
em segurança do paciente, levou a melhorias significativas na notificação de complicações
por residentes de cirurgia plástica em um hospital de ensino acadêmico.
A proporção de complicações relatadas no grupo pré-intervenção do sistema de notificação
foi de 28,1%, após a intervenção, isso aumentou significativamente para 91,4% (p<0,001). Portanto, os autores demonstraram que a implementação deste sistema pode
melhorar a aprendizagem e a segurança em cirurgia plástica através da melhoria das
notificações de complicações. Além disso, os autores lembram que o envolvimento dos
residentes em iniciativas de melhoria da qualidade é essencial para treinar médicos
para a prática clínica em um sistema de saúde complexo.
Ainda nesta categoria, aponta-se a questão da documentação que envolve todo os procedimentos
cirúrgicos. Dentro deste contexto de documentação médica, Kittinger et al., 201625, propuseram um projeto de melhoria de qualidade e segurança do atendimento realizado
na Divisão de Cirurgia Plástica do Scott & White Memorial Hospital. O foco principal do projeto envolveu a melhora da documentação clínica de pacientes
internados. Essa interação entre médicos e especialistas, em documentação na área
da saúde, permitiu que os médicos anotassem em prontuário todos os diagnósticos relevantes
para os tratamentos que foram fornecidos durante internações hospitalares. O serviço
de cirurgia plástica conseguiu melhorar sua documentação e, ao fazê-lo, melhorou o
reconhecimento da complexidade dos pacientes que estava tratando. Foi demonstrado
que um esforço para melhorar a documentação mostrou-se frutífero em termos de qualidade
de atendimento e gestão de custos para o hospital.
Para finalizar esta categoria, pode-se citar Swanson, em 201626, que cita o tromboembolismo como uma complicação temida na cirurgia plástica. O autor
relata que os procedimentos são por várias vezes associados, aumentando o tempo cirúrgico
e o risco de trombose. O autor lembra ainda que muitas dúvidas surgem na transposição
de protocolos idealizados para cirurgias de outras especialidades, não levando em
conta as particularidades da cirurgia plástica. O autor exemplifica pela cirurgia
de prótese de mama. As pacientes apresentam baixo risco por ser uma cirurgia rápida,
geralmente realizada em pacientes jovens e magras. Isto faz parecer que o oposto,
pacientes masculinos com sobrepeso em cirurgias longas, teriam um risco maior, mas
a correlação, segundo o autor, não é necessariamente verdadeira.
Swanson, em 201626, lembra que a própria bota pneumática para compressão intermitente dos membros inferiores
apresenta estudos conflitantes. Apesar de parecer que ela diminui o aparecimento da
trombose venosa profunda (TVP) em até 60%, aumentaria em 12% os casos de embolia pulmonar
com seu uso. Outra dúvida que o autor levanta estaria relacionada aos procedimentos
combinados. Parece que a junção dos tempos cirúrgicos aumentaria o risco de trombose,
porém se considerarmos a soma dos dois procedimentos cirúrgicos realizados individualmente,
o autor diz que o paciente teria maior risco de eventos tromboembólicos. O próprio
score de Caprini, amplamente utilizado na estratificação de risco dos pacientes cirúrgicos
para eventos trombóticos, segundo o autor, é questionável, pois se trata de estudo
não controlado e randomizado tendo grau 2C de recomendação. O autor ressalta ainda
que os testes de coagulação, Tempo de Ativação da Protrombina (TAP) e Tempo de Ativação
Parcial da Tromboplastina (KPTT), que são rotineiramente pedidos e não diagnosticam
diversas desordens genéticas que interferem na coagulação.
CONCLUSÃO
Nesta revisão sistemática os países que mais publicaram sobre o assunto foram os Estados
Unidos e o Brasil. A preocupação mais frequentemente encontrada foi a segurança relacionada
a formação do residente de cirurgia plástica. Também ferramentas como o checklist têm sido usadas para a melhoria da segurança. Outra preocupação que exige mais estudos
seria se os finais de semana apresentam maiores complicações em relação às cirurgias
realizadas durante a semana, justamente por faltar evidências considerando as particularidades
dos pacientes de cirurgia plástica. Estas particularidades também são lembradas na
prevenção do tromboembolismo, sendo recomendados mais estudos levando em consideração
as particularidades dos pacientes desta especialidade para a prevenção do tromboembolismo.
Porém, parece ter fundamentos mais sólidos na segurança do paciente, o prontuário
médico bem formulado assim como o termo de consentimento informado. A consulta pré-anestésica
também parece favorecer a segurança do paciente. E, por fim, assim como os procedimentos
cirúrgicos evoluem para uma melhor segurança, as novas tecnologias também, como por
exempl o uso do WhatsApp. O uso desta ferramenta parece ser segura e parece incrementar o atendimento da equipe
médica através de uma melhoria da comunicação da equipe.
Depreende-se que, ao estudar esses 15 artigos, não há como identificar um caminho
único para responder à questão de pesquisa: “Quais são as ações relacionadas à segurança
do paciente em cirurgia plástica?”, pois os autores encontrados nas buscas em bases
de dados apontaram variadas necessidades e discutiram variados focos de atenção.
Evidente é a importância de novos e outros estudos mais aprofundados para dar consecução
ao tema segurança do paciente em cirurgias plásticas, de modo a favorecer a atenção
à saúde. É imprescindível que se reforce a prática segura do paciente em qualquer
ambiente de assistência à saúde, para minimização de riscos e danos ao paciente.
Considera-se que os poucos artigos encontrados especificamente sobre segurança em
cirurgia plástica podem revelar que há faltas de reflexões neste sentido. Deve-se
considerar as várias especificidades destes pacientes, como o fato de geralmente serem
do sexo feminino, saudáveis e jovens. Também as considerações específicas da especialidade,
como a intolerância a qualquer efeito adverso justamente pelo perfil de pacientes
que trata. Portanto, importante se faz pesquisar cada vez mais sobre o assunto para
evitar transtornos e promover um melhor tratamento dos pacientes.
Como perspectiva futura, pode-se considerar que o campo de atuação da cirurgia plástica
e os pressupostos da segurança do paciente certamente são campos férteis, não somente
na assistência à saúde, como no também no ensino. A formação profissional deve ser
realizada de tal forma que possibilite ao futuro médico o desenvolvimento de competências
inequívocas sobre o assunto.
O tema segurança do paciente deveria ser transversal ao currículo de graduação em
medicina, possibilitando que, na especialização, os princípios fundamentais sobre
segurança estejam arraigados no profissional, tornando-se cultura de segurança.
O ensino da temática traria eficácia nas ações de saúde e esta reflexão poderia ser
trazida à tona nas instituições de ensino. Para este pesquisador, reitera-se que conhecer
o tema, identificar a pouca produção intelectual, levou a reconsiderar a postura diante
da atuação cotidiana no ato de ensinar a segurança do paciente, não somente na cirurgia
plástica, mas como tema interdisciplinar.
COLABORAÇÕES
OHMS
|
Análise e/ou interpretação dos dados, aprovação final do manuscrito, coleta de dados,
conceitualização, concepção e desenho do estudo, investigação, redação - revisão e
edição.
|
ERR
|
Aprovação final do manuscrito, metodologia, redação - preparação do original, supervisão.
|
JCM
|
Aprovação final do manuscrito, redação - preparação do original, redação - revisão
e edição.
|
ICMMC
|
Análise e/ou interpretação dos dados, aprovação final do manuscrito, conceitualização,
metodologia, redação - revisão e edição, supervisão.
|
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1. Faculdades Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil.
Autor correspondente: Elaine Rossi Ribeiro, Rua Carneiro Lobo, Nº 333, Bairro Água Verde, Curitiba, PR, Brasil. CEP: 80240-240.
E-mail: elaine.rossi@hotmail.com
Artigo submetido: 15/07/2019.
Artigo aceito: 29/02/2020.