INTRODUÇÃO
Em todo o mundo, as práticas de saúde são direcionadas para uma abordagem mais preventiva,
percebendo posturas que valorizam estilos de vida e comportamentos mais saudáveis
com base na prevenção de doenças. Nesse contexto, também é reconhecido, que homens
e mulheres buscam estratégias para reduzir sinais visíveis de envelhecimento1.
Ao exemplo da América do Norte que ocupa, atualmente, o primeiro lugar, considerando
o número total de procedimentos estético-cosméticos cirúrgicos e não cirúrgicos realizados2. O Brasil ocupa o segundo lugar, sendo o primeiro colocado apenas quando os procedimentos
cirúrgicos são considerados1,2.
No entanto, nos últimos anos, observa-se ênfase em procedimentos estéticos minimamente
invasivos3. Essa tendência culminou com o uso de uma variedade de métodos não-incisionais para
combater os efeitos do envelhecimento, sendo o aumento de tecido mole com implantes
faciais infiltrativos o mais popular4.
Atualmente, um grande número de materiais de preenchimento está disponível para essa
finalidade, cada um com sua composição química, indicações específicas e eficácia5. Esta ampla gama de materiais disponíveis requer que especialistas estéticos e cirurgiões
plásticos escolham o preenchimento adequado para cada queixa estética de seus pacientes5,6.
O preenchimento ideal aplicado para tratar os sinais de envelhecimento ou para aumento
de tecido mole deve fornecer bons resultados estéticos e apresentar um efeito em longo
prazo. Também deve ser seguro, biocompatível e estável no local da implantação, com
complicações de baixo risco e não migratório6.
De acordo com Lemperle et al., em 20067, todos os preenchedores dérmicos injetáveis podem causar complicações. Os efeitos
colaterais tardios podem ser divididos naqueles causados por treinamento insuficiente
ou erros técnicos durante a injeção, e aqueles causados por reações imunológicas (alérgicas
e não alérgicas) à substância injetada. Formações de granulomas são eventos raros
decorrentes do resultado da reação de hipersensibilidade do tipo IV a um corpo estranho.
Geralmente, ocorrem em um período de meses a anos após a injeção3.
Entre as complicações agudas estão aquelas associadas à técnica utilizada durante
a aplicação e são, em sua maioria, locais. No entanto, devido a uma reação inflamatória
crônica, pode se apresentar anos após a infiltração, sendo possível ocorrer episódios
de remissão - reativação2,4.
A reação histológica é sempre semelhante e o gatilho para essa estimulação súbita
de macrófagos pode ser uma infecção sistêmica do paciente. Enchimentos dérmicos, tais
como silicone, colágeno bovino, Artecoll® (Hafod B.V, Rotterdam, Holanda) e Restylane®8 (Q-Med AB, Estocolmo, Suécia) têm sido usados em todo o mundo.
O colágeno bovino (Zyderm®, Zyplasta®, McGhan Medical Corporation 3M, EUA) foi introduzido entre 1981 e 1983, tornando-se
o padrão para os injetáveis9. A Artecoll® (Canderm Pharma Inc., Canadá) foi distribuída entre 1994 a 2006, e a Restylane® (Q-Med AB, Estocolmo, Suécia) iniciou seu avanço triunfante em 19978. Desde então, uma variedade de materiais foi introduzida, tais como o Radiesse® (Merz, Brasil), o qual é aprovado para aumento do osso facial e tem sido usado off-label desde 2003 para tratamento de rugas10; e, Sculptra® (Aventis, EUA), que é aprovado para lipodistrofia facial proveniente do vírus da
imunodeficiência humana, mas tem sido utilizado para tratamento de rugas desde 2005.
A Food and Drug Administration (FDA - EUA) aprovou Restylane® em 2003, Hylaform® (Genzy me Biosurgery, EUA) em 2004, Captique® em 2005 e Juvedermem® 2006 (ambos da Allergan, EUA) para o tratamento de rugas faciais9.
A molécula de polimetilmetacrilato (PMMA) não possui nenhum componente animal em sua
estrutura, o que torna essa molécula um material biocompatível e, também, confere
estabilidade mesmo após décadas do implante inicial. Suas aplicações comerciais são
microesferas de PMMA suspensas em colágeno bovino2.
No contexto de indicações do composto PMMA destaca-se preenchimento de sulcos, de
rugas profundas, de cicatrizes, de defeitos dérmicos, de tecidos moles e ósseos6. É empregado, também, em procedimentos restaurativos para a correção volumétrica
facial e corporal da síndrome da lipodistrofia, decorrente do uso de antirretrovirais
em pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana11.
A síndrome da embolia gordurosa (SEG) é uma entidade clínica mal definida que surge
das manifestações sistêmicas de êmbolos de gordura dentro da microcirculação. A gordura
embolizada nos leitos capilares causa dano tecidual direto, além de induzir uma resposta
inflamatória sistêmica, resultando em sintomas pulmonares, cutâneos, neurológicos
e retinianos. Ocorre com mais frequência após trauma ortopédico; no entanto, pacientes
com muitas condições clínicas, incluindo lipoaspiração, transplante de medula óssea,
pancreatite e, como constatado no presente estudo, raramente em procedimentos com
uso de preenchimentos de PMMA na bioplastia12.
OBJETIVO
O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de literatura,
a fim de evidenciar estudos clínicos que abrangessem a SEG em pacientes submetidos
à infiltração de PMMA na bioplastia.
MÉTODOS
Estratégias de pesquisa e critérios de elegibilidade
Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados PubMed/MEDLINE e LILACS/BVS onde foram
incluídos artigos que abordassem o tema “síndrome da embolia gordurosa secundária
ao uso de PMMA na bioplastia’’.
Estudos em humanos, maiores de 18 anos (adultos), cuja publicação em idioma inglês,
publicados entre o dia 01 de janeiro de 2000 e 08 de janeiro de 2019 e texto publicado
com acesso na íntegra foram incluídos caso relatassem a SEG pós bioplastia com uso
do PMMA na intervenção.
Artigos de revisão (metanálises e/ou sistemáticas), cartas ao editor, relatos de caso
e estudos experimentais em que a complicação após utilização de PMMA não incluísse
SEG não foram adicionados.
Após a resposta das bases de dados eletrônicas foi feita busca manual por artigos
pertinentes, já que a amostra não se mostrou suficientemente adequada. Dessa forma
foi ampliada a data de procura para janeiro de 1970 a janeiro de 2019.
Foram incluídos nos termos de busca, em inglês: “fat embolismsyndrome”, “polymethylmethacrylate” and “fat embolismsyndrome”. Em português: “PMMA”, “polimetilmetacrilato”, “síndrome embolia gordurosa”, “embolia
lipídica”. Em espanhol: “PMMA”, “polimetilmetacrilato”, “embolia grasa”, “embolia lipídica”. Como protocolos foram seguidas as recomendações de Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses.
Extrações de dados
Os dados da pesquisa, após extração, foram incluídos e as controvérsias foram revisadas
pelos autores desse artigo. Informações, tais como: autores, ano de publicação e país
de origem foram revisados para identificar e excluir publicações duplicadas do mesmo
coorte. Os dados extraídos incluíram o número total de pacientes e lesões, idade,
sexo e ocorrência.
RESULTADOS
Na busca eletrônica PubMed/MEDLINE foram encontradas 20 referências de artigos de
pesquisa (research articles). Depois da leitura de títulos foram excluídas 18 referências, restando 2 referências.
Ao se realizar a leitura na íntegra, foram excluídos 2 estudos, pois não contemplavam
o direcionamento a bioplastia e uso do PMMA. A exclusão destes artigos se fez baseada
nos critérios de inclusão e exclusão descritos previamente.
Na base de dados LILACS/BVS foram encontradas 59 referências de artigos de pesquisa
(índice por assunto). Depois da leitura de títulos foram excluídas 50 referências,
restando 9 referências. Ao se realizar a leitura na íntegra, foram excluídos 3 estudos
que não contemplavam o direcionamento a bioplastia e utilização do PMMA, e os restantes
6 também foram excluídos por se tratarem de estudos em relação a lipoaspiração não
contemplando o uso de PMMA. A exclusão destes artigos se fez baseada nos critérios
de inclusão e exclusão descritos previamente.
Desta forma, foi efetuada uma busca manual, nas três línguas (inglês, português e
espanhol) e ampliada a data de procura para janeiro de 1970 a 08 de janeiro de 2019.
Como resultado encontrado, apenas um artigo, foi elencado com disposição do artigo
para leitura na íntegra (língua espanhola). Os critérios da seleção estão descritos
na Figura 1.
Figura 1 - Fluxograma do processo de busca de artigos e critérios de inclusão, elaborado segundo
recomendações PRISMA.
Figura 1 - Fluxograma do processo de busca de artigos e critérios de inclusão, elaborado segundo
recomendações PRISMA.
O Quadro 1 descreve o único estudo que foi selecionado, por busca manual, para o presente artigo,
nos quais apresenta os autores, país de origem da pesquisa, os principais objetivos
e as principais características do estudo.
Quadro 1 - Estudos incluídos: país de origem, métodos e objetivos e características do estudo.
Autor/ano |
País de Origem |
Métodos e Objetivos |
Características do estudo |
Salgado e Olvera, em 200813.
|
México |
Apresentação de caso clínico e desfechos. |
Relato de caso clínico com desfechos após SEG em paciente pós procedimento com infiltração
de PMMA.
|
Quadro 1 - Estudos incluídos: país de origem, métodos e objetivos e características do estudo.
DISCUSSÃO
A busca bibliográfica resultou em apenas um artigo, em concordância com descritores,
e requisitos de inclusão e exclusão. Infelizmente não há um número expressivo de artigos
que contemplem a SEG na infiltração com PMMA. A maioria dos relatos disponibilizados
é proveniente de lipoaspiração, e correlacionados ao trauma ósseo quando citado o
uso de PMMA.
O sujeito do único relato era do sexo feminino, 26 anos, que iniciou a condição 24
horas após a injeção de PMMA na região glútea bilateral em uma clínica estética. A
paciente apresentou febre, ansiedade, diaforese, cefaleia, tontura, sonolência e disartria13.
Ao exame físico na admissão, apresentou pressão arterial de 110/70mmHg, frequência
cardíaca de 113 batimentos por minuto, frequência respiratória de 21 incursões respiratórias
por minuto, com suporte suplementar de oxigênio por máscara e nebulizador; temperatura
corporal de 38,4°C, com Glasgow de 12. Apresentava-se consciente13.
A tomografia pélvica revelou material abundante, difuso e não encapsulado, entre a
pele e o glúteo máximo. Sua gestão foi na Unidade de Terapia Intensiva, com suporte
geral, ventilação mecânica no controle de volume em modo assistido. Também foi prescrito
antibioticoterapia de amplo espectro e anticoagulação com heparina de baixo peso molecular13.
A paciente desenvolveu pneumonia, síndrome de resposta inflamatória sistêmica e edema
cerebral. Devido à intubação prolongada e ao manuseio inadequado das secreções houve
necessidade de realizar uma traqueostomia. Apresentou evolução clínica prolongada;
porém, satisfatória, que permitiu permanecer sem suporte de ventilação mecânica. O
foco infeccioso respiratório foi controlado e a paciente evoluiu com estabilidade
hemodinâmica. A paciente teve alta após três semanas de hospitalização. Nesse relato
de caso, a infiltração maciça de PMMA ocasionou a destruição do tecido adiposo, que,
juntamente com as microesferas deste produto, condicionou a embolia gordurosa na paciente13.
O caso apresentado por Salgado e Olvera, em 200813, foi de não profissionais médicos que realizaram o procedimento. Esse tipo de prática
tem gerado um problema de saúde pública, já que na maioria das vezes, os sujeitos
não possuem formação médica e não há estatísticas confiáveis sobre a incidência ou
prevalência de complicações de pacientes em relação às substâncias utilizadas.
A SEG foi descrita primeiramente em 1862, por Zenker, que visualizou células adiposas
na circulação pulmonar de um indivíduo politraumatizado após efetuar biópsia14. O termo SEG é uma consequência grave dos êmbolos gordurosos que provoca um padrão
distinto de sintomas e sinais clínicos15.
A manifestação clínica típica é a tríade da insuficiência respiratória aguda, trombocitopenia
e disfunção neurológica15. Nenhum critério diagnóstico definitivo ou testes foram desenvolvidos, o que torna
o diagnóstico de SEG mais difícil. Geralmente ocorre dentro de 48 horas após o trauma
ou durante procedimentos cirúrgicos na maioria dos pacientes12.
Existem duas principais teorias para a gênese da embolia gordurosa, tais como a teoria
mecânica e a teoria bioquímica. A primeira sugere que a obstrução da vasculatura sistêmica
pela embolia gordurosa decorre a partir da liberação direta da medula óssea no sistema
venoso após o trauma. Uma pressão intramedular elevada após o trauma ocasiona a liberação
de gordura através de sinusoides venosos abertos. Essa gordura embolizada favorece
a obstrução dos leitos capilares12.
Já a segunda teoria propõe que a resposta inflamatória ao trauma provoca a liberação
de ácidos graxos livres da medula óssea no sistema venoso. As elevações dos ácidos
graxos livres e dos mediadores inflamatórios proporcionam lesões aos leitos capilares.
Níveis elevados de ácidos graxos livres têm sido correlacionados à hipoxemia e à indução
de inflamação pulmonar12.
Em relação à abordagem terapêutica inexiste tratamento especifico para a SEG. As condutas
baseiam-se em medidas de suporte clinico, estabilização hemodinâmica, reposição volumétrica,
nutrição e oxigenoterapia ou ventilação mecânica com recrutamento alveolar em casos
mais graves14. Inexistem dados suficiente para apoiar o início da terapia com esteroides, uma vez
estabelecida a SEG. O mecanismo de ação proposto é, geralmente, um agente antiinflamatório
que reduz a hemorragia perivascular e o edema. Um estudo experimental não mostrou
efeito benéfico e não houve estudos clínicos prospectivos, randomizados e controlados
que demonstraram um benefício significativo com o seu uso15.
CONCLUSÃO
Na atual conjuntura estética ocorre aumento significativo em técnicas minimamente
invasivas às quais favorecem métodos não incisionais - tal como o implante de PMMA
- a fim de minimizar os efeitos do envelhecimento e para correção de defeitos corporais.
Sabe-se que, para evitar ou tratar distúrbios, tal como a SEG com implantes dérmicos,
o conhecimento de sua composição, reações fisiológicas dos tecidos, tempo de absorção
e persistência é indispensável. Urge a presença de mais estudos dirigidos ao PMMA
em procedimentos estéticos, seus riscos e casos clínicos que constatem SEG e outros
problemas pós-cirúrgicos potencialmente fatais para o paciente.
COLABORAÇÕES
CGAO
|
Análise e/ou interpretação dos dados, Análise estatística, Aprovação final do manuscrito,
Coleta de Dados, Conceitualização, Concepção e desenho do estudo, Gerenciamento de
Recursos, Gerenciamento do Projeto, Investigação, Metodologia, Redação - Preparação
do original, Redação - Revisão e Edição, Supervisão, Validação, Visualização
|
FRS
|
Análise e/ou interpretação dos dados, Aprovação final do manuscrito, Conceitualização,
Gerenciamento de Recursos, Investigação, Supervisão, Validação, Visualização
|
FAAF
|
Aprovação final do manuscrito, Coleta de Dados, Conceitualização, Redação - Preparação
do original, Supervisão, Visualização
|
RZDF
|
Aprovação final do manuscrito, Coleta de dados, Conceitualização, Redação- Preparação
do original, Supervisão, Visualização.
|
REFERÊNCIAS
1. Chacur R, Menezes HS, Chacur NMBS, Alves DD, Mafaldo RC, Gomes LD, et al. Replacement
of gluteal implants by polymethylmethacrylate filler: case report. Case Reports Plast
Surg Hand Surg. 2019 Jan;6(1):20-4.
2. Souza TAB, Colomé LM, Bender EA, Lemperle G. Brazilian consensus recommendation on
the use of polymethylmethacrylate filler in facial and corporal aesthetics. Aesthetic
Plast Surg. 2018 Oct;42(5):1244-51.
3. Vedamurthy M. Beware what you inject: complications of injectables - dermal fillers.
J Cutan Aesthet Surg. 2018 Apr/Jun;11(2):60-6.
4. Buck II DW, Alam M, Kim JYS. Injectable fillers for facial rejuvenation: a review.
J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2009 Jan;62(1):11-8.
5. Parada MB, Cazerta C, Afonso JPJM, Nascimento DIS. Overview and management of fillers
complications. Surg Cosmet Dermatol. 2016;8(4):342-51.
6. Vargas AF, Amorim NG, Pitanguy I. Late complications of permanent fillers. Rev Bras
Cir Plást. 2009;24(1):71-81.
7. Lemperle G, Rullan PP, Gauthier-Hazan N. Avoiding and treating dermal filler complications.
Plast Reconstr Surg. 2006 Oct;118(3 Suppl 1):92S-107S.
8. Pollack SV. Some new injectable dermal filler materials: Hylaform, Restylane, and
Artecoll. J Cutan Med Surg. 1999 Dec;(3 Suppl 4):S27-35.
9. Johl SS, Burgett RA. Dermal filler agents: a practical review. Curr Opin Ophthalmol.
2006 Oct;17(5):471-9.
10. Viscusi KS, Hanke CW. Soft tissue augmentation. In: Baran R, Maibach HI, eds. Textbook
of cosmetic dermatology. 5th ed. Boca Raton: CRC Press; 2017. p. 473-80.
11. Antonio CR, Antonio JR, Oliveira GB, Alves FT. Polymethylmethacrylate (PMMA) filling
in the lower limbs of a patient with lipodystrophy caused by antiretroviral drugs.
Surg Cosmet Dermatol. 2014;6(4):373-5.
12. Kwiatt ME, Seamon MJ. Fat embolism syndrome. Int J Crit Illn Inj Sci. 2013 Jan;3(1):64-8.
13. Salgado EG, Olvera RM. Síndrome de embolia grasa secundario a infiltración de polimetilmetacrilato
em región glútea. Cir Plast. 2008;18(2):78-80.
14. Jorens PG, Van Marck E, Snoeckx A, Parizel PM. Nonthrombotic pulmonary embolism. Eur
Respir J. 2009 Aug;34(2):452-74.
15. Gupta A, Reilly CS. Fat embolism. Contin Educan Aesthetic Crit Care Pain. 2007 Oct;7(5):148-51.
1. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,Betim, MG,Brasil.
2. Hospital Eduardo de Menezes, Departamento de Infectologia, Belo Horizonte, MG,
Brasil.
Autor correspondente: Carina Gabriela Andrade Oliveira, Rua Pintarroxo, 157, Bairro Goiânia, Belo Horizonte, Minas Gerais, MG, Brasil. CEP:
31950-110. E-mail: carina.andradde@gmail.com
Artigo submetido: 29/06/2019.
Artigo aceito: 29/02/2020.
Conflitos de interesse: não há.