INTRODUÇÃO
A amiloidose é o depósito anormal de proteínas e acumulação de fibrilas amiloides
insolúveis nos tecidos e órgãos1-3 . Esse processo
ocorre via agregação de proteínas, produção de polímeros ordenados e a formação de
protofilamentos e fibrilas. Teorias recentes sugeriram que as lesões se formam como
resultado de múltiplos mecanismos, não só da deposição de fibrilas, mas também de
estruturas precursoras (transtirretina, apolipoproteínas, insulina, proteínas
priônicas, lisozima, cistatina C, etc.) que interagem com células comprometidas2,3.
Descreveu-se a mutação no gene TTR relacionada a doença. Associações com estados
patológicos inflamatórios e fatores hereditários e neoplásicos foram identificados.
Algumas dessas associações parecem não ter impacto clínico. Todavia, são critérios
de suspeita de amiloidose indivíduos com idade acima de 50 anos, portadores de
infecção crônica ou doença inflamatória, história familiar de amiloidose, portadores
de mieloma múltiplo, de doença renal e submetido a diálise.
No entanto, dependendo da quantidade e localização da deposição, a doença pode
ter
caráter agressivo, afetando qualquer órgão, incluindo os rins, coração e nervos1-3. Estão classificados e descritos distintos tipos de amiloidose, sendo
elas a primária, secundária, familiar, beta 2 de microglobulina e a localizada.
A associação de amiloidose e síndrome do túnel do carpo tem prevalência de 2-8%4-6. Esta associação pode ser encontrada principalmente seguida por
hemodiálise ou amiloidose familiar. O diagnóstico clínico do túnel do carpo inclui
os seguintes sintomas: parestesia, dor, fraqueza nas mãos e atrofia tenar. Estudos
de condução nervosa por exame de eletroneuromiografia são úteis para detectar o
comprometimento de nervo periférico, presente nos casos de amiloidose
neuropática7-9.
O método de diagnóstico padrão-ouro para a amiloidose é a biópsia do tecido afetado,
coloração com hematoxilina-eosina e vermelho Congo. Embora a compressão do nervo
mediano possa ser causada por fatores extrínsecos e intrínsecos, a deposição de
amiloide pode ser suficiente para causar a compressão do nervo, sendo uma associação
já estabelecida, todavia, a evolução clínica dos casos operados merece estudo4,6.
MÉTODOS
No intervalo de cinco anos 807 pacientes foram operados com túnel do carpo
na nossa instituição, 436 deles haviam sido submetidos a biopsia e sinovectomia.
Este procedimento foi realizado de acordo com os achados transoperatórios de
espessamento sinovial. O tecido sinovial retirado foi enviado para estudo
histopatológico, 12 (3%) pacientes tiveram o diagnóstico positivo para
amiloidose.
Foram realizados estudo retrospectivo e análise destes prontuários, quanto aos
achados clínicos, história, comorbidades, exames realizados e seguimento
pós-operatório. O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética
CEP/APS, com CAEE nº 53326916.2.0000.0022.
Avaliação pré-operatória
Os pacientes foram avaliados clinicamente quanto a sintomas de parestesia,
dormência, formigamento, e dor. A avaliação física incluiu o teste de Tinel, o
teste de Phalen, o teste de monofilamento de Semmes-Weinstein,
a escala de classificação de abdutor curto do polegar e oponente do polegar (0 -
5, como o britânico Medical Research Council Scale), e medidas
de força do dinamômetro.
Exames complementares, como a eletroneuromiografia dos membros superiores,
radiografia do punho e ressonância magnética também foram realizadas. Os
critérios de gravidade para síndrome do túnel do carpo foram classificados
segundo a escala de classificação neurofisiológica descrita por Bland (Quadro 1)10. O diagnóstico de distrofia simpática reflexa foi feita de acordo
com a Associação para o Estudo de dor (IASP)8. As cirurgias foram realizadas nos Departamentos de Cirurgia
Plástica e Ortopedia da instituição dos autores, com avaliações pré e
pós-operatórias realizadas pelos cirurgiões.
Quadro 1 - Graduação dos achados eletroneuromiográficos segundo a classificação
de Bland.
Grau |
|
0 |
Normal |
I |
Muito leve, demonstrável apenas com testes mais
sensíveis
|
II |
Leve, velocidade de condução nervosa sensitiva
lenta, latência motora normal
|
III |
Moderado, potencial sensitivo preservado, com
lentidão motora, latência motora do abdutor curto do polegar
(ACP) < 6,5ms
|
IV |
Grave, potencial sensorial ausente, mas resposta
motora preservada, latência motora distal para ACP <
6,5ms
|
V |
Muito grave, latência terminal ACP > 6,5ms |
V |
Extremamente grave, potenciais sensoriais e motores
não registráveis (potencial do ACP < 0,2mV de amplitude)
|
Quadro 1 - Graduação dos achados eletroneuromiográficos segundo a classificação
de Bland.
Procedimento cirúrgico
Os procedimentos foram realizados sob anestesia geral ou bloqueio regional do
plexo braquial. Torniquetes foram utilizados no braço após exsanguinação do
membro com pressão de 100 a 120 acima da pressão sistólica. A clássica incisão
volar aberta foi utilizada para liberar o túnel do carpo e a liberação da fáscia
do antebraço. O nervo mediano e as bainhas do tendão flexor foram inspecionados,
como mostrado na Figura 1. Durante a
cirurgia, a bainha do tendão flexor e o ligamento transverso do carpo foram
biopsiados quando havia espessamento e alterações macroscópicas evidentes (Figura 1).
Figura 1 - Transoperatório de retinaculotomia dos flexores e sinovectomia
parcial, evidenciando segmento de sinóvia encaminhado para
biópsia.
Figura 1 - Transoperatório de retinaculotomia dos flexores e sinovectomia
parcial, evidenciando segmento de sinóvia encaminhado para
biópsia.
Os estudos histopatológicos utilizados incluíram coloração com
hematoxilina-eosina e vermelho do Congo e para a pesquisa de depósitos amiloides
foi realizado o teste de luz polarizada (Figura 2). O Quadro 1 foi utilizada
para sumarizar o grau da doença.
Figura 2 - Colorações de hematoxilina-eosina, vermelho-Congo que emite um
verde maçã birrefrigente sob luz polarizada e estudo de microscopia
eletrônica.
Figura 2 - Colorações de hematoxilina-eosina, vermelho-Congo que emite um
verde maçã birrefrigente sob luz polarizada e estudo de microscopia
eletrônica.
RESULTADOS
Nos Quadros 2 e 3 descreveu-se a distribuição clínica e demográfica dos 12
pacientes, dos quais nove do sexo feminino e três eram do sexo masculino Onze
pacientes tinham mais de 50 anos de idade. O tempo entre o início dos sintomas
iniciais e a cirurgia variou de 6 meses a 17 anos, onze pacientes tinham mais de um
ano de doença; O período de seguimento variou de um a nove anos.
Quadro 2 - Critérios clínicos, intraoperatórios e de exame histopatológico.
Graduação dos sintomas |
|
Grau I |
Sintomas intermitentes de dor e parestesia, parestesia
noturna na distribuição do nervo mediano, exame motor e sensitivo
normal.
|
Grau II |
Sintomas constantes, com diminuição da pinça fina,
alteração sensitiva no teste de monofilamentos de Seimmes Weiss com
fraqueza da força dos músculos tenarianos.
|
Grau III |
Grande perda sensitiva e atrofia da musculatura
tenariana.
|
Achados intraoperatórios |
|
I - Normal |
Espessamento e achatamento do nervo com vascularização
e estruturas do epineuro normais, sem fibrose.
|
II - Moderado |
Moderada diminuição da vascularização, leve a moderada
fibrose, em alguma parte do nervo, leve a moderado espessamento
sinovial.
|
III - Grave |
Perda da vascularização, fibrose difusa em torno do
nervo, grande espessamento sinovial e aparência de
pseudoneuroma.
|
Achados histopatológicos |
Fibrose, espessamento dos feixes de colágeno,
degeneração hialina, proliferação da sinóvia, edema e lesões
vasculares, depósito amiloide.
|
Quadro 2 - Critérios clínicos, intraoperatórios e de exame histopatológico.
Quadro 3 - Distribuição demográfica e clínica dos pacientes estudados.
Idade |
Sexo |
Alteração musculo-esqueletica |
Escore Clinico |
Escore EMG |
Escore Cirúrgico |
Tempo entre o início dos sintomas e tratamento |
Seguimento |
Evolução pós-operatória |
38 |
F |
Punho, cotovelo e ombro |
III |
6 |
III |
17 anos |
9 anos |
Distrofia |
74 |
F |
Cotovelo e ombro |
II |
6 |
II |
2 anos |
3 anos |
Distrofia |
72 |
F |
Joelho |
II |
5 |
III |
2 anos |
6 anos |
Normal |
62 |
F |
Cervical |
III |
5 |
III |
1 ano |
3 anos |
Melhora |
71 |
M |
Ombro |
III |
5 |
II |
6 meses |
4 anos |
Melhora |
56 |
F |
Tenossinovite |
III |
5 |
III |
2 anos |
1 ano |
Distrofia |
48 |
M |
Tenossinovite |
III |
5 |
I |
1 ano |
3 anos |
Dor crônica e atrofia |
50 |
F |
Cervical |
I |
5 |
II |
2 anos |
5 anos |
Normal |
64 |
M |
Coluna e poliartralgia |
II |
5 |
III |
1 ano |
1 ano |
Normal |
53 |
F |
Cervical e dorsal |
III |
5 |
III |
3 anos |
6 anos |
Melhora |
73 |
F |
Tenossinovite |
III |
5 |
III |
5 anos |
1 ano |
Melhora |
72 |
F |
Ombro, joelho e cervical |
III |
5 |
III |
5 anos |
5 anos |
Dor neuropática Polineuropatia |
Quadro 3 - Distribuição demográfica e clínica dos pacientes estudados.
Todos os pacientes apresentavam queixas musculoesqueléticas associadas, como dor
poliarticular, tenossinovite estenosante e bursite do ombro. Encontramos um caso de
polineuropatia associada, sem história familiar. Algumas taxas do exame de
velocidade de sedimentação de eritrócitos foram levemente elevadas foram
encontradas (26 a 27mm na primeira hora). Apenas um paciente apresentou alterações
radiográficas no punho, que foram associados à história de trauma.
Seis pacientes tiveram alterações degenerativas nas articulações (cervical, ombro
ou
joelho). Nenhum paciente teve história de câncer ou hemodiálise. Entretanto, dois
pacientes tinham história familiar de câncer de intestino e cerebral. Um homem
relatou infarto agudo do miocárdio prévio. Uma mulher apresentou síndrome do túnel
do carpo com deposição de tecido adiposo e trauma anterior do punho associado a
articulação radiocarpal degenerativa.
Nesta série de 12 pacientes, cinco (41,6%) dos pacientes apresentaram dor complexa
regional e recorrência sintomática após a liberação do túnel do carpo. Três
pacientes tiveram dificuldade para controlar a distrofia simpática reflexa com o
tratamento preconizado. Todos os casos apresentaram síndrome do túnel do carpo
associada à tenossinovite do flexor e à forma localizada de amiloidose.
A prevalência de dor crônica como uma complicação após o procedimento cirúrgico
alcançou uma taxa de 45,5%, e, consequentemente, analgésicos foram necessários:
paracetamol, gabapentina, amitriptilina, codeína e corticosteroides. Dentre os cinco
pacientes que apresentaram essa indesejável complicação cirúrgica, três foram
diagnosticados com distrofia simpático-reflexa, um com dor neuropática e um com dor
relacionada aos esforços.
A sinovectomia foi feita em todos os casos dessa série, apesar da epineurólise não
ter sido necessária e não foi realizada em nenhum caso, uma vez que não foi
observada invasão neural por tecidos amiloidóticos. Ao invés disso, a bainha dos
flexores estava invadida por esses tecidos. Como não havia plano de clivagem para
remoção de todo os tecidos, a sinovectomia parcial foi utilizada para reduzir
o
volume local e para exame histopatológico.
DISCUSSÃO
A associação entre a amiloidose e a neuropatia periférica foi reportada pela primeira
vez por De Navasquez em 1938 apud Kyle et al.6. Várias proteínas e suas precursoras foram implicadas na
amiloidose (transtiretrina (ATTR), apolipoproteína AI (AApoAI), apolipoproteína AII
(AApoAII), cistatina C (ACys), gelsolina (AGel), cadeia de fibrinogênio (AFib),
lisozima (Alys) e β2 microglobulina (Aβ2-M)2,11-16. Além disso,
mais de 80 mutações de transtiretinas foram descritas e evidências indicam que o
fibrinogênio e outras agregações proteicas executam um papel importante na
patogênese da síndrome do túnel do carpo17.
As principais manifestações clínicas e síndromes associadas com neuropatia são
relacionadas às cadeias amiloidóticas leves (AL) ou amiloidose primária e formas de
doença familiar autossômica dominante2,13. O diagnóstico da
amiloidose normalmente é feito aproximadamente aos 60 anos de idade, com
predominância masculina de 2:12,4,5. A apresentação mais comum é a de neuropatia
periférica, apesar da síndrome do túnel do carpo poder surgir sem alterações na
pele, proteinúria ou manifestações esqueléticas (artropatia degenerativa, artralgia
crônica ou artrite)16-20.
A síndrome do túnel do carpo pode estar associada a diversos tipos de amiloidose,
especialmente em suas formas primárias, que são associadas com hemodiálise
crônica14,18,21. Nessa doença, os primeiros estágios da compressão do nervo estão
associados com isquemia progressiva e processo inflamatório local. Durante a
compressão progressiva, ocorre a desmielinização e a velocidade da condução nervosa
diminui no local da compressão.
Nosso estudo identificou que todos os pacientes apresentavam perdas do axônio,
desmielinização, condução focal baixa e sinais de denervação, que são classificados
como grau 5. Para esses pacientes, é importante o diagnóstico diferencial com
radiculopatia, doença do neurônio motor, polineuropatia, neuropatia ulnar e outras
doenças de depósito como gota e artrite reumatoide.
Virchow introduziu o primeiro teste de diagnóstico histoquímico para a amiloidose,
que foi aperfeiçoado por Benhold (1922) com a coloração vermelho Congo, que emite
uma fluorescência verde maçã sob luz polarizada4,5. Esse teste é
considerado padrão ouro para o diagnóstico de amiloidose6. Baseado na literatura, nós utilizamos esse teste para
confirmar a doença em nossa série de casos e adicionamos um estudo de microscopia
eletrônica.
Com a microscopia eletrônica pudemos identificar os componentes fibrilares maiores
e
menores, que se apresentaram com aspecto pentamérico, conhecido como
componente-P8. Nós consideramos que exames
clínicos e testes eletrofisiológicos complementares são importantes para o
diagnóstico precoce da síndrome do túnel do carpo, a identificação da amiloidose e
o
plano terapêutico precoce. Reconhecemos os desafios de graduar os sintomas, sinais
e
achados cirúrgicos, que são causados pela subjetividade, dependem da experiência e
do conhecimento das caraterísticas naturais da doença.
Durante o acompanhamento clínico, nessa série revelou a alta prevalência de dor
crônica quando comparados com pacientes com síndrome do túnel do carpo
idiopática9. Baseado na experiência dos
autores, a dor crônica foi controlada de forma mais efetiva combinando analgésicos
e
anti-inflamatórios não esteroides e esteroides. Alguns cirurgiões postulam que a dor
crônica pós-operatória pode estar relacionada com a técnica anestésica utilizada ou
o torniquete.
Entretanto, a experiência em nossa instituição em outro estudo não demonstrou essa
associação22. Acreditamos que a doença
sistêmica (amiloidose) pode influenciar a recuperação do nervo periférico após o
trauma cirúrgico e pode até aumentar os casos de dor crônica. Os fatores de risco
para a associação entre a amiloidose e a síndrome do túnel do carpo podem não ter
sido bem avaliados nesse estudo devido ao tamanho da amostra e das limitações de
estudo retrospectivo de série de casos.
Os pacientes com longa história de sintomas compressivos do nervo mediano, associados
a graves alterações no exame EMG, queixas e afecções osteomusculares, e antecedentes
de infarto, hemodiálise, história familiar de neuropatia são indicativos para
realização de biópsia no transoperatório de cirurgia para descompressão do nervo
mediano e pesquisa para amiloidose.
Os autores acreditam que o resultado ruim pode ter ocorrido por várias razões, como
observado, o fato dos pacientes terem uma forma grave de síndrome do túnel do carpo
antes da cirurgia, evidenciado pelos escores clínicos, EMG e cirúrgico, e de
afecções articulares associadas. Embora uma das limitações do estudo tenha sido a
impossibilidade de avaliar os fatores de risco entre amiloidose e síndrome do túnel
do carpo, pois o curso de pós-operatório igualmente ruim foi encontrado nos 12
pacientes avaliados, poderia ter sido visto também em uma variedade de outras
razões, ou simplesmente serem um grupo de pacientes mais gravemente afetados -
independentemente de ter depósito amiloide ou não.
Todavia, os achados encontrados contribuem para a melhor atenção a esse grupo de
pacientes com apresentação pré-operatória ruim e com a possibilidade de associação
com amiloidose e do pior prognostico pós-operatório. No entanto, com esse estudo
ressaltamos a importância desta associação e da necessidade de mais pesquisas para
o
melhor entendimento dos fatores de risco e consequências da associação entre doenças
do nervo periférico e amiloidose.
CONCLUSÃO
Essa associação pouco frequente afetou os resultados do tratamento neste estudo de
casos, com maior prevalência de dor no pós-operatório. Dentre as estratégias
adotadas para tratar pacientes com síndrome do túnel do carpo associada à amiloidose
em nossa instituição, ressaltamos a investigação da amiloidose quando do tratamento
de pacientes com outras queixas musculoesqueléticas, especialmente aqueles com mais
de 60 anos de idade, que apresentem sintomas de STC com atrofia tenar e
eletroneuromiografia grau 5. Nós sugerimos tratar esses pacientes com descompressão
precoce do nervo, sinovectomia, pesquisa de depósito amiloide e controle efetivo da
dor após o procedimento cirúrgico.
COLABORAÇÕES
KTB
|
Coleta de dados, concepção e desenho do estudo, gerenciamento do
projeto.
|
GCSA
|
Análise e/ou interpretação dos dados, aprovação final do manuscrito,
redação - preparação do original.
|
UPS
|
Investigação, metodologia, supervisão.
|
GBM
|
Gerenciamento do projeto, metodologia, redação - revisão e edição.
|
REFERÊNCIAS
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Brasília, DF, Brasil.
Autor correspondente: Katia Torres
Batista SMHS 501 bloco A , Brasília, DF, Brasil CEP 70335-901 E-mail:
katiatb@terra.com.br
Artigo submetido: 23/10/2018.
Artigo aceito: 10/2/2019.
Conflitos de interesse: não há.