INTRODUÇÃO
Na sociedade contemporânea existe uma luta infindável por corpos perfeitos. A
satisfação pessoal e o bem-estar físico é parte essencial da qualidade de vida1. Em contraste ao esforço desmedido para obter
o corpo ideal, a chegada das cirurgias plásticas apresentou outra possibilidade:
alcançar um corpo perfeito de maneira imediata2,3.
Algumas vezes, a busca por esses padrões de beleza está ligada às dietas duvidosas
e
à procura descomedida por procedimentos cirúrgicos. O desejo excessivo por uma
aparência harmoniosa pode ocultar alguns fenômenos psicossomáticos como a bulimia
e
anorexia, e outros traços psicopatológicos, a exemplo do Transtorno Dismórfico
Corporal (TDC)4.
Segundo autores que se dedicam a esse assunto, a cirurgia estética interfere
diretamente e de forma positiva no autoconceito das pacientes que não possuem TDC
grave e melhora suas vidas no aspecto psicossocial5. Considerando que são distúrbios psicológicos, devem ser percebidos
como qualquer outro tipo de afecção e a cirurgia plástica, portanto, deve ser
percebida como um tratamento terapêutico adequado em alguns casos6.
O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza cirurgias plásticas e, entre os
procedimentos mais procurados, encontram-se a lipoaspiração, dermolipectomia,
mastopexia, prótese e redução mamária7.
As mulheres tendem a avaliar mais positivamente os ganhos da cirurgia do que os
homens por elas internalizarem mais as mensagens midiáticas acerca da beleza e, por
conseguinte, realizam mais procedimentos, entre eles, a mamoplastia estética.
O principal motivo para a realização de uma mamoplastia estética é a
desproporcionalidade mamária ou ptose acentuada, percebidas como defeituosas. A
mamoplastia de aumento alterna entre a primeira e a segunda cirurgia plástica mais
realizada no Brasil e no mundo, pois a mama é símbolo de feminilidade, maternidade
e
sexualidade e, portanto, a sua realização traz altas expectativas e muitas vezes
promove melhora da qualidade de vida8,9.
Percebeu-se uma lacuna do conhecimento e oportunidade de uma nova pesquisa,
considerando que existem poucos trabalhos mensurando o grau de interferência na
autoestima das mulheres submetidas especificamente à mamoplastia estética e poucos
estudos que comparem o nível de autoestima entre os diferentes tipos de
mamoplastia.
OBJETIVO
O presente estudo tem como objetivo mensurar o impacto da mamoplastia estética na
autoestima das mulheres, conhecer o nível de expectativa e de motivação no pré-
operatório e, ainda, a satisfação no pós-operatório.
MÉTODOS
População e amostra
Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo que avaliou uma população de 40
mulheres. Os critérios de inclusão para este estudo foram mulheres que se
submeteram à mamoplastia estética primária em duas clínicas privadas de Cirurgia
Plástica em uma capital do Nordeste do Brasil.
Coleta de Dados
A coleta inicial de dados foi realizada no período de dezembro de 2016 a janeiro
de 2017. Para responder o questionário pré-cirúrgico, as pacientes foram
abordadas nas salas de espera dos consultórios médicos na última consulta
pré-operatória, receberam informações sobre os objetivos da pesquisa e assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Após dois meses de pós-cirúrgico, houve seguimento e nova aplicação do
questionário, no qual foram acrescentadas perguntas específicas sobre o nível de
satisfação no pós-operatório, interferência em atividades e sobre o desejo de
realização de nova cirurgia. Em ambos os momentos, elas tiveram total liberdade
para tirarem suas dúvidas e fazerem questionamentos. Este trabalho foi aprovado
pelo comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe,
com o CAAE de número: 629097 16.1.0000.5371).
Local do estudo
A coleta de dados foi realizada em duas clínicas privadas de consultórios de
cirurgia plástica, particulares, localizadas em Aracaju, no estado de Sergipe.
Foram elas: Clínica Integrada Homo e Clínica Concept. Posteriormente, a análise
de dados e redação do manuscrito foi feita na Universidade Tiradentes, também em
Aracaju, no estado de Sergipe.
Questionário
Para análise da autoestima, foi utilizada a Escala de Autoestima de Rosenberg. A
escala é validada internacionalmente e muito utilizada para avaliação da
autoestima global. Trata-se de um questionário autoaplicável constituído por
dez frases fechadas, cinco referentes a autoimagem positiva e cinco a autoimagem
negativa. É uma escala tipo Likert de 4 pontos. As opções
indicam o grau de discordância ou concordância com a frase proposta: 0 =
discordo totalmente, 1 = discordo, 2 = concordo, 3 = concordo totalmente.
A interpretação do somatório de todos os itens da escala (escore bruto) deve ser
feita com uma tabela de normas adequada ao sexo e à idade. O escore bruto
correspondente ao percentil 15 deve ser equivalente a um desvio padrão (DP)
abaixo da média. O percentil 85 deve corresponder a um DP acima da média.
Escores que se situam abaixo da média indicam baixa autoestima e os que se
situam acima da média correspondem à alta autoestima.
Análise de dados
Os dados coletados foram descritos por meio de frequências simples e percentuais
quando categóricas ou média e desvio padrão quando contínuas, discretas ou
ordinais. As associações foram avaliadas com o teste Exato de Fisher. As
diferenças de média foram avaliadas por meio da Análise Variância univariada
(amostra independente) e bivariada (amostra pareada). O nível de significância
adotado foi de 5% e o software utilizado foi o R Core
Team 2017.
RESULTADOS
Características demográficas
A amostra estudada consistiu em 40 pacientes com média de idade de 32,825 ±
10,8531 anos, sendo 100% do sexo feminino.
No que diz respeito à pergunta sobre trabalho profissional, 84,8% relataram estar
atuando no mercado de trabalho. Quanto ao nível de escolaridade, 46,1% possuem
ensino superior completo e 35,9% o médio completo, ao passo que 7,7% possuem o
fundamental completo e 10,3% incompleto.
Motivações, propostas e influências para realização de
cirurgia
A principal motivação para a realização do procedimento cirúrgico, considerando
todos os tipos de mamoplastia no atual estudo, foi o desejo de elevar a
autoestima. Essa motivação foi encontrada em 37,5% das entrevistadas. Quando
indagadas sobre quem sugeriu a cirurgia, 85% relataram que a decisão foi por
iniciativa própria. Em 22,5% dos casos, foi por sugestão de amigos e 10% de
familiares.
Dentre as 40 pacientes, 57,5% relataram que a principal influência foi a
necessidade de aceitação pessoal.
Necessidade de explicaçãosocial sobre o procedimento cirúrgico
realizado
Quanto à opção de dar conhecimento às pessoas sobre a intervenção cirúrgica,
apenas 7,5% não dariam satisfação.
Satisfaçãopós-cirúrgica
No que concerne à satisfação pós-cirúrgica em relação aos seios, 25,6% referiram
uma satisfação moderada e 74,4% relataram estar muito satisfeitas com o
resultado. Dentre as 40 pacientes, uma preferiu abster-se da resposta.
Considerando a relação entre satisfação e os tipos de mamoplastia, vide Figura 1.
Figura 1 - Satisfação pós-cirúrgica.
Figura 1 - Satisfação pós-cirúrgica.
Pontuação pré-cirúrgica da Escala de Autoestima de
Rosenberg
No pré-cirúrgico, as pacientes obtiveram um escore bruto de 32,1 ± 5,3. A média
do percentil pré-cirúrgico foi de 50 ± 26,5.
Apenas 10% possuíam autoestima baixa (percentil < 15) no pré-cirúrgico.
Pontuação pós-cirúrgica da Escala de Autoestima de
Rosenberg
No pós-cirúrgico, as pacientes obtiveram um escore bruto de 34,9 ± 4,6. A média
do percentil pós-cirúrgico foi de 63,3 ± 26,6.
Das pacientes que possuíam autoestima baixa (percentil < 15) no pré-cirúrgico,
50% passaram a autoestima média ou alta, sendo que uma delas passou do percentil
5 no pré-cirúrgico para o percentil 95 no pós-cirúrgico.
Variação de pontuaçãoprée pós-cirúrgico na Escala de Autoestima de
Rosenberg
Houve um aumento geral de 13,3% percentis (variação apontada na Figura 2), considerado médio de acordo com o
Teste de Cohen, na autoestima das pacientes submetidas à mamoplastia estética
(p-valor 0,009). Considerando o tipo de mamoplastia
realizada, a variação pode ser vista na Figura 3.
Figura 2 - Variação de percentil na Escala de Autoestima de
Rosenberg.
Figura 2 - Variação de percentil na Escala de Autoestima de
Rosenberg.
Figura 3 - Variação de percentil pré e pós-cirúrgico na Escala de Autoestima
de Rosenberg de acordo com tipo de mamoplastia realizada.
Figura 3 - Variação de percentil pré e pós-cirúrgico na Escala de Autoestima
de Rosenberg de acordo com tipo de mamoplastia realizada.
Interferências da mamoplastia na vida pessoal, profissional e/ou
social
Em 25,6% das pacientes, o resultado da cirurgia plástica não interferiu na vida
pessoal, profissional e/ou social. Para 74,4%, a cirurgia interferiu
positivamente e de diferentes maneiras. Houve aumento de autoestima em 51,3%,
melhora na aparência em 12,8% e maior aceitação social em 10,3%. Uma das
pacientes preferiu abster-se da resposta.
A cirurgia interferiu de modo positivo sobre os aspectos abordados em 44,4% das
pacientes que se submeteram à mastopexia, frente à 83,33% das que não realizaram
(p - valor 0,032).
Interferências na vida sexual
No tocante às interferências causadas pela cirurgia na vida sexual, 60% relataram
que houve influência positiva, sendo que 20% consideraram nível moderado e 40%
consideraram alto. Já 5% relataram uma interferência negativa: 2,5% referiram
impacto negativo baixo e 2,5% moderado. Não houve interferência na vida sexual
para 30% das pacientes e 5% relataram que não possuíam vida sexual.
DISCUSSÃO
A média de idade encontrada nos indivíduos incluídos no nosso estudo foi de 32,825
±
10,8531 anos (idade mínima de 18 anos e máxima de 58), caracterizando uma amostra
de
mulheres que se submetem a estes procedimentos semelhante aos dados divulgados no
Censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (2016).
Neste estudo, constatou-se um aumento geral na Escala de Autoestima de Rosenberg de
13,3 percentis na autoestima das pacientes submetidas à mamoplastia estética
(p-valor 0,009), considerado um aumento médio de acordo com o
Teste de Cohen. Esse resultado condiz com o fato de a cirurgia plástica ser
considerada uma terapêutica adequada para melhoria da autoestima6, e corrobora o autor que demonstrou que a
intervenção na imagem corporal resulta em melhorias na qualidade de vida e nos
aspectos biopsicossociais das pacientes, obtendo uma correlação estatística
(p < 0,005) entre saúde geral, aumento de autoestima em
pacientes no pós-operatório e influência positiva no relacionamento em um estudo com
90 pacientes no Instituto Ivo Pitanguy8.
Autores também relataram como a satisfação corporal reflete na qualidade de vida e
nos desempenhos emocionais e sociais do indivíduo perante a sociedade. Eles
demonstraram que a busca pela beleza através das cirurgias plásticas está associada
também a um objetivo de mudança na aceitação e posição social10-12.
Apesar de a média do percentil pré-cirúrgico na presente pesquisa ter sido de 50 ±
26,5, ou seja, a maioria das mulheres já estava situada na zona de média autoestima,
houve um ganho de percentil pós-cirúrgico, com média de 63,3 ± 26,6. Apenas 10%
possuíam autoestima baixa (percentil < 15) no pré-cirúrgico. Acredita-se que
essas pacientes poderiam representar a população de mulheres com TDC solicitantes
de
cirurgia plástica. Por não acreditarem que sofrem de um transtorno mental, estas
mulheres antes de procurarem um psicólogo ou psiquiatra, buscam cirurgiões
plásticos. No pós-cirúrgico, 50% saíram da zona de baixa autoestima e 50%
permaneceram.
Brito et al.5, por meio de uma revisão de
literatura de estudos prospectivos sobre pacientes com TDC solicitantes de cirurgia
plástica, concluíram que pacientes com TDC leve também poderiam se beneficiar com
os
resultados deste procedimento.
O estudo com 115 mulheres divididas em grupos quanto ao número de cirurgias
realizadas e que responderam o Body Shape Questionnaire e o
Questionário de Atitudes Socioculturais em Relação à Aparência encontrou que 30,43%
das mulheres que já haviam realizado mais de um procedimento cirúrgico, ainda se
encontravam insatisfeitas com a imagem corporal e concluiu que esse resultado pode
ser reflexo da presença de traços de TDC verificados nas participantes da pesquisa,
pois, em pós-cirúrgicos de mulheres com TDC grave, os defeitos reais ou imaginários
permanecem4. Caso os cirurgiões não
estejam atentos aos sintomas da doença, podem reoperar essas pacientes, obtendo
sempre um desfecho negativo em relação à satisfação pós-cirúrgica destas.
As duas pacientes do presente estudo que permaneceram com baixa autoestima no
pós-cirúrgico relataram moderada satisfação com os resultados. Além da possibilidade
de TDC não diagnosticado, é razoável pensar que a experiência e os fatores externos
vivenciados pela paciente podem ter alterado esse reconhecimento pessoal
pós-cirúrgico. Não entender os itens solicitados pelo instrumento de coleta da
pesquisa também seria uma possibilidade, embora menos provável pelo fato destas duas
pacientes possuírem ensino superior completo.
A literatura relata a importância da investigação de motivações e influências na
indicação da cirurgia estética13. Indivíduos
que buscam a cirurgia estética por razões puramente externas e temporais podem não
ser capazes de avaliar e compreender os riscos e benefícios a longo prazo da
cirurgia. Os cirurgiões necessitam discutir e entender sobre sentimentos e
expectativas dos pacientes relacionadas à cirurgia e fazê-los entender que é
impossível controlar o feedback que receberão em sua aparência
alterada.
De acordo com o presente estudo, a maioria das pacientes buscou mamoplastia por
razões internas, visto que a principal motivação para realização do procedimento
cirúrgico foi o desejo de elevar a autoestima (37,5%). A maioria (85%) declarou que
a escolha da cirurgia foi por iniciativa própria e 57,5% relataram que a principal
influência foi a necessidade de aceitação pessoal. Comparando as motivações
encontradas com a satisfação pós-cirúrgica, encontramos dados condizentes com a
literatura, visto que das pacientes que responderam sobre satisfação pós-cirúrgica,
todas mostraram-se satisfeitas com os resultados (25,6% referiram satisfação
moderada e 74,4% alta satisfação).
Contudo, um resultado relevante nessa amostra, foi que 92,5% responderam que dariam
satisfação social sobre o procedimento realizado, o que comprova a necessidade de
obter aprovação e mais afeto de outras pessoas. Além disso, em 32,5% dos casos, a
decisão do procedimento cirúrgico foi por sugestão de amigos ou familiares.
Foustanos et al.14 já obtiveram resultados
semelhantes e os seus achados foram confirmados pela presente pesquisa. Um projeto,
por meio de um questionário sobre autoimagem, autoconfiança e ambiente de trabalho,
aplicado em 100 mulheres que se submeteram à cirurgia plástica estética, relatou
também que a aparência influencia no desenvolvimento profissional e que os elogios
sociais repercutem na autoconfiança no trabalho1
4. No presente estudo, 84,8% das participantes
relataram estar em exercício da profissão. Portanto, restaurar a aparência física
refletiu como ganho de vigor, juventude e autoconfiança necessários para a auto
afirmação profissional.
Este atual estudo demonstrou também que os três tipos de cirurgia (redução da mama,
implante mamário e mastopexia) produzem o mesmo desfecho quanto a variação de
autoestima. A cirurgia redutora, além da questão estética, traz alívio para o
desconforto físico causado pelo grande volume mamário. Partindo desse princípio,
pode- se imaginar que a cirurgia redutora traria um maior ganho na variação de
autoestima, entretanto, percebe-se que essa hipótese não se sustenta, haja vista que
as cirurgias de caráter apenas estético são tão impactantes na melhoria da qualidade
de vida e nos aspectos biopsicossociais das pacientes quanto as cirurgias que têm
caráter também reparador.
Em relação à satisfação pós-cirúrgica na presente pesquisa, 60% das pacientes de
mastopexia mostraram-se satisfeitas e 40% relataram interferência positiva e elevada
na vida sexual.
Houve prevalência de prole já constituída na nossa pesquisa em 70% das pacientes que
se submeteram à mastopexia. A literatura descreve a mama como símbolo de
feminilidade e de sexualidade feminina9. Sendo
assim, ela possui poder erógeno e representa uma identidade corporal. Caso a mulher
sofra alterações físicas importantes na mama, inclusive as decorrentes da
amamentação, consequentemente haverá comprometimento das funções psicológicas, tanto
que 50% das pacientes que optaram pela mastopexia tiveram como principal motivação
a
elevação da autoestima.
Dentro da nossa amostra, as cirurgias interferiram de modo positivo sobre a vida
pessoal, profissional e/ou social em 44,4% das pacientes que se submeteram à
mastopexia. Esse resultado era esperado, visto que as pacientes que realizam
mastopexia são normalmente mulheres mais jovens, com vida sexual e profissional
ativas, e que tiveram seus seios modificados por alterações na elasticidade da
pele, devido à: gravidez, amamentação, oscilações de peso, entre outros.
Entretanto, essa influência positiva também esteve presente em 83,33% das que não
realizaram este procedimento específico (p-valor 0,032).
A influência positiva se reflete em diversos procedimentos, entre eles, o aumento
mamário com prótese de silicone que revelou que 100% das pacientes demonstraram alta
satisfação pós-cirúrgica.
Em 17 de maio de 2017, a Federação Ibero Latino-Americana de Cirurgia Plástica
assinou uma declaração de compromisso para implementar mais segurança na
especialidade e com a finalidade de definir ações para reduzir o número de mortes
e
sequelas causadas pela cirurgia, preservando assim a saúde dos pacientes. Essa ação
é muito importante para dar uma maior garantia de resultados estéticos satisfatórios
e preservar a vida dos pacientes e com grande repercussão nos índices mundiais,
visto que Brasil e México compõem esse grupo, dois países que mais realizam
cirurgias plásticas no mundo15.
Na presente pesquisa todas as pacientes que participaram do estudo relataram que
foram bem informadas sobre o procedimento que gostariam de realizar, sobre as opções
terapêuticas possíveis de acordo com as suas necessidades, e bem orientadas quanto
aos possíveis riscos e desvantagens do procedimento a ser realizado. Das pacientes
do estudo, 97,5% relataram entendimento de que na cirurgia plástica estética não tem
garantias de resultados específicos e 55,5% demonstraram otimismo ou tranquilidade
diante dessa situação, dados que remetem à confiança na equipe cirúrgica. Estes
achados são relevantes e apontam uma maior preocupação da categoria acerca destes
esclarecimentos no sentido de trazer mais segurança e fomentar confiança.
CONCLUSÃO
O trabalho mensurou impacto de mamoplastia estética na autoestima das mulheres.
Concluímos que houve um aumento médio na autoestima das pacientes submetidas à
mamoplastia estética, reforçando que a cirurgia plástica pode ser considerada uma
terapêutica adequada para melhoria da autoestima.
Os tipos de cirurgia produzem o mesmo desfecho quanto à variação de autoestima, ou
seja, as cirurgias de caráter apenas estético são tão impactantes na melhoria da
qualidade de vida e nos aspectos biopsicossociais das pacientes quanto as cirurgias
com caráter também reparador.
Foi demonstrado que a satisfação no pós-operatório de uma paciente depende da
associação entre um desejo cirúrgico de mudança da imagem corporal com motivações
coerentes e bem estruturadas, e uma maior preocupação dos cirurgiões com os aspectos
legais em relação à boa orientação sobre as opções terapêuticas, com explicações
claras sobre possíveis riscos e benefícios do procedimento cirúrgico a ser
realizado.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à cirurgiã plástica Tirzah Wynne Cardoso pelo estímulo e suporte,
confiando suas pacientes para este estudo.
COLABORAÇÕES
GRS
|
Análise e/ou interpretação dos dados, aprovação final do manuscrito,
coleta de dados, conceitualização, concepção e desenho do estudo,
gerenciamento do projeto, investigação, realização das operações e/ou
experimentos, redação - revisão e edição, validação.
|
DCA
|
Análise e/ou interpretação dos dados, coleta de dados, realização das
operações e/ou experimentos.
|
CV
|
Análise e/ou interpretação dos dados, realização das operações e/ou
experimentos.
|
RAC
|
Análise e/ou interpretação dos dados, realização das operações e/ou
experimentos.
|
GGL
|
Redação - preparação do original, redação - revisão e edição,
visualização.
|
LS
|
Redação - preparação do original, redação - revisão e edição,
visualização.
|
RAC
|
Redação - preparação do original, redação - revisão e edição,
visualização.
|
DP
|
Aprovação final do manuscrito, gerenciamento do projeto, redação -
revisão e edição, supervisão.
|
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Brasil
2. Clínica Concept, Aracaju, SE,
Brasil
3. Clínica Integrada Homo, Aracaju, SE,
Brasil
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Brasil.
Autor correspondente: Gabriel Gonçalves
Lopes Rua Manoel Andrade, nº 2576 - Coroa do Meio, Aracaju, SE,
Brasil CEP 49035-530 E-mail: gabriel.pglopes@gmail.com
Artigo submetido: 23/10/2018.
Artigo aceito: 10/2/2019.
Conflitos de interesse: não há.