INTRODUÇÃO
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de mama é o segundo tipo mais
comum de câncer registrado entre mulheres no Brasil e no mundo – atrás apenas do
câncer de pele não melanoma. A doença responde por cerca de 25% dos novos casos de
câncer registrados todos os anos. Para o ano de 2016, eram esperados cerca de 57.960
novos casos de câncer de mama registrados no Brasil. Em 2013, 14.388 pessoas
morreram no país em razão da doença, sendo desse total 14.206 mulheres1.
Em decorrência do aumento na incidência de câncer de mama, a procura pela
reconstrução mamária também vem crescendo, juntamente com a preocupação em relação
à
satisfação e à qualidade de vida das pacientes.
A mastectomia, mesmo acompanhada de reconstrução mamária imediata, pode ser
vivenciada de modo traumático pela mulher, sendo considerada uma mutilação, afetando
sua autoestima e estabilidade emocional. Além disso, após procedimento cirúrgico,
pacientes podem apresentar sintomas como dores ou desconfortos na área da mama,
alteração na sensação tátil do seio, comprometimento da funcionalidade do membro
superior após a dissecção dos linfonodos axilares, entre outros, afetando a
qualidade de vida dessas pacientes2.
É diante deste cenário que se sobressai a importância da reconstrução de mama para
que a paciente possa melhorar sua imagem corporal, além de reestabelecer seu papel
social e melhorar a qualidade de vida3.
Dentre as técnicas utilizadas na reconstrução mamária, temos as que utilizam prótese
de silicone e expansor de tecido, podendo ser realizadas de forma imediata ou tardia
à mastectomia.
A prótese mamária de gel de silicone foi desenvolvida em 1961 por Cronin, Gerow e
a
Dow Corning Corp, apresentada em 1963, mudando a evolução da reconstrução mamária.
Na França, Arion apresentou em 1965 o primeiro expansor de tecidos, mas foi em 1982
que Radovan descreveu seu uso na reconstrução mamária. Becker, em 1984, desenvolveu
expansor tissular definitivo. Técnicas desenvolvidas com a utilização destes
materiais aloplásticos proporcionaram melhoria da qualidade de vida das pacientes,
reduzindo o impacto da mutilação, diminuindo o tempo cirúrgico, menor período de
internação, ausência de ária doadora, menor risco de complicações4,5.
A forma mais eficaz para a avaliação da qualidade de vida é por meio de questionários
validados e focados no tratamento em questão6,7. O questionário
BREAST-Q® foi validado e especificamente formulado para
avaliação pré e pós-operatória da qualidade de vida relacionada à reconstrução
mamária7,8.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo principal avaliar a qualidade de vida e satisfação com
o resultado estético das pacientes submetidas à reconstrução mamária com implantes,
comparando o período anterior com o período posterior à reconstrução mamária.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo observacional longitudinal retrospectivo por meio da revisão
de
prontuários das pacientes submetidas à reconstrução mamária com uso de implantes de
silicone ou de expansor de tecido no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2016,
associado a um estudo transversal por meio da aplicação do questionário
BREAST-Q® e avaliação do resultado estético após análise de
fotografias pré e pós-operatórias.
Este projeto de pesquisa seguiu os trâmites legais determinados pela Resolução 196/96
do Conselho Nacional de Saúde no que se refere à pesquisa envolvendo seres humanos
e
de acordo com os princípios da Declaração de Helsinque.
Todas as cirurgias foram realizadas pela mesma cirurgiã plástica em 5 hospitais
localizados na cidade de Brasília (DF).
As variáveis avaliadas foram idade, índice de massa corporal (IMC), comorbidades,
tipo de reconstrução mamária realizada, resultado do estudo histopatológico da lesão
biopsiada, a lateralidade, tempo em que foi realizada a reconstrução mamária
(imediata ou tardia), realização de simetrização, preservação do complexo
areolopapilar (CAP) na mastectomia, complicações pós-operatórias, a realização de
quimioterapia e radioterapia e se houve finalização de todas as etapas da
reconstrução mamária.
Os critérios de inclusão no estudo foram:
Pacientes submetidas à mastectomia total em decorrência de câncer de
mama diagnosticado ou por motivos profiláticos;
Pacientes submetidas à reconstrução mamária por meio de técnicas que
utilizaram prótese mamária ou expansor de tecido;
Pacientes que estiveram de acordo com o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, autorizando o uso de seus registros e de suas fotografias
para fins científicos;
Já os critérios de exclusão foram:
Pacientes submetidas a outras técnicas de reconstrução mamária;
Pacientes que não responderam o questionário BREAST-Q®
pré e pós-operatório;
Pacientes que se recusaram a participar do estudo.
Questionários para avaliação da qualidade de vida –
BREAST-Q®
Para a avaliação da qualidade de vida das pacientes, foi utilizado o
BREAST-Q®, um questionário validado internacionalmente
para o desenvolvimento de escalas de avaliação da qualidade de vida relacionada
à reconstrução mamária sob a perspectiva do paciente6,7. Foi desenvolvido
baseado nos guidelines do FDA (U.S. Food and Drug
Administration/Guidance and Compliance Regulatory Information). É
composto por quatro módulos independentes (mamoplastia redutora, mamoplastia de
aumento, reconstrução mamária e mastectomia). Cada um dos módulos inclui um
núcleo de escalas independentes que avaliam seis domínios (satisfação com as
mamas, satisfação com o resultado geral, bem-estar psicossocial, bem-estar
sexual, bem-estar físico e satisfação com o atendimento).
As respostas das pacientes aos itens de cada escala são transformadas, por meio
do software de pontuação Q-Score®, para fornecer um escore
total (para cada escala), que varia de 0 a 100. Em todas as escalas do BREAST-
Q® uma pontuação maior significa maior satisfação ou uma
melhor qualidade de vida mamária7,8.
O questionário foi traduzido para o português sem que houvesse alguma alteração
do sentido de cada frase. Utilizamos duas versões do questionário, uma
específica para o pré- operatório e uma para o pós-operatório. No questionário
pré-operatório, utilizamos 4 domínios (satisfação com as mamas, bem-estar
psicossocial, bem-estar físico e bem-estar sexual), já no questionário
pós-operatório, utilizamos 5 domínios (satisfação com as mamas, satisfação com o
resultado geral, bem-estar psicossocial, bem-estar sexual, bem-estar físico),
acrescido de 1 subdomínio (satisfação com o mamilo).
Satisfação e resultado estético
Foi realizada avaliação médica do resultado estético obtido após a análise das
fotografias pré-operatória e pós-operatória disponíveis em prontuário. A análise
da satisfação do cirurgião com os resultados obtidos foi classificada como
insatisfatório, nos casos considerados como ruim ou regular, ou satisfatório,
nos casos considerados como bom ou ótimo. Já a satisfação das pacientes foi
relatada por meio do questionário BREAST-Q®.
Técnica cirúrgica
A técnica cirúrgica aplicada para ambos os procedimentos, reconstrução com uso de
prótese ou com uso de expansor, foi a mesma. A escolha entre as duas técnicas se
dava sempre no momento da cirurgia quando a complacência do músculo era testada
através da colocação de moldes. Nos casos nos quais não era possível alcançar o
tamanho adequado com a implantação direta da prótese, era utilizado expansor de
tecido.
Inicialmente, a paciente é submetida à mastectomia sob anestesia geral pela
equipe de mastologia e realizada a avaliação do peso da peça retirada. Após esse
primeiro tempo, a equipe da Cirurgia Plástica assume a cirurgia, confeccionando
uma loja submuscular após infiltração composta de solução fisiológica 0,9% e de
adrenalina (1:300.000), utilizando os músculos peitoral maior, reto abdominal e
fáscia do serrátil anterior (quando possível) ou o próprio músculo. É realizada
uma hemostasia rigorosa seguida de teste com moldes e colocação do implante:
prótese ou expansor. Por fim, faz-se o fechamento da loja e colocação de dreno
portovac, ajustes dos retalhos de pele e suturas.
Análise estatística
A análise estatística foi realizada com o software SPSS 22.0
(IBM-SPSS Inc., Armonk, New York). Para avaliação estatística das variáveis
categóricas, foram utilizados o teste Qui-quadrado e teste exato de Fisher. Os
resultados foram considerados estatisticamente significativos quando
p ≤ 0,05.
RESULTADOS
Foram selecionados 74 pacientes que foram submetidos à reconstrução mamária com
implantes, sendo 59 (79,72%) com prótese de silicone e 15 (20,27%) com expansor
(Tabela 1). A idade dos pacientes variou
de 24 a 81 anos, com média de 55 anos e mediana de 54 anos. Já o IMC variou de 17,95
a 36,98, com média de 24,50.
Tabela 1 - Dados reconstrução mamária
Dados demográficos - reconstrução
mamária
|
Prótese de silicone |
|
59 (79,72%) |
Expansor |
|
15 (20,27%) |
Imediata |
|
71 (95,94%) |
Tardia |
|
03 (4,05%) |
Unilateral |
|
37 (50%) |
Bilateral |
|
37 (50%) |
Preservação Cap |
|
30 (40,54%) |
Sumetrização |
|
48 (64,86%) |
QT |
|
45 (60,81%) |
|
ADJ |
24 (53,33%) |
|
NEO |
21 (46,67%) |
RT |
|
24 (32,43%) |
|
|
Total = 74 (100%) |
Tabela 1 - Dados reconstrução mamária
Dessas 74 reconstruções mamárias, 71 (95,94%) foram realizadas no mesmo tempo
cirúrgico da mastectomia, sendo chamada de reconstrução mamária imediata. Somente
3
(4,05%) reconstruções foram tardias. Em relação à lateralidade, 50% foram
unilaterais e 50% bilaterais (Tabela 1).
Nas reconstruções mamárias realizadas, em 30 (40,54%) delas o complexo areolopapilar
(CAP) foi poupado. Além disso, 48 (64,86%) pacientes foram submetidas, em um segundo
tempo cirúrgico, à simetrização das mamas (Tabela 1).
Dos 74 pacientes submetidos à reconstrução mamária, 45 (60,81%) submeteram-se à
quimioterapia (QT) como tratamento complementar à mastectomia, sendo que 24 (53,33%)
pacientes realizaram quimioterapia adjuvante (ADJ) e 21 (46,67%) neoadjuvante (NEO).
Vinte e nove (39,18%) pacientes não realizaram nenhum tipo de quimioterapia. Já em
relação à radioterapia (RT), em 24 (32,43%) pacientes foi necessária essa forma de
terapia (Tabela 1).
Em se tratando das comorbidades dos pacientes submetidos à reconstrução mamária nesse
estudo, 17 (22,97%) pacientes não apresentavam nenhum tipo de doença. Em
contraposição, 16 (21,62%) pacientes eram hipertensos, 15 (20,27%) apresentavam
dislipidemia, 13 (17,57%) apresentavam hipotireoidismo, 8 (10,81%) relatavam fazer
tratamento para depressão, 6 (8,11%) eram diabéticos tipo II, 3 (4,05%) apresentavam
arritmia e/ou outros transtornos cardíacos, 1 (1,35%) era portador de mieloma
múltiplo, 1 (1,35%) era portador de trombofilia e 1 (1,35%) era portador de mutação
genética para trombose. Além disso, 5 (6,76%) pacientes eram tabagistas e 15
(20,27%) relataram ser ex-tabagistas. Muitos apresentavam concomitantemente mais de
uma comorbidade.
Em relação às complicações cirúrgicas apresentadas após cirurgia de reconstrução
mamária, 33 (44,59%) pacientes não apresentaram nenhum tipo de complicação.
Entretanto, foram observados 14 (18,92%) casos de seroma em mamas; 7 (9,46%) casos
de pequena necrose em região do CAP; 6 (8,11%) casos com pequena deiscência em
região do T; 5 (6,76%) casos com hematomas; 3 (4,05%) pacientes tiveram assimetria
das mamas e 3 (4,05%) pacientes apresentaram contratura capsular. Foram observadas
3
outras complicações, como infecção (2 casos) e trombose venosa tardia. Alguns
pacientes apresentaram mais de uma complicação (Tabela 2).
Tabela 2 - Complicações pós-operatórias
Complicações Pós-Operatórias |
Seroma |
14 (18,92%) |
Pequena Necrose Cap |
07 (9,46%) |
Deiscência Mama |
06 (8,11%) |
Hematomas |
05 (6,76%) |
Assimetria |
03 (4,05%) |
Contratura Capsular |
03 (4,05%) |
Outras |
03 (4,05%) |
|
Total = 74 (100%) |
Tabela 2 - Complicações pós-operatórias
Dos 74 pacientes selecionados, 52 (70,27%) responderam o questionário aplicado
referente ao período pré-reconstrução, já 48 (64,86%) responderam o questionário
referente ao período pós-reconstrução mamária. Foram excluídas as respostas de 4
pacientes, pois essas não responderam o questionário pós-reconstrução de mama. Além
disso, foram excluídas também as respostas de mais 3 pacientes, pois estavam
incompletas, totalizando um total de 45 (60,81%) pacientes. Foi realizada a análise
estatística em relação às respostas das pacientes antes e depois de se submeterem
à
reconstrução mamária.
Em relação ao domínio satisfação com a mama, as respostas que apresentaram
significância estatística comparando pré e pós-reconstrução foram referentes às
perguntas: “Como se sentiam ao se olhar no espelho vestidas” e “Como se sentiam em
relação à capacidade de usarem roupas que se encaixam melhor”. A primeira apresentou
p de 0,00121 e a segunda de 0,0249 (Figuras 1 e 2).
Figura 1 - Ao se olhar no espelho vestida.
Figura 1 - Ao se olhar no espelho vestida.
Figura 2 - Capacidade de usarem roupas que se encaixam melhor.
Figura 2 - Capacidade de usarem roupas que se encaixam melhor.
As Tabelas 3, 4 e 5 mostram o número de
respostas, em porcentagem, referentes a cada pergunta dos questionários pré e
pós-reconstrução mamária. Além disso, mostra o valor de p obtido
pela análise estatística. A Tabela 3
referente ao domínio bem-estar psicossocial; a Tabela 4 referente ao bem-estar físico e a Tabela 5 referente ao bem-estar sexual. No domínio bem-estar
físico, houve significância estatística em 4 perguntas, como demonstrada na Tabela 4. Já no domínio bem-estar psicossocial
e bem-estar sexual, não foi encontrado nenhum valor de p
considerado significativo.
Tabela 3 - Bem-estar psicossocial (pré e pós-reconstrução mamária)
Bem-estar psicossocial |
Pré (%) |
Pós (%) |
P valor
|
Confiantes ambiente social |
|
Todas às vezes |
56 |
54,55 |
0,9286 |
|
Maioria das vezes |
30 |
29,55 |
|
Algumas vezes |
6 |
9,09 |
|
Poucas vezes |
6 |
4,55 |
|
Nenhuma vez |
2 |
2,27 |
Capaz de fazer coisas que queiram
fazer
|
|
Todas às vezes |
41,18 |
44,44 |
0,6620 |
|
Maioria das vezes |
39,22 |
42,22 |
|
Algumas vezes |
9,80 |
8,89 |
|
Poucas vezes |
5,88 |
2,22 |
|
Nenhuma vez |
3,92 |
2,22 |
Saudável emocionalmente |
|
Todas às vezes |
31,37 |
46,67 |
0,1755 |
|
Maioria das vezes |
50,98 |
35,56 |
|
Algumas vezes |
7,84 |
8,89 |
|
Poucas vezes |
5,88 |
6,67 |
|
Nenhuma vez |
3,92 |
2,22 |
Mesmo valor das outras mulheres |
|
Todas às vezes |
49,02 |
50 |
0,1442 |
|
Maioria das vezes |
29,41 |
31,82 |
|
Algumas vezes |
15,69 |
11,36 |
|
Poucas vezes |
0 |
4,45 |
|
Nenhuma vez |
5,88 |
2,27 |
Autoconfiantes |
|
Todas às vezes |
37,25 |
38,64 |
0,4324 |
|
Maioria das vezes |
41,18 |
45,45 |
|
Algumas vezes |
13,73 |
9,09 |
|
Poucas vezes |
1,96 |
4,55 |
|
Nenhuma vez |
5,88 |
2,27 |
Femininas em suas roupas |
|
Todas às vezes |
49,02 |
47,73 |
0,1178 |
|
Maioria das vezes |
29,41 |
36,36 |
|
Algumas vezes |
13,73 |
6,82 |
|
Poucas vezes |
1,96 |
6,82 |
|
Nenhuma vez |
5,88 |
2,27 |
Aceitando próprio corpo |
|
Todas às vezes |
37,25 |
40,91 |
0,6593 |
|
Maioria das vezes |
41,18 |
40,91 |
|
Algumas vezes |
11,76 |
9,09 |
|
Poucas vezes |
1,96 |
4,55 |
|
Nenhuma vez |
7,84 |
4,55 |
Normal |
|
Todas às vezes |
39,22 |
46,67 |
0,5750 |
|
Maioria das vezes |
43,14 |
35,56 |
|
Algumas vezes |
7,84 |
11,11 |
|
Poucas vezes |
1,96 |
2,22 |
|
Nenhuma vez |
7,84 |
4,44 |
Iguais outras mulheres |
|
Todas às vezes |
39,22 |
47,73 |
0,3179 |
|
Maioria das vezes |
39,22 |
29,55 |
|
Algumas vezes |
11,76 |
13,64 |
|
Poucas vezes |
3,92 |
6,82 |
|
Nenhuma vez |
5,88 |
2,27 |
Atraentes |
|
Todas às vezes |
25,49 |
38,64 |
0,0662 |
|
Maioria das vezes |
37,25 |
27,27 |
|
Algumas vezes |
15,69 |
22,73 |
|
Poucas vezes |
13,73 |
6,82 |
|
Nenhuma vez |
7,84 |
4,55 |
Tabela 3 - Bem-estar psicossocial (pré e pós-reconstrução mamária)
Tabela 4 - Bem-estar físico (pré e pós-reconstrução mamária).
Bem-estar físico |
Pré (%) |
Pós(%) |
P valor
|
Dor no pescoço |
|
Tempo todo |
2,08 |
0,00 |
0,1347 |
|
Maioria das vezes |
6,25 |
4,55 |
|
Algumas vezes |
14,58 |
27,27 |
|
Poucas vezes |
10,42 |
11,36 |
|
Nunca |
66,67 |
56,82 |
Dor nas costas |
|
Tempo todo |
2,08 |
2,27 |
0,3240 |
|
Maioria das vezes |
12,50 |
9.09 |
|
Algumas vezes |
20,83 |
27,27 |
|
Poucas vezes |
16,67 |
25 |
|
Nunca |
47,92 |
36,36 |
Dor nos ombros |
|
Tempo todo |
2,08 |
0,00 |
0,2905 |
|
Maioria das vezes |
10,42 |
6,82 |
|
Algumas vezes |
14,68 |
22,73 |
|
Poucas vezes |
14,58 |
11,36 |
|
Nunca |
58,33 |
59,09 |
Dor nos braços |
|
Tempo todo |
4,17 |
0,00 |
0,0396* |
|
Maioria das vezes |
4,17 |
2,27 |
|
Algumas vezes |
16,67 |
20,45 |
|
Poucas vezes |
37,50 |
25 |
|
Nunca |
37,50 |
52,27* |
Dor nas costelas |
|
Tempo todo |
2,08 |
0,00 |
0,0007* |
|
Maioria das vezes |
14,58* |
2,27 |
|
Algumas vezes |
20,83* |
11,36 |
|
Poucas vezes |
18,75 |
18,18 |
|
Nunca |
43,75 |
68.18* |
Dor musculatura torácica |
|
Tempo todo |
6.38 |
2,27 |
0,5263 |
|
Maioria das vezes |
4,26 |
6,82 |
|
Algumas vezes |
19,15 |
15,91 |
|
Poucas vezes |
17,02 |
15,91 |
|
Nunca |
53.19 |
59,09 |
Dificuldade em movimentar os braços |
|
Tempo todo |
6,38 |
2,27 |
0,1253 |
|
Maioria das vezes |
4,26 |
6,82 |
|
Algumas vezes |
8,51 |
4,55 |
|
Poucas vezes |
31,91 |
22,73 |
|
Nunca |
48,94 |
63,64 |
Dificuldade em dormir pelo desconforto na
área das mamas
|
|
Tempo todo |
10,64* |
2,27 |
0,0257* |
|
Maioria das vezes |
6,38 |
15,91* |
|
Algumas vezes |
21,28 |
22,73 |
|
Poucas vezes |
25,53 |
18,18 |
|
Nunca |
36,17 |
40,91 |
Aperto na área das mamas |
|
Tempo todo |
6,38 |
6,82 |
0.9500 |
|
Maioria das vezes |
6,38 |
4,55 |
|
Algumas vezes |
12,77 |
11,36 |
|
Poucas vezes |
23,40 |
27,27 |
|
Nunca |
51.06 |
50 |
Repuxar área das mamas |
|
Tempo todo |
6,38 |
7,32 |
0,7006 |
|
Maioria das vezes |
6,38 |
7,32 |
|
Algumas vezes |
17,02 |
14.63 |
|
Poucas vezes |
21,28 |
29,27 |
|
Nunca |
48.94 |
41,46 |
Irritação ao tocar a mama |
|
Tempo todo |
6,38 |
6.82 |
0.2634 |
|
Maioria das vezes |
4,26 |
4,55 |
|
Algumas vezes |
4,26 |
11,36 |
|
Poucas vezes |
19,15 |
11,36 |
|
Nunca |
65.96 |
65,91 |
Sensibilidade na área das mamas |
|
Tempo todo |
8,70 |
4,55 |
0,1271 |
|
Maioria das vezes |
13,04 |
13,64 |
|
Algumas vezes |
19,57 |
27,27 |
|
Poucas vezes |
39,96 |
25 |
|
Nunca |
21,74 |
29,55 |
Dores afiadas na área das mamas |
|
Tempo todo |
4,26* |
0,00 |
0,0121* |
|
Maioria das vezes |
0,00 |
6,82* |
|
Algumas vezes |
23,40 |
22,73 |
|
Poucas vezes |
23,40 |
15,91 |
|
Nunca |
48,94 |
54,55 |
Dor insuportável na área das mamas |
|
Tempo todo |
0,00 |
0,00 |
0,3886 |
|
Maioria das vezes |
2,13 |
2,27 |
|
Algumas vezes |
4,26 |
6,82 |
|
Poucas vezes |
2,13 |
4,55 |
|
Nunca |
91.49 |
86,36 |
Dolorida área das mamas |
|
Tempo todo |
2,13 |
2,27 |
0,1931 |
|
Maioria das vezes |
0,00 |
4,55 |
|
Algumas vezes |
10,64 |
11,36 |
|
Poucas vezes |
34,04 |
25 |
|
Nunca |
53.19 |
56,82 |
Latejando área das mamas |
|
Tempo todo |
2,13 |
0,00 |
0,1274 |
|
Maioria das vezes |
4,26 |
0,00 |
|
Algumas vezes |
6,38 |
9,09 |
|
Poucas vezes |
21,28 |
25 |
|
Nunca |
65,96 |
65,91 |
Tabela 4 - Bem-estar físico (pré e pós-reconstrução mamária).
Tabela 5 - Bem-estar sexual (pré e pós-reconstrução mamária)
Bem-estar sexual |
|
Pré (%) |
Pós (%) |
P valor
|
Atraente sexualmente nas suas roupas |
|
Todas as vezes |
21,28 |
24,44 |
0,1683 |
|
Maioria das vezes |
40,43 |
35,56 |
|
Algumas vezes |
10,64 |
15,56 |
|
Poucas vezes |
17,02 |
6,67 |
|
Nenhuma vez |
4,26 |
6,67 |
|
Não se aplica |
6,38 |
11,11 |
Confortável durante a relação sexual |
|
Todas as vezes |
25,73 |
20 |
0,9291 |
|
Maioria das vezes |
25,73 |
28,89 |
|
Algumas vezes |
12,77 |
15,56 |
|
Poucas vezes |
10,64 |
8,89 |
|
Nenhuma vez |
4,26 |
4,44 |
|
Não se aplica |
21,28 |
22,22 |
Confiante sexualmente |
|
Todas as vezes |
23,40 |
20 |
0,9907 |
|
Maioria das vezes |
29,79 |
28,89 |
|
Algumas vezes |
14,89 |
15,56 |
|
Poucas vezes |
8,51 |
8,89 |
|
Nenhuma vez |
4,26 |
4,44 |
|
Não se aplica |
19,15 |
22,22 |
Satisfeitas com a vida sexual |
|
Todas as vezes |
23,40 |
20,45 |
0,1864 |
|
Maioria das vezes |
25,53 |
31,82 |
|
Algumas vezes |
21,28 |
13,64 |
|
Poucas vezes |
2,13 |
9,09 |
|
Nenhuma vez |
4,26 |
2,27 |
|
Não se aplica |
23,40 |
22,73 |
Confiante sexualmente quando está sem
roupa
|
|
Todas as vezes |
23,40 |
20,45 |
0,7145 |
|
Maioria das vezes |
23,40 |
31,82 |
|
Algumas vezes |
10,64 |
9,09 |
|
Poucas vezes |
14,89 |
13,64 |
|
Nenhuma vez |
4,26 |
6,82 |
|
Não se aplica |
23,40 |
18,18 |
Atraente sexualmente quando está sem
roupa
|
|
Todas as vezes |
17,02 |
20 |
0,9097 |
|
Maioria das vezes |
29,79 |
31,11 |
|
Algumas vezes |
14,89 |
11,11 |
|
Poucas vezes |
17,02 |
13,33 |
|
Nenhuma vez |
6,38 |
6,67 |
|
Não se aplica |
14,89 |
17,78 |
Tabela 5 - Bem-estar sexual (pré e pós-reconstrução mamária)
Na Tabela 6 apresentamos a estatística
descritiva dos resultados obtidos do Q-SCORE®, bem como a análise
estatística comparando as respostas das pacientes referentes ao período anterior à
reconstrução mamária (pré-operatório) com as respostas das pacientes referentes ao
período posterior à reconstrução mamária (pós-operatório).
Tabela 6 - Q score® pré e pós-reconstrução
Grupos |
|
Variação |
Média |
Desvio Padrão |
p |
Satisfação com mama |
pré |
0-100 |
73,946 |
27,0606 |
0,932 |
pós |
0-100 |
74,432 |
24,0865 |
Bem-estar psicossocial |
pré |
0-100 |
69,4 |
22,4794 |
0,005 |
pós |
0-100 |
82,568 |
19,531 |
Bem-estar físico |
pré |
0-100 |
67,325 |
16,7491 |
0,215 |
pós |
0-100 |
71,659 |
15,0255 |
Bem-estar sexual |
pré |
0-100 |
61,056 |
22,0233 |
0,482 |
pós |
0-100 |
64,795 |
23,7023 |
Tabela 6 - Q score® pré e pós-reconstrução
De 74 pacientes, 40 (54,05%) finalizaram a reconstrução mamária com simetrização e
reconstrução do CAP. Esses 40 casos foram analisados por um cirurgião plástico
experiente sem correlação com o trabalho proposto. A maioria dos casos foi
considerada como ótimo pelo avaliador externo e somente 1 caso foi avaliado como
ruim. No total, 37 (92,5%) casos foram considerados satisfatórios e 3 (7,5%) como
insatisfatórios (Figura 3).
Figura 3 - Resultado estético
Figura 3 - Resultado estético
DISCUSSÃO
O câncer de mama é a neoplasia mais frequentemente diagnosticada em mulheres, muitas
vezes levando a uma redução significativa da capacidade de ter uma vida cotidiana
normal1. Os efeitos benéficos da
reconstrução mamária na qualidade de vida e bem-estar psicossocial estão bem
documentados. Uma variedade de estudos mostrou que mulheres que se submeteram à
reconstrução após a mastectomia apresentaram melhorias na autoimagem, sexualidade
e
as taxas de depressão diminuíram9-12.
A Cirurgia Plástica é uma especialidade em que os resultados são avaliados,
principalmente, pela satisfação do paciente13. Logo, vem a importância de se fazer um estudo em que o principal
objetivo é avaliar a qualidade de vida e satisfação com o resultado estético das
pacientes submetidas à reconstrução mamária.
Inúmeras são as técnicas disponíveis para a reconstrução mamária e a seleção de qual
será usada em cada paciente é influenciada por diversos fatores como IMC,
comorbidades, presença de áreas doadoras para reconstrução autóloga, preferência da
paciente, expectativa em relação ao resultado, estilo de vida, estadiamento,
necessidade de radioterapia, tipo de mastectomia, a lateralidade (se unilateral ou
bilateral), entre outros14.
As reconstruções com prótese e/ou expansor de tecido são amplamente empregadas em
todo o mundo e continuam sendo uma excelente alternativa para pacientes com
contraindicação à reconstrução autóloga, para aqueles que não podem ser submetidos
a
cirurgias extensas ou que não queiram uma recuperação pós-operatória prolongada ou
uma cicatriz a mais na área doadora15.
Foram selecionadas 74 pacientes para o presente estudo, mulheres entre 24 e 81 anos
de idade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), tumores de mama em mulheres
com menos de 35 anos são relativamente raros, e a incidência cresce progressivamente
a partir desta idade, especialmente após os 50 anos16. De acordo com nosso estudo, com exceção de uma paciente que
apresentava idade de 24 anos, todas as outras tinham idade superior a 35 anos.
A média do IMC apresentado no estudo foi de 24,5 Kg/m2, que ultrapassa os dados obtidos na literatura, cujo IMC médio de 22,0
Kg/m2 em pacientes de reconstrução
mamária17.
Em nosso estudo, apresentamos uma taxa de complicação de 55,4%, sendo a maioria
composta por pequenos seromas (18,92%) e pequena necrose em região do CAP (9,46%).
A
incidência global de qualquer tipo de complicação neste estudo foi compatível com
os
trabalhos da literatura que relataram uma taxa de complicação variando de 4% a
58%18-22.
O uso de implantes, embora possibilite reconstrução mamária mais rápida e simples,
geralmente apresenta complicações específicas, sendo uma delas a contratura
capsular. A porcentagem de contratura capsular verificada neste estudo (4,05%) foi
inferior à de outras publicações, que variou de 10% a 56%18-22.
As reconstruções bilaterais vêm ganhando espaço nos últimos anos, seja por motivos
terapêuticos em decorrência das características do tumor, por indicação de
mastectomia profilática em decorrência de alterações genéticas que levam a um
aumento expressivo do risco de câncer, ou, até mesmo, por decisão da paciente
realizar a mastectomia contralateral profilática.
Conforme alguns estudos, há influência positiva da reconstrução mamária bilateral
na
satisfação com a mama, em decorrência da simetria, que é mais facilmente alcançada
quando a cirurgia é bilateral e pelo simples fato de menor preocupação de risco de
câncer na mama contralateral10. Em nosso
estudo, metade dos casos realizaram reconstrução bilateral e a outra metade,
unilateral. Em relação aos casos considerados ótimos, a maioria era reconstrução
bilateral. Entretanto, nos 3 casos que apresentaram assimetria como complicação em
nosso estudo a reconstrução mamária foi bilateral.
Em nosso estudo, a maioria das pacientes foi submetida à reconstrução imediata
(95,94%). Segundo relatos da literatura, a maioria das mulheres estão optando por
essa forma de reconstrução mamária na tentativa de reduzir os sentimentos negativos
desencadeados pela doença e seu tratamento, além de melhorar a autoestima, suprir
a
falta da mama e facilitar o vestuário. Após a mastectomia, a ausência da mama altera
a imagem corporal da mulher, produz sensação de mutilação e perda da feminilidade
e
sensualidade23. Há relatos na literatura
de melhor interação social, satisfação profissional, níveis de satisfação mais
elevados e menor frequência de depressão entre as mulheres submetidas à mastectomia
associada à reconstrução imediata após um ano de cirurgia corporal24,25.
O tratamento do câncer de mama é guiado por características do tumor, sendo a
radioterapia e a quimioterapia tratamentos complementares à mastectomia. A
radioterapia diminui a incidência de recidivas locais e melhora a sobrevida das
pacientes, mas pode afetar a simetria das mamas, bem como prejudicar a estética e
reduzir a qualidade de vida. Estudos avaliaram a satisfação e a qualidade de vida
de
pacientes com reconstrução mamária com implante submetidas à radioterapia, e
observaram que a radioterapia teve um efeito negativo sobre a qualidade de vida das
pacientes e a satisfação com as mamas26,27. Dos 74 pacientes submetidos à reconstrução
mamária em nosso estudo, 45 (60,81%) submeteram-se a quimioterapia (QT) e 24
(32,43%) a radioterapia. Dos 29 casos considerados ótimos pelo avaliador externo,
9
(31,033%) foram submetidos à radioterapia. Dos 8 casos considerados bons, 3 (37,5%)
fizeram radioterapia. Já dos 3 casos considerados regulares e ruins, 2 (66,67%)
fizeram radioterapia.
Fatores relacionados à qualidade de vida e resultado estético de reconstruções
mamárias realizadas com implantes foram avaliados por meio do questionário
BREAST-Q®, desenvolvido e validado para o estudo de qualidade
de vida.
Em 2016, Kuroda et al.28 utilizaram o
BREAST-Q® para avaliação dos resultados estéticos e de
qualidade de vida de pacientes brasileiras que foram submetidas à reconstrução
imediata da mama utilizando implantes, demonstrando que a reconstrução mamária leva
a resultados de qualidade de vida satisfatórios.
No presente estudo, podemos constatar que a reconstrução de mama, apesar de todas
complicações inerentes ao processo, traz qualidade de vida e satisfação às
pacientes. Em todos os domínios analisados (satisfação com a mama, bem-estar
psicossocial, bem-estar físico e bem-estar sexual), houve maior pontuação no
pós-reconstrução em comparação com o pré-reconstrução pelo
Q-Score®. Em relação à análise estatística, encontramos um
p significativo apenas na comparação referente ao domínio
“bem-estar psicossocial” (p = 0,005).
Em 2016, Ng et al.29, em um estudo
retrospectivo, avaliaram 143 pacientes mastectomizadas (79 submetidas à reconstrução
e 64 não), por meio do questionário BREAST-Q®. O grupo
reconstrução demonstrou maiores pontuações do BREAST-Q® nas
escalas satisfação com a mama, bem-estar psicológico e bem-estar sexual, e também
apresentou melhora na autoimagem, mais opções de vestuário e maior sentimento de
superação do câncer.
Em 2013, Zhong et al.30 avaliaram pacientes
mastectomizadas antes e após a reconstrução mamária por meio do questionário
BREAST-Q®. Observaram que as pacientes obtiveram ganhos em
relação à satisfação com as mamas, bem-estar psicossocial e sexual.
Em relação à análise estatística comparando as respostas dos dois grupos em cada
pergunta, encontrada significância estatística em 6 dessas perguntas: “Como se
sentiam ao se olhar no espelho vestidas” (p = 0,00121); “Como se
sentiam em relação à capacidade de usarem roupas que se encaixam melhor”
(p = 0,0249); “Com qual frequência sente dor nos braços”
(p = 0,0396), “Com qual frequência sente dor nas costelas”
(p = 0,0007), “Com qual frequência sente dificuldade em dormir
pelo desconforto na área das mamas” (p = 0,0257) e “Com qual
frequência sente dores afiadas nas mamas” (p = 0,0121).
É interessante ressaltar o resultado positivo encontrado referente às perguntas do
domínio “bem-estar físico”. Esperavam-se maiores queixas de sintomas físicos após
o
procedimento cirúrgico. Em 2013, Eltahir et al.11 avaliaram por meio do questionário BREAST-Q® a
qualidade de vida de mulheres após a reconstrução mamaria em comparação com aquelas
que se submeteram a mastectomia. Observaram que mulheres pós-reconstrução
apresentaram menos dor e limitações (p = 0,007).
CONCLUSÃO
A qualidade de vida das pacientes no período posterior à reconstrução mamária com
implantes mamários, seja prótese de silicone ou expansor de tecido, é superior em
relação ao período anterior ao procedimento cirúrgico.
Apesar da sensação de mutilação e do trauma vivenciado pela mastectomia, a
reconstrução de mama, quando bem executada, por uma equipe bem treinada e
especializada, pode trazer excelentes resultados estéticos.
COLABORAÇÕES
MCC
|
Análise e/ou interpretação dos dados, aprovação final do manuscrito,
realização das operações e/ou experimentos.
|
ACC
|
Concepção e desenho do estudo, redação - revisão e edição.
|
CADCF
|
Análise e/ou interpretação dos dados, aprovação final do manuscrito,
realização das operações e/ou experimentos.
|
GCS
|
Concepção e desenho do estudo, redação - revisão e edição.
|
LDPB
|
Concepção e desenho do estudo, redação - revisão e edição.
|
RCSD
|
Concepção e desenho do estudo, redação - revisão e edição.
|
FTV
|
Análise estatística.
|
JCD
|
Aprovação final do manuscrito.
|
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1. Hospital Daher Lago Sul, Brasília, DF,
Brasil
2. Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília,
DF, Brasil.
Autor correspondente: Marcela Caetano
Cammarota SMHN, Quadra 2, Bloco C, Ed Crispim, sala 1315 - Brasília,
DF, Brasil CEP 70710-149 E-mail:
marcelacammarota@yahoo.com.br
Artigo submetido: 2/4/2018.
Artigo aceito: 10/2/2019.
Conflitos de interesse: não há.