INTRODUÇÃO
A exigência estética de um abdome perfeito força o cirurgião plástico a desenvolver
constantemente as técnicas cirúrgicas. Em contrapartida, é imperativo que o paciente
entenda que nem todas as variáveis que envolvem a protrusão abdominal são passíveis
de correção cirúrgica. Má postura, sedentarismo e obesidade são situações que devem,
de preferência, ser corrigidas antes da cirurgia. O excesso de gordura visceral,
variação do tipo de colágeno com aponeuroses mais fortes ou mais frágeis1,2 e as relações da estrutura óssea no polígono abdominal3 também podem alterar o resultado.
A técnica Crossbow foi idealizada pelo autor deste artigo, a partir
de sua experiência em plicaturas da parede abdominal. Antes desta técnica, o autor
utilizava encurtamentos horizontais dos músculos retos abdominais3-6 e por vezes retos e oblíquos abdominais4,5. Os resultados
apresentavam grandes variações quanto à região inferior do abdome, desde ótimas
retificações a abaulamentos residuais que exigiam uma segunda intervenção para
corrigi-los.
Na tentativa de correção dos abaulamentos residuais do abdome inferior, a partir de
sua observação ao longo do tempo, os vetores destas plicaturas foram mudando até
tornarem-se verticais, em que o autor obteve melhor retrusão da região entre as
fossas ilíacas e o hipogastro.
Ao migrar de correções secundários para indicação primária, fez-se necessário
incorporar as plicaturas convencionais (correção da diástase dos músculos retos
abdominais e músculos oblíquos na linha semilunar) à plicatura transversal em arco,
no andar inferior do abdome. Esta fusão deu origem à técnica
Crossbow com suas variações, que surgiram ao longo da
casuística: tipo I quando há necessidade de plicatura xifopúbica dos retos
abdominais (Figura 1, 2A), tipo II quando realizadas miniabdominoplastias e o
descolamento se restringe à cicatriz umbilical (Figura 2B) e tipo III quando há a necessidade de plicatura da linha semilunar
concomitante à plicatura da diástase dos músculos retos abdominais (Figura 2C).
Figura 1 - Marcação em Crossbow tipo I, pontos de referência em
vermelho. Adquirido e modificado de: iStock-160085304.
Figura 1 - Marcação em Crossbow tipo I, pontos de referência em
vermelho. Adquirido e modificado de: iStock-160085304.
Figura 2 - Variações da marcação em Crossbow. A:
tipo I; B: tipo II e C: tipo III. Adquirido e
modificado de: iStock-160085304.
Figura 2 - Variações da marcação em Crossbow. A:
tipo I; B: tipo II e C: tipo III. Adquirido e
modificado de: iStock-160085304.
A técnica Crossbow está indicada para pacientes que apresentam
diástase da linha alba, da linha semilunar e aumento multidirecional, principalmente
no andar inferior do abdome, onde observamos abaulamentos que são contidos apenas
pelo ligamento inguinal e bordo superior do púbis, demonstrando uma falência
estética na contenção do volume abdominal.
Trabalhos que utilizam vetores verticais ou mistos de tração da parede abdominal
(Figura 3) foram inicialmente demonstrados
por Jackson & Downie7, em 1978. Sua
técnica de plicatura cruciforme previa a plicatura da diástase dos músculos retos
abdominais e, ao mesmo tempo, outra plicatura com fuso transversal, tendo como
centro desta interseção a cicatriz umbilical.
Figura 3 - Técnicas que compõem plicaturas horizontais. 1 - Jacson I, 1967; 2 -
Abramo AC, 1999; 3 - Ferreira LM, 2001; 4 - Cardenas R, 2002; 5 -
Cardenas, 2004; 6 - Villegas F, 2011; 7 - Bozola AR, 2013; 8 - Gonzales
HO, 2016.
Figura 3 - Técnicas que compõem plicaturas horizontais. 1 - Jacson I, 1967; 2 -
Abramo AC, 1999; 3 - Ferreira LM, 2001; 4 - Cardenas R, 2002; 5 -
Cardenas, 2004; 6 - Villegas F, 2011; 7 - Bozola AR, 2013; 8 - Gonzales
HO, 2016.
Em 1999, Abramo et al.8 propuseram uma
plicatura em forma de “H” deitado, envolvendo uma pequena plicatura arciforme no
epigástrio, outra plicatura arciforme na região inferior do abdome e a plicatura dos
músculos retos abdominais. Em 2001, Ferreira et al. utilizaram um ponto triangular
na aponeurose dos retos abdominais, na região epigástrica, promovendo um
encurtamento vertical e horizontal que prevenia o abaulamento epigástrico
residual1; Cardenas Restrepo & Munoz
Ahmed, em 20029, indicaram para
miniabdominoplastias descolamento limitado à cicatriz umbilical e confecção de
plicatura semilunar horizontal na aponeurose do abdome inferior.
Novamente, Cárdenas Restrepo & García Gutiérrez, em 200410, publicaram nova técnica com plicatura em âncora na qual
havia um fuso de fechamento da diástase dos músculos retos abdominais e uma
plicatura em arco recurvo horizontal no andar inferior do abdome, sem a interseção
destes dois desenhos. Villegas, em 201111,
demonstrou sua técnica “T.U.L.U.A.” no Vancouver Ipras World
Congress, onde de forma mais abrangente defendeu a amputação
sistemática do coto umbilical e a confecção de um grande fuso horizontal na
aponeurose em todo o abdome inferior, sendo esta a única plicatura, promovendo
notável encurtamento vertical da parede abdominal.
Em 2013, na Universidade Federal de São Paulo, a Dra. Pamella Verissimo, orientada
pelo Dr. Fabio Nahas, apresentou o trabalho “Plicatura da lâmina anterior da bainha
dos músculos retos do abdome com a técnica de sutura triangular”12. Seu trabalho comprovou a manutenção do
encurtamento vertical por intermédio de exames de imagem acompanhando clipes
metálicos inseridos na parede abdominal. Ainda em 2013, Antônio Roberto Bozola, em
sua publicação “27 anos de observação do autor”4, expôs a necessidade de uma plicatura complementar horizontal em fuso
entre as fossas ilíacas nos casos de abaulamento no hipogastro.
Mais recentemente, em 2016, Gonzáles publicou sua técnica, “Smyle
Plication”13, que prevê a
plicatura da diástase dos músculos retos abdominais, concomitante a plicaturas
horizontais nas interseções tendíneas do músculo reto do abdome, objetivando um
abdome com aparência mais muscular.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é demonstrar a técnica de plicatura em
Crossbow e suas variações, apontar as complicações encontradas
e realizar uma avaliação comparativa em um formato duplo cego, observando o abdome
inferior destes pacientes e de outros pacientes que receberam apenas a plicatura dos
músculos retos abdominais.
MÉTODOS
No período de janeiro de 2016 até fevereiro de 2018, o autor operou 22 pacientes com
a plicatura Crossbow em suas variações, tipo I, II e III (Tabela 1). No pré-operatório, os pacientes
foram avaliados com exames clínicos e laboratoriais, bem como passaram pela análise
do risco cirúrgico cardiológico e pela equipe anestésica. As idades variaram de 29
a
59 anos; dos 22 pacientes, 21 eram femininos, enquanto havia apenas um
masculino.
Tabela 1 - Correlação entre tipo de cirurgia e tipo de plicatura
Crossbow.
|
Tipo de plicatura |
Tipo I |
Tipo II |
Tipo III |
Total de Pacientes |
Tipo de cirurgia |
Abdominoplastia |
3 |
|
1 |
4 |
Minilipoabdominoplastia |
|
2 |
|
2 |
Lipoabdominoplastia |
11 |
|
1 |
12 |
Dermolipectomia em âncora |
4 |
|
|
4 |
Total |
18 |
2 |
2 |
22 |
Tabela 1 - Correlação entre tipo de cirurgia e tipo de plicatura
Crossbow.
Os pacientes foram escolhidos seguindo os seguintes critérios: Pacientes submetidos
à
cirurgia bariátrica com índice de massa corporal (IMC) abaixo de 30, com indicação
de dermolipectomia em âncora. Pacientes estéticos com IMC abaixo de 28, história de
multiparidade, sem desejo de engravidar novamente, que apresentam abaulamento do
abdome inferior. Os critérios de exclusão são relativos e abrangem pacientes
primíparas, pacientes que ainda têm dúvidas sobre engravidar e pacientes com
contraindicação clínica; nestes casos, a plicatura ficaria restrita à diástase dos
retos abdominais de forma convencional.
O estudo seguiu os princípios da declaração de Helsinque.
Como medições antropométricas rígidas seriam complexas em relação ao abdome pela
quantidade de variáveis, o autor optou por uma avaliação empírica, duplo cego,
comparando dez pacientes de lipoabdominoplastia, com plicatura em
Crossbow (grupo A), com dez lipoabdominoplastias, operadas
também pelo próprio autor, com plicatura apenas da diástase dos músculos retos
abdominais (grupo B).
A avaliação levou em conta a observação da distância horizontal da espinha ilíaca
anterossuperior até a borda da silhueta abdominal, em visagem lateral do paciente
em
posição ortostática com os braços estendidos à frente em um ângulo de 90 graus.
Foram considerados resultados excelentes quando havia quase um tangenciamento desta
distância; resultados bons quando esta distância não excedia uma silhueta harmônica
(lira abdominal) e um resultado ruim quando havia uma distância maior e inadequada,
abaulamento residual do hipogastro.
Atribuindo-se um ponto a cada voto dos 21 observadores, chegamos a um total de 210
pontos e foram desenhados os seguintes gráficos (Gráficos 1 e 2, Tabela 1):
Gráfico 1 - Pacientes com plicatura em crossbow.
Gráfico 1 - Pacientes com plicatura em crossbow.
Gráfico 2 - Pacientes com plicatura dos músculos retos abdominais apenas.
Gráfico 2 - Pacientes com plicatura dos músculos retos abdominais apenas.
Procedimento cirúrgico
No centro cirúrgico, o paciente recebeu profilaxia antibiótica e cuidados para
evitar a trombose venosa segundo o Protocolo de Sandri modificado. Todos foram
operados sob anestesia peridural com cateter, de rotina.
A plicatura Crossbow mais utilizada é do tipo I (Figura 1, 2A). Esta técnica se inicia com o paciente em decúbito dorsal e,
quando indicado, é realizada a lipoaspiração antes da abdominoplastia no mesmo
procedimento. Após os devidos descolamentos suprafasciais em túnel, semelhante
ao preconizado por Saldanha6,
identificam-se os pontos de referência: o apêndice xifoide, o bordo superior do
osso púbis, as espinhas ilíacas anterossuperiores direita e esquerda e a
cicatriz umbilical (Figura 1).
A marcação se inicia traçando o fuso convencional para o tratamento da diástase
dos músculos retos abdominais, como na maioria das vezes, do apêndice xifoide ao
bordo superior do púbis (Figura 4). Em
seguida, traça-se uma linha reta que liga a espinha ilíaca anterossuperior
direita até a espinha ilíaca anterossuperior esquerda, a que chamamos de
corda.
Figura 4 - Marcação do fuso xifopúbica para a plicatura dos músculos retos
abdominais e identificação das espinhas ilíacas
anterossuperiores.
Figura 4 - Marcação do fuso xifopúbica para a plicatura dos músculos retos
abdominais e identificação das espinhas ilíacas
anterossuperiores.
Neste momento, o espaço entre a corda e o bordo superior do púbis será dividido
em três partes iguais, dentro da marcação da plicatura dos músculos retos
abdominais. Uma segunda linha, em forma de arco, ligará novamente as espinhas
ilíacas anterossuperiores, sendo que o ponto mais baixo deste arco tangenciará o
segundo espaço corda-púbis (Figura 5). A
importância desta marcação é a proteção das estruturas nobres que beiram a
região inguinal (Figura 6), evitando seu
sequestro junto à plicatura (Figura 7).
Figura 5 - Marcação da corda e do arco.
Figura 5 - Marcação da corda e do arco.
Figura 6 - Plicatura tipo I completa
Figura 6 - Plicatura tipo I completa
Figura 7 - Delimitado em verde - área abaixo do arco de marcação que não
deve ser incluída na plicatura. modificado de: imagem de aplicativo
C Anatomy’ 18
Figura 7 - Delimitado em verde - área abaixo do arco de marcação que não
deve ser incluída na plicatura. modificado de: imagem de aplicativo
C Anatomy’ 18
Com o paciente em posição supina, iniciamos a plicatura dos músculos retos
abdominais a partir do apêndice xifoide até próximo aos pontos de interseção do
desenho, logo abaixo da cicatriz umbilical. Um ponto mais vigoroso de
polipropileno (Prolene zero) ou similar é aplicado em forma de oito, unindo os
quatro pontos de interseção do desenho, em que observamos o nível de tensão
deste, que é o principal ponto da técnica. Em seguida, continuamos em direção
inferior a plicar os músculos piramidais com mais dois ou três pontos.
O passo seguinte é a plicatura horizontal da aponeurose dos músculos oblíquos
externos, do centro do desenho para fora até atingirmos as espinhas ilíacas
anterossuperiores; os pontos são todos em forma de oito com o nó invertido,
usando-se o Prolene zero ou similar. Pontos adicionais com Vicryl zero
(poliglactina) em chuleio interrompido também são utilizados como reforço por
cima das suturas de Prolene. A cirurgia prossegue com a ressecção dos retalhos
de pele e subcutâneo, introdução de um dreno de sucção, fixação da cicatriz
umbilical com vicryl-0, fechamento da fáscia de escarpa com Monocryl 3-0, pontos
subdérmicos também com Monocryl 3-0 e microporagem.
A maior parte dos casos serão resolvidos com esta técnica, em
Crossbow tipo l (Figura 8).
Figura 8 - pré e pós-operatório de 6 meses; lipoabdominoplastia com
plicatura tipo I.
Figura 8 - pré e pós-operatório de 6 meses; lipoabdominoplastia com
plicatura tipo I.
Uma atenção especial aos pacientes com implantação naturalmente baixa da cicatriz
umbilical, pois, como há encurtamento vertical deste abdome, o coto umbilical
tornar-se-á muito baixo. Nestes casos, deve-se amputar o coto umbilical e
confeccionar um neoumbigo em posição mais alta (Figura 9).
Figura 9 - Pré e pós-operatório de três meses. Lipoabdominoplastia,
Plicatura Tipo I, amputação do coto umbilical e confecção de
neo-umbigo em posição mais alta.
Figura 9 - Pré e pós-operatório de três meses. Lipoabdominoplastia,
Plicatura Tipo I, amputação do coto umbilical e confecção de
neo-umbigo em posição mais alta.
A técnica pode adaptar-se à necessidade de um miniabdome, com descolamento
restrito à cicatriz umbilical, apenas um pequeno fuso vertical que liga a
cicatriz umbilical ao púbis e a marcação convencional da corda e do arco (Figura 10).
Figura 10 - Pré e pós-operatório de 6 meses. Minilipoabdominoplastia com
cicatriz estendida pela grande flacidez cutânea e descolamento
restrito à cicatriz umbilical. Plicatura tipo II.
Figura 10 - Pré e pós-operatório de 6 meses. Minilipoabdominoplastia com
cicatriz estendida pela grande flacidez cutânea e descolamento
restrito à cicatriz umbilical. Plicatura tipo II.
Nos casos em que houver a necessidade de plicatura da diástase da linha semilunar
concomitante à plicatura dos retos abdominais, marcaremos o fuso vertical de
fechamento dos retos abdominais, o arco e a corda, porém, as duas pontas do arco
deverão curvar-se para cima e seguirão a linha semilunar e não mais as espinhas
ilíacas anterossuperiores (Figura 11).
Figura 11 - Pré e pós-operatório de 6 meses; abdominoplastia plicatura tipo
III.
Figura 11 - Pré e pós-operatório de 6 meses; abdominoplastia plicatura tipo
III.
RESULTADOS
Quanto às complicações, houve um caso de pequeno hematoma em um paciente com
dermolipectomia em âncora, drenado no pós-operatório; um caso de dor persistente em
região inguinal direita que cedeu em três meses, em um paciente de
lipoabdominoplastia; dois pequenos seromas sacrais (lipoaspiração) e um seroma no
abdome em sua porção inferior, resolvidos com punção e compressão; um caso de
queloide em abdominoplastia. Até o presente momento, não foi necessária nenhuma
reintervenção no sentido de corrigir abaulamentos residuais da região do abdome
inferior com esta técnica.
Segundo a avaliação comparativa em duplo cego, 5 observadores atribuíram o conceito
ruim para três pacientes apenas do grupo B (plicatura convencional) em quanto no
grupo A (Crossbow) nenhum conceito ruim. O grupo A obteve maior
número de pontos no conceito ótimo em relação ao grupo B, cujo maior conceito foi
atribuído ao bom.
DISCUSSÃO
Sabemos, por estudos anteriores, que a perda de cintura e protrusão abdominal não
guarda uma relação direta apenas com a diástase dos músculos retos abdominais14 e oblíquos abdominais. Fatores como aumento
volumétrico, o tipo de colágeno1,2 e distensão das
fibras musculoaponeuróticas também criam condições para esta protrusão. Assim sendo,
em alguns pacientes submetidos a lipoabdominoplastias, observamos no pós-operatório
um abaulamento residual no abdome inferior, apesar da plicatura dos músculos retos
abdominais e dos músculos oblíquos4. A
hipótese é que se trata de um aumento de área da parede musculoaponeurótica causada
não só pelas diástases da linha alba e semilunar, mas, também, pela distensão
multidirecional de suas fibras9,12-14.
Abaixo da linha arqueada, observa-se apenas a fáscia transversalis,
junto à face interna dos músculos retos abdominais15. Estas são áreas suscetíveis à pressão e ao peso do conteúdo
abdominal, assim como aos efeitos de uma gestação, predispondo a maior flacidez e
protrusão. Pressupõe-se que a utilização de vetores de tração verticais e
horizontais obtenha tanto encurtamento como reforço desta região, prevenindo ou
minimizando o abaulamento residual7,8,10-13.
Como a fáscia transversalis não oferece tanta resistência quanto a
aponeurose posterior dos músculos retos abdominais, abaixo da linha arqueada, os
músculos retos abdominais podem adaptar-se sem risco de síndrome compartimental.
Ainda neste contexto, a nível subcutâneo, frisa-se a importância da aproximação da
fáscia superficial no momento da oclusão dos retalhos antes do fechamento subdérmico
para evitar sua retração e consequente divisão, o que aumentaria o abaulamento
suprapúbica4-6,16.
A técnica em Crossbow foi desenvolvida inicialmente para abdomes
secundários e, posteriormente, introduzida em abdomes primários, como forma de
prevenção do abaulamento miofascial do hipogástrio.
Pacientes multíparas, pós-bariátricas ou que possuam uma grande distensão no andar
inferior do abdome compõem a melhor indicação para esta técnica.
Como não foram avaliadas as consequências de uma gestação em um paciente submetido
à
plicatura em Crossbow, recomenda-se que a paciente já tenha
resolvido este estágio de vida.
CONCLUSÃO
A técnica em Crossbow é simples, padronizada e reprodutível. As
possíveis complicações são as mesmas de técnicas convencionais. Segundo a avaliação
preliminar do autor, a princípio, a técnica contribui com o encurtamento e o reforço
da parede abdominal, melhorando o contorno da região de fossas ilíacas e
hipogástrico. Segundo os observadores, nenhum dos dez pacientes com plicatura em
Crossbow apresentou abaulamento residual no hipogastro. A
expectativa é que, com o aumento da casuística, poderemos chegar a uma conclusão
sobre as possíveis vantagens do método e sua aplicabilidade.
COLABORAÇÕES
ISF
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Análise e/ou interpretação dos dados, análise estatística, aprovação
final do manuscrito, coleta de dados, conceitualização, concepção e
desenho do estudo, gerenciamento de recursos, gerenciamento do projeto,
investigação, metodologia, realização das operações e/ou experimentos,
redação - preparação do original, redação - revisão e edição,
supervisão, validação, visualização.
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1. Hospital Policlínica São Vicente de Paula,
Francisco Beltrão, PR, Brasil
2. Hospital São Francisco de Assis, Francisco
Beltrão, PR, Brasil.
Autor correspondente: Israel Soares
Filho Av. Julio Assis Cavalheiro, nº 605, Apt. 162 - Centro,
Francisco Beltrão, PR, Brasil CEP 85601-000 E-mail:
israpoint@gmail.com
Artigo submetido: 20/3/2018.
Artigo aceito: 11/11/2018.
Conflitos de interesse: não há.