INTRODUÇÃO
Há muitas maneiras para identificar um indivíduo, dependendo se ele está vivo ou
morto. Assim, mais especificamente, para a identificação de restos humanos, uma
variedade de métodos podem ser utilizados, tais como a análise de DNA e radiografias
de dentes1,2. Embora estes métodos forneçam fornecem informações valiosas
para os cientistas forenses em relação à idade, sexo e tamanho do corpo dos mortos,
muitos deles podem não ser úteis.
Eles dependem da disponibilidade de um material comparativo, quer a partir de banco
de dados da polícia, dentistas ou parentes, o que pode tornar a identificação
impossível1,3. A reconstrução facial é o último processo
quando métodos de identificação falham2. Com
base em valores médios de espessura do tecido mole facial obtidos de determinadas
populações, é possível obter uma imagem de um falecido não identificado, que pode
permitir o reconhecimento de um indivíduo.
As informações obtidas a partir da análise fisiológica e osteológica de restos
mortais como sexo, idade, e a espessura do tecido mole em uma população específica
pode promover o sucesso de uma identificação. Dados sobre a espessura dos tecidos
moles representam parte integrante dos caminhos para obter similaridade de um
rosto4, supondo-se que a morfologia
craniana é suficientemente distinta e fornece um quadro eficiente para uma aparência
facial única mesmo quando aplicando valores médios de espessura dos tecidos
moles.
Recentemente, o número de estudos sobre este assunto têm aumentado. Vários métodos
já
estabelecidos medem a espessura dos tecidos moles. Para este fim, alguns estudos
utilizaram cadáveres inserindo uma agulha calibrada em pontos distintos da face5-8. Algumas técnicas de imagiologia , utilizadas em pessoas vivas, podem
minimizar o erro causado por alterações post-mortem de tecidos moles, quando esses
estudos são em cadáveres. Tendo em conta que cada uma destas técnicas têm suas
próprias vantagens e desvantagens, as técnicas seguintes podem ser citadas:
radiografia9-13, ultra-sonografia3,14-19, ressonância
magnética2,20,21, e tomografia computadorizada1,22,23.
Além disso, estudos anteriores têm mostrado que diferentes grupos apresentam
variações significativas na espessura dos tecidos moles, questionando se os dados
de
uma população podem ser aplicados em reconstrução facial de outra com antepassados
diferentes2,7,10,11,16,24. Por este motivo, para obter uma reconstrução facial precisa, é
necessária construir uma base de dados sobre a espessura de tecido mole de uma dada
população.
Há dados publicados na literatura sobre a espessura de tecido mole in
vivo entre Japoneses25,
Portugueses8, Egípcios16, Indianos21, Zulus15, mistura de
populações da África do Sul23,
Afro-Americanos26 e Gregos14. No entanto, para a população Brasileira,
existem apenas estudos em cadáveres9.
OBJETIVO
Este estudo pretende criar um banco de dados para a determinação da espessura do
tecido mole e iniciou este estudo piloto, visando futuras reconstruções faciais
tridimensionais de Brasileiros para aplicar em reconhecimento de restos ósseos, bem
como comparar estes resultados com outras populações em todo o mundo.
MÉTODOS
A amostra foi estimada utilizando-se o programa PC-SIZE 1.1 (1990), fazendo uso de
bases de dados com a variável semelhante ao artigo de Panenková et al.1. O cálculo foi baseado no ponto craniométrico
malar inferior em mulheres e homens. A média e o desvio padrão foram usados para
este cálculo. Essa variável apresentou diferenças significativas no estudo e levou
ao estudo de uma amostra maior em comparação com outros pontos craniométricos,
também com diferenças significativas. O número total de pacientes foi de 101, com
0,90252 de análise de potência e considerando um nível de significância de 0,05.
Este estudo transversal piloto foi realizado numa população Brasileira no Nordeste,
mais precisamente em Recife, estado de Pernambuco. A amostra foi composta de 101
imagens de pacientes que foram atendidos na clínica radiológica do Hospital
Universitário Oswaldo Cruz/Universidade de Pernambuco, ao longo de um período de
seis meses. Por esta razão, os pacientes não foram expostos à radiação apenas para
o
estudo. Os critérios de exclusão foram: pacientes com indicações de trauma,
distúrbio facial congênita, edema da pele, cirurgia prévia ou artefatos no TC. A
participação foi voluntária.
As variáveis consideradas foram: sexo, idade, altura e peso de cada pessoa, que foram
recolhidas ao mesmo tempo do exame de TC. A fórmula seguinte foi usada para calcular
o índice de massa corporal (IMC): peso/altura2
(kg/m²). De acordo com outros estudos3,8,26, quatro intervalos de IMC foram tidos em
conta: baixo peso (IMC < 20); peso normal (IMC = 20-25); excesso de peso (IMC
> 25). As idades foram organizadas em faixas etárias de 18 a 39 anos, 40 a 59 e
60 anos ou mais.
Nesta pesquisa, as medições de tecido mole foram realizadas em 20 pontos
antropométricos do crânio (Tabela 1 e Figura 1), muitos dos quais são os pontos normais
mais comumente usados nos estudos já publicados22,26-28, dez estão na linha média e dez são
bilaterais. Por convenção antropométrico, apenas pontos na linha média e à esquerda
foram tidos em conta.
Tabela 1 - Descrição dos pontos craniométricos utilizados no presente estudo
(Tedeschi-Oliveira et al.
9; Dong et
al.
22)
Pontos na linha mediana |
Descrição |
1. Supraglabela |
O ponto mais anterior da testa, acima da glabela no
plano sagital mediano
|
2. Glabela |
O mais proeminente entre o arco supraorbital, no plano
sagital mediano
|
3. Násio |
Ponto mediano da sutura internasal |
4. Rínio |
Ponto anterior dos ossos nasais |
5. Meio do filtro labial |
Linha mediana da maxila, colocado o mais acima possível
antes do início da curvatura da espinha nasal anterior
|
6. Supradentale |
Centralizado entre os incisivos centrais superiores ao
nível da junção cemento-esmalte
|
7. Infradentale |
Centralizado entre os incisivos centrais inferiores ao
nível da junção cemento-esmalte
|
8. Supramentale |
Ponto mais profundo de linha média mais profunda na
ranhura superior à eminência mentoniana
|
9. Pogônio |
Linha mediana no ponto mais anterior da eminência
mentoniana da mandíbula
|
10. Mento |
Ponto mais inferior do buraco mentoniano |
Pontos bilaterais |
|
11. Supraorbital |
Centrado na parte superior da margem da órbita |
12. Infraorbital |
Centrado na parte inferior da margem da órbita |
13. Órbita Lateral |
Alinhada com a borda lateral do olho no centro do
processo zigomático
|
14. Malar Inferior |
Na parte inferior da mandíbula |
15. Arco Zigomático |
O ponto mais lateral do arco zigomático |
16. Supraglenóide |
Raiz do arco zigomático pouco antes do ouvido |
17. Gônio |
Ponto localizado sobre a linha da mandíbula, ao nível
do ângulo entre as bordas posterior e inferior da mandíbula
|
18. Supra M2 |
Ponto localizado sobre o processo alveolar ao nível do
meio do segundo molar superior (se houver perda deste dente, o
ponto é colocado na área correspondente)
|
19. Linha oclusal |
Ponto localizado na margem anterior do ramo da
mandíbula, em alinhamento com o plano de oclusão dentária
|
20. Sub M2 |
Ponto localizado sobre o processo alveolar ao nível do
meio do segundo molar inferior (se houver perda deste dente, o
ponto é colocado na área correspondente).
|
Tabela 1 - Descrição dos pontos craniométricos utilizados no presente estudo
(Tedeschi-Oliveira et al.
9; Dong et
al.
22)
Figura 1 - Pontos craniométricos.
Figura 1 - Pontos craniométricos.
Uma tomografia computadorizada multi-slice/GE 4-canais com uma espessura de 1,25 mm
e
um incremento de secção de 1 mm foram utilizadas no estudo, o que pode fornecer
imagens seccionais em três planos e um objeto tridimensional. As imagens foram
exibidas no programa InVesalius 3,0 que forneceu um ajuste da posição e orientação
dos planos da cabeça e mostrou a superfície do crânio e da face sobrepostas.
As medidas foram feitas perpendicularmente aos pontos craniométricos segundo Vanezi
et al.29. O comprimento da espessura do
tecido mole facial foi medido desenhando uma linha perpendicular a um ponto
esquelético facial em direção ao tecido mole (Figura 2). As medidas foram realizadas no monitor usando um cursor de console de
TC, com uma precisão de 0,01 mm. Todos os dados foram registrados em formulários
adequados. A descrição dos pontos é apresentada na Tabela 1 e Figura 1.
Figura 2 - A: Posicionamento de marco anatômico -: ponto de órbita
lateral (D13) no eixo axial; B: Posicionamento anatômico de
um marco: ponto de órbita lateral no eixo sagital; C:
Posicionamento anatômico de um marco: ponto de órbita lateral no eixo
coronal; D: Verificação da posição do ponto correto;
E: Medição da espessura de tecido mole.
Figura 2 - A: Posicionamento de marco anatômico -: ponto de órbita
lateral (D13) no eixo axial; B: Posicionamento anatômico de
um marco: ponto de órbita lateral no eixo sagital; C:
Posicionamento anatômico de um marco: ponto de órbita lateral no eixo
coronal; D: Verificação da posição do ponto correto;
E: Medição da espessura de tecido mole.
Os resultados foram expressos em percentagens e medidas estatísticas: média, desvio
padrão e mediana. Categorias de variáveis independentes em relação às médias foram
comparadas utilizando o teste t de Student com variâncias iguais, teste t com
variâncias desiguais ou teste de Mann-Whitney em caso de comparação entre duas
categorias. Os testes F (ANOVA) ou Kruskal-Wallis foram usados para comparar mais
de
dois grupos.
Em caso de diferença usando o teste F (ANOVA) foi utilizado o tipo de LSD pareado
para comparações múltiplas. E quando foi observada diferença significativa
utilizando o teste de Kruskal-Wallis, múltiplas comparações foram realizadas. O
teste t de Student e teste F (ANOVA) foram usados quando houve uma distribuição
normal dos dados em cada categoria.
Os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis foram utilizados em casos de rejeição da
normalidade. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade da
hipótese. A hipótese de igualdade de variâncias foi realizada utilizando-se o teste
F de Levene. A margem de erro utilizada foi de 5%. Os dados foram digitados em
planilha Excel e programas de cálculos estatísticos como o SPSS®
(Statistical Package for Social Sciences), versão 21.0 e
MedCalc® (na versão 12,5.0,0) foram utilizados na análise
estatística.
Seguidamente, os resultados encontrados na população brasileira foram comparados com
outras populações do mundo inteiro, que utilizaram a mesma metodologia. Os países
seguintes: Colombia27, Coreia28, África23, China22 e a Eslováquia1 realizaram estes estudos. O teste t de Student
foi utilizado para comparar os dados entre essas populações. A mesma margem de erro
(5%) foi definida.
RESULTADOS
A Tabela 2 apresenta os dados sobre as
características da amostra. Esta tabela destaca que: a média de idade foi de 39,30
anos; a distribuição por sexo com homens compondo 61,4% e mulheres 38,6% da amostra,
a média de peso, altura e IMC foram respectivamente 69,90 kg, 1,68 metros e 24,82;
os dois maiores percentuais correspondiam àquelas de peso normal (57,4%), sobrepeso
(35,6%) e o menor para baixo peso (7%).
Tabela 2 - Caracterização da amostra.
Variável |
Grupo Total |
TOTAL |
101 (100,0) |
• Idade: Média ± DP |
39,30 ± 17,61 (36,00) |
• Grupo etário: n (%) |
|
18-39 |
58 (57,4) |
40-59 |
31 (30,7) |
60 ou mais |
12 (11,9) |
• Sexo: N (%) |
|
Masculino |
62 (61,4) |
Feminino |
39 (38,6) |
• Peso: Média ± DP |
69,90 ± 10,78 (69,00) |
• Altura: Média ± DP |
1,68 ± 0,07 (1,68) |
• IMC: Média ± DP |
24,82 ± 3,21 (24,44) |
• IMC classificação: n (%) |
|
Peso Normal (18,50 a
24,99)
|
58 (57,4) |
Excesso de peso (25,00
a 29,99)
|
36 (35,6) |
Obesidade
(≥30)
|
7 (7,0) |
Tabela 2 - Caracterização da amostra.
Com exceção das distâncias: órbita lateral, arco zigomático; supra glenóide; gônio
-
e supra-M2 que apresentaram médias mais elevadas em mulheres do que em homens. Para
as outras, as medidas médias foram proporcionalmente maiores no sexo masculino. No
entanto, há diferenças significativas entre os sexos (p < 0,05)
nas distâncias násio, rínion, meio do filtro labial, supradentale e órbita lateral
(Tabela 3).
Tabela 3 - Estatísticas das médias das distâncias de acordo com o sexo.
|
Sexo |
Distâncias (Di)
|
Masculino Média ± DP (mediana)
|
Feminino Média ± DP (mediana)
|
Valor de p |
Distâncias (Di)
|
• Supraglabela |
4,34 ± 1,20 (4,13) |
4,10 ± 1,17 (4,17) |
4,25 ± 1,19 (4,16) |
p(1) = 0,528
|
• Glabela |
4,92 ± 1,40 (5,03) |
4,82 ± 1,35 (4,61) |
4,88 ± 1,38 (4,88) |
p(2) = 0,733
|
• Násio |
6,12 ± 1,91 (6,15) |
5,19 ± 1,55 (5,09) |
5,76 ± 1,83 (5,81) |
p(1) = 0,011*
|
• Rínio |
4,73 ± 2,40 (4,12) |
3,20 ± 1,96 (2,71) |
4,14 ± 2,35 (3,42) |
p(1) < 0,001*
|
• Meio do filtro labial |
14,29 ± 2,69 (13,94) |
11,32 ± 2,68 (11,46) |
13,14 ± 3,04 (13,30) |
p(2) < 0,001*
|
• Supradentale |
11,81 ± 2,34 (11,94) |
9,16 ± 2,26 (8,73) |
10,79 ± 2,64 (10,50) |
p(2) < 0,001*
|
• Infradentale |
10,29 ± 2,70 (10,00) |
9,65 ± 2,11 (9,48) |
10,05 ± 2,50 (9,72) |
p(1) = 0,178
|
• Supramentale |
12,33 ± 2,38 (12,25) |
11,58 ± 2,45 (11,80) |
12,04 ± 2,42 (12,13) |
p(2) = 0,133
|
• Pogônio |
11,10 ± 2,65 (11,26) |
10,44 ± 2,64 (10,00) |
10,84 ± 2,65 (10,80) |
p(2) = 0,228
|
• Mento |
7,23 ± 2,73 (6,75) |
6,93 ± 2,72 (6,49) |
7,11 ± 2,72 (6,61) |
p(1) = 0,725
|
• Supraorbital |
6,34 ± 1,86 (6,19) |
6,23 ± 1,77 (6,20) |
6,29 ± 1,82 (6,19) |
p(2) = 0,773
|
• Infraorbital |
6,38 ± 2,46 (5,80) |
5,83 ± 2,18 (5,29) |
6,16 ± 2,36 (5,67) |
p(1) = 0,289
|
• Órbita Lateral |
7,20 ± 2,33 (7,06) |
8,81 ± 2,99 (8,65) |
7,82 ± 2,71 (7,42) |
p(3) = 0,006*
|
• Malar Inferior |
12,66 ± 3,73 (12,11) |
12,25 ± 4,71 (11,67) |
12,50 ± 4,12 (11,95) |
p(1) = 0,443
|
• Arco zigomático |
7,29 ± 2,52 (7,47) |
8,53 ± 3,06 (7,64) |
7,77 ± 2,79 (7,57) |
p(1) = 0,078
|
• Supraglenóide |
10,26 ± 3,84 (10,07) |
10,96 ± 3,78 (11,53) |
10,53 ± 3,81 (10,36) |
p(2) = 0,377
|
• Gônio |
16,00 ± 6,38 (15,37) |
18,02 ± 6,98 (18,08) |
16,78 ± 6,66 (15,85) |
p(1) = 0,198
|
• Supra M2 |
27,32 ± 5,77 (27,30) |
28,12 ± 6,24 (28,95) |
27,63 ± 5,94 (27,86) |
p(2) = 0,515
|
• Linha oclusal |
23,11 ± 4,42 (23,49) |
22,39 ± 4,52 (22,29) |
22,83 ± 4,45 (23,03) |
p(1) = 0,220
|
• Sub M2 |
23,12 ± 4,84 (23,38) |
22,27 ± 5,46 (21,95) |
22,79 ± 5,08 (22,87) |
p(2) = 0,416
|
Tabela 3 - Estatísticas das médias das distâncias de acordo com o sexo.
Houve diferenças significativas entre as categorias de estado nutricional para as
medidas: glabela; násio; pogônio; mentoniano; supra orbital; órbita lateral; malar
inferior; supraglenóide; supra M2; linha oclusal; sub M2 (Tabela 4). A maior parte das médias aumentou com a categoria do
estado nutricional, com medições maiores entre pacientes com sobrepeso.
Tabela 4 - Estatísticas da distância média de acordo com a idade.
Distâncias (Di)
|
Grupo etário |
Valor de p |
Até 39 Média ± DP (mediana)
|
40-59 Média ± DP (mediana)
|
60 ou mais Média ± DP (mediana)
|
• Supraglabela |
4,19 ± 1,31 (4,08) |
4,37 ± 1,02 (4,40) |
4,23 ± 1,07 (4,03) |
p(1) = 0,801
|
• Glabela |
4,60 ± 1,35 (4,64) |
5,29 ± 1,30 (5,49) |
5,18 ± 1,50 (4,59) |
p(1) = 0,056
|
• Násio |
5,59 ± 1,76 (5,51) |
6,22 ± 1,96 (6,06) |
5,37 ± 1,74 (5,25) |
p(2) = 0,213
|
• Rínio |
3,98 ± 2,37 (3,20) |
3,89 ± 1,62 (3,64) |
5,56 ± 3,40 (4,19) |
p(2) = 0,225
|
• Meio do filtro labial |
13,74 ± 2,86 (13,70)(A) |
12,64 ± 3,11 (13,00)(AB) |
11,59 ± 3,20 (10,70)(B) |
p(3) = 0,043*
|
• Supradentale |
11,16 ± 2,47 (11,01) |
10,52 ± 2,49 (10,50) |
9,68 ± 3,55 (8,66) |
p(1) = 0,165
|
• Infradentale |
9,74 ± 2,54 (9,51) |
10,52 ± 2,31 (10,40) |
10,28 ± 2,74 (9,86) |
p(2) = 0,228
|
• Supramentale |
12,15 ± 2,16 (12,20) |
11,91 ± 2,16 (11,95) |
11,88 ± 4,04 (11,93) |
p(1) = 0,876
|
• Pogônio |
10,63 ± 2,57 (10,41) |
11,26 ± 2,79 (11,78) |
10,77 ± 2,77 (11,03) |
p(1) = 0,566
|
• Mento |
6,43 ± 2,52 (6,02)(A) |
8,19 ± 2,68 (8,37)(B) |
7,61 ± 2,93 (7,67)(AB) |
p(2) = 0,011*
|
• Supraorbital |
5,95 ± 1,62 (5,70)(A) |
7,11 ± 1,91 (6,69)(B) |
5,85 ± 1,90 (6,28)(A) |
p(4) = 0,010*
|
• Infraorbital |
5,63 ± 2,15 (5,24)(A) |
6,92 ± 2,35 (6,52)(B) |
6,82 ± 2,86 (6,66)(AB) |
p(2) = 0,022*
|
• Órbita Lateral |
7,10 ± 2,34 (6,84)(A) |
8,84 ± 3,24 (8,47)(B) |
8,67 ± 1,85 (8,85)(AB) |
p(5) = 0,007*
|
• Malar Inferior |
12,12 ± 3,59 (11,88) |
13,58 ± 5,06 (13,90) |
11,54 ± 3,48 (12,29) |
p(2) = 0,394
|
• Arco zigomático |
7,59 ± 2,94 (7,28) |
8,24 ± 2,68 (7,66) |
7,45 ± 2,31 (7,59) |
p(2) = 0,439
|
• Supraglenóide |
9,68 ± 3,52 (9,96)(A) |
11,92 ± 3,57 (12,09)(B) |
11,04 ± 4,87 (9,39)(AB) |
p(1) = 0,025*
|
• Gônio |
16,51 ± 6,29 (15,85) |
17,75 ± 6,75 (19,4) |
15,54 ± 8,28 (12,36) |
p(2) = 0,388
|
• Supra M2 |
26,59 ± 5,47 (26,61) |
29,58 ± 5,47 (29,54) |
27,57 ± 8,19 (29,03) |
p(1) = 0,076
|
• Linha oclusal |
22,18 ± 4,37 (22,56) |
24,17 ± 4,45 (23,68) |
22,52 ± 4,43 (21,83) |
p(1) = 0,130
|
• Sub M2 |
23,11 ± 4,52 (23,36) |
23,15 ± 5,89 (22,97) |
20,35 ± 5,10 (19,65) |
p(1) = 0,207
|
Tabela 4 - Estatísticas da distância média de acordo com a idade.
As Tabelas 5 e 6 mostram os resultados encontrados em Brasileiros em comparação com
os de outras populações. A Tabela 5 mostra
várias distâncias com diferenças significativas (p < 0,05) ao
considerar os homens de cada país: Colombianos com nove distâncias; Coreanos com
dezessete; Eslovacos com treze; Africanos com dezesseis e Chineses com onze
distâncias. A Tabela 6 mostra também várias
distâncias com diferenças significativas quando considerando o sexo feminino:
Colombianos com dez distâncias; Coreanos com doze; Eslovacos com nove; Africanos com
onze e Chineses com oito distâncias.
Tabela 5 - Estatísticas das médias das distâncias de acordo com o estado
nutricional.
Distâncias (Di)
|
Estado nutricional |
Valor de p |
Peso Normal Média ± DP (mediana)
|
Excesso de peso Média ± DP
(mediana)
|
Obesidade Média ± DP (mediana) |
• Supraglabela |
4,20 ± 1,20 (4,11) |
4,19 ± 1,14 (4,14) |
4,95 ± 1,27 (4,90) |
p(1) = 0,304
|
• Glabela |
4,58 ± 1,30 (4,61)(A) |
5,06 ± 1,34 (5,09)(A) |
6,45 ± 1,05 (6,51)(B) |
p(2) = 0,001*
|
• Násio |
5,38 ± 1,68 (5,50)(A) |
5,91 ± 1,39 (6,02)(A) |
8,08 ± 3,17 (7,37)(B) |
p(3) = 0,001*
|
• Rínio |
4,29 ± 2,69 (3,25) |
4,07 ± 1,92 (3,85) |
3,22 ± 0,93 (3,20) |
p(1) = 0,622
|
• Meio do filtro labial |
12,98 ± 3,20 (12,76) |
13,31 ± 2,96 (13,73) |
13,64 ± 2,30 (13,30) |
p(2) = 0,800
|
• Supradentale |
10,39 ± 2,76 (10,02) |
11,42 ± 2,40 (11,57) |
1,85 ± 2,48 (11,00) |
p(2) = 0,185
|
• Infradentale |
9,88 ± 2,55 (9,54) |
10,11 ± 2,62 (9,66) |
11,05 ± 0,84 (10,96) |
p(1) = 0,099
|
• Supramentale |
12,01 ± 2,36 (12,15) |
12,16 ± 2,63 (12,04) |
11,69 ± 2,09 (12,20) |
p(2) = 0,890
|
• Pogônio |
9,94 ± 2,42 (9,80)(A) |
12,06 ± 2,59 (12,32)(B) |
12,06 ± 1,95 (12,72)(B) |
p(3) < 0,001*
|
• Mento |
6,22 ± 2,47 (5,57)(A) |
8,14 ± 2,41 (7,96)(B) |
9,19 ± 3,52 (10,40)(B) |
p(1) = 0,001*
|
• Supraorbital |
5,82 ± 1,62 (5,85)(A) |
6,63 ± 1,86 (6,31)(A) |
8,50 ± 1,24 (8,86)(B) |
p(3) < 0,001*
|
• Infraorbital |
5,93 ± 2,53 (5,43) |
6,28 ± 2,11 (5,84) |
7,56 ± 1,77 (7,23) |
p(1) = 0,077
|
• Órbita Lateral |
7,37 ± 2,49 (6,95)(A) |
8,14 ± 2,93 (7,57)(AB) |
9,92 ± 2,44 (9,07)(B) |
p(3) = 0,041*
|
• Malar Inferior |
11,70 ± 3,76 (10,85)(A) |
12,89 ± 4,27 (12,17) (A) |
17,07 ± 3,20 (16,83)(B) |
p(1) = 0,004*
|
• Arco zigomático |
7,45 ± 2,68 (7,45) |
7,89 ± 2,95 (7,47) |
9,78 ± 2,22 (10,86) |
p(1) = 0,070
|
• Supraglenóide |
9,70 ± 3,67 (9,89)(A) |
11,32 ± 3,90 (10,35)(AB) |
13,31 ± 2,52 (12,17)(B) |
p(1) = 0,018*
|
• Gônio |
16,25 ± 6,64 (15,70) |
17,45 ± 6,60 (16,95) |
17,66 ± 7,71 (15,08) |
p(1) = 0,623
|
• Supra M2 |
26,28 ± 5,57 (26,49)(A) |
28,99 ± 6,23 (29,24)(AB) |
31,77 ± 4,11 (31,90)(B) |
p(3) = 0,014*
|
• Linha oclusal |
21,37 ± 4,36 (21,28)(A) |
24,14 ± 3,54 (23,67)(B) |
28,15 ± 3,57 (27,07)(C) |
p(3) < 0,001*
|
• Sub M2 |
21,71 ± 4,99 (21,23)(A) |
24,00 ± 5,06 (24,90)(B) |
25,48 ± 3,85 (24,13)(B) |
p(4) = 0,035*
|
Tabela 5 - Estatísticas das médias das distâncias de acordo com o estado
nutricional.
Tabela 6 - Comparação entre os valores de brasileiros do sexo masculino e outras
populações (Colombiano, Coreano, Eslovaco, Africano, Chinês).
Distâncias |
Brasileira♂ |
Colombiana2♂
|
Coreana3♂
|
Eslovaca4♂
|
Africana5♂
|
Chinesa6♂
|
Média |
DP |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Supraglabela |
4,4 |
1,2 |
** |
<0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
0,076 |
Glabela |
4,6 |
1,2 |
** |
0,035* |
<0,001* |
0,002* |
0,987 |
Násio |
6,0 |
1,7 |
0,001* |
0,248 |
<0,001* |
< 0,001* |
0,898 |
Rínio |
5,2 |
2,8 |
<0,001* |
< 0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
Meio do filtro labial |
14,7 |
2,6 |
0,424 |
<0,001* |
0,010* |
<0,001* |
<0,001* |
Supradentale |
11,7 |
2,6 |
0,936 |
0,704 |
0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
Infradentale |
10,1 |
2,6 |
0,003* |
<0,001* |
** |
0,706 |
<0,001* |
Supramentale |
12,5 |
2,1 |
0,932 |
0,019* |
** |
0,279 |
<0,001* |
Pogônio |
10,2 |
2,4 |
** |
0,001* |
** |
<0,001* |
0,773 |
Mento |
6,3 |
2,5 |
<0,001* |
0,030* |
** |
0,076 |
0,106 |
Supraorbital |
5,9 |
1,5 |
0,026* |
0,001* |
<0,001* |
0,001* |
0,001* |
Infraorbital |
6,3 |
2,8 |
0,011* |
0,002* |
0,051 |
0,231 |
0,072 |
Órbita Lateral |
7,0 |
2,4 |
0,031 |
<0,001* |
<0,001* |
0,322 |
<0,001* |
Malar Inferior |
11,9 |
3,0 |
<0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
< 0,001* |
** |
Arco zigomático |
7,1 |
2,5 |
0,039* |
0,014* |
<0,001* |
<0,001* |
0,001* |
Supraglenóide |
9,4 |
3,7 |
0,207 |
<0,001* |
<0,001* |
0,020* |
0,034* |
Gônio |
15,9 |
6,9 |
0,475 |
0,040* |
** |
0,030* |
0,052 |
Supra M2 |
26,4 |
5,5 |
0,007* |
0,112 |
<0,001* |
< 0,001* |
0,325 |
Linha oclusal |
21,9 |
4,6 |
0,220 |
0,710 |
<0,001* |
<0,001* |
0,001* |
Sub M2 |
23,0 |
4,9 |
0,194 |
0,002* |
** |
< 0,001* |
<0,001* |
Tabela 6 - Comparação entre os valores de brasileiros do sexo masculino e outras
populações (Colombiano, Coreano, Eslovaco, Africano, Chinês).
A Tabela 7 mostra as diferenças entre os
indivíduos com sobrepeso, do Brasil, da China e de Colômbia. Há diferenças
significativas em 10 pontos em Chineses do sexo masculino, nove em Colombianos do
sexo masculino e 4 em Chineses do sexo feminino.
Tabela 7 - Comparação entre os valores das mulheres brasileiras e outras populações
(Colombiana, Coreana, Eslovaca, Africana, Chinesa).
Distâncias |
Brasileira♀ |
Colombiana2♀
|
Coreana3♀
|
Eslovaca4♀
|
Africana5♀
|
Chinesa6♀
|
Média |
DP |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Valor p(1) |
Supraglabela |
3,9 |
1,1 |
** |
0,001* |
0,011* |
< 0,001* |
0,523 |
Glabela |
4,5 |
1,4 |
** |
0,032* |
0,003* |
0,001* |
0,886 |
Násio |
4,6 |
1,3 |
<0,001* |
0,401 |
<0,001* |
0,149 |
0,001* |
Rínio |
3,0 |
1,9 |
0,003* |
0,003* |
0,001* |
0,213 |
0,164 |
Meio do filtro labial |
10,8 |
2,6 |
<0,001* |
0,156 |
0,016* |
0,007* |
0,146 |
Supradentale |
8,6 |
1,9 |
0,008* |
0,049* |
<0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
Infradentale |
9,6 |
2,5 |
0,012* |
<0,001* |
** |
< 0,001* |
<0,001* |
Supramentale |
11,4 |
2,5 |
<0,001* |
0,001* |
** |
0,770 |
0,001* |
Pogônio |
9,6 |
2,5 |
** |
0,001* |
** |
0,054 |
0,513 |
Mento |
6,1 |
2,5 |
<0,001* |
0,945 |
** |
0,330 |
0,617 |
Supraorbital |
5,7 |
1,8 |
0,960 |
0,547 |
0,001* |
0,140 |
0,072 |
Infraorbital |
5,4 |
2,1 |
0,194 |
<0,001* |
0,008* |
0,109 |
0,053 |
Órbita Lateral |
7,8 |
2,6 |
0,011* |
0,006* |
0,017 |
0,298 |
0,001* |
Malar Inferior |
11,5 |
4,7 |
<0,001* |
<0,001* |
<0,001* |
< 0,001* |
** |
Arco zigomático |
8,0 |
2,8 |
0,886 |
0,737 |
0,255 |
<0,001* |
<0,001* |
Supraglenóide |
10,1 |
3,6 |
0,381 |
0,688 |
0,374 |
< 0,001* |
0,543 |
Gônio |
16,7 |
6,4 |
0,075 |
<0,001* |
** |
<0,001* |
0,008* |
Supra M2 |
26,2 |
5,7 |
0,003* |
0,680 |
0,987 |
< 0,001* |
0,589 |
Linha oclusal |
20,7 |
4,0 |
0,817 |
0,109 |
0,771 |
0,142 |
<0,001* |
Sub M2 |
20,0 |
4,7 |
0,446 |
0,030* |
** |
< 0,001* |
0,476 |
Tabela 7 - Comparação entre os valores das mulheres brasileiras e outras populações
(Colombiana, Coreana, Eslovaca, Africana, Chinesa).
DISCUSSÃO
As exigências em matéria civil e criminal envolvendo identificação de cadáveres ou
ossadas são enormes. Por esta razão, o processo pelo qual se determina a identidade
de uma pessoa é fundamental na tentativa de provar que um indivíduo morto é
realmente o identificado. Para isso a reconstrução facial pode ser usada quando
outros métodos de identificação falham2. Uma
imagem de um morto não identificado é obtido com base em valores médios de espessura
do tecido mole facial obtida em determinadas populações que pode permitir o
reconhecimento de um indivíduo.
Este estudo avaliou a espessura do tecido mole numa população Brasileira, com base
em
pontos craniométricos pré-definidos utilizando TC, visando a criação de uma base de
dados populacional para futuras reconstruções faciais para identificação de restos
de ossadas. Isto é importante porque podem ser encontrados variações entre
diferentes populações e que podem interferir nessas reconstruções.
Esta pesquisa encontrou três pontos com maior espessura de tecido mole: supra M2,
linha oclusal e sub-M2. Os pontos que apresentaram menor espessura foram localizados
no osso frontal (supraglabela, glabela, násio) e no nariz (rínion). Rínion foi o
ponto mais fino. De acordo com as populações comparadas neste estudo, a
Colombiana27, Coreana28, Eslovaca1, Africana23 e Chinesa22, a maior espessura do tecido mole em estas
populações foram também na região da bochecha e menor na testa e na raiz nasal.
Este é, portanto, o único ponto concordante na tentativa de encontrar várias
distâncias com diferença significativa aquando da sua comparação. As distâncias
encontradas que são diferentes com um p < 0,05 em quase todas as
populações foram rínion; supradentale; infradentale; supra orbital; malar inferior
e
arco zigomático. Para indivíduos com sobrepeso as distâncias diferentes encontradas
foram rínion; supradentale; infradentale; infra orbital; órbita lateral e linha
oclusal.
Neste estudo, as distâncias médias em pontos como a órbita lateral, arco zigomático;
supra-glenóide; gônio e supra M2 foram maiores no sexo feminino do que no sexo
masculino. As outras medidas médias forma proporcionalmente mais elevadas no sexo
masculino. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os
sexos (p < 0,05) nas distâncias násio, rínion, meio do filtro
labial, supradentale, e órbita lateral.
No entanto, com base na análise estatística, apenas quatro das medições de espessura
dos tecidos moles dessas marcas antropológicas foram significantemente diferentes
entre homens e mulheres. A mesma diferença entre os sexos foi encontrada na
população chinesa22, os homens tinham tecido
mole mais espesso do que as mulheres, na maioria dos pontos de referência, similar
ao de outras populações23,27,28. Um estudo na população da Eslováquia1 mostrou que a espessura dos tecidos moles da face de homens superou a
das mulheres em 13 pontos de referência, com 9 pontos com diferença significativa
(p < 0,05). Os homens apresentaram valores mais elevados nos
pontos: malar, linha oclusal e superior M2.
Foram registradas diferenças significativas entre os grupos etários (Tabela 8) (p < 0,05) nas
medidas: meio do filtro labial; mentoniano; supra-orbital; infra-orbital; órbita
lateral; supra-glenóide. De acordo com Panenková1, na população Eslovaca, homens diferem nos três grupos etários nos
pontos supra-glenóide e meio do filtro labial. A espessura dos tecidos moles em
mulheres diferiu significativamente na glabela, meio do filtro labial, supra-orbital
e infra-orbital. Portanto, a espessura do tecido mole pode ser diferente quando se
comparam grupos etários.
Tabela 8 - Comparação da espessura de tecidos moles de homens e mulheres brasileiros
com sobrepeso e outras populações (Colombiana e Chinesa).
Distância |
Brasileira♂ |
Chinesa2♂
|
Colombiana3♂
|
Brasileira4♀
|
Chinesa2♀
|
Média |
DP |
Valor p(1) |
|
Média |
DP |
Valor p(1) |
Supraglabela |
4,3 |
1,2 |
0,009* |
** |
4,4 |
1,2 |
0,330 |
Glabela |
5,3 |
1,5 |
0,138 |
** |
5,3 |
1,1 |
0,220 |
Násio |
6,3 |
2,1 |
0,208 |
0,310 |
6,2 |
1,5 |
0,638 |
Rínio |
4,2 |
1,7 |
0,009* |
<0,001* |
3,5 |
2,1 |
0,422 |
Meio do filtro labial |
13,9 |
2,8 |
0,033* |
0,084 |
12,3 |
2,7 |
0,147 |
Supradentale |
11,9 |
2,1 |
<0,001* |
0,028* |
10,1 |
2,6 |
0,002* |
Infradentale |
10,5 |
2,8 |
<0,001* |
0,001* |
9,6 |
1,3 |
< 0,001* |
Supramentale |
12,2 |
2,7 |
0,088 |
0,585 |
11,9 |
2,3 |
0,135 |
Pogônio |
12,1 |
2,6 |
0,009* |
** |
11,9 |
2,4 |
0,063 |
Mento |
8,3 |
2,6 |
0,166 |
<0,001* |
8,3 |
2,6 |
0,703 |
Supraorbital |
6,8 |
2,1 |
0,021* |
0,122 |
7,1 |
1,3 |
0,651 |
Infraorbital |
6,5 |
2,1 |
<0,001* |
0,021* |
6,5 |
2,2 |
0,034* |
Órbita Lateral |
7,4 |
2,3 |
<0,001* |
0,007* |
10,6 |
2,9 |
0,190 |
Malar Inferior |
13,5 |
4,3 |
** |
<0,001* |
13,6 |
4,6 |
** |
Arco zigomático |
7,6 |
2,5 |
0,358 |
0,008* |
9,5 |
3,3 |
0,089 |
Supraglenóide |
11,3 |
3,6 |
0,468 |
0,387 |
12,4 |
3,7 |
0,056 |
Gônio |
16,1 |
5,8 |
0,566 |
<0,001* |
20,4 |
7,6 |
0,136 |
Supra M2 |
28,4 |
5,9 |
0,330 |
0,131 |
31,6 |
5,7 |
0,349 |
Linha oclusal |
24,5 |
3,8 |
0,044* |
0,409 |
25,4 |
3,9 |
0,017* |
Sub M2 |
23,2 |
4,9 |
0,598 |
0,286 |
26,4 |
4,3 |
0,061 |
Tabela 8 - Comparação da espessura de tecidos moles de homens e mulheres brasileiros
com sobrepeso e outras populações (Colombiana e Chinesa).
De acordo com o IMC, as medidas com diferenças significativas foram glabela; násio;
pôgonio; mento; supra-orbital; órbita lateral; malar inferior; supra-glenóide; supra
M2; linha oclusal; sub M2, com menor valor de tecido mole quando o paciente tinha
peso normal seguido por pacientes com sobrepeso. Na população chinesa22 para ambos os sexos, considerando indivíduos
com sobrepeso, distâncias menores mostraram diferenças significativas quando
comparadas com aqueles com peso normal.
Por outro lado, homens Colombianos com sobrepeso tinham cerca de metade da quantidade
de distâncias com uma diferença significativa, talvez porque este estudo teve uma
amostra pequena. Assim, é possível dizer que, ao comparar as populações, o IMC pode
ser uma variável importante a considerar uma vez que as diferenças tendem a diminuir
à medida que o peso aumenta. No entanto, como existem apenas essas três populações
considerando essa variável, uma delas com amostras pequenas (Colombianas/30
indivíduos)27, mais estudos devem ser
feitos para estudar essa questão com maior profundidade.
Alguns pontos antropométricos mostraram diferenças significativas entre sexo, faixa
etária e estado nutricional. Entre os sexos, os homens apresentaram médias mais
elevadas. Entre os grupos etários, houve também diferenças significativas em algumas
distâncias. Em relação ao estado nutricional, as distâncias foram menores entre peso
normal e maior entre os obesos. Quando considerando diversas populações, a espessura
de tecido mole apresentou diferenças significativas em muitos pontos craniométricos
destacando como eles podem ser distintas.
CONCLUSÃO
Alguns pontos antropométricos mostraram diferenças significativas entre sexo, faixa
etária e estado nutricional. Entre os sexos, os homens apresentaram médias mais
elevadas. Entre os grupos etários, houve também diferenças significativas em algumas
distâncias. Em relação ao estado nutricional, as distâncias foram menores entre peso
normal e maior entre os obesos. Quando considerando diversas populações, a espessura
de tecido mole apresentou diferenças significativas em muitos pontos craniométricos
destacando como eles podem ser distintas.
AGRADECIMENTOS
A pesquisa recebeu apoio financeiro da FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência e
Tecnologia de Pernambuco) através do edital de número nº APQ-0150-4.02/14.
COLABORAÇÕES
MMFS
|
Coleta de dados; redação - preparação do original.
|
GGP
|
Análise e/ou interpretação dos dados; aprovação final do manuscrito;
concepção e desenho do estudo; gerenciamento de recursos; gerenciamento
do projeto; metodologia; redação - revisão e edição.
|
AAA
|
Conceitualização; concepção e desenho do estudo.
|
EPS
|
Concepção e desenho do estudo; supervisão.
|
MVDC
|
Conceitualização; supervisão.
|
RSCS
|
Concepção e desenho do estudo; metodologia; redação - revisão e edição;
supervisão.
|
REFERÊNCIAS
1. Panenková P, Beňuš R, Masnicová S, Obertová Z, Grunt
J. Facial soft tissue thicknesses of the mid-face for Slovak population.
Forensic Sci Int. 2012;220(1-3):293.e1-6.
2. Sipahioglu S, Ulubay H, Diren HB. Midline facial soft tissue
thickness database of Turkish population: MRI study. Forensic Sci Int.
2012;219(1-3):282.e1-8.
3. Manhein MH, Listi GA, Barsley RE, Musselman R, Barrow NE, Ubelaker
DH. In vivo facial tissue depth measurements for children and adults. J Forensic
Sci. 2000;45(1):48-60.
4. Stephan CN. Beyond the sphere of the English facial approximation
literature: ramifications of German papers on western method concepts. J
Forensic Sci. 2006;51(4):736-9.
5. Simpson E, Henneberg M. Variation in soft-tissue thicknesses on the
human face and their relation to craniometric dimensions. Am J Phys Anthropol.
2002;118(2):121-33.
6. Domaracki M, Stephan CN. Facial soft tissue thicknesses in
Australian adult cadavers. J Forensic Sci. 2006;51(1):5-10.
7. Codinha S. Facial soft tissue thicknesses for the Portuguese adult
population. Forensic Sci Int. 2009;184(1-3):80.e1-7.
8. Tedeschi-Oliveira SV, Melani RF, de Almeida NH, de Paiva LA. Facial
soft tissue thickness of Brazilian adults. Forensic Sci Int.
2009;193(1-3):127.e1-7.
9. Garlie TN, Saunders SR. Midline facial tissue thicknesses of
subadults from a longitudinal radiographic study. J Forensic Sci.
1999;44(1):61-7.
10. George RM. The lateral craniographic method of facial
reconstruction. J Forensic Sci. 1987;32(5):1305-30.
11. Smith SL, Buschang PH. Midsagittal facial tissue thicknesses of
children and adolescents from the Montreal growth study. J Forensic Sci.
2001;46(6):1294-302.
12. Utsuno H, Kageyama T, Deguchi T, Yoshino M, Miyazawa H, Inoue K.
Facial soft tissue thickness in Japanese female children. Forensic Sci Int.
2005;152(2-3):101-7.
13. Utsuno H, Kageyama T, Uchida K, Yoshino M, Oohigashi S, Miyazawa H,
et al. Pilot study of facial soft tissue thickness differences among three
skeletal classes in Japanese females. Forensic Sci Int.
2010;195(1-3):165.e1-5.
14. De Greef S, Claes P, Vandermeulen D, Mollemans W, Suetens P, Willems
G. Large-scale in-vivo Caucasian facial soft tissue thickness database for
craniofacial reconstruction. Forensic Sci Int. 2006;159 Suppl
1:S126-46.
15. Aulsebrook WA, Becker PJ, Iscan MY. Facial soft-tissue thicknesses
in the adult male Zulu. Forensic Sci Int. 1996;79(2):83-102.
16. El-Mehallawi IH, Soliman EM. Ultrasonic assessment of facial soft
tissue thicknesses in adult Egyptians. Forensic Sci Int.
2001;117(1-2):99-107.
17. Lebedinskaya GV, Veselovskaya EV. Ultrasonic measurements of the
thickness of soft facial tissue among the Bashkirs. Ann Acad Sci Fenn A.
1986;175:91-5.
18. Smith SL, Throckmorton GS. A new technique for three-dimensional
ultrasound scanning of facial tissues. J Forensic Sci.
2004;49(3):451-7.
19. Wilkinson CM. In vivo facial tissue depth measurements for white
British children. J Forensic Sci. 2002;47(3):459-65.
20. Vander Pluym J, Shan WW, Taher Z, Beaulieu C, Plewes C, Peterson AE,
et al. Use of magnetic resonance imaging to measure facial soft tissue depth.
Cleft Palate Craniofac J. 2007;44(1):52-7.
21. Sahni D, Sanjeev, Singh G, Jit I, Singh P. Facial soft tissue
thickness in northwest Indian adults. Forensic Sci Int.
2008;176(2-3):137-46.
22. Dong Y, Huang L, Feng Z, Bai S, Wu G, Zhao Y. Influence of sex and
body mass index on facial soft tissue thickness measurements of the northern
Chinese adult population. Forensic Sci Int.
2012;222(1-3):396.e1-7.
23. Phillips VM, Smuts NA. Facial reconstruction: utilization of
computerized tomography to measure facial tissue thickness in a mixed racial
population. Forensic Sci Int. 1996;83(1):51-9.
24. Kasai K. Soft tissue adaptability to hard tissues in facial
profiles. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;113(6):674-84.
25. Suzuki K. On the thickness of the soft tissue parts of the Japanese
face. J Anthropol Soc Nippon. 1948;60:7-11.
26. Rhine JS, Campbell HR. Thickness of facial tissues in American
blacks. J Forensic Sci. 1980;25(4):847-58.
27. Perlaza Ruiz NA. Facial soft tissue thickness of Colombian adults.
Forensic Sci Int. 2013;229(1-3):160.e1-9.
28. Hwang HS, Park MK, Lee WJ, Cho JH, Kim BK, Wilkinson CM. Facial soft
tissue thickness database for craniofacial reconstruction in Korean adults. J
Forensic Sci. 2012;57(6):1442-7.
29. Vanezi P, Vanezis M, McCombe G, Niblett T. Facial reconstruction
using 3-D computer graphics. Forensic Sci Int.
2000;108(2):81-95.
1. Universidade de Pernambuco, Camaragibe, PE,
Brasil.
Autor correspondente: Gabriela Granja Porto, Av. General Newton
Cavalcanti, nº1650 - Camaragibe, PE, Brasil, CEP 54753-220. E-mail:
gabriela.porto@upe.br
Artigo submetido: 25/4/2018.
Artigo aceito: 1/10/2018.
Conflitos de interesse: não há.