INTRODUÇÃO
As lesões de pele, tanto benignas quanto malignas, além de produzirem um impacto
importante na morbidade, podem também diminuir a produtividade, causar exclusão
social e afetar a qualidade de vida do indivíduo1,2. Entre as lesões de
pele, merece destaque o câncer de pele, que no mundo apresenta uma incidência
crescente nas últimas três décadas e no Brasil é a neoplasia mais frequente,
afetando cerca de 0,06% da população no ano de 20153.
Os locais mais comuns de ocorrência das neoplasias de pele são as regiões da cabeça
e
do pescoço, representando até 80% das neoplasias de pele do tipo não melanoma4. As consequências do tratamento, especialmente
nessa região, podem incluir desordens físicas e psicológicas5,6, uma vez
que as sequelas e cicatrizes resultantes do tratamento cirúrgico podem causar
diferentes tipos de deformidades e alterações físicas faciais7.
A sequela de queimadura é outro tipo de lesão de pele que desencadeia sérios
problemas físicos, psicológicos e financeiros para o paciente, a sua família e
a
sociedade8. Mesmo quando as causas de
desconforto psicológico são pequenas deformidades ou falhas estéticas menores,
estas
podem se tornar a causa de sentimento de inferioridade ou fator de conflito
emocional9,10.
Esses pacientes são frequentemente referenciados para serviços de cirurgia de forma
a
corrigir os defeitos anatômicos e funcionais. Nessa condição, o conceito de cura
não
deve ser unicamente baseado na recuperação biológica, mas incluir também o
bem-estar, a sobrevivência psíquica, a autoestima e a qualidade de vida (QV)11,12.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “qualidade de vida é a percepção do
indivíduo, de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores
nos
quais ele vive e em relação às suas metas, expectativas, padrões e interesses”9, relacionando-se à promoção da saúde,
prevenção de doenças, tratamento e reabilitação, a fim de melhorar o bem-estar
dos
pacientes10-12. A autoestima, por sua vez, consiste na
medida dos sentimentos positivos do indivíduo sobre si mesmo. É algo subjetivo
porque determina o modo como o indivíduo pensa e se comporta, sendo suas medidas
baseadas em experiências individuais e sociais13.
Existem diversos estudos que avaliam o impacto da cirurgia estética na qualidade de
vida (QV) ou autoestima, em procedimentos como blefaroplastia, rinoplastia e
ritidoplastia13-15, podendo haver maiores estudos no que se
refere ao impacto da cirurgia reparadora nos tipos de pacientes anteriormente
referidos.
OBJETIVO
O presente estudo investigou o efeito da cirurgia plástica reconstrutora na qualidade
de vida e na autoestima de pacientes com lesões benignas ou malignas de pele que
foram encaminhados a um Serviço de cirurgia plástica em um hospital universitário
no
Sul do Brasil.
MÉTODOS
Foi realizado um ensaio clínico não aleatório e aberto, do tipo antes e depois, com
pacientes com indicação de cirurgia reparadora, tendo sido avaliada a mudança
na QV
e na autoestima entre o período pré-operatório e o pós-operatório.
Participaram do estudo os pacientes com 18 anos ou mais, portadores de lesões de pele
benignas ou malignas classificadas pelo CID 10, com acometimento ou não de planos
mais profundos e que tiveram indicação de realizar procedimento cirúrgico reparador.
Esses pacientes eram encaminhados de outros Serviços para o ambulatório de cirurgia.
O critério de exclusão foi a ausência de capacidade intelectual para responder
ao
questionário.
Os pacientes foram submetidos aos procedimentos no centro cirúrgico, na presença de
equipe formada pelo cirurgião, auxiliar cirúrgico médico residente ou estudante
de
medicina e médico anestesista. Após o procedimento, foi realizado contato telefônico
com os pacientes, lembrando-os do retorno à consulta, visando diminuir o risco
de
perdas. A indicação do procedimento cirúrgico foi realizada por dois cirurgiões
de
forma independente, e no caso de discordância a decisão foi realizada por consenso.
Para diagnóstico das lesões dos pacientes submetidos aos procedimentos, foram
utilizados o exame clínico, o exame transoperatório e o estudo histopatológico.
Os desfechos do estudo foram a QV e a autoestima dos pacientes. Para avaliação da
QV,
foi utilizado o questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 - Item
Short-Form Health Survey). É um instrumento de fácil aplicação,
validado no Brasil e frequentemente utilizado para estudar esse tópico16,17.
Trata-se de um questionário multidimensional, formado por 36 itens, agrupados em 8
componentes ou domínios: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos,
dor,
estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspectos
emocionais e saúde mental. Os domínios são calculados segundo fórmulas já
estabelecidas pelo próprio questionário, chegando-se a um resultado para cada
questão, que é transformado em uma escala de zero a cem (0 a 100), na qual zero
é
considerado o pior estado, e cem, o melhor18,19.
Para a avaliação da autoestima, foi utilizada escala de autoestima de Rosemberg
(EAR). É um instrumento utilizado em pesquisa, de fácil e rápida aplicação20. Para o presente estudo, utilizou-se a
versão brasileira da EAR, validada e adaptada para as necessidades e características
da população do país20.
A EAR é um questionário constituído por 10 itens, com conteúdos relativos aos
sentimentos de respeito e aceitação do indivíduo em relação a si mesmo, havendo
as
seguintes opções de resposta: concordo totalmente, concordo, discordo e discordo
totalmente. Cada item de resposta varia de 1 a 4 pontos. Quanto maior o escore,
maior o nível da autoestima21.
Na consulta de pré-operatório era realizada a primeira medida da QV e da autoestima,
além da coleta das características basais dos pacientes. Quatro semanas depois,
em
média, era realizado o procedimento cirúrgico, sendo nessa fase coletadas
informações inerentes ao procedimento, como técnica utilizada e características
transoperatórias da lesão. Na consulta de pós-operatório, em média 8 semanas após
a
primeira consulta, era aplicado pela segunda vez o questionário sobre QV e
autoestima, e coletados os dados sobre diagnóstico histopatológico da lesão.
O cálculo da amostra foi estimado utilizando a diferença esperada entre os diversos
domínios do questionário de QV e a diferença no escore da autoestima. Os valores
estimados foram obtidos de um estudo anterior22. Foi utilizado um nível de confiança de 95% e um poder estatístico
entre 95% em todos os cálculos. Para cada um dos domínios da QV, foi feito o cálculo
de tamanho de amostra necessário considerando a média e desvio padrão (DP) no
pré-operatório e no pós-operatório.
O domínio que exigiu um “n” maior foi o de saúde mental. Os escores pré-operatório
e
pós-operatório para esse domínio foram 55 (DP 8) e 65 (DP 13), respectivamente.
O
tamanho calculado da amostra foi de 52 pacientes, considerando 10% para perdas
e 50%
para fatores de confusão. O cálculo da amostra para EAR considerou uma média e
DP
antes e depois de 20 (DP 5) e 28 (DP 6), respectivamente. O “n” necessário para
esse
desfecho foi de 26 indivíduos. Assim, o tamanho da amostra necessária para os
dois
desfechos foi de 52 pacientes.
As variáveis independentes estudadas foram:
a) Sociodemográficas: idade, cor de pele referida pelo paciente (categorizada em
branca, preta ou amarela), sexo, estado civil (categorizado em com e sem
companheiro), alfabetização, escolaridade, renda familiar per capita
classificada em quartis, atividade exercida no mês anterior à
entrevista;
b) Características da lesão ou doença (tamanho em área; diagnóstico clínico e
histopatológico; presença ou não de doença neoplásica sistêmica, topografia
da lesão, definida como na face (nariz, orelha, lábio, periorbitária, malar
frontal), cranial, cervical, tronco, membros superiores, membros inferiores
ou genital;
c) Classificação do tratamento cirúrgico quanto ao tipo (ressecção com
fechamento primário; confecção de enxerto; ressecção seguida de retalho
local; uso de expansores de tecido;
d) Eventos de vida produtores de estresse, definidos como mudanças no meio
ambiente, ocorridas até 12 meses antes da avaliação, cuja magnitude demandou
um grau de adaptação social e/ou psicológica por parte do paciente: episódio
grave de doença, falecimento de parentes próximos, internação hospitalar,
separação/divórcio, mudança forçada de moradia, problemas financeiros
graves, agressão física, assalto ou roubo com violência23.
Foi construído um banco de dados no programa Epidata 3.1. Os dados foram digitados
de
forma dupla por dois digitadores independentes. Posteriormente, foi feita a limpeza
do banco, identificando erros de amplitude ou consistência. Para a análise dos
dados, o banco foi traduzido para um programa de estatística (Stata 13.1). Foi
realizada a análise descritiva da amostra estudada.
Calculou-se o escore SF-36 por domínio e o escore da escala de autoestima de
Rosemberg para a primeira e a segunda consultas. A diferença nos escores foi
analisada estatisticamente mediante o teste de Student para amostras pareadas.
Posteriormente, foi analisada a diferença da proporção de indivíduos que aumentou
seu escore de QV e autoestima em cada categoria das variáveis sociodemográficas.
O
teste utilizado foi o Qui-quadrado. Em todas as análises foi utilizado um valor
de
p menor que 0,05 de um teste bicaudal.
O projeto seguiu as diretrizes da Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, e foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde da Universidade Federal
do Rio Grande. Todos os pacientes assinaram um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, confirmando, desse modo, estar aceitando participar do estudo por
livre
e espontânea vontade.
RESULTADOS
Um total de 52 pacientes foram selecionados e todos participaram do estudo, não
havendo perdas. O tempo médio entre a primeira e segunda aplicação do questionário
foi de 63,08 dias (DP 2,51, mínimo 58, máximo 67). O período de coleta de dados
se
estendeu de junho a outubro de 2016.
A média de idade foi 51,69 (DP 24,12) e as idades dos pacientes variaram entre 19
a
90 anos de idade, sendo a maior proporção encontrada na faixa dos 60 anos ou mais.
A
maior proporção era do sexo feminino, de pele branca, sem companheiro, alfabetizados
e com baixa escolaridade (40% com menos de 3 anos de estudo). Quanto à renda mensal,
o primeiro quartil acumulava até 458 reais por mês, e o último 1.300 reais, em
média. Quatro entre 10 dos pacientes trabalharam.
No que se refere ao tamanho das lesões de pele dos pacientes, a média foi de 6,8
cm2, sendo que 46,15% das lesões eram neoplasias malignas, e 53,85%
das lesões eram benignas, caracterizadas como sequelas de trauma ou queimaduras,
cicatrizes patológicas ou inestéticas ou neoplasias benignas. Entre os tipos de
neoplasia, 75% eram carcinoma basocelular, 20,83% carcinoma espinocelular e 4,17%
melanoma. Em 69,23% dos pacientes foram utilizadas técnicas de fechamento dos
defeitos com uso de retalhos cirúrgicos ou enxertia de pele. A maioria das lesões
se
encontrava em face ou couro cabeludo (67,31%) (Tabela 1).
Tabela 1 - Características dos pacientes submetidos a cirurgia plástica reparadora
em Hospital Universitário no Sul do Brasil, Rio Grande, RS, 2016 (n =
52).
Características |
n |
(%) |
Idade - categoria (anos) |
|
|
0-19 |
5 |
(9,62) |
20-39 |
13 |
(25) |
40-49 |
11 |
(21,15) |
60 ou mais |
23 |
(44,23) |
Cor da pele |
|
|
Branca |
46 |
(88,46) |
Negra ou parda |
6 |
(11,54) |
Sexo |
|
|
Feminino |
30 |
(57,69) |
Masculino |
22 |
(42,31) |
Estado civil |
|
|
Sem companheiro |
33 |
(63,43) |
Com companheiro |
19 |
(36,54) |
Alfabetização |
|
|
Sabem ler |
51 |
(98,08) |
Não sabe ler |
1 |
(1,92) |
Escolaridade |
|
|
Até 3 anos de estudo |
21 |
(40,38) |
4a a 7a série |
19 |
(36,54) |
1o grau completo ou mais |
12 |
(23,08) |
Renda familiar |
|
|
1º quartil |
458,00 |
(90,6) |
2º quartil |
644,00 |
(62,5) |
3º quartil |
900,00 |
(81,7) |
4º quartil |
1.300,00 |
(293) |
Emprego |
|
|
Não trabalharam |
30 |
(57,69) |
Trabalharam |
22 |
(42,31) |
Área da lesão em cm2 |
6,86 |
(5,62) |
Tipo de lesão |
|
|
Neoplasia maligna |
24 |
(46,15) |
Outras lesões |
28 |
(53,85) |
Tipo de neoplasia |
|
|
Carcinoma basocelular |
18 |
(75,00) |
Carcinoma espinocelular |
5 |
(20,83) |
Melanoma |
1 |
(4,17) |
Local |
|
|
Face/couro cabeludo |
35 |
(67,31) |
Tronco/membros/outras regiões |
17 |
(32,69) |
Tipo de tratamento cirúrgico |
|
|
Fechamento primário |
16 |
(30,77) |
Enxerto ou retalho cirúrgico |
36 |
(69,23) |
Evento estressante |
|
|
Não apresentaram evento |
44 |
(84,62) |
Apresentaram ao menos 1 evento |
8 |
(15,38) |
Tabela 1 - Características dos pacientes submetidos a cirurgia plástica reparadora
em Hospital Universitário no Sul do Brasil, Rio Grande, RS, 2016 (n =
52).
Quanto aos resultados de SF-36 (Tabela 2), é
possível perceber que os escores iniciais dos domínios se situaram, na sua maioria,
acima dos 70 pontos, sendo que o domínio com melhor pontuação foi o de aspectos
sociais. Após a intervenção cirúrgica, houve uma melhora significativa do escore
de
QV de vida para aspectos emocionais, limitação por aspectos físicos, aspectos
sociais, dor, estado geral de saúde e saúde mental. O maior incremento se observou
no domínio aspectos emocionais, seguido pelo domínio de limitação por aspectos
físicos, e em terceiro lugar se situando o domínio dos aspectos sociais. As
diferenças entre os escores e as médias podem ser observadas na Tabela 2.
Tabela 2 - Resultados dos escores de qualidade de vida e autoestima antes e após
cirurgia plástica reparadora, Rio Grande, RS, 2016 (n = 52).
Função |
1ª medida |
2ª medida |
Diferença |
p |
Média |
DP |
Média |
DP |
QV - SF36 |
|
|
|
|
|
|
Capacidade Funcional |
75,67 |
25,65 |
76,35 |
27,79 |
0,68 |
0,6 |
Limitação por aspectos físicos |
74,51 |
36,85 |
91,8 |
19,62 |
17,29 |
0,0004 |
Dor |
74,03 |
15,9 |
76,35 |
15,21 |
2,32 |
0,004 |
Estado geral de saúde |
73,75 |
17,25 |
85,2 |
14,41 |
11,45 |
0,0001 |
Vitalidade |
66,15 |
8,02 |
67,95 |
8,85 |
1,8 |
0,2 |
Aspectos sociais |
77,64 |
19,7 |
92,75 |
13,17 |
15,11 |
0,0001 |
Aspectos emocionais |
67,3 |
40,95 |
91,02 |
23,90 |
23,72 |
0,0001 |
Saúde mental |
76,53 |
9,98 |
82,38 |
9,57 |
5,85 |
0,0004 |
Autoestima de Rosemberg |
22,13 |
3,61 |
28,92 |
1,45 |
6,79 |
0,001 |
Tabela 2 - Resultados dos escores de qualidade de vida e autoestima antes e após
cirurgia plástica reparadora, Rio Grande, RS, 2016 (n = 52).
No que se refere à escala de Rosemberg para autoestima (Tabela 2), houve uma diferença significativa de 6,79 pontos
entre o pós-operatório e o pré-operatório.
A proporção de indivíduos com a QV e a autoestima incrementadas após a cirurgia foi
diferente segundo a categoria estudada (Tabela 3). A maior escolaridade afetou significativamente três dos oito
domínios: os aspectos físicos, sociais e emocionais. A proporção de pacientes
com 60
anos ou mais que aumentou a QV foi significativamente maior do que entre os
indivíduos menores de 60 no domínio aspectos emocionais.
Tabela 3 - Proporção de pacientes que tiveram seus escores de QV e autoestima
aumentados após a cirurgia plástica reparadora, segundo variáveis
sociodemográficas, tipo de neoplasia e evento estressante, Rio Grande, RS,
2016 (n = 52).
|
Qualidade de Vida % (n) |
Autoestima % (n) |
Variável |
Capacidade funcional |
Aspecto físico |
Dor |
Saúde |
Vitalidade |
Aspectos sociais |
Aspectos Emocionais |
Saúde mental |
Sexo |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Masculino |
13,6 (3) |
31,82 (7) |
22,73 (5) |
68,18 (15) |
40,91 (9) |
63,64 (14) |
31,82 (7) |
36,36 (8) |
90,00 (27) |
Feminino |
6,7 (2) |
26,67 (8) |
13,33 (4) |
60,00 (18) |
33,33 (10) |
56,67 (17) |
43,33 (13) |
46,67 (14) |
90,91 (20) |
Idade 60 ou + |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Sim |
17,4 (4) |
34,78 (8) |
21,74 (5) |
73,91 (17) |
34,78 (8) |
73,91 (17) |
56,52 (13)a |
39,13 (9) |
86,96 (20) |
Não |
3,4 (1) |
24,14 (7) |
13,79 (4) |
55,17 (16) |
37,93 (11) |
48,28 (14) |
24,14 (7) |
44,83 (13) |
93,10 (27) |
Cor |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Preta ou Amarela |
0,0 (0) |
0,00 (0) |
16,67 (1) |
50,00 (3) |
16,67 (1) |
33,33 (2) |
16,67 (1) |
0,00 (0)a |
100,00 (6) |
Branca |
10,87 (5) |
32,61 (15) |
17,39 (8) |
65,22 (30) |
39,13 (18) |
63,04 (29) |
41,30 (19) |
47,83 (22) |
89,13 (41) |
Escolaridade |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Menos de 3 anos |
4,76 (1) |
9,52 (2)a |
9,52 (2) |
52,38 (11) |
38,10 (8) |
42,86 (9)a |
14,29 (3)b |
42,86 (9) |
95,24 (20) |
3 anos ou mais |
12,90 (4) |
41,94 (13) |
22,58 (7) |
70,97 (22) |
35,48 (11) |
70,97 (22) |
54,84 (17) |
41,94 (13) |
87,10 (27) |
Com campanheiro(a) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Sim |
12,12 (4) |
21,21 (7) |
21,21 (7) |
60,61 (13) |
39,39 (13) |
51,52 (17) |
33,33 (11) |
42,11 (8) |
89,47 (17) |
Não |
5,26 (1) |
42,11 (8) |
10,53 (2) |
68,42 (20) |
31,58 (6) |
73,68 (14) |
47,37 (9) |
42,42 (14) |
90,91 (30) |
Neoplasia Maligna |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Sim |
16,67 (4) |
37,50 (9) |
29,17 (7)a |
70,83 (17) |
45,83 (11) |
66,67 (16) |
50,00 (12) |
46,43 (13) |
87,50 (27) |
Não |
3,57 (1) |
21,43 (6) |
7,14 (2) |
57,14 (16) |
28,57 (8) |
53,57 (15 |
28,57 (8) |
37,50 (9) |
92,86 (26) |
Evento estressante |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Sim |
0,00 (0) |
50,00 (15) |
25,00 (2) |
50,00 (4) |
50,00 (4) |
75,00 (6) |
37,50 (3) |
75,00 (6)a |
87,50 (7) |
Não |
11,36 (5) |
25,00 (11) |
15,91 (7) |
65,91 (29) |
34,09 (15) |
56,82 (25) |
38,64 (17) |
36,36 (16) |
90,91 (40) |
Tabela 3 - Proporção de pacientes que tiveram seus escores de QV e autoestima
aumentados após a cirurgia plástica reparadora, segundo variáveis
sociodemográficas, tipo de neoplasia e evento estressante, Rio Grande, RS,
2016 (n = 52).
No domínio saúde mental, a proporção que aumentou a QV entre os pacientes com cor
de
pele branca foi significativamente maior do que entre os de cor preta e amarela.
Pacientes portadores de neoplasia do tipo maligno apresentaram uma proporção
significativamente maior de indivíduos que melhoraram a QV no domínio dor, quando
comparada à proporção de indivíduos com neoplasia benignas.
O grupo de pacientes que teve ao menos um evento estressante apresentou maior
proporção de indivíduos com melhora, significativamente estatística, no domínio
saúde mental, quando comparado ao grupo de pacientes que não foi vítima de evento
estressante. Não houve diferença significativa na autoestima, e as proporções
de
aumento em todas as categorias foram superiores a 86%.
DISCUSSÃO
O presente estudo encontrou diferença estaticamente significativa na QV e na
autoestima dos pacientes após procedimento cirúrgico reparador.
No que se refere à QV, foi possível perceber melhora dos resultados em todos os
domínios, mas especialmente nos aspectos emocionais (melhora no escore de 23,72
pontos), nas limitações por aspectos físicos (melhora no escore de 17,29 pontos),
em
aspectos sociais (melhora no escore de 15,11 pontos), havendo também mudança em
outros domínios, como em saúde mental (melhora no escore de 5,85 pontos).
A mudança no domínio aspectos emocionais poderia ser justificada sobretudo pelo
efeito psíquico provocado pela correção cirúrgica das lesões localizadas
especialmente em áreas de exposição, como a face, causadoras de constante
perturbação e preocupação, especialmente quando se tratando de neoplasias, gerando
medo, ansiedade e angústia6.
Esse resultado é consistente com outros estudos que avaliaram esse aspecto. Um artigo
sobre o efeito da QV em cirurgia reparadora, realizada especificamente para correção
de úlceras venosas por meio da enxertia de pele, também observou impacto positivo
do
procedimento cirúrgico sobre a qualidade de vida semelhante ao obtido no presente
estudo, havendo melhora especialmente sobre os domínios referentes à limitação
por
aspectos físicos e limitação por aspectos emocional22.
Outro artigo que compara a QV entre pacientes submetidas e não submetidas à
reconstrução da mama após a mastectomia observou que mulheres que ainda não passaram
pela reconstrução mamária possuem maior fragilidade emocional, também resultando
em
um impacto maior sobre o domínio emocional da qualidade de vida24. Outro artigo, que estudou o efeito da mamoplastia redutora
na QV, identificou que a correção cirúrgica da hipertrofia da mama resultou em
melhora da qualidade de vida das mulheres, também havendo impacto sobre o aspecto
emocional25.
Finalmente, estudo posterior realizado na Alemanha, com 72 pacientes portadores de
câncer de pele não melanoma, que foram submetidos ao questionário sobre QV,
encontrou um impacto moderado a forte na qualidade de vida após o tratamento
cirúrgico, nos aspectos emocionais, na capacidade funcional e nos sintomas
relacionados a doença26.
O incremento no domínio aspecto físico observado no nosso estudo poderia ser
explicado não somente por melhora de função, mas pelo impacto no aspecto psicológico
do paciente, repercutindo com melhora da disposição, diminuição da fadiga e cansaço,
alterando o repouso e o sono, levando à melhora na capacidade em desempenhar
atividades pessoais e profissionais27.
A melhora observada no presente estudo no escore dos aspectos sociais do indivíduo
poderia ser justificada também pela melhora física, da aparência e da questão
psíquica do indivíduo, especialmente no que se refere ao fato de se sentir aceito
pelo seu grupo, interferindo nas atividades sociais, no meio profissional e na
relação entre familiares e amigos28.
Quanto ao domínio saúde mental, também foi possível identificar no presente estudo
melhora importante, demonstrando o papel que tem a cirurgia reparadora nesse
aspecto. Tais dados têm consistência com os encontrados por outro estudo realizado
com pacientes portadores de neoplasia de cabeça e pescoço, em que foi avaliado
o
impacto na QV após o tratamento cirúrgico e no qual se observou uma melhora no
pós-operatório, especialmente no domínio saúde mental29.
O importante aumento observado nos escores da EAR após as intervenções (6,79 pontos),
demonstra o relevante papel da cirurgia reparadora na função de recuperação da
autoestima do indivíduo. O impacto psicológico devido à melhora da função, como
no
caso de correção de retrações cicatriciais provocadas por queimaduras, ou do
tratamento do câncer de pele, também é capaz de melhorar a autoestima, não sendo
esse benefício exclusivo da cirurgia estética22.
Há também artigos que se referem ao impacto da cirurgia plástica exclusivamente
estética na autoestima e que apresentam resultados semelhantes aos do presente
estudo13-15,30,31, com impacto
positivo na autoestima do paciente. Um estudo realizado para avaliar o efeito
da
cirurgia para contorno corporal, incluindo abdominoplastia e lipoaspiração,
demonstrou importante resposta na autoestima, com pacientes relatando se sentirem
mais felizes após a cirurgia30.
Esses pacientes submetidos à cirurgia estética apresentam diferentes características
psicológicas e de percepção do próprio corpo do que os submetidos à cirurgia
reparadora, com níveis maiores de estresse em relação à aparência e com diferentes
motivos para procurar o procedimento, havendo muitas vezes para esses casos
indicação subjetiva de intervenção cirúrgica32.
Sabe-se que a perspectiva de futuro e o tipo de recuperação ao qual o indivíduo se
vê
submetido podem influenciar a expectativa do paciente em relação a sua doença
e seu
tratamento33. Se por um lado na cirurgia
estética os procedimentos apresentam um objetivo mais específico de promover
tratamento de queixas de origem psicológica e focar na autoestima, na cirurgia
reparadora não há expectativa tão grande em relação ao resultado estético, mas
com a
melhora da função e tratamento da doença. Essa diferente característica psicológica
inerente ao perfil do paciente pode ser o fator capaz de gerar os importantes
escores de QV autoestima na cirurgia com componente reparador34.
Quanto à associação entre fatores estudados e a QV e a autoestima, antes e após a
intervenção, observou-se que entre os pacientes que tiveram aumento nos escores
dos
desfechos foi encontrada uma proporção significativamente maior de aumentos dos
escores em pacientes com idade de 60 anos ou mais, cor de pele branca, maior
escolaridade, ocorrência de evento estressante e em portadores de neoplasia do
tipo
maligno.
A melhor QV em indivíduos mais velhos foi reportada por Engel et al.35, em estudo realizado com 990 pacientes,
demonstrando que quanto mais jovem a paciente maior sua preocupação com saúde,
situação financeira e futuro, refletindo negativamente na QV. Em outro estudo,
foi
avaliada a QV de mulheres com câncer de mama por um período de 6 anos após o
diagnóstico, entrevistando-se 577 mulheres de 30 anos a 61,6 anos de idade. Em
pacientes com mais velhas, a QV era maior nos aspectos sociais e emocionais36, resultados que estão de acordo com os do
presente estudo. Porém, nos aspectos físicos, mulheres mais jovens tinham melhores
resultados em QV, o que poderia estar associado à menor ocorrência de comorbidades
nesse grupo.
Para a variável sexo, observou-se que não houve diferença na melhora de QV ou de
autoestima, sendo a melhora neste último desfecho muito acentuada e semelhante
para
ambos os sexos. Outro estudo que analisou o impacto da cirurgia estética em face
sobre QV e autoestima encontrou que mulheres apresentam maior impacto em QV e
autoestima15. Já em estudo realizado em
pacientes com melanoma cutâneo, o sexo não se associou com alteração dos escores
de
QV37. Essas diferenças entre os estudos
podem ocorrer por motivos metodológicos, e em particular pela falta de poder
estatístico.
Em indivíduos com maior escolaridade encontrou-se maior proporção de indivíduos sendo
afetados por melhorias na QV nos aspectos físicos, sociais e emocionais. Esse
achado
pode ser explicado pelo fato de um nível de escolaridade maior estar mais associado
com melhores oportunidades de emprego, melhores salários e melhor aderência ao
tratamento, incidindo na melhora da QV38. De
maneira diferente, existem outros estudos que avaliaram pacientes submetidos à
cirurgia por câncer de pele e que não encontraram diferenças na QV relacionadas
a
fatores sociodemográficos26,29.
A lesão maligna se associou significativamente com a melhora na QV no domínio dor
após a intervenção cirúrgica. Isto pode ser explicado talvez pela maior
susceptibilidade à percepção da dor entre pacientes neoplásicos39, e que se modificaria com a intervenção cirúrgica. Sabe-se
que a intensidade da dor no câncer varia e se agrava de acordo com a localização
do
tumor e do estágio de evolução da neoplasia40.
Embora as lesões encontradas nos pacientes do estudo estivessem em estadiamentos
iniciais, a dor é subjetiva, e cada indivíduo desenvolve o sintoma a partir de
suas
experiências traumáticas e da sua percepção influenciada vários componentes, como
a
incapacidade física, o isolamento social e familiar, as dificuldades financeiras,
e
especialmente o medo da mutilação e da morte, presente no caso das neoplasias41.
Os eventos estressantes afetam a QV e no presente estudo isso foi observado também
no
domínio de saúde mental. O fato de que indivíduos com evento estressante apresentam
maior ganho nesse domínio do que indivíduos sem o evento estressante, pode dever-se
a que a correção do problema de saúde nesse grupo geraria um reconforto e
compensação maior. Diversos outros estudos têm analisado o efeito da cirurgia
reparadora sobre a QV e a maior parte dos artigos mostra uma associação
significativa, afetando diversos domínios23,42-44.
Como limitação do estudo deve ser assinalada a ausência de um grupo controle não
submetido à intervenção. O delineamento utilizado, estudo aberto, não aleatório,
antes-depois, contudo, foi o mais adequado considerando a dificuldade em se obter
um
grupo controle na avaliação de procedimentos cirúrgicos. Outra limitação que pode
ser apontada foi a falta de poder estatístico para algumas diferenças de proporções
de pacientes que melhoraram QV. Estudos com este tipo de delineamento, mas com
amostras maiores, teriam que ser realizados para analisar adequadamente algumas
associações que não foram significativas.
CONCLUSÃO
A cirurgia reparadora tem impacto direto na melhora da QV e autoestima dos pacientes,
interferindo em uma série de condições, melhorando especialmente aspectos
emocionais, físicas e sociais. Essa mudança que permite a reabilitação e a melhora
do bem-estar dos pacientes, contribui para a inserção do indivíduo na família
e na
sociedade. Determinados fatores podem potencializar o efeito da cirurgia na QV,
em
particular os sociodemográficos. A prática de conhecer a QV e a autoestima em
pacientes que serão submetidos a uma cirurgia reparadora pode servir como
instrumento de avaliação, dentro de uma abordagem mais integrada ao paciente
cirúrgico.
COLABORAÇÕES
VFST
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
RAMS
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; redação do
manuscrito ou revisão crítica de seu conteúdo.
|
LZD
|
Aprovação final do manuscrito; realização das operações e/ou
experimentos.
|
SHLM
|
Redação do manuscrito ou revisão crítica de seu conteúdo.
|
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Autor correspondente: Victor Felipe dos
Santos Tejada
Rua Santos Dumont, sala 405, Cond. Santa Casa Doctors -
Centro
Pelotas, RS, Brasil CEP 96020-380
E-mail:
victorfelipetejada@gmail.com
Artigo submetido: 29/07/2017.
Artigo aceito: 17/05/2018.
Conflitos de interesse: não há.