INTRODUÇÃO
A orelha em abano é a deformidade congênita mais comum da cabeça e pescoço, com uma
incidência descrita para caucasianos ao redor de 5%1. É transmitida por herança autossômica dominante e geralmente ocorre
entre a 12ª e a 16ª semana de gestação e não há aparente predileção por gênero.
Em
61% dos casos o diagnóstico é realizado ao nascimento2.
Em 1903, Morestin3 descreveu o acesso
posterior, que se tornou o padrão da época, popularizando a hipertrofia da
cartilagem da concha como causa da proeminência do pavilhão auricular.
Willian Henry Luckett4, em 1910, introduziu o
importante conceito de restauração da antélice.
Em 1952, Becker5 introduziu o conceito da
antélice cônica combinando a incisão e sutura da cartilagem, na tentativa de tornar
o contorno mais suave. Esta técnica foi refinada por Converse et al.6, em 1955, e por Converse & Wood-Smith7, em 1963.
Gibson & Davis8, em 1958, demonstraram que
a cartilagem é capaz de se curvar para o lado oposto quando um lado é seccionado
parcialmente.
Stenström9, em 1963, utilizando esse princípio,
propôs uma técnica para conferir uma forma mais natural à antélice por meio de
múltiplas abrasões superficiais na superfície anterior da cartilagem auricular
para
formar uma nova convexidade da antélice.
Mustardé10,11, em 1963, introduziu sua técnica de sutura, criando a
antélice por meio de suturas permanentes entre a concha e a escafa, dando um formato
suave à antélice.
Em 1967, Kayne12 criou a primeira de várias
técnicas combinadas, combinando a abrasão anterior de Stenström com a sutura
posterior de Mustardé.
Furnas13, em 1968, introduziu a técnica de
correção das orelhas proeminentes com o uso de suturas entre a concha e a mastoide.
Em 1969, essa técnica foi modificada por Spira et al.14.
Em 1990, Elliot15 propôs um procedimento para
redução da concha quando a sutura posterior (Furnas) sozinha era insuficiente
para
corrigir a posição da orelha. Para isso, utilizou uma incisão anterior na margem
da
concha; as bordas incisadas da cartilagem são suturadas e não é ressecado o excesso
de pele na região. Foi o primeiro a descrever o acesso combinado.
Spina e Stahl, em 1983, utilizaram apenas a ressecção da cartilagem para correção
da
orelha em abano, não ressecando o excesso de pele na região anterior13.
Em 1997, Hell et al.16 descrevem a ressecção
da cartilagem pelo acesso posterior.
Os avanços em otoplastia tornaram possíveis não somente fixar as orelhas
posteriormente, mas também melhorar a sua forma, reduzir seu tamanho e torná-las
mais simétricas.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é a apresentar uma abordagem para correção de orelha em
abano, com a associação de técnicas.
MÉTODOS
Foi utilizada uma variação cirúrgica para realização de otoplastia com o auxílio de
uma abordagem anterior para ressecção da concha auricular associada ao
enfraquecimento da antélice também por via anterior com incisões parciais e com
a
realização de pontos de Mustardé por via posterior para melhor definição da
antélice, sem a fixação da concha à mastoide.
Todos os casos analisados foram operados pelo mesmo cirurgião com técnica descrita.
Os pacientes incluídos foram os que apresentavam deformidades em orelha de abano
(Classificação V de Tanzer de deformidades congênitas da orelha). Foram operados
200
pacientes com idade média de 17 anos, bilateralmente, entre janeiro de 1987 e
janeiro de 2015. O gênero feminino correspondeu a 60% dos casos.
Técnica Cirúrgica
Realiza-se a marcação da antélice com azul de metileno, evidenciando-se as cruras
que deverão ser enfraquecidas. A hipertrofia da concha é retirada por via
anterior. Marca-se o fuso de pele na proximidade do sulco auricular posterior
com aproximadamente 0,5 cm de largura e 4-5 cm de extensão.
A orelha é infiltrada com solução padrão com adrenalina (1:200.000) em região do
fuso retroauricular e em região anterior da concha.
Procede-se à ressecção de fuso de pele e descolamento amplo na proximidade do
sulco auricular posterior (Figura 1A).
Realiza-se incisão e ressecção de fuso de pele (3-4 mm) na região anterior da
concha, ressecando-se também em fuso o excesso de cartilagem conchal na sua
região mais interna. (Figura 1B) A incisão
anterior é suturada com mononáilon 6-0 (Figura 1C). Ainda na região anterior, o enfraquecimento da cartilagem da
antélice é feito com a região cortante da agulha 30 x 7mm, com a utilização de,
no mínimo, três incisões parciais. Entra com o bisel da agulha paralelo à
antélice, sem transfixar a cartilagem, a fim de enfraquecer a cartilagem e
facilitar os pontos de Mustardé e a curvatura esperada da antélice (Figura 1D).
Figura 1 - A: Fuso de pele a ser ressecada na região posterior;
B: Ressecção do excesso de cartilagem conchal;
C: Sutura da concha com pontos de naylon 6.0;
D: Enfraquecimento da cartilagem da antélice com
agulha 30x07mm; E: Pontos de Mustardé; F:
Aspecto final após sutura intradérmica.
Figura 1 - A: Fuso de pele a ser ressecada na região posterior;
B: Ressecção do excesso de cartilagem conchal;
C: Sutura da concha com pontos de naylon 6.0;
D: Enfraquecimento da cartilagem da antélice com
agulha 30x07mm; E: Pontos de Mustardé; F:
Aspecto final após sutura intradérmica.
O próximo tempo é a realização de pontos de Mustardé (três ou quatro) com
mononáilon 5-0 para recompor a anatomia da antélice, sem fixação da mesma à
mastoide (Figura 1E).
A síntese da pele é feita com sutura intradérmica de mononáilon 5-0, sem tensão
na sutura (Figura 1F).
O curativo no pós-operatório imediato é realizado com gazes e enfaixamento com
atadura de crepe. No primeiro dia pós-operatório, retira-se o curativo realizado
no dia anterior e faz-se ao longo da antélice uma modelagem da cartilagem com
pequenas tiras de micropore e aproximação da orelha na mastoide. Mantém-se esse
tipo de curativo por 15 dias com troca semanal pelo cirurgião.
RESULTADOS
Os resultados foram efetivos na quase totalidade dos casos, observando melhora
acentuada na forma da orelha, cicatrizes mínimas e disfarçadas na curvatura anterior
da concha e satisfação da grande maioria dos pacientes (Figuras 2 e 3).
Figura 2 - Caso 1 - Pré e pós-operatório vista frontal e posterior.
Figura 2 - Caso 1 - Pré e pós-operatório vista frontal e posterior.
Figura 3 - Caso 2 - Pré e pós-operatório vista frontal e posterior.
Figura 3 - Caso 2 - Pré e pós-operatório vista frontal e posterior.
Houve um caso de hematoma pequeno, drenado no 1º dia de pós-operatório, sem
consequências no resultado. As revisões cirúrgicas foram realizadas nos cinco
casos
de recidiva unilateral na porção superior da hélix, corrigidos com ressutura dos
pontos de Mustardé, assim como nos oito pacientes que apresentaram assimetria.
Os
casos de complicações e revisão podem ser vistos na Figura 4 e na Tabela 1. Não houve
nenhuma caso de cicatriz hipertrófica ou queloide nos casos operados tão quanto
reabordagem cirúrgica em todos as complicações citadas na Figura 4 e na Tabela 1.
Figura 4 - Revisões cirúrgicas.
Figura 4 - Revisões cirúrgicas.
Tabela 1 - Revisões cirúrgicas.
Complicações |
Nº |
% |
Hematoma |
1 |
0,1 |
Recidiva |
5 |
3,5 |
Assimetria |
8 |
4,0 |
Infecção |
0 |
0 |
Extrusão de pontos |
10 |
5,0 |
Queloide / hipertrófica |
0 |
0 |
Hipoestesia / parestesia |
0 |
0 |
Tabela 1 - Revisões cirúrgicas.
A extrusão de pontos apresentou número semelhante à literatura pesquisada (3% a
6%).
Durante todo o período, a técnica cirúrgica apresentou resultados semelhantes. As
figuras que seguem o texto ilustram a técnica descrita (Figura 1A-F).
DISCUSSÃO
Orelha de abano é o mais comum de todos os defeitos congênitos da orelha. A
deformidade pode ser notada ao nascimento e, geralmente, torna-se mais acentuada
com
o passar do tempo1, sendo sua incidência de
cerca de 5% em caucasianos2. Embora não
acarretem alteração funcional, as deformidades da orelha podem provocar importantes
distúrbios psicossociais17. A orelha de abano
é determinada por uma ou um conjunto de alterações anatômicas, de modo que o
planejamento cirúrgico adequado deve considerar as deformidades de cada parte
da
orelha isoladamente17.
Na orelha em abano ocorre a alteração da medida de dois ângulos: o auriculocefálico
e
o escafoconchal. O ângulo auriculocefálico representa a distância entre a orelha
e o
crânio; normalmente, mede entre 20º e 30º, sendo considerado limítrofe até 45º,
ou
ainda uma distância de entre 1,8 a 2 cm. O ângulo escafoconchal é medido entre
a
antélice e a concha, e deve ser próximo a 90º 18.
Sendo assim, o principal objetivo da otoplastia para correção de orelha em abano é
restaurar a anatomia e remover o estigma dos pacientes portadores dessa deformidade.
As técnicas cirúrgicas buscam o resultado natural, simetria, mínimas complicações,
pouca recorrência e recuperação rápida.
O menor descolamento e ressecção de pele na região auricular posterior, além da
ausência dos pontos de fixação à mastoide, são fatores importantes para a baixa
taxa
de complicações como hematoma no pós-operatório, diminuição da dor e maior conforto
pós-operatório. Vale realçar que o enfraquecimento da cartilagem da antélice com
a
utilização de no mínimo, três incisões parciais na região anterior, diferentemente
de Eliott, que realizava uma incisão anterior na margem da concha; as bordas
incisadas da cartilagem são suturadas e não é ressecado o excesso de pele na
região.
As complicações imediatas que podem ocorrer na primeira semana de pós-operatório são:
hematoma, infecção, dor e desconforto local. A mais comum é o hematoma, a qual
requer drenagem imediata. Diferentemente ao trabalho de Aki et al.19, que identificou que a maior incidência de
complicação seria em relação a infecção com uma taxa de (5,1%), seguida por hematoma
(4,1%) e necrose da pele (2,6%).
Complicações a partir da segunda semana de pós-operatório podem ser causadas por
trauma local.
A correção inadequada da “orelha em abano”, com distorção de contorno e/ou
hipercorreção são os resultados indesejados mais comuns em otoplastia, semelhante
ao
que foi apresentado por Aki et al.19, com uma
incidência de 11%.
A otoplastia combinada é uma abordagem simples para o tratamento das orelhas
proeminentes e apresentam alto percentual de satisfação com baixa taxa de
complicação, sem a necessidade de amplo descolamento posterior e evitando-se a
lesão
do sistema neurovascular da orelha.
Diferentemente do estudo de Goulart et al.17,
em que realiza-se descolamento posterior da orelha em plano subpericondrial até
boa
exposição da cartilagem auricular e descolamento da região mastoide, com ressecção
do músculo auricular posterior, associado à incisão da cartilagem em quatro pontos,
definindo a antélice com 2-4 pontos de Mustardé.
A associação de técnicas é uma abordagem interessante de ser utilizada em qualquer
tipo de cirurgia, especialmente em procedimentos com necessidades de maiores
detalhes anatômicos como a orelha. Acreditamos que diferentes deformidades de
orelha
devam ser corrigidas por técnicas diversas, levando assim a maior naturalidade
e
harmonia do conjunto18.
Goulart et al.17, em seu estudo, concluem que
o melhor tratamento de orelhas proeminentes é obtido com a associação de diversas
técnicas, apresentando resultados naturais, com baixos índices de complicação,
satisfazendo a equipe cirúrgica e, principalmente, os pacientes.
CONCLUSÃO
O procedimento apresentado neste trabalho se mostrou eficaz.
A ressecção de uma pequena faixa (em meia lua) na porção anterior da concha auricular
favorece a curvatura natural da antélice.
O procedimento cirúrgico é simples, facilmente reprodutível, proporcionando bons
resultados, com alto grau de satisfação e baixo índice de
complicações/morbidade.
COLABORAÇÕES
ORS
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
ORSF
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
CBS
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
PRS
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
SAAP
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
BFSF
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
FF
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
NGN
|
Análise e/ou interpretação dos dados; análise estatística; aprovação
final do manuscrito; concepção e desenho do estudo; realização das
operações e/ou experimentos; redação do manuscrito ou revisão crítica de
seu conteúdo.
|
FFGO
|
Análise e/ou interpretação dos dados.
|
REFERÊNCIAS
1. Tanzer RC, Congenital deformities of the auricle. In: Converse JM,
ed. Reconstr Plast Surg. Philadelphia: WB Saunders; 1977. 1719
p.
2. Yegueros P, Friedland JA. Otoplasty: the Experience of 100
consecutive patients. Plast Reconstr Surg. 2001;108(4):1045-51. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200109150-00039
3. Morestin MH. De la reposition et du plissement cosmetiques du
pavillon de l'oreille. Rev Orthop. 1903;4:289-303.
4. Luckett WH. A new operation for prominent ears base don the anatomy
of the deformity. Surg Gynecol Obstet. 1910;10:635.
5. Becker OJ. Correction of protruding deformed ear. Br J Plast Surg.
1952;5(3):187-96. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0007-1226(52)80019-0
6. Converse JM, Nigro A, Wilson FA, Johnson N. A technique for surgical
correction of lop ears. Plast Reconstr Surg (1946). 1955;15(5):411-8. DOI:
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-195505000-00004
7. Converse JM, Wood-Smith D. Technical details in the surgical
correction of the lop ear deformity. Plast Reconstr Surg. 1963;31:118-28. PMID:
14022738 DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00006534-196302000-00002
8. Gibson T, Davis WB. The distortion of autogenous cartilage grafts:
its cause and prevention. Br J Plast Surg. 1958;10:257-74. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0007-1226(57)80042-3
9. Stenström SJ. A "natural" technique for correction of congenitally
prominent ears. Plast Reconstr Surg. 1963;32:509-18. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00006534-196311000-00003
10. Sevin K, Sevin A. Otoplasty with Mustarde suture, cartilage rasping,
and scratching. Aesthetic Plast Surg. 2006;30(4):437-41. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00266-006-0061-4
11. Mustardé JC. The correction of prominent ears using simple mattress
sutures. Br J Plast Surg. 1963;16:170-8. PMID: 13936895 DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0007-1226(63)80100-9
12. Kayne BL. A Simplified method for correcting the prominent ear.
Plast Reconstr Surg. 1967;40(1):44-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00006534-196707000-00006
13. Furnas DW. Correction of prominent ears by conchamastoid sutures.
Plast Reconstr Surg. 1968;42(3):189-93. PMID: 4878456
14. Spira M, McCrea R, Gerow FJ, Hardy SB. Correction of the principal
deformities causing protruding ears. Plast Reconstr Surg. 1969;44(2):150-4. DOI:
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-196944020-00007
15. Elliott RA Jr. Othoplasty: a combined approach. Clin Plast Surg.
1990;17(2):373-81. PMID: 2189651
16. Hell B, Garbea D, Heissler E, Klein M, Gath H, Langforg A.
Otoplasty: a combined approach to different structures of auricle. Int J Oral
Maxillofac Surg. 1997;26(6):408-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0901-5027(97)80003-3
17. Goulart FO, Arruda DSV, Karner BM, Gomes PL, Carreirão S. Correção
da orelha de abano pela técnica de incisão cartilaginosa, definição da antélice
com pontos de Mustardé e fixação da cartilagem conchal na mastoide. Rev Bras
Cir
Plást. 2011;26(4):602-7.
18. Souza AM, Jorge RC. Cirurgia estética da orelha. In: Cardim VL,
Marques A, Morais- Besteiro J, eds. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,
Estética e Reconstrutiva Regional São Paulo. São Paulo: Atheneu; 1995. p.
145-50.
19. Aki F, Sakae E, Cruz DP, Kamakura L, Ferreira MC. Complicações em
Otoplastia: Revisão de 508 Casos. Rev Bras Cir Plást.
2006;21(3):140-4.
1. Clinica Saldanha, Santos, SP,
Brasil.
2. Hospital São Lucas, Serviço de Cirurgia
Plástica Osvaldo Saldanha, Santos, SP, Brasil.
3. Universidade Santa Cecília, Serviço de Cirurgia
Plástica Dr. Ewaldo Bolívar de Souza Pinto, Santos, SP, Brasil.
Autor correspondente: Osvaldo Ribeiro
Saldanha
Avenida Washington Luis, 142
Santos, SP, Brasil CEP
11050-200
E-mail: clinicasaldanha@hotmail.com
Artigo submetido: 21/10/2015.
Artigo aceito: 17/05/2018.
Conflitos de interesse: não há.