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Original Article - Year2018 - Volume33 - Issue 1

http://www.dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2018RBCP0012

RESUMO

INTRODUÇÃO: As fendas labiais são deformidades congênitas muito comuns e acometem em grau variável as partes moles e estruturas ósseas do terço médio da face. O tratamento cirúrgico deve ser precoce e segue um protocolo que varia de acordo com o centro de referência. As técnicas cirúrgicas de queiloplastia são inúmeras e, dentre elas, uma das mais utilizadas é a de Millard. O objetivo é avaliar a técnica de Millard tipo I associada a uma zetaplastia da mucosa (técnica empregada pelo autor) como cirurgia de escolha na queiloplastia primária dos pacientes portadores de fenda labial unilateral, entendendo que a técnica é adequada se o número de cirurgias secundárias (reoperações) for baixo.
MÉTODOS: Foram operados 65 pacientes por essa técnica no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2012 em Santos. Todos acompanhados por no mínimo quatro anos.
RESULTADOS: Dos 65 pacientes, 10 (15%) foram considerados "resultados insatisfatórios" e reoperados.
CONCLUSÃO: Queiloplastia primária à Millard tipo I associada a zetaplastia é adequada, com um número de reoperações baixo e semelhantes aos da literatura atual.

Palavras-chave: Fenda labial; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Anomalias congênitas.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Cleft lips are very common congenital deformities that affect, in varying degrees, the soft tissues and bone structures of the middle third of the face. Surgical treatment should be performed early and a protocol must be followed, which varies according to the reference center. There are numerous surgical techniques for lip repair, and among them, the Millard technique is the most used. The objective is to evaluate the association of the Millard type I with zetaplasty mucosal technique (used by the author) as the surgery of choice for primary lip repair in patients with unilateral cleft lip, and to understand whether the techniques are appropriate when the number of second surgeries (reoperation) is low.
METHODS: Sixty-five patients underwent operations by this technique from January 2007 to December 2012 in Santos, all of whom were followed for at least four years.
RESULTS: Of the 65 patients, 10 (15%) were considered to present "unsatisfactory results" and underwent reoperation.
CONCLUSION: Primary cheiloplasty with zetaplasty-associated Millard type I is appropriate when the number of reoperations is low, and our results agree with the current literature.

Keywords: Cleft lip; Reconstructive surgical procedures; Congenital abnormalities.


INTRODUÇÃO

As fendas labiais com ou sem palato fendido são deformidades congênitas muito comuns e acometem em grau variável as partes moles e estruturas ósseas do terço médio da face1. Sua incidência varia de 1/500 a 1/1000 nascidos vivos, sendo mais frequente na raça amarela e menos comum nos caucasianos e negros.

A etiologia é multifatorial. O fator genético corresponde a 35% dos portadores dessa doença e 65% se deve a mutações na embriogênese causadas por fatores ambientais, tais como, fatores endócrinos maternos (diabetes, hipotireoidismo, aumento da secreção das suprarrenais), infecções durante a gestação (vírus da gripe, rubéola, toxoplasmose), deficiência de nutrientes (ácido fólico), uso de medicamentos na gravidez (anticonvulsivantes, aspirina, corticosteroides, antiblásticos, vitamina A), e também as exposições a irradiações.

O tratamento do paciente portador da fenda labial é multidisciplinar2. As cirurgias são etapas fundamentais e devem ser realizadas de acordo com os protocolos de cada centro de referência3. Preconiza-se a queiloplastia precoce e existem, hoje, diversas técnicas4 (Fisher5, Le Mesurier6, Spina7, Randall8, entre outros); dentre elas, a de Millard I ainda é a mais utilizada9,10.

Foi em 1955 que Ralph D. Millard Jr.11 introduziu a técnica de avanço e rotação dos retalhos labiais, com cicatriz resultante mimetizando a crista filtral e respeitando o arco do cupido, detalhes anatômicos de suma importância na estética labial (Figura 1). Sua técnica rapidamente se popularizou e é até hoje a mais usada em todo o mundo.


Figura 1. Esquema da Técnica de Millard I.
Fonte: Mélega, 200813.



OBJETIVO

O objetivo deste estudo é avaliar a técnica de Millard I associada a uma zetaplastia da mucosa12 (técnica empregada pelo autor) como cirurgia de escolha na queiloplastia primária dos pacientes portadores de fenda labial unilateral, entendendo que a técnica é adequada se o número de cirurgias secundárias (reoperações) for baixo.


MÉTODOS

Dos 1354 pacientes portadores de malformações na face, cadastrados no Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais (CTMC) de Santos, SP, 65 pacientes com fenda labial unilateral foram selecionados, operados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2012, e acompanhados por no mínimo 4 anos. O estudo foi aprovado previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos do Centro Universitário Lusíada - CEPSH UNILUS, no dia 25 de novembro de 2013, com número de protocolo: 208/2013 e CAAE: 24482513.4.0000.5436.

Como critérios de inclusão, foram escolhidos pacientes portadores de fenda labial unilateral, exclusivamente, sendo descartados aqueles com fenda palatina associada ou com síndromes associadas. Todos tiveram seu acompanhamento no CTMC desde o nascimento, fizeram uso regular de fita adesiva labial e foram submetidos à queiloplastia à Millard I associada à zetaplastia na mucosa labial.

O protocolo do CTMC, que foi o utilizado neste estudo, é o de realizar a queiloplastia com 6 meses de vida, desde que os pacientes atendam a "regra dos dez"13, ou seja, que atendam aos três requisitos básicos: hemoglobina > 10; peso > 10 libras (4,5 kg); e idade > 10 semanas de vida. O acompanhamento e tratamento são realizados do nascimento até início da vida adulta (21 anos).

A técnica cirúrgica citada consiste na incisão sobre os limites da fenda labial, confeccionando um retalho dermogorduroso triangular infracolumelar na porção medial do lábio, que sofrerá rotação, e uma incisão perialar no lábio da porção lateral à fenda, que fará um avanço. São, então, dissecados os músculos orbiculares labiais, os quais são desinseridos de sua posição anômala narinária, rodados e suturados com fio multifilamentar absorvível 3-0. A síntese da mucosa é feita com esse tipo de fio, mas de número 4-0, e a pele é coaptada com o de número 6-0 (Figuras 2 a 6).


Figura 2. Marcação da queiloplastia à Millard.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 3. Retalhos cutâneos labiais confeccionados.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 4. Síntese da cinta muscular do orbicular.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 5. Rotação e avanço dos retalhos cutâneos.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 6. Síntese cutânea da queiloplastia à Millard.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.



Nesse momento, é realizada a zetaplastia na transição entre mucosa seca e mucosa úmida (Figura 7), que corrige, nesse local, uma retração consequente, muitas vezes, à falta de tecido ocasionada pela técnica (Figuras 8 a 10).


Figura 7. Esquema da zetaplastia na mucosa.
Fonte: Narayanan et al., 200812.


Figura 8. Foto mostrando encoche na mucosa pós-síntese cutânea.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 9. Marcação da zetaplastia sobre encoche do lábio.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 10. Mucosa labial após a zetaplastia.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.



Durante o acompanhamento todos os pacientes que apresentaram entalhe labial (Figura 11), retração de mucosa, quebra na linha cutâneo-mucosa ou mesmo cicatriz alargada, os quais podem surgir em um período de pós-operatório imediato ou tardio, foram submetidos à queiloplastia secundária e, neste estudo, considerados "resultados insatisfatórios".


Figura 11. Entalhe Labial Tardio.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.



Os pacientes que obtiveram uma estética labial adequada, isto é, sem as deformidades citadas, não necessitaram de cirurgia secundária e foram considerados "resultados satisfatórios" (Figuras 12 a 14).


Figura 12. Pós-operatório de Queiloplastia a Millard I.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 13. Pós-operatório de Queiloplastia a Millard I.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.


Figura 14. Pós-operatório de Queiloplastia a Millard I.
Fonte: Foto de paciente do Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais.



RESULTADOS

No período de 2007 a 2012, foram selecionados e operados 65 pacientes, segundo os critérios de inclusão, de um total de 1.354 pacientes cadastrados no CTMC. Desses 65 pacientes, 39 (60%) eram do sexo masculino e 26 (40%) do feminino (Figura 15). A maioria deles, 45 (69%), apresentava fenda labial esquerda. E, quanto à idade dos pacientes, 40 (61,5%) foram operados antes de 1 ano de vida (Figura 16), (Tabela 1).


Figura 15. Gráfico mostrando relação entre sexo e resultados satisfatórios e insatisfatórios no pós-cirúrgico.


Figura 16. Gráfico mostrando relação entre idade do paciente na data da cirurgia e os resultados satisfatórios e insatisfatórios pós-cirúrgicos.




Dos 65 pacientes, 10 (15%) foram considerados "resultados insatisfatórios" e reoperados. Desses, sete (70%) apresentaram entalhe labial e 3 (30%) apresentaram cicatriz alargada (Tabela 2).




Já os 55 (85%) pacientes restantes não necessitaram de cirurgia secundária e foram considerados "resultados satisfatórios" (Figura 16).


DISCUSSÃO

A busca pelo melhor resultado estético-funcional e o interesse em avaliar a técnica cirúrgica empregada são uma constante no dia a dia do cirurgião plástico. Sabe-se que a técnica utilizada é adequada quando podemos resolver em um único tempo cirúrgico a deformidade em questão, e que cirurgia secundária é um indicativo de mau resultado. Assim foi o objetivo deste estudo: avaliar a queiloplastia à Millard I associada a uma zetaplastia da mucosa12,14 na correção da fenda labial unilateral.

Foram operados 65 pacientes por esta técnica e seguidos por no mínimo quatro anos, sendo que 10 deles necessitaram de uma queiloplastia secundária, ou seja, 15% apresentaram "resultados insatisfatórios".

Essa porcentagem de reoperações muito se assemelha a trabalhos como de Cheema e Asim15, que publicaram, em 2014, uma análise de suas cirurgias. Eles operaram 1.907 pacientes e tiveram de realizar queiloplastia secundária em 189 deles, ou seja, aproximadamente 10%, usando como técnica primária a de Millard; neste trabalho, foi visto que 65% das correções foram devidas a entalhe labial, índice também semelhante aos nossos 70% de entalhes.

Outro resultado próximo foi o obtido por Rossell-Perry16 em 2008: usando uma combinação de técnica Reichert-Millard em 112 casos, 14,2% necessitaram da queiloplastia secundária.

Baek et al.17 também necessitaram da cirurgia secundária em 14,4% dos 145 pacientes submetidos a sua nova técnica "START", também uma variação de Millard.

No Brasil, em um estudo de Alonso et al.3, dos 108 procedimentos realizados, 17,5% foram de revisão cirúrgica de lábio/nariz.

No entanto, existem também na literatura trabalhos com índices menores de cirurgias secundárias18,19, entre 6% e 8%; e outros com índices maiores1,15, 35% e 46%, todos utilizando a técnica de Millard na queiloplastia unilateral.


CONCLUSÃO

Este estudo demonstrou que a técnica de queiloplastia à Millard I, associada à zetaplastia da mucosa, é adequada para pacientes portadores, exclusivamente, de fenda labial unilateral.


COLABORAÇÕES

DCL Concepção e desenho do estudo; redação do manuscrito; análise e/ou interpretação dos dados; realização das operações e/ou experimentos.

AFCC Concepção e desenho do estudo; redação do manuscrito; análise e/ou interpretação dos dados; realização das operações e/ou experimentos.

LG Análise e/ou interpretação dos dados; realização das operações e/ou experimentos.

MRM Realização das operações e/ou experimentos.

OS Revisão crítica de seu conteúdo; aprovação final do manuscrito.


REFERÊNCIAS

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1. Hospital Estadual Guilherme ávaro, Santos, SP, Brasil
2. Centro de Tratamento de Malformações Cranio-faciais Mário Covas
3. Clínica Osvaldo Saldanha, Santos, SP, Brasil
4. Hospital São Lucas, Santos, SP, Brasil

Instituição: Centro de Tratamento das Malformações Craniofaciais Mário Covas, Hospital Estadual Guilherme Álvaro, Santos, SP, Brasil.

Autor correspondente:
Daniel de Cazeto Lopes
Rua Mario Tamashiro, 47 - Canto do Forte
Praia Grande, SP, Brasil - CEP 11700-180
E-mail: danielcazeto@yahoo.com.br

Artigo submetido: 29/9/2016.
Artigo aceito: 10/7/2017.

Conflitos de interesse: não há.

 

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