RESUMO
Foi adotado um modelo experimental para avaliar o emprego de um novo biomaterial - uma resina poliuretana vegetal, extraída do óleo de mamona - na reparação de perdas ósseas da calota craniana. Em 31 coelhos adultos, foram criadas duas falhas ósseas cranianas de 15x10 mm de diâmetro, de espessura total e livres de periósteo, em ambos os lados na região parietal. As falhas foram deixadas sem reparação em 13 animais, correspondendo ao grupo controle, e 18 animais tiveram os defeitos reparados com implante de resina poliuretana vegetal. Avaliações macroscópicas, radiológicas e histológicas foram realizadas nos pós-operatórios de 2,6,12,18 e 24 semanas. O grupo controle, por todos os métodos de avaliação, não mostrou reparação dos defeitos por neoformação óssea, com as falhas ósseas ocupadas por tecido cicatricial. No grupo implantado, a partir de 6 semanas, observou-se reparação dos defeitos por neo-osso em suas porções periféricas, evoluindo progressivamente de maneira favorável nas amostras tardias (18 e 24 semanas), podendo-se observar a ocorrência de osteogênese, osteocondução e osteopromoção. As análises estatísticas confirmam que a cicatrização óssea nos defeitos implantados foi mais efetiva de forma significante (p< 0,05). Não foram observados fenômenos tóxicos ou reacionais secundários à presença dos implantes, que não sofreram incorporação no período observado. Não foram evidenciadas propriedades osteoindutivas nos implantes.
Palavras-chave: Cranioplastia; poliuretana vegetal; osteocondução; osteopromoção