RESUMO
INTRODUÇÃO: A prevenção de infecções em pacientes queimados é grande desafio, pois trata-se da causa mais comum de mortalidade após queimaduras. Um estudo prospectivo em 136 pacientes queimados menores de 20 anos, internados e tratados entre janeiro e dezembro de 2012, foi realizado para identificar a incidência e fatores de risco para infecção hospitalar (IH).
MÉTODOS: Pacientes internados na Unidade de Tratamento de Queimados que aceitaram participar e preencheram os critérios de inclusão, participaram do estudo. Foram coletadas informações referentes à IH e dados epidemiológicos durante o período de internação.
RESULTADOS: Do total dos pacientes, a maioria era do gênero masculino (63,2%) e não branco (57,4%). A média de idade foi 7,64 anos. Escaldadura foi o agente causal mais frequente (45,6%). A média de superfície corporal queimada (SCQ) foi 15,7%. A maioria dos pacientes (80,9%) apresentou duas ou mais áreas acometidas por queimadura. O tratamento cirúrgico com enxertos foi necessário em 69 casos (50,7%). Ocorreu infecção em 59 pacientes (43,4%) e sepse em 27 (19,8%). As culturas foram positivas em 22,8% e Staphylococcus aureus foi o agente isolado mais frequente (31,2%). Antimicrobianos foram usados em 45,6% dos pacientes. O tempo médio de permanência hospitalar foi 22,36 dias e a taxa de mortalidade 2,5%. Houve associação entre infecção e admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), monitorização invasiva, enxertos, tempo de internação hospitalar e SCQ.
CONCLUSÃO: Os fatores de risco para infecção em queimaduras são: tempo de internação hospitalar, superfície corporal queimada, monitorização invasiva, internação em UTI e enxerto.
Palavras-chave: Queimaduras; Infecção; Criança; Adolescente; Fatores de risco.