RESUMO
INTRODUÇÃO: Conduziu-se revisão sistemática retrospectiva da literatura incluindo estudos relatando o uso de picibanil para tratar malformações linfáticas (ML).
MÉTODOS: A pesquisa foi realizada com estudos publicados no PubMed de janeiro de 1990 a 14 de abril de 2013. Na estratégia de busca, usou-se os descritores "OK-432" ou "Picibanil" e "lymphatic malformation". Os seguintes elementos foram comparados aos de outras modalidades relatadas e, então, compilados: mecanismo de ação, indicações, contraindicações, eficácia, administração, efeitos colaterais, complicações, vantagens e desvantagens.
RESULTADOS: Foram encontrados 44 estudos, 27 dos quais atenderam aos critérios de inclusão. O picibanil é uma preparação liofilizada de uma cepa de baixa virulência de Streptococcus pyogenes inativada pela penicilina G. Seu mecanismo de ação ainda não definido claramente, mas especula-se que provoque uma resposta inflamatória controlada com adesão das paredes dos cistos. O picibanil é indicado quase que unanimemente para o tratamento da ML macrocística, cuja resposta é mais efetiva do que em lesões microcísticas ou mistas. Em geral, o picibanil é administrado por meio de punção com visualização direta ou guiada por ultrassonografia, com o paciente sob anestesia geral. A preparação comumente utilizada consiste em 0,1 mg de picibanil em 10 ml de soro fisiológico. Os efeitos colaterais são, em geral, leves; sendo dor, inchaço e febre os mais frequentemente relatados.
CONCLUSÃO: Os estudos apresentam pouca evidência científica. A revisão sistemática identificou que o picibanil é útil no tratamento da ML de qualquer tipo, mas tem resultados melhores em lesões macrocísticas. A eficácia foi comparável à de outras terapias. Não foi apresentada nenhuma contraindicação específica. Embora o mecanismo de ação ainda não tenha sido determinado, o picibanil trata-se de opção de tratamento.
Palavras-chave: Anormalidades linfáticas; Terapêutica; Escleroterapia; Picibanil; Streptococcus pyogenes.