RESUMO
INTRODUÇÃO: O câncer de pele em cabeça e pescoço tem incidência crescente no mundo, sendo o carcinoma basocelular e espinocelular os tipos mais frequentes. Não existe consenso absoluto para todas as situações tumorais conforme tipo histológico, tamanho, profundidade e localização da lesão. O objetivo é analisar a conduta abordada nessas neoplasias de pele em cabeça e pescoço, com ênfase nos tratamentos efetuados, recidivas e seguimento.
MÉTODO: Foram analisados 69 pacientes com carcinoma basocelular ou de células escamosas tratados por cirurgia com congelação da lesão no intraoperatório, crioterapia ou Imiquimod 5% por 6 semanas. Com 36 meses de seguimento, observou-se a eficácia do tratamento escolhido, recidiva, intercorrências, complicações e satisfação estética do paciente. A análise estatística utilizou o teste exato de Fischer.
RESULTADOS: O tipo de reconstrução mais frequente foi o fechamento primário (71%). Não existem associações estatisticamente relevantes relacionando idade, sexo, classificação de Fitzpatrick, local/ tamanho da lesão, métodos de tratamento e recidiva. As principais complicações resultaram das cirurgias: um caso de necrose de retalho frontal, lesão parcial de nervo bucinador, estenose narinária. A recidiva tumoral nos casos operados foi de 4%. A crioterapia e uso do Imiquimod 5% causaram seis casos de reações locais leves com mais recidiva descritiva no tratamento de carcinoma basocelular (CBC) superficial (não estatisticamente relevante).
CONCLUSÕES: Os CBC não superficiais e carcinoma espinocelular devem ser tratados cirurgicamente. Os CBC superficiais podem ser tratados com crioterapia e uso do Imiquimod 5% com menos complicações e melhor resultado estético, mas a recidiva tumoral é maior.
Palavras-chave: Neoplasias cutâneas; Carcinoma basocelular; Carcinoma de células escamosas; Complicações pós-operatórias.