RESUMO
INTRODUÇÃO: Úlceras crônicas em membros inferiores podem apresentar diferentes etiologias, sendo as mais frequentes: venosa, arterial, traumática, infecciosa e diabética. O tratamento dessas feridas é dinâmico e depende da evolução da reparação tecidual. Esse tratamento inclui métodos clínicos e cirúrgicos, sendo o curativo o método não cirúrgico mais frequentemente utilizado. Curativos podem ser desde de coberturas inertes até veículos para atuação de princípios ativos no leito da ferida. A principal indicação de ativos está relacionada a efeitos de desbridamento e controle da população bacteriana, possibilitando o preparo desses leitos para resolução cirúrgica ou espontânea.
MÉTODO: Esse estudo é observacional, longitudinal, retrospectivo, de amostra randomizada no qual pretendemos analisar o atendimento prestado aos portadores de úlceras crônicas em membros inferiores no Ambulatório de Feridas Crônicas da Divisão de Cirurgia Plástica do HCFMUSP entre 2011 e 2013.
RESULTADOS: Foram analisados prontuários de indivíduos de ambos os gêneros, idade média 60 anos, portadores de úlceras crônicas em diferentes estágios evolutivos. Foram pesquisadas comorbidades, doença de base, tamanho da lesão, tratamentos utilizados e evolução das feridas. Notouse predomínio das causas vasculares (69,2%) como doenças de base. Todos os pacientes foram primeiramente tratados com curativos contendo princípios ativos, para preparo do leito das feridas. Desses, 84% foram encaminhados para resolução cirúrgica das feridas. Houve fechamento espontâneo em 1,5% dos casos. Os demais pacientes (14,5%) apresentaram piora das lesões com tratamento tópico, necessitando outras formas de preparo desse leito.
CONCLUSÃO: Agentes tópicos podem ser uma forma ambulatorial/domiciliar efetiva de preparo do leito de úlceras crônicas para resolução cirúrgica.
Palavras-chave: Úlcera de perna; Úlcera venosa; Pé diabético; Úlcera diabética do pé; Cicatrização; Papaína.