Os novos conceitos de divulgação científica tem estimulado às revistas a oferecer a informação em acesso aberto por meios eletrônicos. Este será, em futuro próximo, a realidade da maioria das revistas indexadas, transferindo-se o ônus da publicação aos autores ou suas entidades, em prol dos leitores (e não mais assinantes).
Um dos pontos positivos a se considerar é a ampliação e facilitação ao acesso de artigos, maior agilidade nas pesquisas bibliográficas e aumento da rede de informações.
A propagação de informações tornar-se-á mais célere. Entretanto, o maior entrecruzamento de ferramentas de busca fornecerá ao leitor uma miscelânea de informações que se não bem interpretadas, poderá causar sérios problemas ao leitor, aos pesquisador e eventualmente ao paciente (em se tratando de artigos médicos). Ou seja, um leitor aleatório ao efetuar uma pesquisa por meio de uma ferramenta de busca geral terá ao seu alcance uma série de links, sites e artigos dispostos de forma não organizada por relevância científica.
Informações leigas sem nenhum respaldo científico estarão eventualmente mais destacadas que artigos científicos com conclusões baseadas em evidências clínicas. Devemos pensar em alguma forma de categorizar a informação por relevância, democraticamente, a fim de que leitores possam compreender o real valor da informação obtida.
É muito frequente em nossos atendimentos médicos recebermos pacientes munidos de uma infinidade de documentos a respeito de seus diagnósticos, trazendo consigo informações inadequadas, confusas ou mesmo deletérias ao seu tratamento. Adicione a isso o acesso livre aos artigos científicos de toda ordem, lidos sob a ótica de um indivíduo que não tem entendimento científico do assunto. Problemas surgirão e cabe a nós encontrar a melhor forma de dirimir este efeito colateral da divulgação científica indiscriminada.