RESUMO
INTRODUÇÃO: O músculo latíssimo do dorso tem a função de adução, extensão e rotação interna do úmero, com papel crucial na estabilidade da articulação glenoumeral. Para alguns autores a retirada desse músculo tem pouco efeito na morbidade do ombro, uma vez que os músculos residuais do ombro compensariam sua falta, enquanto outros têm notado fraqueza, perda de movimentos, dor e alteração funcional. Os estudos, em sua maioria, não são limitados a pacientes submetidas a cirurgia mamária, são retrospectivos, e as modalidades utilizadas para essa medição se apoiam em metodologia subjetiva, não são padronizadas e também há poucas informações sobre sua confiabilidade. Poucos comparam os resultados com as medidas pré-operatórias. O objetivo deste estudo é avaliar de maneira prospectiva a capacidade funcional das pacientes submetidas a reconstrução mamária tardia com retalho musculocutâneo de latíssimo do dorso utilizando o Stanford Health Assessment Questionnaire (HAQ).
MÉTODO: No período de setembro de 2010 a abril de 2012, 30 pacientes ingressaram no estudo. Essas pacientes responderam ao HAQ nas consultas de pré-operatório e aos 3 meses, 6 meses e 12 meses de pós-operatório.
RESULTADOS: Houve diferença estatisticamente significante entre os tempos de avaliação, sendo detectada piora da capacidade funcional aos 3 meses de pós-operatório, que retornou aos níveis do pré-operatório após 6 meses e foi melhorando progressivamente até os 12 meses de pós-operatório.
CONCLUSÕES: Este estudo oferece evidência científica de que a cirurgia de reconstrução mamária com retalho musculocutâneo de latíssimo do dorso não piora a capacidade funcional das pacientes 12 meses após a cirurgia.
Palavras-chave: Mamoplastia. Músculo latíssimo do dorso. Mastectomia. Questionários. Qualidade de vida. Capacidade funcional. Retalhos cirúrgicos.