RESUMO
INTRODUÇÃO: Nos serviços de urgências médicas, é crescente a incidência de lesões traumáticas de membros inferiores com perda de substância, que podem ocasionar deficiências e incapacitação física. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil epidemiológico das vítimas de trauma em membro inferior, atendidas pela equipe de cirurgia reparadora do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência.
MÉTODO: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo com pacientes que sofreram trauma de membro inferior e que se encontravam sob os cuidados da equipe de cirurgia reparadora.
RESULTADOS: A amostra foi majoritariamente composta por homens jovens, vítimas de acidente de trânsito (principalmente por motocicletas), pardos, solteiros e com ensino fundamental incompleto. Noventa por cento dos pesquisados exerciam alguma atividade remunerada e apresentavam renda per capita mensal média de R$ 290,76. Sessenta e cinco por cento dos pesquisados eram etilistas, dos quais 35% eram tabagistas. A maioria dos pacientes era proveniente do interior do Pará. As lesões mais comuns eram as lacerocontusas, localizadas na perna e com exposição de estruturas nobres. O tempo decorrido entre o trauma e a cirurgia apresentou mediana de 32,5 dias. Os principais motivos de retardar a cirurgia foram atrasos na solicitação para que a equipe da cirurgia plástica avaliasse o paciente e espera para melhorar as condições da ferida. Retalhos foram utilizados em 65% dos casos, acompanhados ou não de enxertos, sendo o mais frequente o sural de fluxo reverso. Em 35% dos pacientes, realizou-se enxerto cutâneo isoladamente.
CONCLUSÕES: Homens jovens, de baixa renda, com pouca escolaridade, pardos, etilistas, tabagistas e usuários de motocicletas são os mais envolvidos em acidentes que ocasionam lesões em membros inferiores que necessitam de reparo cirúrgico.
Palavras-chave: Cirurgia plástica. Extremidade inferior. Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos. Retalhos cirúrgicos. Ferimentos e lesões.