RESUMO
INTRODUÇÃO: A residência médica é um passo importante no treinamento dos médicos residentes de Cirurgia Plástica no Brasil; entretanto, são poucos os estudos que avaliam os programas de residência sob o ponto de vista qualitativo. Assim, este artigo objetiva realizar pesquisa qualitativa dos programas de residência médica dos serviços credenciados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Distrito Federal.
MÉTODO: Foi realizado estudo transversal, com a aplicação de questionário individual estruturado, autoaplicado aos residentes em treinamento nos serviços credenciados do Distrito Federal, no ano de 2012.
RESULTADOS: Dezoito médicos residentes, com idade entre 25 anos e 52 anos, 13 (72,2%) homens e 5 (27,8%) mulheres, concordaram em participar da pesquisa. Desses, 61,1% relataram que o hospital dispunha de serviços complementares necessários ao atendimento ininterrupto dos pacientes e aos requisitos mínimos do programa, 66,7% consideraram que o acervo bibliográfico era parcialmente adequado ou inadequado, e 72,2% referiram ter 2 ou mais horas de reuniões científicas semanais. A participação em 5 a 10 cirurgias por semana foi reportada por 88,8% dos participantes; a maioria dos residentes afirmou participar de até 4 horas/semana como cirurgião e de 11 a 20 horas/semana como auxiliar. A maioria (66,7%) dos residentes já havia realizado apresentações em eventos científicos e 72,2% não tinham artigos publicados na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. Com relação à carga horária do programa de residência, 80% eram destinados a atividades em ambulatório, enfermaria e centro cirúrgico e 20%, a atividades teóricas. Dentre as sugestões de melhoria dos programas de residência médica, foram apontados, principalmente, a necessidade de aumentar a abrangência e o intercâmbio entre os serviços e o incentivo à produção científica.
CONCLUSÕES: A percepção dos residentes em cirurgia plástica dos serviços credenciados do Distrito Federal foi positiva no que se refere a grade curricular do programa, estrutura para atendimento e desempenho da preceptoria. Quanto aos pontos negativos, foram apontados abrangência e distribuição da grade curricular, falta de atendimento de emergência, menor treinamento em procedimentos de natureza reparadora e reduzido em estágios de outras áreas, além de acervo bibliográfico insatisfatório e pouco incentivo à pesquisa. Dentre as sugestões de melhoria dos programas de residência médica, foram apontados, principalmente, a necessidade de aumentar a abrangência e o intercâmbio entre os serviços e o incentivo à produção científica.
Palavras-chave: Cirurgia plástica. Ensino. Educação. Educação médica. Internato e residência.