RESUMO
INTRODUÇÃO: O efeito da radioterapia adjuvante após a reconstrução mamária com retalhos autólogos é controverso. O objetivo deste estudo é analisar se a radioterapia pós-operatória causa alterações volumétricas e cosméticas após a reconstrução mamária imediata com retalho do músculo reto abdominal (TRAM, do inglês transverse rectus abdominis myocutaneous).
MÉTODO: No total, foram avaliadas 25 pacientes submetidas a reconstrução autóloga com retalho TRAM pediculado pós-mastectomia por câncer de mama e radioterapia adjuvante. Os resultados estéticos tardios foram coletados após o intervalo mínimo de 6 meses posteriormente ao esquema completo da radioterapia.
RESULTADOS: A média de idade das pacientes foi de 42,2 anos, variando de 30 anos a 53 anos. Duas (8%) perdas completas do retalho ocorreram por necrose gordurosa maciça, duas (8%) pacientes evoluíram com contratura do retalho e perda volumétrica, e 52% das pacientes apresentaram alterações cutâneas. Entretanto, a maioria das pacientes (84%) não evoluiu com perda significativa do volume inicial do retalho ou com distorção do contorno e contração do retalho.
CONCLUSÕES: O resultado cosmético após a reconstrução mamária imediata com retalho TRAM irradiado foi aceitável, comparativamente aos dados descritos na literatura. Esses achados indicam que os retalhos podem sofrer distorções de contorno pela contração, além de perda volumétrica significativa em pacientes candidatas à reconstrução com TRAM e necessidade de radioterapia adjuvante pós-mastectomia. Assim, as complicações tardias da irradiação pós-operatória devem ser consideradas nesse contexto.
Palavras-chave: Mamoplastia. Mama/cirurgia. Radioterapia.