RESUMO
Introdução: As mordeduras representam 1% de todos atendimentos nas emergências dos hospitais e a infecção é a principal complicação associada. O risco de infecção de qualquer tipo de mordedura é determinado pelos cuidados locais, fatores inerentes ao indivíduo e localização da lesão. Método: O estudo foi uma série prospectiva de casos atendidos na Unidade de Emergência do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN, Brasília - DF), no período de janeiro de 1999 até dezembro de 2004. No momento da admissão do paciente à emergência, foi realizado o fechamento primário da ferida proveniente de mordedura na face e couro cabeludo, independente da hora ou dia da agressão. O tratamento primário das mordeduras foi realizado por meio de sutura direta, retalhos ou enxerto, conforme o tipo da ferida e da decisão do cirurgião. Resultados: O estudo compreendeu 111 pacientes, sendo que a orelha foi o principal sítio das mordeduras na face (31,5%), seguida pelo lábio (17,1%). As crianças foram as principais vítimas e as mordeduras caninas foram as mais freqüentes, seguidas pelas humanas. Todos pacientes receberam tratamento cirúrgico dentro das 24 horas após a admissão. Não houve complicações infecciosas nos casos estudados. Conclusão: Os achados sugerem que o fechamento imediato das mordeduras humanas ou animais, na face e no couro cabeludo, é seguro, até em casos após várias horas da lesão.
Palavras-chave: Mordeduras e picadas, cirurgia. Mordeduras humanas. Face, lesões, cirurgia. Traumatismos faciais. Couro cabeludo, lesões, cirurgia. Cães