RESUMO
Introdução: Assim como todas as cirurgias, a otoplastia para correção de orelhas proeminentes não é isenta de complicações. Várias técnicas de otoplastia são descritas na literatura, mas há poucos estudos a respeito das complicações e seus tratamentos. Objetivos: Análise da taxa de complicações decorrentes de otoplastia, identificação e prevenção de suas causas. Método: Análise retrospectiva de 508 casos de otoplastia, realizadas entre 1992-2002, com avaliação pós-operatória imediata e tardia das complicações. Entre os 508 casos, 243 (47,8%) eram do sexo feminino e 265 (52,2%) do sexo masculino, com idades variando de quatro a 54 anos (média 18,2). Resultados: As complicações pós-operatórias mais comuns foram infecção (5,1%), hematoma (4,1%) e necrose da pele (2,6%). A avaliação tardia (do sétimo dia a seis meses após a cirurgia) mostrou mau posicionamento (11%), complicações relacionadas à sutura (6,1%) e cicatriz hipertrófica/quelóide (3,3%). Uma segunda cirurgia foi realizada em 3,1% dos casos por recidiva. Não houve novas recidivas após essa reabordagem. Conclusões: É importante que o cirurgião conheça os sinais e sintomas das complicações relacionadas à otoplastia, para que haja diagnóstico precoce e seja iniciado o tratamento adequado. A prevenção de complicações deve ser o principal objetivo do cirurgião, utilizando a técnica cirúrgica adequada e havendo orientação de profissionais mais experientes nos procedimentos realizados por residentes.
Palavras-chave: Cartilagens da orelha, cirurgia. Orelha externa, cirurgia. Complicações pós-operatórias