Walter Wanderley Amoras Junior, Fabio Xerfan Nahas, José de Arimatéia Mendes, Andréia Bufoni Farah, Renata Orlando Busch, Keylla Cristina de Oliveira Romariz, Cristina Chamie El Houmsi, Flavio Jun Yokoyama
INTRODUÇÃO
O queloide é uma alteração cicatricial de alta prevalência e de difícil tratamento, caracterizado pela hiperprodução de colágeno com consequente desequilíbrio no balanço síntese/degradação deste componente por tempo indefinido. A cicatriz possui um aspecto espesso e elevado, extravasando-se para os tecidos adjacentes em relação ao ponto de origem. O seu aparecimento está associado a fatores locais, como traumatismo, infecção, fatores imunológicos e endócrinos.
OBJETIVO
O presente estudo visa demonstrar o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de queloide no ambulatório de Cirurgia Plástica.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado um estudo prospectivo com 30 pacientes consecutivos, portadores de queloide, atendidos no ambulatório do IBCP, no período de janeiro de 2010 a julho de 2010.
RESULTADOS
A idade dos pacientes variou entre 7 anos a 58 anos, com média de 27,2 anos. A frequência maior foi encontrada em pacientes jovens, entre 10 e 30 anos (63,33%). A predisposição foi maior em pessoas do sexo masculino (18 casos). A maioria dos pacientes pertencia à raça branca (60%) e 40% eram de etnia negroide (negros e pardos). Apenas 6,66% dos pacientes possuíam história familiar de queloide. Com relação à recidiva do queloide, 33,33% dos casos já haviam feito algum tipo de tratamento, seja com aplicação de corticoide intralesional (40%), com uso de medicação tópica (40%) ou por meio de exérese cirúrgica (20%). A importância da perturbação pessoal em termos de estética foi citado por 16 pacientes como o principal motivo em procurarem tratamento. O principal fator desencadeante para o aparecimento do queloide foi o ferimento provocado para o uso de brincos ou piercings (40%). A maioria das lesões (40%) localizavase na orelha, mais precisamente em lóbulos (08 casos). Observou-se incidência significativa de queloides em adultos jovens com risco maior na terceira década de vida (36,66%), convergindo com os dados da literatura. Apesar de alguns autores afirmarem que o queloide ocorre com maior predisposição em pessoas do sexo feminino, observou-se a predominância de homens (60%). Outro fator que a literatura menciona é a frequência do queloide em indivíduos negroides, porém foi observada predominância das pessoas da raça branca (60%). Com relação aos fatores causais mais frequentes da lesão cutânea inicial do queloide, os dados da literatura convergiram com os do trabalho, como por exemplo: o ferimento acidental (40%), operação pregressa (16,66%) e a queimadura (13,33%). Segundo alguns autores, a maioria das lesões se localiza na região pré-esternal, divergindo dos dados encontrados no estudo, que apontaram para a orelha (40%) e a face (13,33%) como as áreas mais afetadas.
CONCLUSÃO
Na amostra estudada, verificouse que houve predominância do sexo masculino em indivíduos caucasianos e na região cefálica.