Gustavo Pereira Vaitsman, Vinícius Garrido Guimarães, Rodrigo Fernandes Freire, Fernando Esbérard, Fernando Valentim Filho, Marcos Aurélio Leiros da Silva
INTRODUÇÃO
Queimaduras em mãos estão presentes em mais de 80% dos pacientes queimados. Mesmo que essas lesões não interfiram na sobrevivência destes pacientes, sua função e aparência são muito importantes para sua reintegração social e profissional. O tratamento adequado das queimaduras em mãos requer decisões cruciais na prevenção e tratamento das sequelas: 1º necessidade de escarotomias; 2º momento adequado de intervir, escarectomia precoce vs. tratamento conservador; 3º tipo de cobertura escolhido para a lesão, assim como tipo de imobilização e reabilitação.
OBJETIVO
Demonstrar a conduta de escolha em queimaduras de mãos aplicada no CTQ do Hospital de Força Aérea do Galeão.
MATERIAL E MÉTODOS
Os autores realizaram excisão tangencial e autoenxertia cutânea no quarto dia de queimadura, em paciente que apresentou queimaduras de terceiro grau na mão esquerda em função de acidente aeronáutico.
RESULTADOS
São mostrados os resultados do procedimento no pós-operatório imediato, com 20 e 30 dias de pósoperatório, que mostram completa cicatrização das áreas queimadas, e no oitavo e décimo sétimo mês de acompanhamento, quando foi realizada zetaplastia múltipla, com preservação total de função. A vulnerabilidade do aparelho extensor no dorso das mãos queimadas requer atuação precoce e eficaz na prevenção das sequelas estéticas e funcionais nesta região, justificando a realização de cirurgia precoce associada à mobilização ativa e passiva e ao controle da infecção. A excisão precoce das escaras, antes da colonização bacteriana, além de prevenir infecção e atraso na cicatrização, diminui a formação de cicatrizes e sequelas incapacitantes e inestéticas, reduzindo a morbidade, o tempo de internação e a necessidade de outras cirurgias reparadoras.
Figura 1 - A: paciente no 2º dia de queimadura no momento da admissão no CTQ; B: 4º dia de queimadura quando foi realizada a cirurgia de desbridamento e autoenxertia precoce; C: utilização de Faca de Blair; D: utilização de dermoabrasor.
Figura 2 - E: pós-operatório imediato; F: 20º dia de pós-operatório; G: com aspecto no 60º dia de pós-operatório evidenciando função totalmente preservada.
CONCLUSÃO
A excisão e a enxertia cutânea precoces em queimaduras de mãos são procedimentos seguros, que associados à fisioterapia adequada e ao uso de malhas compressivas mostram resultados favoráveis, além de requererem menor tempo de internação do paciente, necessidade de outras cirurgias reparadoras, levando à preservação da função e à obtenção de resultados estéticos favoráveis, permitindo retorno precoce ao trabalho e às atividades diárias.